segunda-feira, 4 de maio de 2009

UMA SEGUNDA-FEIRA AGITADA




A eleição na CBB, na segunda-feira, pôs fim aos 12 anos da era Grego, um dia que muita gente via como inatingível. Por outro lado, sinceramente, não consigo encarar este momento como um ponto de transformação, um início de esperança. O discurso de Carlos Nunes me parece tímido, impreciso e, acima de tudo, sem um projeto consistente. Tomara que eu esteja errado. Para quem quiser saber como foi a assembleia que o colocou na cadeira, aqui está a crônica que eu escrevi no Globoesporte.com. Acho que o dia pode ser resumido em algumas frases. Fique com elas.




>>> "Vou retirar minha candidatura, não por medo de perder. [...] O vetor
do basquete não está mais para baixo
e, que me desculpem as meninas, mas
não é porque tomou Viagra, não. [...] Às vezes você faz um grande trabalho e a bola não entra. Apesar de tudo, eu dei credibilidade ao basquete brasileiro"


GREGO, que percebeu a derrota iminente e tirou o time de campo
no início da assembleia. Mesmo assim, os presidentes de federações evitaram a aclamação e mantiveram o pleito. Foram 16 votos para Carlos Nunes e 11 abstenções. A esta altura, Grego já tinha ido embora.



>>> "Vou ver como está o trabalho e só aí vou decidir se o Bassul continua ou não. Chegou ao meu conhecimento que há algumas restrições ao nome dele dentro da comissão técnica. [...] Temos que pensar na seleção. Nós queremos os melhores atletas na seleção, e a Iziane é uma das melhores. Portanto..."

CARLOS NUNES, o novo presidente da CBB, bancando Moncho Monsalve na seleção masculina e dando a entender que haverá troca
de comando na feminina, com direito ao retorno da rebelde Iziane.



>>> "Eu confesso que fui pego de surpresa pelo conteúdo das entrevistas. Por enquanto, ninguém falou nada comigo. Lamento porque o próprio Carlinhos, após o Pré-Olímpico, veio
me parabenizar pela vaga, dizendo que era um admirador do trabalho. Então
eu me surpreendo pelo conteúdo dos argumentos agora, principalmente porque ele veio com essa intenção de profissionalizar o basquete brasileiro"


PAULO BASSUL, que continua em Brasília, aguardando uma definição. Bati um longo papo com ele na noite desta segunda, sobre este e outros temas. Clique aqui e confira a entrevista inteira.


>>> "Não fazemos milagres, mas podemos ter boas intenções e trabalhar da melhor maneira possível, vendo o que já foi feito em outros esportes e deu certo, ouvindo a opinião da Paula, do Oscar. A união é que faz acontecer"

HORTÊNCIA, que tem conversa marcada com Carlos Nunes para assumir um cargo na nova gestão. "Quero entregar o basquete feminino para ela", disse o presidente logo após ser eleito.


>>> "O resultado demonstra que as federações estaduais não estavam satisfeitas com a CBB e decidiram pela mudança. Essa é uma demonstração clara da forma democrática como o esporte está estruturado, que garante
a renovação dos quadros dirigentes"


CARLOS ARTHUR NUZMAN, presidente do COB, em nota oficial divulgada à tarde, falando sobre "renovação dos quadro dirigentes"
com a autoridade de quem está no poder há apenas 15 anos.

14 comentários:

Alfredo Lauria disse...

Essa última frase do Nuzman resume bem o esporte brasileiro. Eles realmente acham que estão lidando com imbecis...

Luiz Melo disse...

Espero estar enganado, mas me parece uma mudança de seis por meia dúzia...

NPSTR disse...

Grego diz:
- Apesar de tudo, eu dei credibilidade ao basquete brasileiro...

Essa foi uma das frases mais sem vergonha que já ouvi(li) em toda a minha vida.

Grego já vai tarde, espero que esqueça o caminho de volta...

Anônimo disse...

As declarações do Grego e do Nuzman são realmente tristes de ouvir...

wrestler disse...

Alguem conhece o trabalho desse senhor frente a federação gaucha, no começo de um trabalho tuso sao flores depois vem a centralização do poder acho que vai piorar ainda mais pois este senhor nao tem sustetação para ficar no cargo precisamos de alguem mais dinamico

Marcelo disse...

se o brasil fosse um pais de verdade grego e nuzman estariam em bangu 1

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
André disse...

O Grego só não é pior que o Nuzman!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Embora queiramos ser otimistas ao extremo

Embora queiramos ver o basquete feminino, como prometido pelo vencedor, nas mãos de uma Hortência, mas não só dela, que não pode fazer milagres como bem disse.

Embora queiramos a descentralização de poderes também agora prometida.

Embora sejamos eternos otimistas, dado o talento comprovado dos nossos atletas no mundo para o basquete.

Fica difícil não destacar o "aparente" jogo de cena nas conversas ao pé do ouvido entre Grego e Carlos Nunes, durante a sessão de ontem e as imagens não escondem essas conversações.

Embora queiramos pensar que se tratava de um pleito com uma transição pacífica e democrática, e que, democrático seria o nosso esporte, como afirmou ontem o presidente o "Excelentíssimo" COB , Carlos Arthur Nusman. Justamente ele, eleito numa eleiçao convocada às pressas, para mais um mandato que já dura décadas.

Fica difícil não supor que tudo foi algo muito bem planejado entre a atual gestão, a dita "oposiçao"e que o presidente da federação Paulista inclusive não fazia parte de tudo.

No fim a impressão é que aqueles que estão no basquete no poder há décadas, se cercaram de todas a garantias possíveis para que as coisas continuassem nas suas mãos e ninguém falasse em devassa dessa péssima gestão.

O que eles esperam de todos?

Simplesmente que sejamos os eternos "otimistas ingênuos" (CORTELLA, 2006) e achar que tudo vai ser diferente a partir de agora.

O que todos mais queremos, na verdade, é uma evolução no esquema de treinamento das nossas categorias de base , renovação e especialização de nossos treinadores.

Investimento na estrutura dos clubes, intercâmbio com outros países atualmente em estágio melhor que o nosso, com um trabalho a longo prazo tanto para o masculino como para o feminino.

Além disso, sonhar que todos os nossos atletas no exterior Europa e NBA sejam convencidos de que o trabalho agora será sério, respeitando às suas dificuldades de calendário, pois não adianta tratá-los como traidores da pátria.

Esporte nao é pátria, mas sim esforço, investimento estrutura, apoio e reconhecimento, coisas que os dirigentes do basquete jamais deram aos atletas, principalmente quando eles não eram tão famosos.

No Brasil, para seus atletas o esporte é sacrifício e, os louros do sucesso daqueles que vemos no exterior, são apenas resultados de um esforço pessoal e investimento de particulares (a estrutura do esporte no Brasil não lhes deu nada).

Somos às vezes levados para um discurso nacionalista, supostamente patriótico mas quando vemos coisas como essa eleição o melhor é se juntar aos poucos "otimistas críticos", também ressaltado por CORTELLA, pois manter a esperanças de tudo isso acima não significa se conivente com todas essas mazelas durante 11 anos e de repente aparecer como a maior das novidades.

Outras vezes somos levados pelo discurso "midiático" a imaginar que esta tudo bem no esporte , vide exemplo do vôlei, que posto em horários e dias extremamentes difíceis, sem dar retorno aos patrocinadores, cujos nomes nem podiam ser mencionados nas transmissões, acabaram perdendo alguns de seus granades investidores de longa data.

Essa conivência da mídia detentora do direitos de transmissão sempre foi um mal para o basquete, pois seríamos ingênuos se não reconhecêssemos o poder de uma Globo e de uma Sporttv.

Contudo, nunca foi interessante para eses veículos vasculhar o submundo do basquete e seus dirigentes pois sempre foram detentores da exclusividade, obtida junto aos mesmos.

O próximo ciclo olímpico nos reserva uma novidade, a Rede Record(leia-se Igreja Universal) conseguiu os direitos exclusivos de transmissão dos jogos Olímpicos de Londres 2012, que ainda podem ser negociados inclusive com a Globo.

Não seria de se espantar que de uma hora para outra todo grupo Globo passasse a apresentar uma visão mais crítica e real do nosso esporte, pois afinal, temos lá ótimos profissionais que já fizeram grandes matérias a respeito, o Rodrigo Alves é um exemplo.

Todavia, é impossível não perceber quanto tempo temos perdido para assumir um lugar de destaque no esporte mundial, ainda mais no basquete com Spliter, Nenê , Leandrinho, Varejão entre outros se destacando mundo afora.

É esperar, ver para crer e, acima de tudo, cobrar para ter.

leo aracaju disse...

Definitivamente o Grego sofre de esquizofrenia...

Será que ele acredita mesmo nas coisas que diz?

André disse...

Nuzman com essa cara de pau ainda quer as Olimpíadas aqui no Brasil???

O COI poderia mandar ele cuidar e apoiar os Clubes que fabricam os atletas olímpicos primeiro, depois pensar em Olimpíadas.

A frase mais rídicula dele foi essa: "Não acredito em Clubes formadores de atletas olímpicos"

Sendo que mais de 60% dos atletas na última olimpiadas foram gerados pelos Clubes.

Enquanto isso o FLamengo que ja formou Luísa Parente, Jade, os Hipolytos e tantos outros, NUNCA, teve apoio do COB e da CBG, mesmo com eles competindo com o uniforme da seleção.

Flávio Vieira disse...

é de 6 por meia dúzia... o Grego é uma piada e consegue ficar por cima... nada de devassa e o Nuzman fala de Democracia... logo ele??

Claudio Perturbado disse...

VCs estão ficando malucos...como assim trocar 6 por meia duzia?
Se uma duzia são doze e a metade é igual a seis, seria a mesma coisa se...AH...entendi...ahahahah...