sexta-feira, 25 de junho de 2010

PAULÃO, PAULISTÃO, SELEÇÃO...




O ritmo de trabalho durante a Copa continua frenético, mas os assuntos acumularam, então vamos a um giro de comentários.



))) Na noite de quinta-feira rolou o draft da NBA, e as primeiras posições não tiveram surpresas: John Wall no Washington, Evan Turner no Philadelphia, Derrick Favors no New Jersey. A notícia relevante para o Brasil foi a aparição de Paulão Prestes na lista, escolhido na 45ª posição pelo Minnesota Timberwolves. O pivô tem contrato na Espanha até 2012, e o mais provável é que não faça agora o salto para os Estados Unidos. Você faria?

))) Também na quinta, com uma vitória por 70-61 no jogo 5, Americana bateu Santo André e conquistou o Paulista feminino. Karla foi a cestinha com 22 pontos, Helen contribuiu com 12 pontos e 5 assistências, Karina catou 11 rebotes. A derrota do time do ABC ofusca as boas atuações da desacreditada Êga (20 pontos, 14 rebotes) e da cubana Ariadna (18 + 8). Fica agora a expectativa pela nova e turbinada liga nacional que, pelo que andei lendo, não será tão nova e nem turbinada assim.

))) Ainda no feminino e ainda na quinta, o Brasil perdeu por 89-46 para os EUA na Copa América sub-18, na casa delas, em Colorado Springs. Até aí, nenhuma surpresa. A decisão para as meninas de Luiz Cláudio Tarallo, contudo, é no início da noite de sexta-feira, contra a Argentina. A vitória vale a vaga no Mundial sub-19, que será disputado no ano que vem.

))) No masculino, a seleção-B que vai ao Sul-Americano se apresentou em São Paulo com cinco desfalques: Paulão (lesão no tornozelo), Hélio (cirurgia nos dois joelhos), Fab Melo (compromissos na faculdade), Rafael Hettsheimeir e Augusto Lima (motivos particulares). Para repor as faltas, o argentino Rubén Magnano resolveu chamar apenas um jogador: Luiz Felipe Lemes, do Minas, que tinha sido um dos poucos injustiçados na convocação inicial. Veja aqui a programação completa.

))) Ainda não tive tempo de parar e fazer o sorteio da camiseta do Barça, continuo devendo essa. Foram mais de 100 mensagens. Em breve - prometo - publico aqui o resultado.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

ARTEST, O CAMPEÃO DIFERENTE




O cara já bebeu conhaque no intervalo de jogo, já chegou para treinar vestindo roupão de banho, já pediu um mês de licença para divulgar CD de rap, já lançou monitor de TV no chão, já perdeu guarda de cachorro por não dar comida, já passou 10 dias em cana por violência doméstica, já escalou arquibancada para bater em torcedor... e já foi campeão da NBA. Essa última, Ron Artest meteu no currículo na última quinta-feira, na Califórnia, quando levantou a taça pelo Los Angeles Lakers.

Um dos maiores loucos da NBA, o camisa 37 (que já vestiu 15, 23, 91, 93 e 96) deu uma entrevista coletiva hilária no Staples Center após o jogo do título, cercado por oito familiares, certamente já com um bocado de álcool nas ideias. O Fábio Balassiano botou o vídeo no Bala na Cesta, e agora eu reproduzo aqui. Vê só:



A trajetória de Artest está inevitavelmente ligada à de outro astro polêmico da NBA: o fanfarrão Dennis Rodman. Em resumo, os dois gostavam de fazer maluquices com o cabelo, mandavam bem na defesa e aceitaram entrar na linha em determinado momento para fazer parte de um time campeão – não por coincidência, ambos treinados por Phil Jackson e sua filosofia zen.



Há algumas diferenças, claro, a começar pelo fato de que Rodman já tinha sido bicampeão pelo Detroit Pistons em 1989 e 90. Seis anos depois, o rebelde se curvou a Michael Jordan e, mesmo com os cabelos malucos, segurou a onda para ser muito útil no segundo tricampeonato do Chicago Bulls.

Rodman era um reboteiro muito melhor que Artest (foi sete vezes o maior da liga), mas Artest é um jogador muito mais completo que Rodman. O ala dos Lakers ao menos sabe quicar a bola e contribui muito mais no ataque quando necessário. Pode ser crucial como foi no jogo 7 da decisão, quando quase beijou Paul Pierce (foto), mas contribuiu com 20 pontos, 5 rebotes e 5 roubadas. Na essência, cá e entre nós, a alma dos dois figuraças é praticamente a mesma.

E Artest agora pode dizer que também tem seu anel. Confesso que, em determinado momento, deixei de acreditar nele – nem foi na famosa confusão do Palace, mas sim no pedido de férias para divulgar o disco. Ali estava um jogador sem o menor tesão pelo basquete. O Ron-Ron (que apelido ridículo) de hoje é outro - sabe-se lá até quando. É dedicado. É útil. É campeão.

domingo, 20 de junho de 2010

FALA QUE EU TE ESCUTO:


>>> "Kobe Bryant foi o melhor jogador que já passou pelo nosso planeta. Joga exatamente igual ao Michael Jordan, só que é mais alto e mete mais bola. Mas tem gente que ficou com a lavagem cerebral do Michael Jordan. Ele foi um excelente jogador, até um tempo atrás era o melhor de todos os tempos junto com o Magic Johnson. Mas aí apareceu o Kobe Bryant. Ah, tudo tem seu tempo, e já foi o tempo do Michael Jordan"

OSCAR SCHMIDT, em vídeo publicado no seu blog no Portal R7. Clique aqui, veja e diga na caixinha: concorda com ele?

sábado, 19 de junho de 2010

MANUTE BOL SAI DE CENA


O basquete perdeu neste sábado, em Kansas City, o ex-jogador Manute Bol, que morreu aos 47 anos. O gigante de 2,31m era todo desengonçado mas fazia a alegria da torcida com um show de tocos – a média ao longo da carreira era de 3.3 por jogo. Fora da quadra, aí sim, o pivozão brilhava, com um incansável trabalho humanitário no Sudão, seu país natal. Foi lá, por sinal, que ele contraiu a doença de pele que o matou, associada a um problema nos rins. Para quem não viu Manute jogar ou não lembra, vale dar uma olhada no vídeo abaixo.

VAI SER SEMPRE ASSIM?


Desde que eu comecei a acompanhar a NBA, e lá se vão duas décadas, a cena se repete: comemoração de título parece que não fica completa se não tiver quebra-quebra, carros incendiados e confronto entre polícia e torcedores. Será sempre assim?





É A HORA DO SALTO?




Entre as movimentações para a nova temporada do basquete brasileiro, um casamento chama a atenção: o de Murilo com o São José. Após muito disse-me-disse, o atual campeão paulista anunciou a contratação do pivô, que defendeu o Minas nas últimas temporadas. O curioso é que, tanto no lado do clube como no jogador, o objetivo é o mesmo: dar um salto para a elite do basquete.

O São José conquistou o estadual, mas não conseguiu repetir a ótima performance na segunda edição do NBB. O bom técnico Regis Marrelli continua por lá, assim como Fúlvio, Matheus, Mineiro e Renato. Dá para brigar de novo pelo Paulistão, mas é preciso manter um olho no peixe e outro no gato. O gato é o Nacional, este sim, capaz de colocar o clube entre os grandes.

A chegada de Murilo é um bom combustível para a caminhada. O pivô está entre os melhores do país, sem dúvida, mas precisa dar um passo a mais. Terminou o NBB com a nota negativa da atuação ruim no jogo 5 contra o Universo, e no terreno da seleção passou de presença certa no grupo principal para ser um dos nomes do time B que vai ao Sul-Americano. Nos dois planos, ainda dá para fazer o salto. Será que agora vai?

sexta-feira, 18 de junho de 2010




Foi uma batalha árdua, intensa, incansável, interminável... para ver quem estava mais disposto a entregar o título de bandeja ao rival. Para o bem do basquete, o melhor mesmo seria suspender esse jogo 7 e disputar outro, recomeçando do zero. No fim das contas, quem se esforçou mais para perder foi o Boston. E por incrível que pareça conseguiu. O Los Angeles Lakers é campeão com absoluta justiça. Não pela última partida, desenhada em nível técnico rasteiro, mas pelo conjunto da obra. Não foram poucos os percalços pelo caminho, mas Kobe & Cia superaram um por um. E fecharam a tampa com a façanha de arrancar uma vitória por 83-79 mesmo com o aproveitamento de 32% nos arremessos.

Kobe Bryant, a bem da verdade, nem merecia levantar um troféu nesta quinta-feira. Com atuação egoísta e pontaria torta (6/24, 0/6 de três pontos, quatro desperdícios), o MVP das finais ucumbiu à marcação e esteve irreconhecível. Mas foi só na quinta que ele não mereceu. Ao longo dos playoffs, aí sim, foi brilhante. Que campanha incrível. O camisa 24 ignorou problemas físicos, pontuou, defendeu e fez tudo o que se espera do melhor jogador de basquete do planeta.

Por falar em defesa, é claro que ela teve seu quinhão de responsabilidade pelas pontarias ruins. Mas não foi só isso. Sobraram precipitações e apagões dos dois lados. Na reta final, os Lakers conseguiram executar o adversário muito mais no esforço de Artest (20 pontos, 5 roubos) e na raça de Gasol (19 pontos, 18 rebotes - quem é o "suave" da história?).

O Boston foi muito superior no primeiro quarto, mas levou um 11-0 pela venta no início do segundo. Cresceu de novo no terceiro, abriu 11, voltou a cair e não teve forças nos minutos finais. Ao menos houve equilíbrio e emoção até o fim (alguém disse NBB?).

A sequência final foi simbólica. O nível melhorou no quarto período e, enfim, todo mundo resolveu acertar de três: Artest, Fisher, Rasheed, Allen, Rondo. Quando Kobe tentou fazer o mesmo, desperdiçou. E lá foi Gasol salvar a pátria com um rebote ofensivo a 25 segundos do fim. Os rebotes ofensivos, por sinal, decidiram a parada. Os Lakers pegaram 23, contra oito dos rivais. Ou seja, tiveram mais chances de arremessar e, se continuaram errando a maioria (27/83), ao menos ganharam na teimosia.

Se o título tivesse ficado com os Celtics, também não seria nada injusto, visto que eles entraram desacreditados nos playoffs e derrubaram rivais do calibre de Cavs e Magic. Mas pelo segundo ano seguido, o time de Los Angeles é o grande campeão. São 16 troféus no total, 11 para Phil Jackson, cinco para Kobe Bryant, que se iguala ao lendário Magic Johnson. Apesar de uma quinta-feira nervosa e cheia de erros, é inegável: a taça de 2010 está em ótimas mãos. Estão todos de parabéns. E você? Viu o jogo 7? O que achou? O título foi justo? Diga aí na caixinha.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A DECISÃO E A ENFERMARIA




As duas franquias mais vitoriosas da história da NBA, os dois melhores times dos playoffs, craques nos dois lados da quadra e... questões médicas. Tudo isso vai entrar em quadra logo mais, às 22h (a ESPN mostra), quando Los Angeles Lakers e Boston Celtics disputam o decisivo jogo 7 da grande final.



No lado verde, Rajon Rondo levou 17 pontos no queixo após uma cotovelada de Ron Artest em que sequer a falta foi marcada. Mas isso se resolve com um curativo, e o problema real do Boston é a ausência de Kendrick Perkins, com uma lesão no joelho direito. John Hollinger, o homem das estatísticas no ESPN.com gastou 17 parágrafos de texto (um para cada ponto no queixo de Rondo) tentando nos convencer de que, sem Perkins, os Celtics melhoram. Sinceramente, não consigo engolir essa. Até concordo com alguns argumentos, mas não vejo como a ausência do melhor defensor de garrafão do time pode beneficiá-lo.

Do outro lado, um problema semelhante paira no garrafão, com a situação de Andrew Bynum. No jogo 6, ele atuou pouco e mal. Saiu porque a dor no joelho não permitiu. Mas garantiu que estará em quadra nesta noite. Sem Perkins, a presença pode até ganhar mais importância, mas não acho que a definição da partida vai passar pelas mãos dele.

No fim das contas, será o jogo de Kobe, Pierce, Gasol, Garnett, Artest, Allen, Fisher, Rondo, Jackson, Rivers. E você, já tem seu palpite? Quem levanta o caneco logo mais? Diga aí na caixinha, é toda sua.

MOVIMENTAÇÕES NO NBB




Enquanto rola a Copa do Mundo, enquanto a NBA decide seu campeão, alguns times do NBB já se mexem de olho na próxima temporada. Muita coisa já aconteceu, mas destaco duas mexidas recentes que têm a ver com a armação: Franca, que perde o americano Tony Stockman, foi buscar Fernando Penna, ex-Paulistano (o ala Dedé também está no pacote). E o Pinheiros, que já tinha repatriado o ala Marquinhos, anuncia a contratação do armador argentino Juan Pablo Figueroa (foto), ex-Atenas. Quer ficar por dentro das outras mudanças? Recomendo o sempre atualizado Mercadão da Bola Laranja, do Draft Brasil. E a caixinha está aberta para os comentários, fique à vontade.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

PROMOÇÃO BARÇA: AINDA VALE


A Liga ACB já até acabou, o Barcelona caiu diante do Caja Laboral de Splitter e Huertas, mas a promoção continua de pé. Se você ainda não mandou seu e-mail, escreva logo para reboteblog@hotmail.com e concorra a uma camisa do Barça, cortesia do Gustavo Sousa, que esteve em Paris para ver o Final Four da Euroliga. Até o fim da semana, eu solto o resultado. Boa sorte.

NA QUINTA, A FINALÍSSIMA




Desde que a bola subiu no Staples Center na noite de terça-feira, não havia mais dúvidas: a final da NBA seria decidida no jogo 7. O Los Angeles Lakers tratou logo de abrir 10 pontos de vantagem no primeiro quarto, outros 10 no segundo, e pronto: bateu o Boston Celtics por 89-67 para igualar a série em 3-3. Em meio a altos e baixos dos dois times, a maior rivalidade da história da NBA ganhou um desfecho digno da tradição: a finalíssima marcada para a noite de quinta-feira, na Califórnia.



Na terça, Kobe Bryant comandou as ações com 26 pontos e 11 rebotes. Voltou a ter ajuda de Pau Gasol (17 pontos e 13 rebotes) e, principalmente, liderou o time na defesa. Mais uma vez, foi a marcação que decidiu a parada. O Boston teve aproveitamento fraquíssimo nos arremessos (33%), viu um Rajon Rondo discreto e ainda perdeu feio a batalha dos rebotes (52-39)

Para os Celtics, resta se recuperar da segunda pior performance ofensiva da história das finais – o dono do posto ainda é o Utah Jazz, que fez 54 pontos contra o Chicago em 1998. Mas o fato é que agora tudo se apaga. É uma nova série que começa, em apenas um capítulo. Na quinta, sai o campeão. Imperdível.

OS CAMPEÕES






Não basta ser MVP, tem que levantar a taça. Tiago Splitter deu mais um passo nesta terça-feira em sua jornada como Rei da Espanha. Seu Caja Laboral foi campeão espanhol batendo o Barcelona por 3-0 na série final. E desta vez, como se sabe, o tempero verde-amarelo foi ainda maior, com Marcelinho Huertas na armação. Com a correria da Copa (vocês estão percebendo que está difícil, né), não consegui ver a partida, mas o jogo 3 deve sido ótimo de assistir, decidido na prorrogação.

Se os brasileiros da NBA terminaram suas temporadas de forma decepcionante, Splitter e Huertas chegarão ao Mundial voando no quesito empolgação. E até lá tem tempo de sobra para o cabelo de Huertas crescer de novo – na festa do vestiário ontem, foi-se a cabeleira do armador, como se vê na foto.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

TERRITÓRIO DEFENDIDO






Os atuais campeões caíram numa enrascada. Lembrando os velhos tempos em que Kobe Bryant jogava sozinho, o Los Angeles Lakers caiu em Boston no domingo e agora está com a corda no pescoço nas finais da NBA. No melhor estilo 2008, um enérgico Paul Pierce meteu 27 pontos e garantiu a vitória por 92-86. O território verde está defendido e a pressão está toda na Califórnia. Agora, para chegar ao bi, os comandados de Phil Jackson precisam vencer as duas últimas dentro de casa.

Como convém ao clássico, o melhor pontuador de cada lado mantém a mão quente. Kobe fez 38 ontem. A diferença é que, ao redor dele, nada aconteceu. Pau Gasol ainda foi razoável com 12 pontos e 12 rebotes, mas Ron Artest e Derek Fisher foram ridículos. O anúncio da entrevista coletiva após o jogo chegou a ser irônico. "Parece que LA será apenas Kobe aqui", anunciou o organizador. Pois é, já tinha sido assim na quadra.

Pelo lado do Boston, Pierce contou com a ajuda de Rajon Rondo (18 pontos, 8 assistências e 5 rebotes, apesar dos 7 desperdícios) e Kevin Garnett (18 pontos e 10 rebotes). Ray Allen voltou a pagar mico da linha de três (0-4), mas a ajuda já estava garantida. E agora? Será que Kobe & Cia conseguem a virada? Com a palavra, o "& Cia".

sexta-feira, 11 de junho de 2010

DIRETO DO BANCO




Houve um time que jogou como time, e o outro não. Por isso a final da NBA está empatada em 2-2. O Boston Celtics mostrou ontem a força do banco para bater os Lakers por 96-89 e deixar tudo igual na decisão. É curioso como um jogador como Glen Davis – que não tem a menor pinta de jogador de basquete – consegue aparecer em momentos importantes para o time verde. Ontem foi assim.

Ajudado pelos 12 pontos de Nate Robinson, Davis meteu 18, sendo metade no último quarto, quando os reservas de Doc Rivers deram uma lição nos titulares de Phil Jackson. "É muita vontade, só isso", disse Davis, sendo duro demais com ele mesmo, para logo depois jogar a modéstia a escanteio: "É disso que as lendas são feitas". Ok, Big Baby, menos.

Os Lakers contaram com 33 pontos de Kobe Bryant, 21 de Pau Gasol, 10 de Lamar Odom... e a partir daí a coisa começa a minguar. Muito pouco para uma final. Fato é que o time de Los Angeles já não pode mais fechar a série em Boston. Terá de voltar para casa. Mas quando tudo está empatado, é o jogo 5 que costuma ditar o desfecho de uma série melhor de sete. Marque aí na sua agenda: domingo, 21h.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

O MVP




Rolou na noite de quinta-feira a festa de premiação para os melhores do NBB, e mais uma vez ficou evidente um problema meio insolúvel que atinge ligas esportivas do mundo todo: a necessidade de fazer a votação antes do fim do campeonato. Marcelinho Machado, vice-campeão com o Flamengo, deixou a sede do Pinheiros com quatro troféus: cestinha, melhor ala, craque da galera e MVP. Vou me ater ao último.

O jogador do Fla manteve sua boa fase individual ao longo do torneio, meteu 63 pontos em uma partida, decidiu várias outras, fez cesta da vitória nos playoffs contra Franca, e foi tudo isso que o credenciou para ser eleito como melhor jogador do campeonato. Se a liga tivesse esperado até o último instante (sei que a logística seria complicada), talvez o resultado fosse outro.

Porque Marcelinho sumiu justamente na hora de decidir o torneio, nos jogos 4 e 5 da final contra o Universo. Fez apenas dois pontos na quarta partida, quando atuou por pouco tempo, enrolado com faltas. E marcou apenas um ponto no segundo tempo do duelo decisivo em Anápolis. É como Oliver Kahn, que foi eleito o melhor da Copa de 2002 e bateu roupa na final. Bem marcado, Marcelinho sucumbiu, enquanto Alex – sem o mesmo brilho do rival ao longo do torneio – tomou as rédeas e levou a equipe brasiliense ao título. Alex foi o melhor jogador do melhor time. Para mim, o MVP.

Das outras categorias (veja aqui a lista completa), só discordo do prêmio de melhor técnico, entregue a Lula Ferreira. Fico com Paulo Murilo, e aqui não vai nenhum corporativismo blogueiro. O técnico do Saldanha da Gama foi, de fato, quem adicionou algo diferente ao caldeirão e colocou em prática um basquete mais parecido com o que a gente gostaria de ver em todos os times Brasil afora.



E você, concorda com os prêmios? Diga na caixinha.

DOIS PONTOS


))) Fábio Balassiano bateu um papo com o espanhol Carlos Colinas sobre a convocação da seleção brasileira feminina. Vale a pena conferir a conversa no Bala na Cesta. Clique aqui e leia.

))) O Palmeiras apresenta neste quinta-feira seu novo técnico: José Neto, que estava há um tempo sem clube. Boa notícia para o assistente da seleção. Melhor mesmo que ele esteja em ação.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

O GATILHO EMPERRADO




A correria do trabalho na redação (sim, a Copa já me engoliu) não permitiu que passasse por aqui para comentar o jogo 3 da NBA ontem. A resposta dos Lakers foi rápida, com uma vitória por 91-84 em Boston, construída em boa parte pelas mãos de Derek Fisher, que brilhou nos momentos decisivos. Kobe Bryant fez 25 pontos em três quartos e terminou com 29, além de sete rebotes e quatro assistências. Fato é que, se os Celtics quiserem botar o anel no dedo, terão de vencer pelo menos mais uma na Califórnia.

O que mais me chamou a atenção nos números do jogo 3, contudo, foi Ray Allen. Após bater o recorde de bolas de três numa partida de final, o veterano teve talvez a pior atuação de sua vida na quinta-feira. Allen errou todos os seus 13 arremessos, sendo oito da linha de três. Incrível. O vídeo abaixo, publicado no blog TrueHoop, disseca a performance e mostra que houve de tudo um pouco: boa defesa dos Lakers, bloqueios ruins do Boston, e pontaria descalibrada pura e simples.

OLHO NAS VETERANAS




Não sei se Carlos Colinas conhece Damiris (foto) ou Tássia, as adolescentes que vêm se destacando nas seleções de base. Talvez tenham sido dicas da Janeth. Que sejam. Os dois nomes são acertos na lista do técnico espanhol, que mandou bem ao mesclar jovens revelações com veteranas. As duas meninas precisam mesmo dessa convivência com as mais velhas e certamente estarão em listas futuras, quem sabe em 2012. Por agora, o caso delas está bem resolvido. Para o Mundial, contudo, não é nelas que devemos pensar. As preocupações são outras.

As adolescentes não vão fazer diferença na República Tcheca. Salvo algum milagre, sequer estarão lá. No curto prazo, a campanha do Brasil no torneio mais importante do ano depende mesmo é das mais cascudas. E algumas das convocadas vêm sofrendo ultimamente com altos e baixos, casos de Micaela, Karen, Palmira, Mamá, Kelly e Fernanda Beling. Por isso me parece cada vez mais importante ficar de olho e saber se...

... Adrianinha estará pronta para comandar a armação.

... Alessandra ainda vai dar conta do recado embaixo da cesta.

... Érika vai se apresentar em boas condições após a WNBA.

... Iziane vai ser menos individualista do que geralmente é.

... Franciele vai manter a evolução com a camisa amarela.

... Colinas vai montar um bom trabalho tático nos treinos.

É esse grupo, com um ou outro adendo, que vai liderar a seleção no Mundial. Tirando Fran (foto), não temos jogadoras jovens capazes de encarar responsabilidade muito grande agora – fruto do ridículo trabalho de renovação nos últimos anos. Então não adianta colocar o carro na frente dos bois. Damiris e Tássia, que surgem como um sopro de esperança, estão na lista apenas para ganhar experiência e não podem ser jogadas na fogueira. Ao menos por enquanto. Devagar com as meninas, Colinas. E olho nas veteranas.

terça-feira, 8 de junho de 2010

A LISTA DE CARLOS COLINAS


O técnico espanhol chamou 18 jogadoras para a seleção feminina adulta. Tem gente nova (Nádia, Tássia, Damiris) e gente das antigas (incluindo, claro, Iziane). Dê uma olhada nos nomes e diga o que achou. Mais tarde eu volto para comentar.

Alessandra – Pivô
Érika Souza – Pivô
Nádia Colhado – Pivô
Damiris Amaral – Pivô
Kelly Santos – Pivô
Mamá – Pivô
Franciele – Pivô
Fernanda Beling – Ala
Sílvia Gustavo – Ala
Iziane – Ala
Micaela – Ala
Karen – Ala
Helen Luz – Ala-armadora
Tássia Carcavalli – Armadora
Cristina Carvalho – Ala-armadora
Palmira – Ala-armadora
Adrianinha – Armadora
Natália – Armadora

FALA QUE EU TE ESCUTO:


>>> "Não voltaremos para LA!"

PAUL PIERCE, ainda dentro da quadra, nos minutos finais do jogo 2 da final da NBA contra o Los Angeles Lakers. A frase foi captada pelas câmeras quando Pierce levantava Kendrick Perkins, que havia recebido uma falta dura de Pau Gasol. O assunto, claro, ganhou manchetes nos EUA, o que me parece um certo exagero. Mas é curioso notar que o ala, desde a série contra o Orlando, assumiu um papel de provocador. O fato de ele estar motivado a esse ponto é uma boa notícia para os Celtics, mas cá entre nós, acho que Pierce & Cia ainda voltam para LA sim. Ganhar três seguidas em casa parece uma missão difícil contra os atuais campeões. E você, o que acha? Diga aí na caixinha.

VEM AÍ A LISTA DO COLINAS




Nesta terça-feira, às 11h, a CBB vai publicar em seu site a convocação de Carlos Colinas para a seleção feminina. O espanhol voltou ao Brasil apenas na sexta e, desde sua contratação, viu muito pouco do cenário nacional. De longe, dá para prever que será uma lista baseada em "estrangeiras" e com poucas apostas domésticas – talvez indicadas por Hortência ou pelos assistentes Tarallo e Janeth. No PBF, o Bert fez uma pesquisa por posições e mediu o gosto dos torcedores para esta nova fase da seleção. As mais lembradas foram:

- Armadoras: Adrianinha, Natália, Helen, Gattei e Bethânia.

- Alas: Silvinha Luz, Sílvia Gustavo, Iziane, Cris e Karla.

- Pivôs: Érika, Fran, Nádia Colhado, Kelly e Alessandra.

O resultado tem poucas surpresas, como a liderança de Silvinha na ala, mas mostra que o povo anda meio cansado de algumas figurinhas carimbadas nas últimas convocações, como Karen, Micaela, Chuca, Êga, Mamá, Karina Jacob, Fernanda Beling, Palmira & Cia. Mesmo não sendo algo científico, está claro que a torcida quer renovação e mudança de rumos. E aí, Colinas?

segunda-feira, 7 de junho de 2010

PROMOÇÃO: BARCELONA


O Caja Laboral do MVP Tiago Splitter e de Marcelinho Huertas despachou o Real Madrid no fim de semana para avançar à decisão da Liga ACB contra o Barcelona. E é justamente o clima europeu que inspira a volta das promoções ao Rebote. Está em jogo uma camisa de malha do Barça, que o Gustavo Sousa trouxe de Paris, onde viu o Final Four da Euroliga. Pronto para ganhá-la? Então escreva para participar do sorteio: reboteblog@hotmail.com. Não esqueça de incluir "Barcelona" no assunto e nome e endereço completo no corpo da mensagem. Boa sorte!

A ARTE DE COMPETIR SEMPRE






Faltavam 10 segundos para terminar o jogo 2, placar mais do que decidido, e Paul Pierce agarrou Pau Gasol embaixo da cesta para impedir dois pontos que seriam irrelevantes àquela altura. Este é o Boston Celtics. O time que agora tem a vantagem do mando de quadra na final da NBA, após vencer em Los Angeles por 103-94 e igualar a série em 1-1. É, na essência, um time cascudo, que vai dificultar cada ação do adversário. Mesmo que não signifique nada. Só pelo prazer de estragar o prazer alheio. Se preferir, claro, pode chamar também de competitividade.

É por isso – e pela experiência que transborda em seu elenco – que o Boston superou rivais até mais gabaritados como Cavs e Magic. E agora já dá seu cartão de visitas aos Lakers, com um quarto período de gente grande capitaneado por um garoto de 24 anos. No triplo-duplo de Rajon Rondo, (19 pontos, 12 rebotes e 12 assistências), ele deixou a pontuação para o fim. Foram 10 no último quarto, quando o Boston aprisionou o rival numa blitz e fechou o jogo.

Bem antes disso, Ray Allen já tinha dado seu recado, batendo o recorde de cestas de três na história das finais da NBA. Foram oito, em 11 tentativas. O veterano foi o cestinha da noite, com 32 pontos, e compensou as atuações ruins de Paul Pierce (2/11 nos arremessos) e Kevin Garnett (míseros seis pontos).



No final, mostraram-se inúteis boas performances de Pau Gasol (25 pontos) e Andrew Bynum (21, além de incríveis sete tocos). Aliás, esta última não foi inútil. Ao contrário, abre uma boa janela para os Lakers no decorrer da série. Com Bynum bem, as chances do time de Los Angeles aumentam daqui em diante.

Mas ainda é muito cedo para qualquer previsão, concorda? A final da NBA está só começando. Cá entre nós, ainda bem.

domingo, 6 de junho de 2010




Antes da temporada, chegaram os reforços. Giovannoni e Nezinho se mostraram muito úteis ao longo da jornada, o restante do elenco foi mantido pela diretoria, todo mundo ajudou a fazer uma campanha sólida... mas na hora da verdade, o Universo ainda é o time do Alex. Nada mais justo que seja ele, o capitão-herói, a levantar a taça após dois anos com o grito de campeão engasgado. O ala brilhou no jogo 5 deste domingo, comandou a equipe na vitória dramática sobre o Flamengo por 76-74 e fez o time de Brasília voltar ao topo do basquete nacional.

Em Anápolis, os brasilienses quebraram a hegemonia do Rubro-Negro, que perdeu de forma digna e reconheceu os méritos do rival – vide os discursos ponderados de Marcelinho e Duda após a partida. No fim, ganhou o melhor. O que mais investiu para ser o grande campeão. O mais decisivo entre todos.

Se Marcelinho praticamente sumiu nos últimos dois jogos da série, Alex tomou o caminho inverso e se agigantou. No domingo, anotou 23 pontos, 6 rebotes, 6 assistências e os dois lances livres cruciais que garantiram a vitória. Ele e Valtinho foram duas bem-vindas fagulhas de talento num jogo repleto de erros, com os dois lados nervosos e chutando bolas de qualquer jeito (56 tiros de três no total, com aproveitamento muito ruim). No plano técnico, o que se viu no domingo não foi o que esperamos de nossos melhores times. No plano emocional, foi.



A série se desenrolou de maneira tensa, passando dos limites com o tumulto do jogo 3 – acabamos tendo um duelo para 4.500 torcedores, quando poderiam ser 16 mil. Fica a lição para os próximos anos: não se pode cochilar na missão de organizar as coisas dentro e fora da quadra. Ao menos tudo terminou em clima tranquilo, como deve ser. Os jogadores do Universo festejaram com seus filhos no colo, e os do Flamengo respeitaram o momento do rival, cabisbaixos no chão da quadra. Todos estão de parabéns. Especialmente os campeões. Especialmente Alex, o gigante.

sábado, 5 de junho de 2010

FALA QUE EU TE ESCUTO:


>>> "Não importa quem começa jogando, mas sim quem termina"



JOHN WOODEN, lenda do basquete universitário americano, morreu nesta sexta-feira, aos 99 anos. O técnico levou a UCLA a 10 títulos nacionais, sendo sete seguidos, e ficou conhecido por frases bem sacadas como aquela aí acima, que acabou virando lei no basquete. Clique aqui e veja outras. O homem vai fazer falta.