domingo, 31 de maio de 2009

STEVE NASH NO MARACA


Foto: Fred Huber (Globoesporte.com)

Leandrinho sempre disse que gostaria de trazer Steve Nash ao Brasil para ver um jogo do Corinthians no Pacaembu. Mas a primeira parada do canadense em território verde-amarelo foi no Maracanã, neste domingo, onde a dupla viu a vitória do Fla sobre o Atlético-PR.

MÉRITOS DE VAN GUNDY E CHUPETA




Não é preciso ser nenhum gênio para perceber que as diferenças entre a NBA e o NBB vão muito além de uma letra no nome. Mas os jogos deste fim de semana permitem um exercício curioso sobre um ponto que é relevante na NBA, no NBB ou em qualquer disputa esportiva: o controle emocional. Separados por 7 mil quilômetros, o Flamengo e o Orlando Magic nos brindaram com ótimos exemplos de como manter a cabeça no lugar. Vejamos.

No meio do caminho dos playoffs, a equipe da Flórida dava razão a Shaquille O`Neal, que chamou o técnico Stan Van Gundy de "mestre do pânico". O Orlando deixou evaporar uma série de vantagens no placar, entregou jogos ganhos e, mais que isso, viu Dwight Howard se voltando publicamente contra o treinador. Em algum ponto, algo aconteceu no vestiário.

Porque o Magic que vimos na série contra o Cleveland Cavaliers foi outro time, muito mais confiante e forte emocionalmente.
A prova maior veio no jogo 6, com a boa diferença aberta no primeiro tempo e a calma para não perdê-la no segundo. Van Gundy não só bolou um caminho tático e, por exemplo, "achou" Mickael Pietrus para marcar LeBron, mas também tirou da cartola uma solução psicológica para manter o elenco sob controle.

No Rio, o Flamengo sofreu do mesmo problema ao longo do NBB. Não foram poucas as vantagens de placar desperdiçadas, com a diferença de que, até pela fragilidade dos rivais, isso raramente se traduziu em derrotas. No jogo 3 de sábado contra Joinville, vimos no Tijuca um Flamengo fortíssimo no aspecto psicológico.

Treinador contestado, Paulo Chupeta esperou o time abrir 20 pontos e, ali na metade
da partida, retirou de quadra titulares como Marcelinho, Baby, Jefferson e Hélio. Os reservas entraram e não só fizeram a diferença pular para 28 como deram um show de controle emocional. Evitaram precipitações, fizeram o relógio correr e fecharam a tampa.

Se os altos e baixos do Orlando e do Flamengo voltarão nas finais da NBA e do NBB, só vamos saber quando a bola subir.
Mas haja o que houver, os criticados - por mim, inclusive - Van Gundy e Chupeta têm méritos indiscutíveis em sua campanhas. Mesmo separados por uma distância de 7 mil quilômetros.

))) No Twitter do Rebote: Brasília vira a série contra o Minas; Orlando já cogita usar Jameer Nelson na final; Fábio Balassiano analisa a triste derrota do Brasil para o Uruguai no sub-17.

sábado, 30 de maio de 2009

MADRUGADAS




Plantão de madrugada na redação é fogo. Ainda bem que só acontece duas vezes por ano. Mas está acontecendo agora, por isso as atualizações por aqui ficam bagunçadas. Entre uma cochilada e outra, estive no Tijuca, onde o Flamengo abriu 2-0 sobre o Joinville, e estarei lá de novo logo mais, desta vez comentando pelo SporTV. Bem longe do Rio, o Los Angeles Lakers despachou o Denver e está novamente na final da NBA. Obviamente não consegui ver
o jogo 6, então deixo os comentários para vocês. Em algum momento do fim de semana eu volto - espero. Abraços.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

GENIAL POR OBRIGAÇÃO




Com a corda no pescoço, o Cleveland reencontrou seus fantasmas na noite de quinta-feira. Empurrado pela torcida, o time abriu 22 pontos de cara no primeiro período e já parecia decolar para uma daquelas surras implacável no Orlando. Implacável, na verdade, foi o Magic, que buscou energias sabe-se lá onde para reagir e passar à frente. Tudo parecia caminhar para o definitivo 4-1, até que o sentido de urgência brotou em LeBron James. Pronto.

Após um quarto período cheio de erros no jogo 4, LeBron não cometeu nenhum nos últimos 12 minutos da partida de quinta-feira. E o dado se torna ainda mais impressionante se notarmos o quanto ele se expôs ao erro na reta final. O camisa 23 chegou a participar, finalizando ou passando, de 32 pontos consecutivos do Cleveland. Incrível. Terminou com a marca de 37 e completou o show do triplo-duplo com 14 rebotes e 12 assistências.

Os amigos que Kobe teve na quarta-feira, LeBron teve na quinta. Mo Williams (24 pontos), Zydrunas Ilgauskas (16), Delonte West (13), Daniel Gibson (11) e Anderson Varejão (sete pontos, oito rebotes, dois tocos) ajudaram bastante. Mas não se enganem. Por mais que o basquete seja um jogo coletivo, e por mais que
a gente defenda isso aqui, foi James que arrancou esta vitória.

E ele sabe bem que a atuação genial foi pura obrigação. Sabe também que aquele arremesso milagroso no segundo duelo não impedirá uma chuva de pedras em caso de eliminação. Para o (injusto) rótulo de fracassado voltar, basta perder a série e ficar fora da final.

Do lado do Orlando, a partida não era mesmo esta; é a próxima. O time do Stan Van Gundy precisa entrar com força total para fechar a série no sábado. Ninguém na Flórida quer pensar na possibilidade de permitir um jogo 7 em Cleveland. Mas que a série ainda está aberta, está. Ou você acha que não está?

quinta-feira, 28 de maio de 2009

EQUILÍBRIO MINEIRO




Com boa regularidade ao longo dos quatro períodos, o Minas sobrou no jogo 1 da semifinal contra o Brasília. O ataque encontrou várias armas - seis jogadores fizeram ao menos nove pontos - e as duas melhores peças ofensivas do elenco brilharam: Shipp, com
25 pontos, e Murilo, com 21.
A estatística dá 17 assistências ao argentino Sucatzky, mas desconfio que houve algum erro na contagem oficial logo no início da partida, quando o número pulou para 12. Achei meio estranho.

Em todo caso, o argentino jogou bem, e a atuação coletiva na vitória por 91-78 não deixa de ser um prêmio ao time que, ao longo do torneio, sempre tentou jogar um basquete mais equilibrado do que estamos acostumados a ver por aqui. Mérito total para o técnico Flávio Davis, que vai fazendo bom trabalho.

Lula Ferreira, ao que parece, também tenta fazer o Brasília jogar com calma, mas tenho
a impressão de que, no caso dele, é mais difícil controlar os jogadores. Alex, Valtinho e Arthur, indiscutivelmente talentosos, às vezes fazem o que querem dentro da quadra. Na quarta-feira, Alex foi aos 28 pontos, mas o resultado coletivo foi um desastre: um time sem defesa, sem organização, sem alma. Só podia dar no que deu.

A qualidade do elenco credencia o Brasília a se manter vivo na série com os dois jogos que terá em casa. Mas talento não basta, é preciso ter um comprometimento que não vimos na quarta-feira.

AMIGOS NA HORA CERTA




Ao contrário do que vem acontecendo com LeBron James no Leste, Kobe Bryant teve bons amigos na noite desta quarta-feira. Bem marcado no quarto período do jogo 5 contra o Denver, o craque se viu numa enrascada. Cometeu erros, mas deu um jeito de soltar passes cruciais para os companheiros. O elenco disse presente ao longo de toda a partida. E lá estavam Lamar Odom (19 pontos, 14 rebotes, quatro tocos) e Pau Gasol (14 pontos, 10 rebotes, cinco tocos) para salvar o dia.

Apesar do bom trabalho da dupla, o que fez o time de Los Angeles ganhar o jogo foi o incrível comprometimento defensivo na reta final. Após três quartos de placar-espelho (25-25, 31-31, 20-20), o time da casa grampeou os Nuggets, que passaram a arremessar mal no momento em que mais importava. Na virada do terceiro para o quarto, foram 11 arremessos errados em sequência (21-3 Lakers no placar). Fica difícil ganhar assim.

Como o próximo jogo será no Pepsi Center, o Denver ainda tem esperanças de ir ao jogo 7. Mas uma virada a esta altura do campeonato seria mais do que heroica. Começa a se desenhar em tons fortes uma final entre Black Mamba e Super-Homem. Será? Diz aí.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

ORLANDO, TERRITÓRIO DEFENDIDO






Quando LeBron James subiu para aquele último chute, quase do meio da quadra, e a bola ganhou arco, pronto: epidemia de frio na barriga assolando torcedores de Cavs e Magic durante um segundo. Mas milagre não se vê toda hora e, cá entre nós, desta vez LeBron nem merecia. Não que ele tenha jogado mal, afinal anotou 44 pontos, 12 rebotes e sete assistências. Mas o craque do Cleveland tomou muitas decisões erradas na reta final, jogou passes no escuro e terminou o jogo 4 com oito desperdícios. Feio.

Pois já gastei um parágrafo falando do time que perdeu, então é hora de louvar o Orlando, que deu um show de tática nos momentos decisivos. Primeiro com alguns excelentes posicionamentos defensivos. Depois com uma guinada ofensiva brilhante na virada para a prorrogação. O time da casa, que tinha derramado uma chuva de bolas de três ao longo da partida, subitamente migrou para o garrafão. Ciente de que Anderson Varejão tinha cinco faltas, Dwight Howard abriu o período extra com três cestas em sequência - incluindo duas sonoras cravadas. Era o golpe que derrubaria os Cavaliers.

D-12 registrou 27 pontos, 14 rebotes, quatro passes e três tocos. Forçou uma bola presa num lance defensivo extraordinário, bloqueando LeBron, e acertou dois lances livres cruciais na hora mais importante do jogo. James ainda ensaiou o heroísmo com um tiro espírita de três, mas sua bola seguinte, do meio da rua, não caiu. Contra o time famoso por não sofrer derrotas em seus domínios, é o Orlando que está dando aula de defender território.

Agora a turma azul viaja para Ohio com a faca e o queijo na mão. Não dá para dizer que são favas contadas, até porque os Cavs jogam a próxima em casa. Não convém duvidar de nada. Bem, seja lá quem passe, os playoffs continuam subindo a ladeira. Tirando a arbitragem, desastrosa, há muito tempo o mata-mata da NBA não era tão prazeroso de assistir.

))) No Twitter do Rebote: mais uma ou duas linhas sobre apitos.

SANGUE FRIO




Como a minha estrela brilha de forma sempre surpreendente, na noite de terça-feira a NET ficou fora do ar na redação do Globoesporte.com, e o único ponto de SKY estava com o sinal engasgando de maneira irritante. Resultado: conferi Flamengo x Joinville entre um congelamento e outro da TV. Mas falando em congelamento, deu pra perceber o sangue frio de Marcelinho ao cobrar os lances livres decisivos, diante de um ginásio lotado, com quatro segundos no relógio. Vitória dramática do Flamengo por 88-86.

Com dois jogos em casa pela frente, a vantagem do Rubro-Negro é enorme. Joinville perdeu uma grande chance de iniciar a série com uma vitória. O time chegou a abrir 10 pontos (ou foram 12?) no terceiro quarto, mas logo em seguida sofreu um apagão e deixou a equipe carioca virar. É o tipo de erro que custa caro contra um adversário de bom nível. Agora a missão de virar o confronto fica muito difícil. Você acha que dá? Diga na caixinha.

terça-feira, 26 de maio de 2009

AS SEMIFINAIS DO NBB




Começam hoje as semifinais do NBB, com Flamengo e Joinville se enfrentando no (certamente lotado) ginásio Ivan Rodrigues, em Santa Catarina - o SporTV mostra às 19h. Na quarta, às 20h, o Brasília visita o Minas, também com transmissão ao vivo. De fato, são os quatro times que jogaram o melhor basquete ao longo do campeonato. A surpresa é ver os paulistas ficaram fora da festa, e os problemas foram vários: lesões (Franca, Limeira, Paulistano), limitação tática (Pinheiros), alguma falta de experiência (Bauru), deficiência técnica (Assis, Araraquara e São José). Fato é que restaram quatro candidatos ao título. Quem será que vai à final?



No duelo entre o melhor ataque e a melhor defesa do NBB, eu espero, antes de mais nada, uma chuva de bolas de três. São duas equipes que adoram soltar pombos sem asa. Mas não é isso que vai decidir a série. Nos dois jogos da fase regular, Marcelinho deitou e rolou (26 pontos no Rio, 34 em Santa Catarina). No bom duelo de pivôs, cada um fez seu dever de casa (Baby com 24 pontos e 11 rebotes no Tijuca, Shilton com 17+18 em Joinville). O Flamengo é mais time e, claro, carrega o favoritismo, mas vai correr riscos se repetir os altos e baixos das partidas contra o Pinheiros. Portanto, Paulo Chupeta precisa evitar as habituais precipitações. Do outro lado da quadra, Alberto Bial tem de saber a hora certa de lançar suas variações de quinteto, com André na armação para fortalecer a defesa, por exemplo. São botes que costumam dar certo, mas para eliminar o Rubro-Negro, Joinville tem de jogar no seu limite durante toda a série - e a vitória no jogo 1 é fundamental para os catarinenses.



Além de ter a vantagem do mando de quadra, Brasília carrega o retrospecto de ter vencido as duas partidas na fase de classificação - uma delas sem Valtinho. Mas tem tudo para ser espetacular a série entre os times de Lula Ferreira e seu ex-assistente na seleção, Flávio Davis. A começar pelos confrontos individuais dentro das quatro linhas. Valtinho e Sucatzky estão entre os melhores armadores em atividade no país, e as equipes dependem muito do rendimento dos dois. No garrafão, outro embate interessante, entre o jogo mais físico do Brasília (com Cipriano e Estevam) e o estilo mais leve do Minas (com Murilo e Ricardo). Ali embaixo da cesta, levo mais fé nos mineiros. No perímetro, a turma da capital leva vantagem, com Alex e Arthur encarando Shipp e Soró. Cinco jogos? Quem sabe...

))) No Twitter do Rebote: o Fla, enfim, arrumou um teto caso vá à final; e tem brasileiro entrevistando o fenômeno Ricky Rubio.

TODOS POR UM




Muita gente em Denver acha que foi o jogo mais importante da história da franquia. E o ala Carmelo Anthony foi barrado na festa por seu próprio tornozelo, torcido no primeiro tempo. Sem o craque 100%, seria possível bater o embalado Los Angeles Lakers? Ainda mais numa noite em que Kobe Bryant faz 34 pontos, sendo 14 no quarto período? A única saída era um incrível esforço coletivo. Feito.

O esforçado Carmelo fez 15 pontos e deu cinco passes, mas ficou em 3/16 nos chutes). Tudo bem, porque, tirando o trio garbage Balkman-Petro-Hart, que ficou menos de dois minutos em quadra, todos os jogadores de uniforme branco tiveram momentos de protagonismo. Nenê (14 pontos, 13 rebotes, seis assistências), Billups (24 pontos), Martin (13+15reb), Kleiza (10 pontos), Andersen (14 rebotes e dois tocos), todo mundo fez bonito.



E ninguém brilhou mais que o reserva JR Smith, com 24 pontos, incluindo duas cestas de três cruciais no último quarto, no exato momento em que Kobe Bryant começava a se transformar em Black Mamba. O período final foi feio e truncado, cheio de faltas
e lances livres, mas a torcida dos Nuggets não estava nem aí para o belo. Vitória inapelável (120-101), série empatada: 2-2.

Segunda-feira foi dia de luta-livre no Staples Center - a mesma que estava marcada para Denver e acabou transferida. Amanhã, será dia de basquete no palco dos Lakers. Promessa de jogão.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

CONTATO




Do início ao fim, sobraram encontrões, cotoveladas, olho cortado, empurra-empurra e faltas, muitas, muitas faltas. Com um jogo 3 extremamente físico entre Orlando e Cleveland, era natural que o povo visitasse bastante a marca dos lances livres. E quem fez bonito por lá foi justamente o dono do maior físico da NBA, conhecido por amassar o aro quando pisa na linha fatal. Dwight Howard acertou 14 dos 19 tiros livres e sacramentou uma vitória crucial para o Magic: 99-89, 2-1 na série, vantagem considerável.

Nos números, LeBron James até fez o seu, com 41 pontos, nove assistências e sete rebotes. Mas quem viu o jogo certamente notou que o craque cometeu pecados graves na reta final, além do índice ruim nos chutes: 11/28. Sem contar que ele anda jogando sozinho – Williams e West deram ajudas discretas; os outros, nem isso. Do outro lado da quadra, o ataque foi mais equilibrado: Howard (24), Alston (18), Pietrus (16), Lewis (15), Turkoglu (13, muito mal nos chutes, com 1/11).

Agora o jogo 4 virou questão de vida ou morte para o Cleveland. Se o Orlando mantiver o ritmo e vencer na terça-feira, põe a mão na final do Leste. E você, aposta em quem? Diga na caixinha.

domingo, 24 de maio de 2009

A RESPOSTA DE KOBE




Kobe Bryant entrou no jogo 3 sabendo que o Denver Nuggets é uma espécie de time da moda na NBA. E aqui não vai nenhum tom pejorativo: foram duas excelentes séries contra New Orleans e Dallas, somadas a duas ótimas atuações em Los Angeles. Kobe sabia que, para não perder o controle da ação, era preciso dar uma resposta. E a resposta foi dada no sábado, com os 41 pontos e as jogadas decisivas na vitória por 103-97. Tudo isso aconteceu no Pepsi Center, onde os Nuggets não perdiam há quase três meses.

Com um arremesso de três em cima de JR Smith e lances livres cruciais nos últimos segundos, Kobe fez o que dele se esperava: liderou. Carmelo Anthony, que vinha muito bem, fracassou diante da sua torcida. Anotou apenas três pontos no segundo tempo, o que faz da luta pela vitória uma missão quase impossível para o Denver. Por essas e outras, os Lakers venceram o quarto período por 32-18. Ah, e com direito a roubada espetacular de Trevor Ariza numa reposição de bola - acho que já vi esse filme, hein.

Com 2-1 na série, o time da Califórnia não pode se dar ao luxo de relaxar. O Denver volta a jogar em casa na segunda, e Carmelo dificilmente repetirá a atuação desastrada de sábado (4/13 nos arremessos, quatro desperdícios, seis faltas). O confronto segue aberto, como convém aos melhores playoffs dos últimos tempos.

sábado, 23 de maio de 2009

RELÓGIO BATIDO


O site da revista Sports Illustrated fez um levantamento das jogadas espetaculares que aconteceram até agora nesta edição dos playoffs da NBA. Só entram lances que decidiram partidas nos últimos segundos. De fato, não faltou emoção. Divirta-se.

LeBron James no jogo 2 contra o Orlando Magic:



Ray Allen no jogo 2 contra o Chicago Bulls:



Carmelo Anthony no jogo 3 contra o Dallas Mavericks:



Glen Davis no jogo 4 contra o Orlando Magic:



Hedo Turkoglu no jogo 4 contra o Philadelphia 76ers:



Paul Pierce no jogo 5 contra o Chicago Bulls:



Andre Iguodala no jogo 1 contra o Orlando Magic:



Deron Williams no jogo 3 contra o Los Angeles Lakers:



Thaddeus Young no jogo 3 contra o Orlando Magic:

O ARREMESSO DA VIDA




Em apenas um segundo, ele foi de um trágico 0-2 a um 1-1 cheio de moral. O que LeBron James fez na partida desta sexta-feira concorre para se tornar a coisa mais espetacular de sua carreira.



O chute improvável, inacreditável e inapelável após a reposição de bola com um segundo no relógio tira o Cleveland de um beco sem saída. Se o Orlando deixa a Quicken Loans com 2-0, e ainda por cima com o arremesso heroico de Hedo Turkoglu, o título do Leste provavelmente seria uma questão de tempo para o Magic.

Anulado pela ótima defesa de Mickael Pietrus na maior parte do último quarto, LeBron teria saído de quadra com um peso enorme nas costas. Bater o Magic nos jogos 3 e 4 seria uma missão quase impossível. Em um segundo, tudo mudou.

É claro que a vantagem do mando de quadra continua com os adversários, mas LeBron ganha uma moral absurda para o decorrer do confronto. Este arremesso no fim da partida número 2 passa a ser - salvo grave esquecimento - o mais importante não só da carreira do craque, mas da história do Cleveland Cavaliers. É lance para ser lembrado por muito tempo.



Cabe ao Orlando agora esfriar a cabeça e pegar o avião fingindo que foi uma derrota normal. É difícil, porque não foi. E não tenha dúvida de que os Cavs estarão espumando no domingo, quando a bola subir para o jogo 3. Que série! Que playoffs, amigos!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

EMOÇÃO DOS DOIS LADOS




Cá estou após um dia inteiro sem conseguir atualizar o blog, mas vamos em frente. A final
do Oeste continua rendendo emoção até o fim das partidas, e o Denver Nuggets roubou na noite de ontem a vantagem do mando de quadra. Com belas atuações de Carmelo Anthony (34 pontos) e Chauncey Billups (27), a equipe de George Karl venceu por 106-103 e igualou a série em 1-1. Nenê, que anotou seis pontos, nove rebotes e seis assistências, apareceu bem em três lances na reta final: o passe para Kenyon Martin, a ajuda no desarme em Kobe Bryant e a defesa no chute de Derek Fisher.

O Denver continua jogando o melhor basquete do Oeste, mas isso não é o bastante para festejar por antecipação a vaga na final da NBA. Mesmo com os dois próximos jogos no Colorado, não dá para desprezar o Los Angeles Lakers. Ou alguém se surpreenderá se Kobe roubar um jogo na casa do rival?

Falando em surpresa, o Orlando aprontou em Cleveland e incendiou a final do Leste logo no primeiro confronto. No dia em que a Quicken Loans estava em dia de Tijuca e viu o relógio de arremesso cair numa cravada de Dwight Howard, o Magic soube reagir e controlar o jogo mesmo com os 49 pontos de LeBron James. Será que a turma de Van Gundy tem bala para emplacar um 2-0 hoje à noite? Veremos logo mais. Só sei que as decisões de conferência começaram de forma fantástica. Concorda?

))) No Twitter do Rebote: os playoffs do Novo Basquete Brasil.

A PRIMEIRA LISTA DE MONCHO




É difícil tirar alguma conclusão sobre a primeira lista do técnico Moncho Monsalve, anunciada nesta quinta-feira (veja aqui). A ideia é dar rodagem a alguns jogadores e fazer uma espécie de vestibular para o grupo que vai à Copa América. Por isso estão lá os nomes que a gente comentou aqui outro dia (Benite, Fiorotto e Betinho), além de Olivinha, Mineiro, Dedé, Teichmann e gringos como Paulão, Tavernari e Cipolini. Até aí, tudo muito justo.

Mas seleção requer uma dose mínima de merecimento, certo? Por mais promissor que seja Raulzinho, ele sequer entra em quadra no Minas. Parece óbvio que o garoto tem algum talento e não está na lista só porque seu pai é assistente técnico, mas não seria o caso de esperar mais um pouco antes de lhe dar a camisa amarela? A interrogação se aplica também a outros atletas que – confesso – nunca vi atuar, como Jordan Burger e Jhonatan Luz. Espero que Moncho tenha visto.

A convocação não tem "medalhões" do NBB como Marcelinho, Alex e Valtinho, mas tem os pivôs Baby e Murilo. Será que os
dois foram "rebaixados" para a seleção B? Sob quais critérios? Eles estão jogando muito mais agora do que no ano passado.
O mesmo vale para atletas contestados, como Manteiguinha
e Shilton, que estavam no grupo do Sul-Americano em 2008, melhoraram em quadra neste ano e agora estão ausentes.

E você? Concorda com a lista do Moncho? Mexeria algum nome?

quarta-feira, 20 de maio de 2009

KOBE E CARMELO NO ESPELHO




Foi um jogo de ataques. Não que Kobe Bryant e Carmelo Anthony tenham fracassado na defesa, mas foi na parte ofensiva que eles brilharam na noite de terça-feira. Os dois tiveram números praticamente idênticos: seis rebotes, quatro assistências, um toco, nenhuma roubada. O brilho de Kobe, no entanto, teve um ponto a mais (40-39), e o Los Angeles Lakers abriu 1-0 na final do Oeste com uma vitória dramática (105-103).

A irregularidade dos californianos continua lá, tanto que o time passou boa parte do jogo correndo atrás do placar. Na hora H, pequenos detalhes pesaram na balança, e o maior deles foi a reposição de Anthony Carter interceptada de forma espetacular por Trevor Ariza a 30 segundos do fim (foto abaixo). Depois disso, Chauncey Billups ainda meteu uma cesta de três, e a arbitragem moscou feio, porque o armador pisou fora da quadra antes de saltar para o arremesso. Juízes míopes, lá como cá.



Os Lakers deram a primeira estocada, e os Nuggets perderam uma boa chance de roubar a vantagem do mando de quadra. Em todo caso, pelo equilíbrio inicial, a expectativa é de uma grande série com grandes jogos. Mais seis, quem sabe, para ficar bonito.

))) Como agora não teremos mais que uma partida por dia, o card ficaria meio repetitivo. Ele volta ao fim desta fase, para escolher o craque das finais de conferência. Alguém desbancará LeBron?

COM ARO TORTO, FLA AVANÇA




No jogo 3 do Tijuca, o roteiro se repetiu (o Fla abriu vantagem, deixou o rival virar e venceu), desta vez com duas diferenças:
1) a partida foi tensa ao extremo, principalmente no segundo tempo; 2) a vitória por 87-84 fechou a série e deu férias ao Pinheiros. Os 3-0 do confronto são um tanto enganosos, e a equipe paulista incomodou muito mais que o esperado. Em todo caso, o Fla confirma o favoritismo e avança para as semifinais.



Sobre o jogo, mérito (quase silencioso) de Fernando Mineiro, que falhou muito no ataque, mas freou o ímpeto de Marquinhos na defesa. Aplausos para Marcelinho e Olivinha, ótimos, vaias para
a arbitragem, que, após expulsar o técnico Claudio Mortari, ficou horas ouvindo as intermináveis reclamações dele, retardando
o início do segundo tempo, e ainda permitiu que ele ficasse o tempo todo à beira da quadra, na grade de acesso ao vestiário.

A diretoria rubro-negra está perto de um acordo para jogar uma eventual decisão do NBB na Arena Olímpica. As semis, contra Joinville ou Limeira, ainda serão no Tijuca. E por mais que nós, cariocas, tenhamos um certo afeto pelo ginásio, é uma vergonha que a fase decisiva de um torneio nacional seja disputada ali.

O Tijuca tem apenas uma (minúscula) via de entrada e saída para torcida; a quadra é toda descascada; o placar eletrônico tem os nomes das equipes escritos de forma tosca e improvisada. Como
se não bastasse, um dos aros está frouxo e fica torto a cada enterrada (foto). O senhorzinho do rodo foi acionado quatro vezes e, com sua vassoura em punho, empurrava para cima o aro caído. Cena triste.

))) No Twitter do Rebote: Franca aprontando em Brasília, Bauru com a mira torta em Minas, e a atuação monstruosa de Shilton.

terça-feira, 19 de maio de 2009

JÁ VI ESSE FILME




Estive no ginásio do Tijuca na noite de segunda-feira e vi uma vitória típica do Flamengo: um ótimo início de partida, defesa forte (como passou a acontecer ao longo do NBB), uma série de contra-ataques implacáveis, Marcelinho acertando a mão, Baby (foto) resolvendo embaixo da cesta. Tudo isso até atingir aquele ponto em que, de forma inexplicável, o Rubro-Negro começa a descer a montanha-russa. Foi aí que o Pinheiros cortou para apenas quatro pontos uma diferença que foi a quase 20.

A reação do time paulista se deve quase exclusivamente a Marquinhos, que jogou sozinho - alguns lances chegaram a ser cômicos, parecia 1 x 5. O ala terminou com 37 pontos, mas o basquete ainda é um jogo coletivo, e por isso o Flamengo venceu por 92-85. Com 2-0 para os cariocas nas quartas de final, a série pode terminar na terça-feira, de novo no Tijuca. O SporTV mostra.

))) Ainda sobre o Pinheiros: Benite pode ser jovem demais para a seleção, mas já é mil vezes melhor que o titular Bruno Mortari.

))) No Twitter do Rebote: o outro jogo da noite de segunda-feira; Marcelinho chateado com a diretoria; Olivinha e a seleção.

NBA: O CARD DO SEGUNDO ROUND



Ainda lembra dele? LeBron James passou os últimos dias relaxando, mas antes de embarcar na final do Leste contra o Orlando Magic, o craque volta para receber o card como melhor jogador das semis de conferência. Em quatro jogos contra o Atlanta, LeBron teve médias mais modestas que as da primeira rodada, mas foi o suficiente para garantir a segunda varrida consecutiva e o segundo card de melhor do round.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

OS NOVOS ELEITOS DE MONCHO




Desde o início do NBB, muita gente (inclusive eu) vinha cobrando a presença do técnico Moncho Monsalve no Brasil para acompanhar os jogos. Afinal, juntar todos os nossos atletas estrangeiros nas convocações tem sido uma missão impossível e, diante disso, seria inevitável convocar alguns "caseiros". Alegando que só poderia aparecer após as eleições na CBB e que precisava observar os "gringos" na NBA e na Europa, Moncho garante que acompanhou a primeira fase do NBB por vídeos.

Agora que chegou ao país, o espanhol começou a soltar nas entrevistas alguns nomes domésticos que podem figurar na próxima lista. Espero estar errado, mas a avaliação me parece meio aleatória e imprecisa. O primeiro citado foi Vitor Benite, do Pinheiros. Depois, ele falou de Fiorotto e Betinho, do Limeira.

Os três são bons, diga-se. Mas antes de botar a amarelinha no trio, é preciso avaliar com calma. O jovem e promissor Benite (foto), por exemplo, nem titular é no Pinheiros. Não sei se Moncho sabe que ele ficou sem jogar durante grande parte do segundo turno e, quando voltou, cinco rodadas atrás, teve médias de 5.4 pontos, uma assistência, 1.4 erro e 0.6 rebote. Por mais que se acredite no garoto, ainda não são credenciais para a seleção brasileira.

Fiorotto (jogador que eu particularmente admiro há algum tempo) arrebentou na primeira partida dos playoffs, com o espanhol na plateia: fez 17 pontos, pegou 14 rebotes e deu quatro passes. Nos três jogos anteriores, longe do olhar do chefe, as médias foram de 7.6 pontos, 9.6 rebotes e um passe. Apenas honestas.

Betinho (foto), titular em Limeira ao lado de Fiorotto, parece ser um garoto de futuro, mas produziu, nos últimos sete jogos, 9.2 pontos, 2.8 assistências e 2.5 rebotes em 27.2 minutos. Nada de extraordinário.

Volto a dizer que acho bons os três nomes. Só temo que a avaliação de Moncho esteja deturpada pelos poucos jogos, a exemplo do que aconteceu com Duda no ano passado - no primeiro jogo que o espanhol viu no Brasil, Duda teve atuação de craque. Acabou no Pré-Olímpico. Para a seleção B, qualquer experiência é válida. Para a principal, espero que o treinador seja bem criterioso ao fazer as escolhas.