terça-feira, 14 de abril de 2009

TRÊS PONTOS - A INVESTIGAÇÃO




Sei que alguns acham o tema chato, e a estes peço licença e desculpas antecipadamente. Pela quantidade e pelo nível dos comentários nas últimas caixinhas, dá para ver que há muita gente disposta a discutir a questão. Então o Rebote convida você para um debate mais profundo sobre os chutes de três pontos no basquete brasileiro. De hoje até o fim desta semana, teremos aqui um texto por dia sobre o assunto.

O primeiro lança uma pergunta que parece óbvia, mas não é: o brasileiro realmente exagera nos chutes de três? Em busca da resposta, fiz um levantamento estatístico das seis rodadas disputadas até agora no returno do NBB (42 jogos). Para criar um parâmetro de comparação, repeti o processo nos torneios onde - no senso comum - joga-se o chamado bom basquete. Pesquisei, portanto, as 42 partidas mais recentes da NBA, da Euroliga e dos campeonatos nacionais da Espanha, da Itália e da Argentina.

No total, foram 252 boxscores analisados para criar um ranking dos arremessos de três pontos. Eis o quadro com os resultados:



O Brasil é o país que mais chuta de três e, além disso, tem o pior aproveitamento entre todos os torneios pesquisados. Por outro lado, a diferença em relação aos europeus e à Argentina é menor do que eu imaginava. Os times da NBA, de fato, tentam bem menos a conclusão de fora - e lá os jogos têm 48 minutos, hein.

Feito o levantamento estatístico, que conclusões podemos tirar? A partir de amanhã, passaremos a discutir o que significa liderar esse ranking, os motivos que levam ao exagero, a qualidade individual dos arremessadores de cada país, as defesas de perímetro, o reflexo nas seleções nacionais, entre outros temas. O debate está aberto. A caixinha de comentários é toda sua.

41 comentários:

Unknown disse...

Uma coisa que contribui para um número menor de tentativas de 3 pontos na NBA são as restições defensivas quanto à zona, lá exite os 3 segundos defensivos, o que favorece as infiltrações e o jogo inside. Na Europa as defesas por zona costumam ser muito fortes, o que obriga os times a qrremessarem mais de fora. Talvez o fato da linha de 3 na NBA ser mais distante influencie isso tambem.

Coach Vito disse...

Rodrigo e sobre a distancia do chute de 3 na NBA? nao deveria ser levada em conta tambem?
O basquete americano nao e so chute de 3 ou dentro do garrafao, tem muita atividade fora do garrafao mas ainda dentro da zona de 2 pontos, o que e dificil na FIBA por ser muito proxima.

E depois de tanta gente reclamar dos numeros da NBB nos 3 pontos, essa sua pequisa mostrou que nao e assim tao diferente la fora, nao e mesmo? Levando em conta os jogos da FIBA.

a diferenca do melhor pro pior ficou muito pequena, veja so:

1 chute a cada 6 segundos de diferenca entre a NBB e a Euroliga.

Indice de acerto: na italia os caras metem 7,5 a cada 20, na NBB sao 7 a cada 20.

chutes por jogo:
5 entre a NBB e a euroliga, o que da, em outras palavras, a cada 8 minutos nos chutamos mais uma bola de 3 do que eles por la, quem assiste ao jogo nem percebe isso.

Bacana a sua pequisa, valeu.

Baguete disse...

Rodrigo, sugiro um dado importante: os chutes de 3pts representam qtos % do total de arremessos de uma partida?

Pode ser que na Espanha haja 45 chutes de 3 dentro de 120 arremessos no total. Ja no Brasil, esse indice seja de 46 em 90, entendeu?

Uma coisa importante sobre essa discussao eh que um time orientado a so chutar de tres, GERA MENOS ASSISTENCIAS e RECEBE MENOS FALTAS. E sao dois indices muito importantes para quem quer ganhar uma partida.

Nao quero falar bobagem, mas acho tambem que deve ser mais dificil pegar um rebote ofensivo de um chute de tres, ja que a defesa adversaria estara melhor arrumada do que numa jogada de contra-ataque ou de infiltracao, onde pode-se esticar a defesa.

Existem tambem fatores mais dificeis de serem mensurados como arremessos forcados, arremessos com menos de 10 seg de posse ou arremessos faltando 3 seg para estourar o relogio, etc.

A discussao eh sutil e vai longe.

Com absoluto zero em conhecimento de basquete nacional, eu diria que:

1 - Falta tecnicos capazes de bolar jogadas de garrafao e contra-ataque. Ou jogadores capazes de entender essas jogadas.

2 - Falta jogadores "infiltradores" (slashers), que levem a bola pra dentro. Ai, ja que o jogo fica centrado em arremessos, acabam indo pra linha dos 3pt, que nao eh tao longe assim.

Otima discussao e pesquisa.

Abracos!

Anônimo disse...

Ótima pesquisa, Digo. Parabéns!
Fica claro agora o que a gente já esperava, não é mesmo?
Que no Brasil existe um exagero no chute de 3.

Agora, um dos pontos mais importantes da discussão continua mesmo sendo o motivo da execução do arremesso.

É um reflexo da pobreza tática brasileira, que valoriza muito mais o ataque? É ainda uma influencia irresistível do "modo Oscar" de jogar? É culpa do treinadores?

Seja lá quais forem os motivos, pra mim fica uma comparação simples com os campeonatos que podemos acompanhar paralelamente.

Tanto na NBA como na Euroliga, é indiscutível como se percebe uma maior variação tática em quadra. O chute de 3 acontece até com frequencia, mas não fica a clara impressão de ter sido a única opção de jogada.

E olha que a média de arremessos de 3 cresce cerca de 30% ao ano na NBA.

64 chutes de 3 numa só partida, como aconteceu no sábado entre Pinheiros x Joinville, só em pelada, onde não existe preocupação com a marcação. Não deveria ser assim num campeonato de equipes profissionais. Pelo menos uma mãozinha contestando o arremesso já seria um progresso.

abs
Roby Porto

Anônimo disse...

Rodrigo, acho que o maior problema não é quantidade e sim como são feitos os arremessos.

Canso de ver um armador começar a jogada, nem bater ou tocar a bola e arremessar de 3 faltando muitos segundo, antes mesmo do pivo se posicionar pra tentar o rebote, ou ainda pior, sair por contra-ataque e ao invés de ir pra bandeja, parar e tentar os 3 pontos.

O que na minha opinião precisa ser visto é o aspecto tatico do arremesso, da preparação da jogada pro arremesso e da preparação do time pra pegar o rebote.

Abs

Alexandre Reis

fábio balassiano disse...

ÍDOLO!
parabéns.
genial o levantamento.
abraços, fábio

Alfredo Lauria disse...

Excelente leitura Rodrigo!

O Brasil está em primeiro, como previsto.

E, sobre os números próximos aos europeus e argentinos, creio que a diferença possa ser encontrada mais na "qualidade dos chutes de 3 pontos" do que na "quantidade".

Ultimamente estou mais inclinado a acreditar que o nosso vício nos chutes despropositados está intimamente ligado à nossa péssima defesa de perímetro.

Uma defesa um pouquinho mais forte faz com que falte repertório ofensivo aos nossos times e, aí sim, apareça a grande chuva de irritantes arremessos de 3 pontos. Quando a defesa é fraca, esses arremessos não são exatamente uma má opção, mas acabam nos irritando da mesma forma...

É aquela coisa, contra as nossas defesas de perímetro, até a Grécia chutaria 50 bolas de três pontos (Até porque eles tem arremessadores infinitamente melhores).

11 eleven disse...

Excelente Pesquisa. Vc só deveria ter dado uma explicação sobre o porquê da NBA chutar menos. Marcação individual e linha mais longe são fatores determinantes. Com relação às outras, o Brasil está empatado, inclusive nos acertos: 1% em 45 bolas são insignificantes, meros 0,4 bolas. Terrível mesmo é a narração do SPORTV, há vários jogos só falam disso, o jogo todo como se vivéssemos em outro planeta, o planeta do 3 pontos. Uma narração enfadonha, desmotivante e que só vê defeitos. O Byra Belo não comenta nada, só reclama o jogo todo. Eles deveriam aprender com a ESPN ou com o próprio narrador do SPORTV que narrou o voleibol feminino no sábado. Com esse narrador e com o Sr. Byra o NBB está fadado ao ostracismo pois ninguém vai querer ver mais.

adriano disse...

os comentários estão muito bons também, a discussão está progredindo. Como foi dito aí por Moacyr, Coach Vito e Baguete, o basquete da NBA é bastante diferente do praticado no resto do mundo - lembra que o LeBron James disse isso antes da Olimpíada também? Mas se tivéssemos como contar os chutes de trás da linha de 3 Fiba, mas antes da linha de 3 da NBA, talvez chegássemos a números parecidos com o do resto do mundo.
As sugestões de novas pesquisas são ótimas. Estudar o % de chutes de 3 para chutes de jogo, o número de assistências e faltas geradas por isso (embora suspeito, pelo que tenho visto das planilhas estatísticas do NBB, que a péssima defesa brasileira nivela essa discussão)...
Enfim, boa pesquisa e estou ansioso para ler a próxima edição, amanhã. Abraço

Anônimo disse...

Rodrigo.
Ótima iniciativa, parabéns. Os números por si só me espantaram um pouco. Assistindo aos jogos da NBB, da Euroliga e da NBA, fica a impressão de que no Brasil se chuta muuuito mais bolas de 3 do que nos outros dois campeonatos. Eu esperava uma diferença muito maior entre os números. E porque se tem essa sensação? Será que a frieza dos números pode responder essa questão? Acho que não responde totalmente. Primeiro porque o que deveria ser questionado não é a quantidade de bolas de 3 e sim as bolas de 3 como principal estratégia do jogo. O número total de arremessos de 3 correspondem a que percentual em relação aos de 2 em cada campeonato? Temos a impressão que chutamos muito mais de 3 no Brasil porque é a única coisa que vemos contra a defesa armada. Essa enxurrada nos irrita porque nenhuma equipe parece tê-las como principal estratégia de ação no basquetebol moderno. E porque é assim aqui? Porque as defesas permitem. Por isso quando jogamos internacionalmente contra defesas consistentes levamos tinta e reclamamos dos chutadores, que aqui deitam e rolam, mas quando pressionados, têm um percentual de acerto pífio. E justificamos a derrota porque a bola de 3 de Fulaninho não caiu hoje, e nem se pensou em jogar com Fulanão debaixo da tabela. Na Euroliga as equipes são forçadas a chutar de 3 na maioria das vezes, porque o pau come embaixo do garrafão. O chute de 3 vem no estouro do cronômetro e acontece porque está difícil de bater pra dentro ou jogar em baixo. Aqui a realidade é que marcamos muito mal, permitimos o arremesso de 3 e ainda assim temos o pior percentual de acerto. Para mim, a única coisa capaz de caminhar no sentido da mudança seria se os técnicos e formadores tivessem os fundamentos de defesa na cabeça, tanto quanto têm os de ataque. O dia em que para se fazer um chute de 3 o jogador tiver que fazê-lo na maioria das vezes pressionado, desequilibrado, com o marcador na cola, as estratégias terão que ser diferentes. Aí o nosso basquete vai começar a mudar um pouco.
Um abraço e mais uma vez parabéns pelo esforço.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Na minha opinião acho um pouco simplório centrar-se só nos jogadores, pois a mentalidade deles se forma a partir de treinamento:

Assim, creio que seria bom voltar os olhos para os nossos técnicos(sem caça as bruxas):

1- Se treinam para que tenha essa quantidade de arremessos de 3, falta variação tática;

2- Se não treinam e mesmo assim os jogadores chutam, falta comando;

3- Se for coisa da mentalidade do jogador, cabe aos treinadores corrigir esse desvio;

4- Por último se os jogadores querem permanecer com esse estilo que treinem o suficiente para colocar essa porcentagem na casa dos 40%, que eu diria seria aceitável, mas improvável;

Parabéns Rodrigo

Anônimo disse...

Rodrigo,
Como eu disse, o chute de é LETAL,rapido, e eficaz.
O trabalho de sua pesquisa foi muito esclarecedor para muitos leigos no esporte, infelizmente para muitos pseudos tecnicos de Basquete.
O que acontece na NBA é muito claro, o chute de 3 fica muito longe,e se fizermos uma linha imaginaria da linha de 3 da FIBA,o indice seria maior na NBA.
O que ficou CLARO é que as pessoas criticam por criticar,no caso desta polemica 3 foi para atingir a NBB e a familia Machado.
O tao falado jogo do Joinvile e Pinheiros, a equipe de Joinvile acertou 50% do chutes de 3,Qual o problema?O merito é total do seu tecnico, que trabalha muito este fundamento.Seria problema de a % de 3,fosse 20% ou 30%.
O chute de 3 é LETAL.
Criticar uma defesa por causa dos tiros de 3, é outra ignorancia basquetebolistica sem tamanho.
Como marcar um chute de 3 de longa distancia e inesperado.Somente quem nao esteve na quadra podera achar que isto é possivel.
Viva a arma Letal, e viva a antiga Iugoslavia.
Dou um viva :
Dalibavic e Drazen Petrovic

Ribeiro e Oliveira disse...

Rodrigo,

Seu levantamento é do caralho. Como tenho certeza que serão os próximos posts sobre o assunto.

Só lamento uma coisa: sei que poucos de nossos técnicos vão ver os números.

E entre os que virem, quantos vão parar pra pensar no assunto e repensar seu modo de armar ataques?

Abraços!

Baguete disse...

O Anonimo defensor da sangria desatada de 3 pontos exagera em alguns pontos.

Claro que uma defesa pode dificultar e, muitas vezes, evitar um arremesso de 3pts. Chama-se defesa de perimetro. Que tal nao dar espaco para os melhores arremessadores? Nao deixa-los ocupar seus spots preferidos na linha dos 3? Que tal uma maozinha na cara?

Se um time acerta 50% dos seus arremessos de 3pts, claro que tem merito. Mas tambem deve-se criticar uma defesa que permite chutes tao faceis, concorda?

Matematicamente, um time que tem aproveitamento de 33% nos arremessos de 3pts e 50% nos arremessos de quadra pode ser indiferente ao tipo de arremesso, correto? ERRADO!

Ao abrir mao de infiltracoes, perde-se a oportunidade sofrer mais faltas e, portanto, lances livres. Alem de nao colocar nenhum adversario pendurado em faltas.

Tambem perde-se em "second chances points", advindos de rebotes ofensivos e por ai vai.

Enfim, mais do que a quantidade dos arremessos, vale a qualidade dos arremessos.

Se a Selecao acertasse 50% de seus 3pts, estariamos felizes, mas a Selecao nao joga contra o Pinheiros e ai eh que a porca torce o rabo.

Abracos!

Victor Dames disse...

O chute de três tem que ser inserido no contexto de cada jogo. Esse excelente levantamento indica que o exagero visto na última rodada na NBB não é sintomático, foi o que ele realmente é, um exagero. A surpreendente proximidade com os números da Europa indicam que nas outras rodadas, as equipes da NBB não exageraram tanto assim.

Só acho que não dá pra colocar a NBA no mesmo parametro, em função do tempo de jogo maior e distância da linha de três, além das já citadas regras que favorecem as infiltrações e o jogo de garrafão.

Acho que os números da NBB não são reflexo da atuação de todas as equipes, mas daquelas que fazem do tiro longo uma arma, como o Joinvile. Colocar a carga só nos irmãos Machado é insensato. O Marcelinho inclusive tem mudado o seu jogo, participando ativamente da defesa no garrafão (é o principal reboteiro do time), especialmente com a ausência do Baby nas últimas rodadas.

Esses números serão muito úteis ao final do campeonato, aí saberemos se os exageros continuarão.

Abraços, e parabéns pelo ótimo trabalho!

Anônimo disse...

A comparação com a NBA não cabe, e achei seu comentário tendencioso à criticar a NBB. A regra lá é completamente diferente.
Em relação às outras ligas, a diferença não é tão grande assim.

Henrique disse...

Excelente trabalho.

Porém faltam algumas coisas ainda.

Primeiro, a variação de metodologias. Uma metodologia pode nos levar à conclusões erradas.

Sugiro de antemão, que ao final de cada torneio, os nacionais, peguem o grupo dos 4 primeiros colocados de cada país e aplique novamente a metodologia que você fez e compare entre os países. Logo, entre os times com melhor basquetebol praticado, poderemos saber se existe a mesma diferença média, ou ela é superior ou inferior.

Outro dado importante é a relação chutes de três pelos chutes totais da equipe. Hoje, em cada torneio, o Flamengo, lider aqui, e o TAU lider na Espanha, existem uma diferença de 5% a mais para o time brasileiro.

O Flamengo confia em 40% das tentativas totais de seus arremessos para três pontos.
O TAU confia 35%.

Esta diferença representa o que ?

Aí, somente mais calculos estatisticos para falar com certeza o que significa. A diferença entre médias existem testes estatisticos para dizer o que representa.



Sobre seu trabalho, existe uma indicação de que quanto melhor o nível do jogo, menos chute de três temos.

A Euroliga, que deve ter o melhor basquetebol do mundo de clubes jogando na regra Fiba, chuta bem menos do que o resto. Para termos ideia, os 6 segundos de chute a menos que vemos, são 25% do tempo de posse de bola utilizado. Não tem como falar que é pouco tempo.

Logo, eles ficam mais com a bola para tentar um chute de três, mas eles ficam bem mais do que aqui ou mesmo na Espanha.

Mas, se a Euroliga tem as equipes da Espanha, da Italia, Russia, Grécia como principais e estas equipes são as melhores de cada país, logo, podemos entender que,
existem sim uma relação de quanto melhor a equipe, o nivel de jogo,
menos chutes de tres podemos ter.

Isso aí em cima se chama HIPOTESE.

Fora que .. se nos 42 primeiros jogos da Euroliga, os times tiveram uma média de 20 chutes de três pontos qual será a relação:

CHUTES DE TRÊS / CHUTES TOTAIS
entre as equipes da Euroliga ??



A questão é muito interessante e tem que continuar sendo estudada.


Vou esperar os torneios terminarem e se quiser, conversamos sobre realizar este trabalho mais à fundo.

O começo dele está aí, a ideia inicial e muito bem feita !

Porém, não temos como tirar tanta coisa agora com os torneios em andamento. O ideal é esperar o final da fase de classificação em todos os torneios analisados e aplicar as metodologias e rodar a estatística.

Abraço e parabens.

Anônimo disse...

Caro Baguete.
Concordo plenamente com o seu raciocínio. É perfeitamente possível e deve ser exigido de qualquer defesa consistente, que impeça ou pelo menos dificulte os chutes de 3. Um defensor que tenha sido treinado nos fundamentos de defesa tem obrigação de dificultar o arremesso de 3. O Fischer por exemplo chutou 9 bolas de 3 e acertou 7 contra o Flamengo. Mérito dele? Sim, mas na maioria dos chutes ele não precisou se desmarcar, já estava livre. A defesa não o forçou nem ao menos ao desequilíbrio. Que defesa é essa que permite 9 arremessos de um especialista?? Se ele estivesse por exemplo em um jogo universitário americano, poderia até chutar as 9, mas duvido que meteria as 7, porque iria ter sempre alguém na cola, fungando no cangote, tentando tirar a estabilidade, exigindo um esforço que lhe tira a concentração, exigindo o chute em movimento. Isso não se vê por aqui. Na minha modesta opinião, quando caminhar nesse sentido as coisas podem mudar.

Anônimo disse...

Este ponto sobre a dificuldade em evitar os chutes de três é pertinente.

E mesmo contra defesas vacilantes, ainda não temos o aproveitamento dos sonhos.

eZ disse...

Para mim é simples. Defesas mais estáticas, que jogam na zona, fazem com que os adversários chutem mais. Na nba, obviamente os chutes são menores, pois há mais infiltração e bandeja. Mas no caso do Brasil, as defesas são ridículas, o que mostra a incapacidade do basquete aqui em bater mais p dentro e principalmente conseguir o 'bom chute'. Basicamente ou o cara aparece livre p chutar ou mete um pombo sem asa de 3 pontos. Não há variação nenhuma nem capacidade mínima em furar as pífias defesas brasileiras.

Rodrigo Alves disse...

Legal, bom ver que a pesquisa serviu para alimentar um pouco mais a discussão. E é isso mesmo que o pessoal tem falado: os números não são conclusivos, eles apenas servem para abrir o debate, isso é o mais importante.

Para quem quiser acompanhar, o tema será levantado hoje no "Tá na Área", do SporTV. E depois, às 19h, no SporTV-2, um exemplo prático do assunto: Joinville x Flamengo ao vivo, no duelo entre dois times que usam bastante os arremessos de três.

Abraços!

Baguete disse...

Em Vegas, como seria uma aposta de over/under para arremessos de 3pts pra esse jogo? 65?

Abracos!

Baguete
www.twitter.com/bagueteball

Henrique disse...

Hoje verei o começo da disputa entre Flamengo e Joinville.

Mas, se todos nós olharmos com olhar mais crítico e menos apaixonado, veremos várias situações em que a bola poderá ser mais trabalhada, logo menos chutes de fora.

Porém, vamos ver como as equipes defendem.

Deve existir uma relação inversamente proporcional aí.
Quanto pior as defesas, mais chutes de três pontos ...

Anônimo disse...

Espero que o Tá na Área seja o ponto final dessa discussão. Não aguento mais ouvir jogos no SPORTV só falando disso.

Baguete disse...

Os jogos da NBB deveriam ser obrigatoriamente comentados pelo Ze Boquinha. Nao suporto ouvi-lo falando de basquete, mas acho o maximo quando ele comeca a falar das cidades em que morou, quem conheceu, qual a melhor pastelaria do lugar, etc.

Hoje, por exemplo, ele daria uma aula sobre os bares que tem o melhor caçao a milanesa de Joinville.

Abracos!

Baguete
www.twitter.com/bagueteball

Vagner Vargas disse...

A colocação do Alfredo foi excelente. Quem não lembra dos milhões de bolas de 3 que a Grécia meteu contra nossa sofrível defesa? A qualidade defensiva na euroliga e na NBA é infinitamente superior, tanto individual quanto coletivamente. E esse fator é fundamental nessa excelente análise feita pelo Rodrigo. No fim, constata-se o que nós já sabemos. Não se defende jogando basquete no Brasil.

Denis disse...

Deve ter dado um trabalho desgraçado fazer tudo isso, mas fiquei curioso pra saber como são os números sobre as cestas de 3 na NCAA, lugar reconhecido por ter técnicos bons e que nos daria o lado americano da história sem as regras diferentes da NBA que um monte de gente já citou.

Também legal ver que quanto mais conceituado é o campeonato menos arremessos de 3 ele tem.

Muito legal o trabalho, Rodrigo!!!
Abraços!!

Osama_Lakers disse...

Parabéns pela pesquisa Rodrigo! Que fôlego no trabalho - é de dar inveja!
1 abraço,

Alexandre Estefan disse...

Excelente levantamento Rodrigo.
Acho que não há exagero nos chutes de 3 no basquete nacional, quando se enfrenta um adversário é de costume tentar explocar o ponto fraco desse time, e TODOS os times do Brasil há uma péssima marcação de Perímetro.
Agora mesmo estou assistindo a Flamengo x Joinvile, e o Flamengo está abusando dos chutes de 3 (2ºquarto no momento)e está certíssimo, jogadores livres o tempo inteiro.
Outro fato interessante, é que um bom número de treinadores do nosso basquete jogavam como armador, assim teoricamente focando mais no jogo de fora. O fato do Oscar ser um ídolo com certeza influi no estilo praticado.

Alexandre Estefan disse...

Só esqueci de comentar que não entendo como não conseguimos praticar uma boa defesa no perímetro, já que se joga sempre contra esse estilo de jogo.

NETTO disse...

eh ridiculo que em um país em que os times tem defesas horiveis, onde, na teoria a infiltraçao seria muito facil para os jogadores, tenhamos esse absurdo de chutes de tres.

Rafael B. disse...

Queria ver o primeiro time que começar a marcar a linha de tres, será que não teria um enorme sucesso? Acho que a principal questão para acabar com os chutes de tres não é no ataque(afinal, os chutes de tres esão dando certo, não?)mas na defesa. Se marcassem o perimetro como se marca na NBA, a história ia ser bem diferente...

Anônimo disse...

Acho que existe um exageiro no brasil sobre o chute de 3 pontos, basquete se ganha na defesa e não chutando todas as bolas, esse é um dos fatores que influenciam o basquete brasileiro a tar nessa posicao que esta hoje

Anônimo disse...

Alexandre Estefan, grande questão viu hehehehe

Marcos disse...

Esse desespero de chutar de 3 em campeonatos brasileiros, além de demonstrar falta de jogadas bem trabalhadas, procurando o melhor posicionamento para o chute, torna-se um tédio para quem assiste o jogo. Não sou contra, aliás, sou fã de "buzzer beaters" de 3 pontos, bons arremessadores de longa distância que mesmo marcados fazem seus chutes e acertam... O problema é que no Brasil os arremessos acontecem por insistência, tem jogadores que erram umas 10 seguidas e ainda assim continuam, é cansativo!

Gostei da estatística mostrar que, apesar de a linha de 3 na NBA ser mais distante, eles utilizam bem menos tal recurso. Até por isso é a competição que proporciona mais entretenimento, pois existem N outras jogadas possíveis no basquete.

Anônimo disse...

Falando de chutes de três, Rodrigo, não vai haver nenhuma matéria sobre os 11 chutes de 3 de JR Smith, do Nuggets? Saudades dos quadros "de olho nos numeros" que sempre tinha no blog...

Bruno disse...

Me surpreendi com a pouca diferença dos nossos números de 3 pts (quantidade)se comparados com Europa e Argentina.
Mas, de qualquer forma, não explica a ausência de jogadas trabalhadas, de defesa, de arremessos equilibrados, de trabalhar o relógio, enfim, de jogar basquete organizado,como dito por muitos aqui.
Por último,acho que a grande diferença do basquete brasileiro de hoje e do passado é a qualidade dos armadores (e técnicos).Por que defesa o brasileiro é culturalmente não inclinado a praticar, e assim já era antes.Mas pelo menos havia mais organização.
Lógico que a qualidade dos jogadores de hoje é inferior, mas acho que estaríamos mal até com melhores jogadores visto o maior problema ser filosófico, estrutural.

Unknown disse...

Só pra constar, Flamengo x Joinville teve 64 arremesos de 3 pontos.

O grande problema é que as jogadas de ataque são mt pouco trabalhadas. Os arremesos são muito forçados, até quando resta bastante tempo de posse de bola. Não é raro ver um time ganhando por mais de 10 pontos, e forçar arremesso faltando 15 segundos de posse.

Além disso, a defesa amplamente praticada no Brasil é uma defesa zona, e das bem frouxas (sério, os jogadores brasileiros não se dão nem ao trabalho de levantar o braço pra atrapalhar o chute). Isso tudo favorece o tiro de longa distância. Por isso, quando o Brasil enfrenta um time com uma defesa um pouco mais consistente, leva ferro.

Anônimo disse...

Não dá para tomar como parâmetro o time do Pinheiros e do Bial.

Que vê assim até parece que a média da equipe do Bial tem aproveitamento de 50% por partida.

Esse aproveitamento foi uma aberração e pq a defesa do Pinheiros tbm colaborou.

Essa matéria não foi para atacar a Família Machado.

Pelo amor de Deus a seleção joga assim e não ganha de ninguém. A CBB tem que ficar arrumando amistoso contra a Venezuela para ganharmos uma partidinha.

No último lance no jogo contra a Argentina o Leandrinho gastou o tempo e chutou de 3 quando deveria ter batido para dentro até pq qualquer falta seria L.L

O Marcelinho no pan matou mosquito nos seus arremessos, amassou o aro diversas vezes.

Por isso vamos continuar de fora das melhores competições internacionais. Até para o Chile perdemos no SulAmericano.

A Antiga Iugoslávia falou bem antiga... Hoje o basquete mudou e comparar os nossos arremessadores com Dalibavic e Drazen Petrovic é piada.

O basquete europeu está em um nível melhor do que o nosso o problema e como o arremesso é feito é a qualidade que aqui não temos pq não selecionamos os arremessos.

Para quem acha que é bonitinho, fica uma pergunta: "Se está tudo no mesmo nível da Euroliga pq os nossos "melhores" arremessadores não conseguem jogar em grande times da Europa ?

A Maioria joga em times da segunda e terceira divisão... pq será ??

Rodrigo show!!!!

luis disse...

!997, Brasa Campeão do Pan!!!!
Marcel e Oscar...mandando bala!!!!
Os melhores reboteiros do torneio: Gerson,Israel...se dedicaram ao Marcel e Oscar.
Grandes passadores...Maury,Cadum,Nilo,Guerrira...
Ari Vidal, em seu esquema tatico, e com 2 excelentes arremessadores, nao pensou 2 vezes...pode parar o contra-ataque e PERA!!!!!!pegou rebote ofensivo...PERA!!!!!!
hoje nao podemos mais jogar assim, mas o vicio ainda permanece de 1997.
Abrassss