NBB: A HORA DO MATA-MATA

Ao longo da fase regular, acho que dá para dizer que o Novo Basquete Brasil passou no teste. Não sem mancadas, claro. Dentro da quadra, vimos vários jogos de nível muito ruim. Fora dela, decisões polêmicas na parte disciplinar, trocas de ginásio não previstas, estatísticas online que dão pane a todo instante. Mas ainda assim o campeonato não chegou a sair dos trilhos, mostrou equilíbrio entre as equipes e viu jogadores importantes em grande forma. Os oito times que chegam aos playoffs têm qualidade para fazer um bom mata-mata. Tomara que seja.



A grande dúvida em relação ao Flamengo é saber onde é sua casa. Sabe-se lá onde o time vai mandar seus jogos ao longo dos playoffs. Em resumo, é um absurdo que alia a ausência de ginásios viáveis no Rio e a falta de planejamento do clube - ou eles não imaginavam que chegariam a esta fase? Em todo caso, o Fla é o favorito da série, em qualquer quadra . O elenco é o melhor do país, a defesa evoluiu bem durante o torneio, e as armas ofensivas são muitas: Marcelinho, Baby, Jefferson, Hélio, e por aí vai. O Pinheiros tem dois jogadores em excelente fase - Olivinha e Marquinhos - mas ainda assim parece ser pouco para avançar.



Aqui está o grande duelo das quartas de final, recheado de rivalidade e bons jogadores. Com Alex, Valtinho, Arthur, Diego & Cia, o Brasília é um dos óbvios candidatos ao título. Mesmo disputando torneios paralelos, o time teve poucas oscilações no NBB e chega ao mata-mata carregando essa consistência na bagagem. Do outro lado da quadra, há o inverso: Franca sofreu com as lesões foi o rei da instabilidade durante a primeira fase - tanto que terminou numa decepcionante sétima posição. Se realmente tiver Felipe e Márcio Dornelles de volta, a equipe de Hélio Rubens tem condições de complicar bastante a vida de Lula Ferreira.



A boa campanha do Minas se explica pela boa qualidade do elenco em quase todas as posições e pela tentativa do técnico Flávio Davis de jogar um basquete mais equilibrado do que costumamos ver por aqui. As opções são consistentes tanto no perímetro, com Sucatzky e - principalmente - Shipp, como no garrafão, com Ricardo e - principalmente - Murilo. Para surpreender, o Bauru precisará bastante do americano Larry Taylor, o peladeiro que funciona. Apesar do individualismo de Taylor, o time de Guerrinha cuida bem da bola e conta com os chutes de Fischer e pivôs decentes como Filé e Mãozão. Ainda acho pouco para avançar.



É o confronto mais equilibrado deste início de mata-mata. Joinville alia características bem distintas: um ataque alucinado nos arremessos de três e uma defesa que, quando funciona, pode ser a melhor do país. Se Manteiguinha mantiver a calma ofensivamente e passar isso para seus companheiros, são muito boas as chances de avançar. Limeira não repetiu a bela campanha do Paulista, mas tem armas muito perigosas, especialmente agora que o ótimo Shamell voltou de lesão. E não é só isso: Nezinho, Renato e Teichmann também podem dar dor de cabeça aos catarinenses.