A INCRÍVEL FESTA DOS BORICUAS

Na noite de quarta-feira, assisti ao clássico entre Porto Rico e República Dominicana no meio da torcida, com cerca de 9 mil fanáticos entupindo o Coliseu Roberto Clemente, em San Juan. A rivalidade entre as duas seleções é algo fora do comum, assim como a festança que os torcedores fazem no ginásio. Conferir de perto um jogo da seleção portorriquenha é uma experiência que vai muito além da quadra. Aliás, ainda bem, porque dentro da quadra o estilo deles continua sendo a quase-pelada - agora com alguma defesa.

Na arquibancada, contudo, é um show. Primeiro, porque tem todo tipo de gente ali. De crianças a idosos, homens e mulheres, mais ricos e mais pobres. Eles gritam o tempo todo, vibram com as cestas de três (e são muitas!), provocam os adversários, enfim, fazem parte do espetáculo. Contra a Dominicana, o clima foi de batalha, fazendo valer o termo boricuas, como eles se chamam cheios de orgulho, remetendo à herança do povo taíno, que habitava a ilha antes da chegada de Cristóvão Colombo.



Nos jogos mais tranquilos, há um incrível clima de bom humor.
A torcida ri o tempo todo e pega no pé até do técnico Manolo Cintrón, pedindo para ele colocar em quadra favoritos locais como o ala-armador Guillermo Diaz e até jogadores-figurantes como o pivô Luis Villafañe. O melhor de tudo é que o figuraça Manolo é um tremendo pau-mandado: a torcida grita, ele põe para jogar.



Na quinta-feira, tem Porto Rico x Argentina, outro jogo que promete, porque pode garantir a classificação dos hermanos. Na sexta, os boricuas enfrentam o Brasil, mas pelo jeito será apenas um amistoso de luxo, valendo quase nada. Quem sabe não nos cruzamos na final. O caldeirão, certamente, vai ferver de novo.