quarta-feira, 31 de março de 2010

FALA QUE EU TE ESCUTO:


>>> "Está tudo muito nublado neste momento. Provavelmente não vou jogar [o Mundial]. Existem várias decisões que eu preciso tomar neste verão antes de voltar à quadra. Terei um verão muito, muito, muito, muito ocupado. Eu adoraria se tivesse oportunidade e tempo para representar meu país, mas tenho muitas coisas a fazer antes disso"

LEBRON JAMES, dando a entender que não vai defender os Estados Unidos no Mundial da Turquia. Além das negociações para assinar seu novo contrato como passe livre, o ala dos Cavs pretende filmar um longa-metragem nas férias. E agora? Será que a declaração vai gerar um efeito-dominó com os outros jogadores?

A FALTA QUE FAZ O ANEL




"Chegou a hora de encarar os fatos: LeBron James é o próximo Michael Jordan". Foi com essa frase, na lata, que o site da ESPN colocou no ar, na terça-feira, um artigo de John Hollinger. São espertos, né, sabem que esse tipo de debate atrai uma enxurrada de cliques. Hollinger é o criador do PER, somatório estatístico que tenta traduzir toda a produção de um jogador na quadra. E a tese dele é que LeBron pode ter a melhor performance de uma temporada regular na história da NBA.



Pela estatística, o posto pertence hoje a Jordan, que teve PER de 31.89 em 1987-88 (35p, 5.5r, 5.9a). LeBron, neste ano, está ali na cola, com 31.81 (29.8p, 7.2r, 8.6a). É claro que o PER não leva em conta, por exemplo, as seguidas cestas decisivas de Kobe Bryant, ou qualquer outro elemento intangível. Por outro lado, é inegável que LeBron tem sido um monstro.

Fato é que qualquer comparação com Michael Jordan me irrita. No caso de James, por mais que as temporadas regulares sejam fantásticas (e não só no campo estatístico), ele nunca vai se aproximar do mestre enquanto não levantar sua primeira taça. Se cair no meio do caminho nos playoffs, como aconteceu no ano passado, será novamente criticado, desacreditado, malhado publicamente.

Conquistar ou não um título não é o suficiente para avaliar se o jogador está entre os grandes – vide Malone, Stockton e Barkley, só para citar três contemporâneos de Jordan. Mas se a sua ideia é comparar alguém com o maior de todos os tempos, os anéis precisam estar na mesa. Que LeBron cuide de levar o Cleveland ao topo. Até lá, o PER será só uma estatística.

terça-feira, 30 de março de 2010

APERTE O PLAY


Vejo no Bola Presa dois vídeos interessantes. O primeiro é do All-Star Game da China, no qual Stephon Marbury acerta três arremessos seguidos do meio da rua, bem atrás da linha de três:



O segundo é uma cravada monstruosa do Amare Stoudemire em cima do Anthony Tolliver no jogo entre Suns e Warriors:

COMO VÃO OS HERMANOS?




Muito se especula sobre como a Argentina vai estar no Mundial da Turquia. Provavelmente será o canto do cisne de geração de ouro. Será que eles estão velhos demais? Será que vão segurar a onda fisicamente? Terão força para rivalizar com medalhões do calibre de EUA e Espanha? Na Copa América, a seleção de Sergio Hernández deu suas rateadas, mas evoluiu e só caiu nas semifinais. Aquele time não tinha os caras da NBA, exceção feita a Luis Scola, e o elenco certamente vai se reforçar para o Mundial. Então vamos dar uma olhada no atual rendimento dos hermanos que jogam na liga americana.

Luis Scola (15.9 pontos, 8.9 rebotes, 2 passes)
O pivô do Houston Rockets atravessa, sem dúvida, o melhor momento da carreira. Aos 29 anos, o auge da forma, tem brilhado ultimamente nos EUA. Em março, sua média de pontos é de 21, sem contar um punhado de atuações monstruosas. Tudo isso sem contar a excelente Copa América em Porto Rico. Se não houver um desgaste físico por causa da maratona de partidas, tem tudo para ser o nome mais importante da seleção argentina na Turquia.

Manu Ginóbili (16 pontos, 4.8 passes, 3.8 rebotes)
Começou a temporada meio desacreditado, principalmente na parte física, mas voltou a crescer muito após a lesão de Tony Parker. No domingo, meteu 28 pontos na vitória do San Antonio sobre o Boston, mas – olha a questão física aí – já desfalcou o time na segunda com dores nas costas. "Ele não conseguiu nem vestir a calça", entregou o técnico Popovich. Se conseguir se manter de pé até agosto, é obviamente um nome perigosíssimo.

Carlos Delfino (10.8 pontos, 5.3 rebotes, 2.7 passes)
Jogando 30 minutos por partida, o ala do Milwaukee Bucks acumula os melhores números da carreira. Começou muito bem o mês de março, teve uma queda em três jogos, voltou a produzir bem, mas deu o azar de levar o pisão no pescoço que o tirou da partida contra o Miami. A lesão foi grave, mas ele deve voltar logo.

Fabricio Oberto (1.2 ponto, 1.5 rebote)
Por causa dos problemas físicos, o pivô vem definhando na NBA, com participação inexpressiva no Washington Wizards. Para se ter uma ideia, jogou 11 partidas em março e anotou um total de 13 pontos e 10 rebotes. Na Turquia, dificilmente causa impacto.

Andres Nocioni (8.4 pontos, 2.9 rebotes, 1 passes)
Atuando por 19.3 minutos a cada noite, tem os piores números da carreira. O clima em Sacramento não é dos melhores, com direito a rumores sobre pedido de troca. Ao longo deste mês, teve altos e baixos: quatro boas atuações em 11 jogos, incluindo a última, na casa do Cleveland Cavaliers.

E você, acha que a Argentina luta pelo título mundial? Diga aí.

VAI TIRAR O SACO DA CABEÇA?




Um almoço nesta terça-feira, em Nova Jersey, vai reunir o chefão dos Nets, Brett Yormark, e um fã. Um fã consciente e crítico, é bem verdade. Estará na mesa Chris Lisi, o rapaz da foto acima. Na semana passada, com esse saco de papel na cabeça, ele protestou nas arquibancadas contra a má fase da equipe. Yormark foi tirar satisfações. Hoje, eles farão as pazes.

E o cardápio acaba de ficar um pouco mais agradável. Na noite desta segunda, o New Jersey venceu o San Antonio por 90-84, espantando de vez o fantasma da pior campanha da história da NBA (9-73 do Philadelphia de 1973). Será que o cartola vai chegar para o almoço com um sorriso no rosto? E será que o fã vai manter o saco na cabeça? Se quiser saber dê uma passada no site dos Nets na hora do almoço, eles prometeram transmitir ao vivo o encontro. É mole?

DANÇA DOS NÚMEROS


22/8


Anote esta data no seu calendário. E de preferência não marque nenhum compromisso. É neste dia, às vésperas do Mundial da Turquia, que Estados Unidos e Espanha vão disputar um amistoso em Madri. Além de ser uma reedição da espetacular olímpica, é mais um confronto entre as duas melhores seleções do planeta. Imperdível.

segunda-feira, 29 de março de 2010

A PERGUNTA DO MESTRE




Para qualquer mortal que se atreve a escrever qualquer texto sobre qualquer esporte, Armando Nogueira é uma referência. Sua morte, na segunda-feira, aos 83 anos, é um golpe no jornalismo – não o jornalismo esportivo, mas o jornalismo, puro, sem necessidade de complemento. O legado de Armando, às vezes reduzido ao texto brilhante, é infinitamente maior que isso. Foi o homem que colocou o telejornalismo no mapa, fundou programas como o Jornal Nacional, formou boa parte da elite da imprensa atual e, sem dúvida, ainda será muito citado nas próximas décadas.

Para mim, foi também o homem que perguntou, desviando completamente o assunto da conversa durante um Redação SporTV: "No basquete, o lance livre é psicológico ou é técnica?". E eu, meio surpreso, improvisei meia dúzia de palavras irrelevantes, sendo que ele próprio seria capaz de responder aquilo com muito mais talento. Depois do programa, como de hábito, todos foram tomar um café no corredor. Ali ele mal me olhou, mas já estava de bom tamanho. Não vou esquecer que, um dia, Armando Nogueira me fez uma pergunta. Como se eu soubesse aquela resposta, e ele não. Generosidade é isso.

QUERO SER VICE




No topo do Oeste, o Los Angeles Lakers guarda um certo conforto em relação aos rivais, mas a briga pela segunda posição segue quente. A rigor, ainda podem chegar lá todos os outros sete times da zona de classificação para os playoffs – o oitavo colocado tem apenas três vitórias a menos que o segundo. Dito isso, vale ficar de olho em um jogo na noite desta segunda-feira, às 21h30, entre Dallas Mavericks (2º da conferência, 48-25) e Denver Nuggets (3º, 48-26). É bem verdade que os dois times andaram tropeçando mais que o normal em rodadas recentes, mas o confronto direto desta segunda promete pegar fogo.

O Dallas, que joga em casa, conta com a evolução de Shawn Marion no ataque, sem falar no garoto Roddy Beaubois, que meteu 40 pontos contra o Golden State. Mas o que dizer de Dirk Nowitzki? O alemão está há quatro partidas fazendo menos de 20 pontos. É muito pouco para a reta final da temporada regular, especialmente para quem está brigando por posições. Está aí, portanto, uma bela oportunidade de quebrar a sequência modesta.

O Denver encerra hoje uma sequência ingrata de cinco compromissos na estrada. Sem Kenyon Martin, o time anda sofrendo nos rebotes (contra o Toronto, por exemplo, perdeu essa disputa por 58-38). Carmelo Anthony tenta compensar no ataque com pelo menos 25 pontos nos últimos oito jogos – e uma cesta espetacular no estouro do cronômetro que garantiu justamente essa vitória sobre os Raptors. Arrisca algum palpite para o jogão de logo mais? Diga aí.

TROPEÇOS EM CASA




Apoiado pela torcida e precisando da vitória na luta pelas primeiras posições do NBB, o time da casa entra no quarto período vencendo por 10 pontos, mas permite a virada dos visitantes e perde por apenas um. A descrição acima vale igualmente para Franca e Minas, que tombaram neste domingo e deixaram Universo e Flamengo abrirem vantagem no topo da tabela.

Franca (foto acima) perdeu o último quarto por 19-9 no Pedrocão e viu o Pinheiros fechar o jogo em 78-77. O Minas sofreu 28-18 na parcial e permitiu a virada do Joinville por 88-87. As vagas nas quartas de final estão garantidas, mas as bobeadas podem custar caro na definição das posições, a duas rodadas do fim. Hoje, em pontos, temos: 1) Universo 43, 2) Fla 43, 3) Franca 42 , 4) Minas 41 – sendo que Franca só tem mais uma partida, e os outros três ainda jogam duas vezes.

As matérias no site da LNB ignoram o fato, mas pelo que eu saiba ainda há uma briga lá no rodapé da tabela pela última vaga no mata-mata. Com o Saldanha eliminado, o 12º posto na próxima fase está entre Vila Velha/Cetaf (32 pontos) e Londrina (30). A única chance do time paranaense é ganhar seus jogos restantes, torcer para o rival do Espírito Santo perder os seus e superá-lo nos critérios de desempate. Haverá um confronto direto nesta sexta, e uma vitória do Londrina igualaria este critério. A missão é difícil, mas não impossível: vale lembrar que, na última rodada, o time do Sul pega o lanterna Saldanha, em casa, enquanto o Cetaf visita o Joinville. Será que dá?

DANÇA DOS NÚMEROS


23, 11, 10


Foram os pontos, assistências e rebotes do primeiro triplo-duplo da história do NBB, protagonizado por Fernando Penna, do Paulistano, neste domingo. Tudo bem que a vitória sobre o Palmeiras/Araraquara teve duas prorrogações, mas ainda assim vale o registro. Em entrevista ao Globoesporte.com, o armador fala mais sobre o feito, que aconteceu dois dias após o nascimento de sua filha, Maria Fernanda.

sábado, 27 de março de 2010

CARMELO MATADOR


Espetacular o desfecho do jogo de ontem entre Denver Nuggets e Toronto Raptors. Em pleno Canadá, Carmelo Anthony acertou uma cesta no estouro do cronômetro para garantir a vitória. Detalhe para a participação do Nenê, que teve bela atuação e catou o rebote ofensivo nos últimos segundos.

sexta-feira, 26 de março de 2010

REVIRAVOLTA E DEFINIÇÕES




De fato, o mundo dá voltas. E no NBB, as voltas são rápidas. A rodada desta sexta-feira foi bem diferente da de domingo passado. A começar pelo Brasília, que guardou a crise na gaveta e deu uma espanada no Joinville, vencendo com autoridade dentro de casa por 106-81, graças a um ataque bem distribuído e a uma defesa mais sólida. O time de Lula Ferreira continua dependendo apenas de seus resultados para terminar a primeira fase na liderança. Mas pelo que aconteceu na sexta, a missão pode ficar mais tranquila.

O Flamengo, que vinha embaladíssimo, tombou em Bauru. Na prorrogação, perdeu por 108-105, apesar dos 50 pontos divididos igualmente entre os irmãos Machado. O time de Guerrinha, invicto em casa há nove rodadas, ganhou fácil nos rebotes (35-20) e contou com 24 pontos, 9 assistências e 7 rebotes do americano Larry (foto). No tempo extra, o Fla chegou a abrir cinco pontos, mas os donos da casa foram buscar a virada heroica.

Quem se deu bem na rodada foi Franca, mas não sem sofrimento. Em casa, a equipe de Hélio Rubens entrou no último quarto perdendo por 10 para o Paulistano, virou e fechou o placar em 88-85, com 30 pontos de Márcio Dornelles. O Minas, quarto colocado em pontos e dono do terceiro melhor aproveitamento, venceu mais uma – e com facilidade: 101-80 sobre o Londrina, com 20 pontos de Raulzinho (foto) e 14 assistências de Sucatzky.

Com as derrotas de Joinville e Pinheiros, os quatro times que avançam às quartas de final – e disputam o torneio interligas contra os argentinos – já estão garantidos: Franca, Brasília, Fla e Minas. Resta saber as posições entre eles.

Ainda sobre o NBB, uma curiosidade: o clássico do Espírito Santo teve apenas 3 desperdícios de bola – um do Cetaf e dois do Saldanha, que venceu com facilidade por 83-57. O detalhe é que o Cetaf não deu nenhuma assistência durante a partida, segundo o boxscore da LNB. Será que é isso mesmo?

FALA QUE EU TE ESCUTO:


>>> "Se eu realmente quisesse,
se quisesse muito, eu seria cestinha
da NBA todo ano – todo santo ano.
Mas isso não importa"


LEBRON JAMES, tirando uma onda e se dizendo mais preocupado em levar o Cleveland Cavaliers ao título da NBA.

RECAPITULANDO


Bom, eu podia reclamar da operadora de telefone, que me deixou sem internet, mas até que o conserto veio rápido, então vamos em frente. Alguns pontos para recapitular:



))) Nos Jogos Sul-Americanos de Medellín, a seleção feminina sub-18 ficou o ouro, ao bater as argentinas na final. Parabéns às moças, comandadas à beira da quadra por Tarallo e dentro dela por Damiris, Tássia e Joice. Mais detalhes nos textos do Bert e do Balassiano.

))) Na NBA, Gilbert Arenas escapou de pegar um tempo de cadeia. Vai ficar dois anos em liberdade condicional e terá de passar um mês numa casa de reabilitação, além de pagar multa de US$ 5 mil e prestar 400 horas de serviço comunitário. É difícil julgar se a pena é correta ou não. Espero ao menos que o susto seja grande o bastante para o rapaz se endireitar.

))) Rubén Magnano foi a Brasília para assistir o jogo desta sexta entre Universo e Joinville. Boa iniciativa. Que o técnico está morando em São Paulo, a gente já sabe, mas tomara que ele não fique restrito à cidade e viaje com frequência para ver outras partidas.

))) Magnano também estará na reunião da Escola Nacional de Treinadores, neste domingo, em SP. Na pauta, o conteúdo dos cursos que serão implantados. "Quero ajudar o basquete brasileiro a crescer, estou aqui para isso", disse o argentino. Que assim seja.

quinta-feira, 25 de março de 2010

LEANDRINHO FALA




Na tarde de ontem, Leandrinho concedeu uma entrevista coletiva por telefone a jornalistas brasileiros. Participei do papo e coloco os melhores momentos abaixo. O ala do Phoenix Suns faz mea-culpa sobre sua preparação para o Mundial de 2006 – "exagerei no descanso" –, comenta a tentativa de defender o Londrina no NBB e garante que o problema no punho não vai prejudicá-lo a caminho da Turquia.

Erros na preparação para 2006
No último Mundial, eu não me preparei bem, e isso me prejudicou. Fiquei muito tempo parado, exagerei um pouco no descanso. Pequei nessa parte. Mundial é uma competição muito forte. Se você não pegar firme nos treinos antes, fica difícil.

Quatro anos depois
Aprendemos muito com a posição que ocupamos no Mundial do Japão, e o jeito como jogamos não foi bom. Agora temos mais atletas à disposição, o Nenê está aí... queremos subir para as cabeças e temos time para isso. Vamos trabalhar muito para que isso aconteça.

Cirurgia no punho direito
Valeu ter feito a cirurgia, hoje não sinto mais dores. Se eu esperasse para fazer a cirurgia, aí sim poderia me prejudicar com a seleção. O braço ainda fica um pouco inchado, mas é normal. Meu físico hoje está bom, só preciso pegar condicionamento de jogo. Vou continuar fazendo minha fisioterapia, inclusive depois da temporada, com o Zequinha Barbosa. Na volta para o Brasil, vou procurar algum clube para seguir treinando.

Contato com Rubén Magnano
A impressão que tive dele foi muito legal. Gostei da iniciativa de acompanhar o nosso trabalho, não só o meu, mas dos outros brasileiros aqui na NBA. Muita gente não conhece o nosso dia a dia. Magnano tem experiência, sabe muito sobre o Campeonato Mundial. Tenho certeza de que vai ser muito bom. A pressão é sempre bem-vinda. Para fazer o basquete brasileiro melhorar, é preciso conquistar resultados. A hora é agora, com o time completo e a força do “Muñoz” [em seguida, Leandrinho ri e corrige para “Magnano”].

Jogar o NBB pelo Londrina
Esse assunto foi comentado, mas não sei se poderia acontecer. Meu sobrinho está jogando em Londrina, e como o time está precisando de ajuda, comentei com o meu irmão: “Será que não dá para eu jogar com eles e dar uma força após a temporada da NBA?”. Seria uma boa ideia, mas está muito tarde para fazer a inscrição no time.

Temporada longa com o Phoenix Suns
Sonho muito com o título. Quero ir até a final. Acabando aqui, vou ter tempo para me recuperar para o Mundial. Vamos dar um passo de cada vez. Temos um grupo muito unido. Todo mundo faz brincadeiras, e todo mundo aceita [Leandrinho protagonizou um vídeo gravado por Steve Nash no qual aparecia fantasiado de Avatar]. O Nash gosta muito de editar esses filmes. O primo dele, inclusive, trabalha com cinema, então ele vai acabar entrando nesse ramo. A gente se diverte, todo mundo dá ideias para os vídeos, é legal para caramba.

quarta-feira, 24 de março de 2010

FIM DA LINHA


Com a derrota para Franklin Pierce no Elite 8, chegou ao fim a bela campanha da Arkansas Tech na temporada da Divisão 2 da NCAA. O assistente Julio Pacheco conta como foi e faz um balanço do ano.

Direto de St. Joseph (EUA)

Encerramos nossa participação na temporada 2009-10 com a derrota perante a forte equipe da Franklin Pierce University. Como era de esperar, Johannah Leedham marcou 34 pontos. Nossas meninas jogaram muito bem em certos momentos. Esboçamos uma reação no segundo tempo, porém tarde demais.

Essa derrota, no entanto, não ofusca a excelente temporada que tivemos, com 30 vitórias e apenas três derrotas. Além disso, conquistamos dois títulos importantes: campeão da Gulf South Conference e campeão regional Sul da NCAA, este em um jogo histórico diante de mais de 4 mil pessoas que lotaram o Tucker Coliseum.

Há muito por vir pela frente para nosso time. Apenas duas veteranas se formam, e teremos praticamente todas as atletas de volta no ano que vem, incluindo as três brasucas: Samanta, Taise e Naty (foto ao lado). Muito futuro para as três, que vestiram a camisa de corpo e alma e fizeram um trabalho fantástico este ano. Estou muito orgulhoso de todas pelas conquistas dentro e fora da quadra. Quero agradecer a todos que acompanharam a Tech de perto, e fiquem ligados, pois ainda há muita coisa boa por vir! Um forte abraço e sucesso a todos os amantes do basquete.

QUESTIONAMENTOS


No Bala na Cesta, Fábio Balassiano fala sobre a decisão da
CBB de colocar Demétrius como técnico da seleção masculina
sub-16. A respeito do tema, ele levanta várias perguntas.
Infelizmente, não sei a resposta para nenhuma delas...

terça-feira, 23 de março de 2010

NÃO FOI DESTA VEZ


Não deu para as brasileiras da Arkansas Tech. Apesar dos 17 pontos e 7 rebotes da ala-pivô Natália, a equipe perdeu por 77-62 para Franklin Pierce na tarde desta terça-feira e caiu no Elite 8 da Divisão 2 da NCAA. Do outro lado da quadra, Johannah Leedham, apontada como maior jogadora do país, brilhou com 34 pontos, sete rebotes e quatro roubos. A campanha termina em uma nota triste, mas o saldo é mais do que positivo, com ótima trajetória na fase regular e no torneio regional. Parabéns ao Júlio Pacheco, à Natália, à Taise e à Samanta pelo trabalho sério e pela boa temporada. Para mim, foi bem legal acompanhar in loco, em novembro, o início de uma caminhada tão bacana.

ARKANSAS TECH NA RETA FINAL




O Sweet 16 da NCAA começa na quinta, com seus medalhões e suas
zebras. No feminino, o segundo round do mata-mata já está rolando.
Confesso, no entanto, que, de todas as bolas universitárias que
quicam na loucura de março, estou de olho é na Divisão 2 das moças.
As três brasileiras da Arkansas Tech, que visitei em novembro,
no primeiro dia da temporada, entram em quadra hoje às 16h30 (de
Brasília), para enfrentar Franklin Pierce, valendo vaga no Final Four.
Para quem também está interessado no assunto, o Rebote passa a
publicar hoje – e até onde o time avançar – fotos e textos enviados
direto dos EUA pelo assistente técnico Julio Pacheco. Começamos
com a expectativa da partida em St. Joseph, sede do Elite Eight.
Vale lembrar que o jogo será transmitido ao vivo, neste link.


Direto de St. Joseph (EUA)

Após oito horas de viagem entre Russellville e St. Joseph, chegamos à cidade que serve de sede para o que existe de melhor na Divisão 2 da NCAA no basquete feminino. Estão aqui as oito melhores equipes das 320 que fazem parte da divisão. Todos os times que estão aqui venceram seus torneios regionais, o que significa que ganharam seus últimos três jogos contra oponentes difíceis. Enfrentaremos a Franklin Pierce University, que conta com a melhor atleta do país: Johannah Leedham, inglesa que tem 27 pontos de média.

Além de ser uma das fortes potências da competição, Franklin Pierce conta também com um técnico arrogante que já esta cantando vitória. Em entrevista coletiva com todos os treinadores no domingo, ele simplesmente ignorou qualquer outra equipe e disse que está aqui só para pegar o troféu de campeão nacional. Veremos como se comportarão contra a gente.

Na segunda-feira, treinamos na Civic Arena e fizemos uma visita comunitária na escola East Buchanan. Tudo aqui tem segurança e organização do staff da NCAA. É muito bonito ver como eles operam com precisão e eficiência. Para mim, junto com as meninas, é uma grande honra estar disputando esta competição, que é, sem sombra de dúvida, o ponto mais alto em nossas carreiras.

segunda-feira, 22 de março de 2010

NO, NOOO, PLEEEASE NOOOOOOO!




A grande vantagem de assinar o League Pass é que você pode ficar monitorando a rodada e, se um jogo caminha equilibrado para os minutos finais, você clica e vê ao vivo. Foi o que fiz na noite de segunda-feira com Bucks x Hawks, possível prévia do primeiro round dos playoffs. Que duelo espetacular entre John Salmons e Joe Johnson (os dois na foto). A diferença é que, na hora da verdade, Salmons (32 pontos) acertou dois lances livres fundamentais, e Johnson (27 pontos) errou dois arremessos seguidos. Vitória apertada do Milwaukee por 98-95, confirmando a boa fase do time de Scott Skiles.

Mas o que eu queria falar mesmo era sobre outro ponto curioso
do League Pass: como as transmissões geralmente são locais,
é de chorar de rir a maneira como narradores e comentaristas
torcem descaradamente para seus times, sem o menor pudor.
Nos últimos segundos deste jogo, com o Atlanta perdendo por
três pontos, Jamal Crawford bateu bola até o meio da quadra e
soltou o tiro, na tentativa de empatar o placar. Os locutores de
Milwaukee não se seguraram: "No, nooo, pleeease noooooooo!".
Deu certo, para alívio geral. E o basquete rendeu boas risadas.

DANÇA DOS NÚMEROS


23


Foi a sequência de pontos do New Orleans Hornets sem levar
nenhum contra o Dallas Mavericks no meio do jogo de ontem.
Após 25 jogos fora, Chris Paul voltou e anotou 11 pontos em 21
minutos. Com 28 do calouro Marcus Thornton, o time da casa
bateu os Mavs por 115-99. Após 13 vitórias consecutivas, Dirk
Nowitzki & Cia perderam três dos últimos quatro jogos.

UM PIVÔ A MENOS




Kobe Bryant não foi o cestinha, não foi o maior reboteiro, não foi o maior passador do Los Angeles Lakers na partida de ontem contra o Washington Wizards. Mas fez no segundo quarto 20 de seus 24 pontos, e ali garantiu o conforto necessário para o restante do jogo até selar a vitória por 99-92. Foi o primeiro compromisso do atual campeão desde o anúncio da preocupante ausência de Andrew Bynum, que vai ficar afastado por pelo menos duas semanas.

Aproximar-se dos playoffs sem Bynum não é exatamente uma novidade para os Lakers. É a terceira lesão grave do pivô em três anos. No domingo, Pau Gasol e Lamar Odom deram conta do recado – o primeiro com 28 pontos e 12 rebotes, o segundo com apenas quatro pontos, mas 13 rebotes, seis assistências, quatro roubos e três tocos.

No geral, parece claro que a turma de Los Angeles está mais dependente de Kobe nesta temporada. Mas qual será o impacto da saída de Bynum? Um bom teste é a sequência de jogos que vem aí, com cinco confrontos seguidos na estrada, contra Spurs, Thunder, Rockets, Hornets e Hawks. Pedreira para os meninos de Phil Jackson.

domingo, 21 de março de 2010

RODADA PRETA E VERMELHA






Fui à HSBC Arena nesta manhã e vi um Flamengo implacável
contra o Palmeiras/Araraquara. Com um público até bastante
razoável no ginásio, o time da casa mostrou uma boa defesa e
matou o jogo no segundo quarto, abrindo logo 30 pontos. Dali
até a vitória por 98-71, foi só deixar o tempo passar. O domingo
ficou ainda melhor para o Rubro-Negro porque seus dois rivais
diretos na briga pelo topo perderam. Com 11 vitórias seguidas,
a equipe carioca cresce na hora certa e agora é líder do NBB.

Fora de casa, Franca perdeu por 83-77 para São José, que contou com grande atuação de Fúlvio (27 pontos, oito assistências e sete rebotes. Mas quem deu o maior presente da rodada ao Fla foi o Universo. No Espírito Santo, o time de Brasília conseguiu perder para o lanterna Saldanha da Gama (foto). É claro que os comandados de Paulo Murilo têm seus méritos na vitória por 76-75, especialmente na defesa no último quarto, quando permitiram apenas 10 pontos do rival. Após todos os problemas de salários atrasados e afastamento de atletas, o triunfo é uma espécie de redenção para o grupo e para o treinador. Em todo caso, pela diferença de qualidade no elenco, não deixa de ser um tropeço inadmissível para Lula Ferreira & Cia.

O que será que acontece com o Universo? No primeiro turno, a
equipe voava e parecia caminhar a passos largos para ganhar o
título sem grandes esforços. No Jogo das Estrelas, veio a notícia
de que o elenco pode ser desmontado no próximo ano para
formar o time de Uberlândia. Coincidência ou não, a partir daí o
time começou a descer a ladeira. Em meio a suspensões (Alex
e Nezinho expulsos) e atuações abaixo do normal, foram
quatro derrotas que já começam a custar caro na tabela.



Enquanto isso, o Flamengo, que começou o torneio tropeçando
e mergulhado em descrédito, com derrotas na quadra e fora
dela, volta a despontar como um dos grandes favoritos ao título.
Os salários estão em dia, a defesa está funcionando, Marcelinho
está em grande fase (foi homenageado hoje com uma medalha
pelos 63 pontos), a defesa está funcionando e, como se não
bastasse, os rivais diretos estão dando uma boa dose de ajuda.

A NÚMERO 1 FICA PELO CAMINHO






Tudo bem que a loucura de março na NCAA começou cheia de
surpresas. Mas a de ontem foi demais. Na noite de sábado, a
toda-poderosa equipe de Kansas, número 1 do ranking do país,
tombou diante de uma valente Northern Iowa (nº 9). A vitória da
UNI por 69-67 foi construída na base da defesa, que grampeou
o estilo veloz dos Jayhawks. O desfecho do jogo ainda teve um
lance curioso envolvendo Ali Farokhmanesh (foto acima). A 36s
do fim, ele recebeu uma bola na lateral. Seu time ganhava por
um ponto e havia 30 segundos no relógio de arremesso. Gastar
o tempo? Nada disso. O garoto soltou a bomba de três, em um
daqueles chutes de enlouquecer qualquer treinador. Mas caiu:

DOIS PONTOS NO FEMININO


))) Começou no sábado o Campeonato Paulista, com vitórias
fáceis de Americana e Ourinhos sobre São Caetano e Jundiaí,
respectivamente. Destaque para a volta de Chuca, que liderou o
time de Ourinhos com 15 pontos e 9 assistências, cinco meses
após se afastar das quadras para se submeter a um tratamento
contra a tuberculose. Bom saber que está tudo bem com ela.

))) Também no sábado, a seleção feminina sub-18 estreou nos
Jogos Sul-Americanos com vitória (93-48) sobre o Equador. O
grande destaque da partida foi a jovem revelação Damiris, com
24 pontos e impressionantes 21 rebotes. No domingo, ao que
parece, a Record News transmite o jogo contra a Venezuela.

sábado, 20 de março de 2010

A POSSE DE BOLA INFINITA




Com o montão de rebotes ofensivos que permitiu ao Flamengo
na reta final, seria mesmo difícil para Franca sair da HSBC
Arena com uma vitória na noite de sexta-feira. Mesmo com a
chegada de Harper Williams e Ricardo Probst para este ano, o
rebote continua sendo a maior dor francana – não por acaso,
é o pior time do NBB neste quesito. Os números da derrota de
ontem por 78-70 ilustram o problema de maneira cristalina.



Com um bom segundo tempo, Franca levou boa vantagem em
praticamente todas as estatísticas: assistências (17-10), erros
(9-14), roubos (12-7), tiros de três (48%-33%), faltas (14-16),
lances livres (12/14 a 6/7), pontos dos reservas (23-7). Perdeu
onde? Nos rebotes (21-37) e na quantidade de chutes (52-67).
O Flamengo arremessou 15 bolas a mais – e isso aconteceu
principalmente porque, por mais que o Rubro-Negro errasse, a
generosidade do adversário sempre estava lá, permitindo mais
um rebote ofensivo, mais uma posse de bola, e outra, e outra.

Para se ter uma ideia, o jogo teve um total de 31 rebotes no garrafão do Franca. A defesa pegou 17, e o ataque pegou 14 (só Wagner catou seis). Ou seja, com mais um pouquinho o Flamengo teria apanhado mais rebotes ofensivos do que os defensivos do rival. É como se o time anfitrião contasse com uma espécie de posse de bola infinita, com liberdade para ficar chutando até acertar.

Com tantas oportunidades
extras, o Fla soube aproveitá-las na hora da verdade. Teve o
mérito de jogar dentro do garrafão na hora certa (com Wagner
e Teichmann) e contou com o poder de decisão de Marcelinho,
autor de 26 pontos. Contou ainda - e principalmente - com uma
defesa sólida, limitando peças importantes do adversário, como
Helinho, Rogério, Márcio, Cauê, Tony e Ricardo. No ataque
paulista, sobreviveu Vitor Benite (na foto acima). Foi pouco.

E sendo assim o topo da tabela do NBB está definitivamente embolado. Franca, Flamengo e Universo têm 38 pontos cada, sendo que o primeiro tem um jogo a mais. O time de Brasília, aliás, sofreu, mas bateu o Cetaf por 92-85 (na foto, Alex). A cinco rodadas do fim, pega fogo a disputa por posições no alto da tabela. Bom para o basquete.

DANÇA DOS NÚMEROS


121

Foram os pontos do San Antonio Spurs contra o Golden State
Warriors... até o terceiro quarto do jogo de ontem! No total,
147, contra 116 do rival. Desde que Gregg Popovich assumiu a
equipe, em 1996, a pontuação nunca tinha chegado a tal nível.
E quer uma aula de ataque balanceado? Então anote: o cestinha
dos Spurs foi Manu Ginóbili, com apenas 23 pontos. Ao todo, o
time teve outros 8 atletas com pelo menos nove pontos. A saber:
Jefferson (21), Tim Duncan (17), Hairston (16), Bonner (14), Blair
(14), Mahinmi (12), Hill (10), Temple (9). Ficam aqui os sinceros
votos de parabéns pela ótima defesa de Don Nelson, que ainda
foi expulso no início e deu lugar ao assistente Keith Smart.

sexta-feira, 19 de março de 2010

FLA DERRUBA O FRANCA NA ARENA




Em jogo disputado até o fim na Arena da Barra, o Flamengo bateu Franca por 78-70, chegou à décima vitória seguida no NBB e se igualou aos rivais no topo da tabela, com 38 pontos e um jogo a menos. Viu o jogo? Comente na caixinha. Mais tarde eu volto para falar mais sobre a rodada completa de sexta.

AUSTRÁLIA LARGA NA FRENTE






Dando uma passada pelo PBF, do Bert, vi que a Austrália já
convocou 24 jogadoras para o Mundial da República Tcheca, em
setembro. Fui ao site oficial para pegar mais informações. A lista
da treinadora Carrie Graf (que tem a craque Michelle Timms de
assistente) saiu há uma semana, no dia 12, com as tarimbadas
Lauren Jackson, Penny Taylor, Suzy Batkovic-Brown, Belinda
Snell, Kristi Harrower, Erin Phillips, Tully Bevilaqua e outras.
A preparação começa daqui a 10 dias com uma clínica no bem
equipado Centro de Treinamento de Dandenong, que fechou
contrato de dois anos para ser o quartel-general da seleção, com
direito a programa para as equipes de base e os jovens talentos.

É claro que as atuais campeãs mundiais não vão ficar seis meses treinando de forma ininterrupta, é só o começo do trabalho. Mas veja bem: no dia 29 de março, quando Lauren Jackson & Cia estiverem em quadra, o técnico da seleção brasileira sequer terá se apresentado. Carlos Colinas só chega em abril. Daí a conhecer a estrutura, avaliar jogadoras, elaborar uma lista de convocação e montar um planejamento de treinos... a Austrália já estará léguas à nossa frente. Como se elas precisassem de mais treino e planejamento do que nós.

É claro também que nossa briga no Mundial não vai ser contra a
Austrália, que tenta defender seu título. Mas a comparação vale
para mostrar como uma seleção de elite dá show na preparação,
e nós, como quase sempre, estamos muito atrasados após a
longa e chata novela da contratação do treinador espanhol.

DANÇA DOS NÚMEROS


3


São as vitórias que faltam para o New Jersey Nets superar a
campanha do Philadelphia de 1972-73, que terminou aquela
temporada com campanha de 9-73. Os Nets têm sete vitórias e
mais 14 jogos para conseguir as três que livrariam a equipe do
vexame. As partidas restantes são contra: Raptors, Heat, Kings,
Pistons, Bulls, Spurs, Suns, Hornets, Wizards, Bucks, Bulls,
Pacers, Bobcats e Heat. E aí, dá pra arrancar três vitórias daí?

NA LINHA COM ROGÉRIO




No fim deste mês, Rogério completa 39 anos. Mas nem parece.
Na equipe de Franca, o ala continua jogando seus trinta e tantos
minutos por partida e ajudando o time a brigar no topo do NBB.
Logo mais, às 19h, Rogério estará na HSBC Arena, no Rio, para
enfrentar o Flamengo em um dos jogos mais aguardados deste
segundo turno (o SporTV transmite). Enquanto a bola não sobe,
o veterano bate um papo por telefone com o Rebote. Confira!

Foto: Luiz Pires Divulgação- REBOTE - O jogo desta sexta está sendo aguardado como um dos melhores do NBB até agora. Franca lidera o campeonato em pontos, com 37, um a mais que o Flamengo, que tem um jogo a menos. Vocês encaram como uma decisão ou como apenas mais uma partida em que a vitória é importante?
- ROGÉRIO - A gente tem se preparado nesses últimos treinos focando muito esse jogo. Estamos na reta final e qualquer escorregão pode ser fatal na classificação. Esta partida especificamente é muito importante, porque os dois times estão praticamente iguais. Se nós conseguirmos vencer o Flamengo, vamos nos colocar em uma posição muito boa. Por isso encaramos este jogo como decisivo. Eles estão num momento muito bom, mas nossa equipe também tem feito bons jogos.

>>> "As coisas vão acontecendo,
você vai se motivando. No ano
passado, a gente sofria com as
lesões, os outros ficavam mais
sobrecarregados, acabou
entrando uma carga a negativa.
Neste ano tem sido diferente"


- No ano passado, Franca teve uma campanha bastante
decepcionante, marcada por lesões. Neste ano, o time está
de volta à briga no topo. O que pesou mais: a enfermaria
vazia ou o reforço dos jogadores que chegaram?

- São vários fatores. O primeiro é que, como você disse, no ano
passado o time se quebrou com muitas lesões. Eram jogadores
que faziam falta, e a gente tinha um banco muito jovem, que não
conseguia manter o mesmo nível. Para este ano temos, por
exemplo, o americano Harper Williams, um atleta de peso para
marcar os adversários mais pesados no garrafão. E outra coisa
é que nesta temporada o time ganhou uma energia muito forte,
uma química muito boa. As coisas vão acontecendo, você vai se
motivando. No ano passado, a gente sofria com as lesões,
outros atletas ficavam sobrecarregados, acabou entrando uma
carga negativa. Neste ano tem sido diferente.

- Você está prestes a completar 39 anos, mas continua jogando muitos minutos, com bom rendimento. Qual o segredo para ainda jogar em alto nível?
- Em primeiro lugar, o jogador precisa se manter motivado. Eu me cobro, procuro sempre manter o mesmo nível nos treinos. Se você não treina firme, se não está com a cabeça focada, as coisas não acontecem. Procuro manter um equilíbrio mental, além da parte física no mais alto nível possível.

- Mas isso significa treinar mais ou treinar menos?
- Significa treinar com mais qualidade, com boa intensidade, com o tempo certo, para que não vire o fio. E é preciso também investir na parte fora da quadra, musculação, deixar o corpo preparado antes do campeonato.

>>> "Cada um tem seu momento. Minha fase na seleção já passou"

- Você não tem sido convocado para a seleção, mas agora
temos uma mudança de treinador. O Magnano vai morar em
São Paulo e promete ver mais jogos nacionais. Isso muda sua
expectativa em relação a uma possível convocação?

- Eu vou ser bem sincero: isso não me passa pela cabeça, até
porque eu sei que isso também não passa pela cabeça da
Confederação. Não cogito essa possibilidade. O mais importante
para mim é render bem no meu clube, chegar sempre às finais,
disputar os títulos. Sei que há jogadores num momento muito
bom, até jogando no exterior. Cada um tem seu momento. A
minha fase na seleção brasileira já passou.