A GAROTINHA E A ESPERANÇA

Mais uma vez, vi a partida de Porto Rico no meio da torcida. Na noite desta quinta-feira, a Argentina teve alguns ótimos momentos e nos mostrou um basquete bem parecido com aquela Argentina que a gente conhece – Scola, de novo, foi um monstro. Mas o time da casa emplacou uma boa reação no fim, graças a alguns lampejos de defesa e a costumeira pontaria dos chutadores. Por três vezes, a torcida jogou objetos dentro da quadra, e nenhum dos três árbitros teve peito para dar uma falta técnica contra Porto Rico. Ainda assim, os hermanos seguraram a onda: 80-78.

Mas o real motivo deste texto é relatar a alegria de ter visto a partida ao lado de uma garotinha portorriquenha que não devia ter mais de 8 anos, fanática por basquete. Com seus óculos
de armação cor-de-rosa, um vestidinho florido e dois bastões infláveis na mão, ela vibrava, subia na cadeira, sorria, pedia defense, não parava quieta. A todo momento, virava-se para o lado e, esperançosa, dizia para a mãe: "Vamos a ganar!". Porto Rico não ganhou, mas a pequena continuou feliz. Tinha vivido uma ótima experiência no Coliseu Roberto Clemente. No vídeo abaixo, reparem, ela aparece logo depois da cesta de Arroyo.



Na cadeira ao meu lado, estava Kouros Monadjemi, presidente da liga que organiza o NBB. Ficamos ali, eu ele, pensando quanto tempo vai levar até que o basquete brasileiro crie meninas como aquela. A resposta não é fácil, mas a noite de quinta-feira me fez ver que não dá para perder a esperança. Quem sabe um dia...