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Não é preciso ser nenhum gênio para perceber que as diferenças entre a NBA e o NBB vão muito além de uma letra no nome. Mas os jogos deste fim de semana permitem um exercício curioso sobre um ponto que é relevante na NBA, no NBB ou em qualquer disputa esportiva: o controle emocional. Separados por 7 mil quilômetros, o Flamengo e o Orlando Magic nos brindaram com ótimos exemplos de como manter a cabeça no lugar. Vejamos.
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No meio do caminho dos playoffs, a equipe da Flórida dava razão a Shaquille O`Neal, que chamou o técnico Stan Van Gundy de "mestre do pânico". O Orlando deixou evaporar uma série de vantagens no placar, entregou jogos ganhos e, mais que isso, viu Dwight Howard se voltando publicamente contra o treinador. Em algum ponto, algo aconteceu no vestiário.
Porque o Magic que vimos na série contra o Cleveland Cavaliers foi outro time, muito mais confiante e forte emocionalmente.
A prova maior veio no jogo 6, com a boa diferença aberta no primeiro tempo e a calma para não perdê-la no segundo. Van Gundy não só bolou um caminho tático e, por exemplo, "achou" Mickael Pietrus para marcar LeBron, mas também tirou da cartola uma solução psicológica para manter o elenco sob controle.
No Rio, o Flamengo sofreu do mesmo problema ao longo do NBB. Não foram poucas as vantagens de placar desperdiçadas, com a diferença de que, até pela fragilidade dos rivais, isso raramente se traduziu em derrotas. No jogo 3 de sábado contra Joinville, vimos no Tijuca um Flamengo fortíssimo no aspecto psicológico.
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Treinador contestado, Paulo Chupeta esperou o time abrir 20 pontos e, ali na metade
da partida, retirou de quadra titulares como Marcelinho, Baby, Jefferson e Hélio. Os reservas entraram e não só fizeram a diferença pular para 28 como deram um show de controle emocional. Evitaram precipitações, fizeram o relógio correr e fecharam a tampa.
Se os altos e baixos do Orlando e do Flamengo voltarão nas finais da NBA e do NBB, só vamos saber quando a bola subir.
Mas haja o que houver, os criticados - por mim, inclusive - Van Gundy e Chupeta têm méritos indiscutíveis em sua campanhas. Mesmo separados por uma distância de 7 mil quilômetros.
))) No
Twitter do Rebote: Brasília vira a série contra o Minas; Orlando já cogita usar Jameer Nelson na final; Fábio Balassiano analisa a triste derrota do Brasil para o Uruguai no sub-17.