quarta-feira, 30 de setembro de 2009

UM ALÔ




Como vocês já devem ter percebido pela escassez de posts, as coisas andam corridas por aqui. Culpa da candidatura do Rio aos Jogos de 2016, que está dando um trabalho danado. Pelo menos até sexta-feira, quando sai o anúncio da cidade-sede, vai ser difícil arrumar tempo (escrevo este texto, por exemplo, às 2h15 da manhã, e ainda estou preso na redação).

Enquanto isso, sugiro uma questão para a caixinha, baseada em um texto escrito pelo Fábio Balassiano na terça: Paulo Bassul deve sair ou continuar à frente da seleção feminina? Alguns leitores já responderam nos comentários, e o debate está bom. Aproveitando, emendo outra pergunta: você torce para que o Rio de Janeiro ganhe a disputa e vire sede das Olimpíadas? Questão polêmica, com bons argumentos dos dois lados. Quando pintar um tempo, volto para dar minha opinião. Até lá, divirtam-se!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O TÍTULO, A EVOLUÇÃO, AS DÚVIDAS




O primeiro período contra a Argentina foi mesmo de gelar a espinha: será que o pesadelo estava de volta? Não estava, ainda bem. As meninas do Brasil se reencontraram, abriram o segundo quarto com 15-0 e botaram as hermanas no bolso. Vitória por 71-48, título muito merecido na Copa América. Mais que a conquista em si, o que me deixa satisfeito é ver que uma equipe afogada em problemas desde a fase de preparação conseguiu evoluir bastante dentro do torneio. E esse crescimento veio justamente contra as rivais mais fortes - apesar de, ok, não haver rivais realmente fortes na nossa vizinhança.



A seleção melhorou bem na técnica e na tática, sobretudo na defesa, que se encontrou após a decepção contra a República Dominicana. De lá para cá, ninguém mais nos meteu 60 pontos: 45 do Canadá, 59 de Cuba e 48 da Argentina. Preso às suas teimosias, mesmo debaixo de uma chuva de críticas (inclusive daqui), Paulo Bassul conseguiu fazer o time jogar melhor.

O mais curioso é que isso aconteceu justamente quando Franciele decaiu (atuações discretas na semi e na final) e as veteranas subiram. Na semi, Helen brilhou. Na decisão, foi a vez de Silvia (foto). Nas duas vezes, Alessandra e Adrianinha se apresentaram muito bem.

É claro que nada disso apaga os tropeços anteriores e o fato de que, no Mundial, o buraco é muito mais embaixo. Por isso nossa missão nos posts e nas caixinhas é continuar debatendo e tentando encontrar respostas. Bassul sai ou fica? Iziane volta? Érika finalmente vai defender a seleção? Helen e Alessandra estarão na República Tcheca? E as mais novas, terão uma chance de verdade para ganhar terreno?

Tudo isso a gente pode discutir ao longo da semana. O basquete feminino costuma atrair opiniões bem distintas, o que é bom. Em todo caso, não faz mal nenhum festejar o título agora. As moças e a comissão técnica merecem a conquista, estão de parabéns.

domingo, 27 de setembro de 2009

MENINAS CAMPEÃS EM CUIABÁ

O Brasil cochilou no início, mas reagiu a partir do 2º quarto e bateu a Argentina por 71-48 na final da Copa América. Parabéns às meninas pelo título continental. Viu o jogo? Comente aqui!

sábado, 26 de setembro de 2009

PASSAPORTE CARIMBADO




Diante de sua adversária mais complicada até agora na Copa América, a seleção brasileira cumpriu sua melhor atuação em Cuiabá. Na noite deste sábado, a equipe dominou as cubanas, principalmente no segundo tempo, quando se impôs no ataque e na defesa. Aos 36 anos, Helen mostrou o quanto ainda pode ser útil: anotou 24 pontos e meteu seis chutes
de três em oito tentativas.
Com isso, o Brasil passa para a final de domingo, às 21h30,
e de quebra cumpre o seu objetivo maior no torneio continental: garantir a vaga no Mundial da República Tcheca, em 2010.

É claro que vai ter gente lembrando – com razão – que, na hora da verdade, quem botou a bola embaixo do braço e decidiu foi o grupo de veteranas. Além de Helen, atuaram bem Adrianinha
(12 pontos e cinco assistências), Alessandra (oito pontos e oito rebotes) e Mamá (8+4). É claro que, num jogo contra as cubanas (mesmo capengas, sem Plutin e Boulet), a experiência pesa. Mas a caminhada de altos e baixos ao longo do torneio mostra que é preciso fazer um planejamento muito criterioso a partir de segunda-feira: das nossas veteranas, quais estarão no Mundial?

Mais cedo ou mais tarde (certamente mais cedo), será preciso dar responsabilidade às meninas novas. É com elas que o Brasil vai caminhar daqui em diante. Na República Tcheca, contra EUA, Austrália e as europeias, o nível será outro. Tudo precisa estar muito bem planejado, não concordam?

Mas antes disso, claro, temos uma decisão pela frente. Que venha Argentina ou Canadá no domingo, e que o Brasil repita a ótima atuação contra as cubanas. Parabéns às meninas
e à comissão técnica pela classificação, vamos em frente.

BRASIL x CUBA: COMENTE!

A semifinal da Copa América vale a vaga no Mundial da República Tcheca. Confira a partida na TV e deixe seu recado na caixinha.

GANGORRA VERDE-AMARELA




Na quinta, contra a República Dominicana, o ataque fez o que bem quis, e a marcação nos decepcionou. Na sexta, contra o Canadá, a seleção feminina voltou a acionar a gangorra. A vitória por 61-45 veio através da defesa, que infernizou a vida das rivais e manteve o índice de aproveitamento delas lá embaixo (foram 30.5% nos arremessos). Desta vez, o maior problema foi a atuação ofensiva, cheia de precipitações. A coisa até funcionou quando o jogo migrou para o garrafão, mas as brasileiras insistiram demais nos chutes de fora (5/21, 23.8%, incluindo 1/6 de Fernanda Beling, 2/7 de Helen e 1/4 de Adrianinha, todas inconsistentes).

Até Franciele, que vem sendo o destaque da equipe no torneio, foi um retrato do jogo. Na defesa, segurou a onda, e na briga pelos rebotes se saiu bem, com 12. Na execução do ataque, contudo, desperdiçou oito arremessos em 12 tentados.

Agora, o Brasil tem dois jogos para ganhar um e garantir a vaga no Mundial. O passaporte já pode ser carimbado na semifinal deste sábado, às 20h30, contra Cuba. Mesmo sem as perigosas Plutin e Boulet, as caribenhas têm a armadora Gelis, a pivô Noblet e a ala Amargo em boa fase. A última, por exemplo, jogou todos os 45 minutos contra a Argentina, que venceu na prorrogação. Olho nas moças.

Se o Brasil levar a gangorra para a quadra no sábado, vai ser complicado. A defesa precisa continuar ligada e o ataque tem de se equilibrar, principalmente olhando para quem estiver de braço levantado pedindo bola embaixo da cesta. Boa sorte para as meninas, vale a torcida.

NENÊ DE VOLTA AO BATENTE




Olha o Nenê aí. Após desfalcar a seleção na Copa América, o pivô reapareceu na apresentação oficial do Denver Nuggets - a equipe inicia neste sábado seu período de treinos. O técnico George Karl disse que seu otimismo em relação à próxima temporada se deve à grande possibilidade de evolução de alguns jogadores, como
o brasileiro, o ala-pivô Chris Andersen e o chutador JR Smith.
E você, concorda? Até onde será que o Denver vai desta vez?

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

QUANDO O PLACAR ENGANA




É possível jogar mal e ganhar por 59 pontos de diferença? Lógico que é. Nos 121-62 de sexta-feira, essas quase seis dezenas de vantagem no placar a favor do Brasil se explicam, claro, pela incrível fragilidade defensiva da República Dominicana. Para
se ter uma ideia, a equipe caribenha tem apenas três jogadoras com mais de 1,85m, sendo que uma delas é uma adolescente que acaba de completar 15 anos. Técnica e taticamente, é uma seleção sofrível, que só empobrece o torneio.

Diante disso, o ataque verde-amarelo cumpriu sua obrigação, emplacando 38 assistências e 121 pontos. Destaque para Franciele (23), Helen (20), Alessandra (14) e Adrianinha (10, oito passes). Quem viu o jogo, contudo, sabe que no outro extremo da quadra o cenário era lamentável. Nossa defesa foi preguiçosa, acomodada, sem pressão, sem vontade, e só acordou um pouquinho no último quarto. Diante de cinco quase-cones, levamos 62 pontos. Após tanto treino, é muito preocupante.

Sobre Franciele, vou tentar não ser muito repetitivo. Continuo achando o mesmo que escrevi há quase duas semanas: ela simplesmente não pode ser reserva neste time. Não pode. Na sexta, além dos 23 pontos, Fran pegou 10 rebotes, deu dois tocos, duas assistências, roubou uma bola e acertou 11 de seus 13 arremessos. Está jogando muito mais que qualquer outra pivô do elenco, inclusive Alessandra, que vem tendo atuações sólidas. Sabe-se lá o que ela ainda precisa fazer para ganhar a vaga.

ROUPA NOVA NO VARAL DA NBA


Vejo no Twitter do @bolapresa que três equipes da NBA fizeram mudanças no uniforme para a próxima temporada. Acho muito legal o novo do Philadelphia 76ers, que na verdade é um retorno ao velho. Tem também Charlotte Bobcats e Houston Rockets (alternativo). Veja você mesmo, caro leitor-estilista, e avalie.



Ah, sim, o próprio Bola Presa também está de uniforme novo.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

FALA QUE EU TE ESCUTO:


>>> "Durante um período da minha carreira, o flop foi parte do meu jogo, principalmente contra o Shaquille O`Neal. Era a única maneira para eu tentar pará-lo. E eu fazia bem, acho"

VLADE DIVAC, em excelente entrevista concedida a Marc Stein, da ESPN.com, falando sobre uma das suas especialidades: enganar o juiz fingindo sofrer faltas. É claro que as habilidades de Divac vão muito além disso - e o papo com Stein também, vale a pena conferir.

TREINO DE LUXO NA ESTREIA




Antes do jogo contra o lanterna Fluminense, pelo Brasileirão de futebol, o volante Adílson, do Grêmio, afirmou que a vitória seria como "bater em bêbado". A frase, inoportuna porém verdadeira, vale também para esta estreia do Brasil na Copa América de basquete, contra a fraquíssima seleção de Porto Rico. Na prática, é verdade, os dois "bateram no bêbado". O Grêmio sapecou 5-1 no Flu, o Brasil venceu fácil por 78-34.

É o tipo de jogo difícil para fazer análises. De relance, dá para extrair coisas positivas, como a boa defesa durante quase todo o tempo e a excelente atuação de Adrianinha, com 18 pontos, nove rebotes, cinco assistências, duas roubadas e 4/4 da linha de três. Existem também pontos negativos, como o péssimo aproveitamento nos lances livres (14/25, 56%). Além disso, vamos a duas breves comparações.

1) Comparemos a vitória do Brasil e a do Canadá (103-37 sobre a igualmente risível República Dominicana). Foram cenários semelhantes, com abismos de qualidade entre
as adversárias na quadra. Na avaliação dos números, as brasileiras ganham nos rebotes (57 x 42) e nos desperdícios (15 x 17). As canadenses respondem nos chutes de dois (60.9% x 47.9%), nos de três (46.2% x 30%), nos lances livres (80.6% x 56%), nas assistências (28 x 22), nas roubadas de bola (16 x 13), na quantidade de atletas pontuando em dígitos duplos (6 x 2) e, claro, nos pontos anotados (103 x 78). É lógico que se trata de uma comparação entre duas equipes que estavam em jogos diferentes, não é nada científico. Mas fica evidente que elas tiveram uma atuação coletiva bem melhor que a nossa, não?

2) Comparemos agora Mamá (foto ao lado) e Franciele. A titular jogou dois minutos a mais (21 x 19), mas a reserva ganha nos pontos (9 x 7), no aproveitamento dos chutes
(4/6 x 2/6) e nos tocos (1 x 0), além de um empate em 8 x 8 nos rebotes. Fran foi mal nos lances livres (1/4), mas com a bola quicando, continua me parecendo uma jogadora muito mais útil que Mamá. É muito mais ágil e atlética. Paulo Bassul, pelo visto, não acha.

Na quinta-feira, às 20h30, o adversário é a República Dominicana, que levou a tal surra das canadenses. Vitória tranquila, provavelmente, e vaga assegurada nas semifinais. Que a equipe continue usando esses treinos de luxo em Cuiabá para aprender com os próprios erros e evoluir.

TAURASI MANDA UM ALÔ




Mesmo pendurada em faltas durante todo o quarto período, Diana Taurasi deu show nesta quarta-feira. A ala-armadora do Phoenix Mercury (aí na foto, marcando Candace Parker) brilhou com 28 pontos, seis assistências, duas roubadas e cinco lances livres decisivos para selar a vitória sobre o Los Angeles Sparks por 103-94, em território inimigo. Agora a equipe do Arizona lidera a final do Oeste na WNBA por 1-0 e carrega a vantagem para a sua casa. E olha que o trio-Spark também fez bonito, hein. Candace meteu seus 28 pontos e 10 rebotes; Lisa Leslie ajudou com 19+8, três tocos e três roubadas (terá sido o último jogo dela em Los Angeles?); Tina Thompson arrematou com 25 pontos, sete rebotes e cinco passes. Foi uma partida com atuações de gala nos dois lados da quadra, mas o craque Magic Johnson, que estava na plateia, certamente não gostou do resultado final.

No Leste, a freguesia começou a falar mais alto. O Detroit Shock, que eliminou o Indiana Fever nos três últimos playoffs, abriu 1-0 com uma vitória fácil por 72-56 (incluindo um 17-6 no terceiro quarto que matou as rivais). Vale lembrar que a turma de Auburn Hills está sem Katie Smith (costas) e Plenette Pierson (ombro). Quem deu conta do recado foi a caloura Shavonte Zellous (foto), com 23 pontos saindo do banco - 16 no primeiro tempo, impedindo que o Fever abrisse vantagem e preparando o terreno para a reação depois do intervalo. Será que Mercury e Shock vão à finalíssima?

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

QUAL BRASIL VAI À QUADRA?




Após mais de dois meses de treinos em Barueri, a seleção feminina disputou uma série
de amistosos às vésperas da Copa América. E tropeçou nas próprias pernas. Mostrou um basquete preguiçoso, repleto de equívocos, com uma defesa muito permissiva e um ataque incrivelmente sem opções. Nos dois últimos quartos da última partida, contra o Canadá, o nível melhorou, a marcação apertou, o ataque acordou. Aí fica a dúvida: qual Brasil vai entrar em quadra na Copa América a partir de hoje, às 20h, em Cuiabá, na estreia contra Porto Rico?

A missão mais importante, claro, é garantir uma das três vagas para o Mundial da República Tcheca, e isso não deve ser muito difícil, devido ao nível das adversárias - até Cuba deve estar capenga, sem Yakelyn Plutín e Yayma Boulet. Se a equipe não conseguir a vaga, claro, será uma vergonha sem precedentes.

Confiando que vamos carimbar o passaporte, passamos a outro estágio: a análise do jogo, já olhando para o futuro, para o Mundial. A julgar pelo período de preparação, as cinco jogadoras que inspiram maior confiança no técnico Paulo Bassul - e podem inclusive formar o quinteto titular da Copa América - têm mais de
30 anos: Adrianinha, Helen, Micaela, Mamá e Alessandra. Sem julgar o valor individual
de cada uma (algumas ainda podem ser muito úteis), mas um quinteto com todas as atletas na casa dos 30 não deixa de ser um retrato do basquete feminino brasileiro, que pena para
se renovar e se agarra como pode às veteranas. Até quando?

PARABÉNS, RAINHA!




Justamente no dia da estreia brasileira na Copa América, quando o trabalho da Hortência-dirigente começa a receber seu primeiro julgamento, é preciso fazer uma pausa para reverenciá-la. A Rainha completa hoje 50 anos, e a data redonda é um convite às homenagens. Para a jogadora extraordinária que ela foi, todo tributo é pouco. O Rebote dá os parabéns e recomenda o vídeo abaixo, uma compilação com momentos da vida de Hortência dentro e fora da quadra. Vale muito a pena ver do início ao fim.

JORDAN x RUSSELL, A REVANCHE




No discurso na cerimônia do Hall da Fama, Michael Jordan citou Bryon Russell, ala do Utah Jazz, que o tinha provocado na primeira aposentadoria, em 1993, lamentando que não teria chance de anular o astro em quadra. Jordan retornou, Russell teve sua chance, e o resultado é a famosa cesta do título de 1998. Após o discurso, o jogador do Jazz disse que toparia enfrentar Jordan hoje num duelo um-contra-um.

Agora o desafio está oficialmente na mesa. Brandt Andersen, dono do Utah Flash, time da Liga de Desenvolvimento, ofereceu US$ 100 mil para os dois se enfrentarem, com o dinheiro sendo revertido para a caridade. Russell, aos 38 anos, já topou. Jordan, 46, recebeu uma mensagem de Andersen através de um amigo comum, mas ainda não deu resposta. Será que o mestre topa? Além da causa nobre, seria no mínimo interessante, não acham?

terça-feira, 22 de setembro de 2009

PROMOÇÃO WNBA - RESULTADO


A camisa do Indiana Fever
(na foto ao lado) vai para:

Flávio de Aquino Ferreira

de Uberlândia (MG).

Foram 41 e-mails no total, e a camisa vai pelo correio. Vale lembrar que o Indiana entra em quadra na quarta-feira, às 21h, para o jogo 1 da final do Leste contra o Detroit Shock. Às 23h, começa a decisão do Oeste, entre Phoenix Mercury e Los Angeles Sparks. Já tem seus favoritos?

QUE SECADA, HEIN...




Nesta quinta-feira, estreia nos Estados Unidos FlashForward, série de TV que gira em torno do seguinte mote: todas as pessoas do planeta desmaiam ao mesmo tempo e, durante 2m17s, têm visões sobre o que vai acontecer com elas no dia 29 de abril de 2010. O primeiro episódio vazou na internet, e eu vi na noite de ontem. É excelente, por sinal, mas o que tudo isso tem a ver com o nosso basquete? É que um dos personagens, ao relatar suas visões, diz ter lido no jornal que Kobe Bryant rompeu os ligamentos do joelho e ficou fora da temporada da NBA. O tal 29 de abril cai ali pelo fim do primeiro round dos playoffs. Quer secada maior que essa? Brincadeiras à parte, fique de olho na série. A julgar por este episódio de estreia, vale muito a pena. Especialmente se você for um desses torcedores anti-Lakers, né.

FALA QUE EU TE ESCUTO:


>>> "Os Lakers ganharam o último título, e eu sou o novo reforço do elenco. Todo mundo em L.A. espera o bicampeonato. Se não conseguirmos, ok, podem me culpar, apontar o dedo para mim, jogar tomates e tudo mais"

RON ARTEST, novo ala dos Lakers, com a sinceridade habitual.

domingo, 20 de setembro de 2009

AGORA, SÓ FALTA O OURO OLÍMPICO




A vitória por 85-63 sobre a Sérvia neste domingo não comprova apenas a qualidade de uma geração incrível de jogadores da Espanha. Nomes como Pau Gasol (que craque!), Juan Carlos Navarro, Jorge Garbajosa, Rudy Fernández, Marc Gasol, Felipe Reyes e outros menos famosos se juntaram para formar um dos melhores times de basquete da história. E no meio deles já está Ricky Rubio, o adolescente de apenas 18 anos que tem tudo para transformar o futuro desta equipe em algo ainda mais agradável. Ou seja, o título comprova também que o trabalho compensa.



O que falta para esta turma chegar ao topo do planeta? Uma vitória sobre os Estados Unidos e um ouro nas Olimpíadas.

Não é pouco. Mas todo o resto eles já têm. O título deste domingo preenche a incômoda lacuna de um currículo que já tinha seis pratas europeias, incluindo três nas últimas cinco edições. Em 2007, uma derrota dolorosa em casa, diante da Rússia. Agora, a redenção inapelável, com uma campanha que começou tímida, mas depois enfileirou surras homéricas sobre pesos-pesados como Lituânia, França, Grécia e, agora, a Sérvia.

É uma potência do basquete, que hoje paira bem acima de seus concorrentes europeus. Fruto de um trabalho exemplar que começou muito longe, quatro décadas atrás, com a massificação da modalidade nas escolas. O resultado está aí - e, pelo visto, deve ficar aí por muito tempo. Ainda bem.

A cereja do bolo, claro, seria subir no degrau mais alto de um pódio olímpico. A Fúria já bateu na trave duas vezes, sempre esbarrando nos rivais americanos. Em 1984, eles perderam para universitários como Patrick Ewing, Chris Mullin e um tal de Michael Jordan. Em 2008, vocês lembram bem, todos nós fomos brindados com aquela final espetacular, mas os craques da NBA acabaram levando a melhor.



É possível quebrar o tabu e conquistar em Londres-2012 o título que falta? Difícil, mas plenamente possível. Garbajosa terá 34 anos e não deve segurar a onda fisicamente (já não segura hoje, imagine em 2012). De resto, continuará sendo um timaço. Gasol, Navarro e Reyes, com 32, ainda poderão jogar em alto nível. Fernández, Marc Gasol e outros coadjuvantes estarão ali na casa dos 27. Sem contar Ricky Rubio, que deve estar voando com 21.

Será que dá para derrubar os americanos em Londres? Diga aí.

FIO DE ESPERANÇA?




Fiquei devendo os comentários sobre o último amistoso da seleção feminina, na vitória por 67-45 sobre o Canadá, neste sábado. O primeiro tempo foi a repetição dos erros nas partidas anteriores, com uma defesa ainda bem hesitante e um ataque completamente perdido. Como as canadenses também jogavam mal, as equipes foram para o intervalo com um 24-24 sem sal.



Na volta do vestiário, a seleção verde-amarela enfim mostrou um esboço do que pode ser um jogo decente para a Copa América. A marcação melhorou muito e dificultou a vida da armadora Teresa Gabriele, que tinha passeado no primeiro amistoso, em Barueri. Desta vez, foram oito pontos, 2/6 nos chutes e cinco desperdícios.

No ataque, o fator-surpresa foi Karen (na foto ao lado), que entrou muito bem e anotou 15 pontos no jogo, com 6/10 nos arremessos, além de quatro rebotes e duas assistências. Adrianinha confirmou sua condição de armadora titular com 13 pontos, quatro passes e uma boa atuação, apesar dos cinco erros. Foi o suficiente.

O que ainda não dá para engolir é Mamá no quinteto principal. Em 21 minutos, a veterana fez quatro pontos e pegou cinco rebotes - errou seus três únicos arremessos e só pontuou com lances livres. Franciele, em 16 minutos, fez
3/4 nos arremessos, sete pontos, quatro rebotes e um toco.

sábado, 19 de setembro de 2009

OS GREGOS SEGURAM A FÚRIA?




Após dois jogos eletrizantes na sexta-feira (Grécia e Eslovênia garantiram suas vagas para o Mundial, batendo Turquia e Croácia), o Eurobasket entra no fim de semana com a disputa afunilando nas duas pontas. Na chave dos times perdedores, a França pega a Turquia às 7h, e a Rússia enfrenta a Croácia às 9h15, ambos os duelos valendo o carimbo no passaporte. Vou estar no SporTV para comentar essas duas partidas, mas elas provavelmente já terão terminado quando o amigo encontrar este texto no sabadão.

Então vamos nos concentrar na chave dos vencedores, que tem Sérvia x Eslovênia às 16h e, antes disso, um jogaço reeditando a decisão do último Mundial em 2006: Espanha x Grécia, às 13h30.

A Grécia arrancou uma vitória dramática sobre a Turquia, num duelo que carrega extrema rivalidade e peso histórico até longe das quadras. O império turco dominou os gregos entre os séculos 15 e 19, mas nas últimas décadas, com a bola laranja, o domínio é o inverso. E assim foi na sexta-feira, graças ao bom jogo coletivo, com destaque para Spanoulis, autor de 23 pontos.

A Espanha, que atropelou a França anteontem, volta à quadra no sábado para reencontrar a equipe que derrotou de forma impiedosa na final de 2006, no Japão. Naquela ocasião, a Fúria nem precisou de Pau Gasol, que estava machucado. Agora, o elenco está completo. Ainda assim, promete sair faísca.

Guardadas as proporções, a trajetória dos espanhóis no Europeu parece um pouco a da Argentina na Copa América. As duas começaram tropeçando e foram se acertando ao longo dos torneios. Outra semelhança: ambas sob o comando de um craque dentro do garrafão - Gasol de um lado, Luis Scola do outro.

Em Porto Rico, os hermanos abortaram a recuperação justamente na semifinal, perdendo para os donos da casa. E a Espanha, será que também vai frear nas semis? Será que a Grécia consegue sua vingança? Ou a esta altura ninguém mais segura a Fúria?

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A COPA AMÉRICA PROMETE...




Não foi por falta de treino. A seleção feminina está entocada há séculos em Barueri, de onde se despede agora para a disputa da Copa América em Cuiabá. Em mais de dois meses de atividades, qual é o saldo? Uma equipe totalmente perdida em quadra, que não nos passa segurança nem contra aqueles adversários que costumávamos atropelar. O capítulo mais recente do drama veio ontem.

O rival do amistoso em Barueri era o Canadá, que já é fraquinho e ainda está sem sua melhor jogadora, Tammy Sutton-Brown, pivô do Indiana Fever nos playoffs da WNBA. Ainda assim, foi um parto. O Brasil fez um primeiro tempo sofrível, com um projeto de defesa-zero que convidou a armadora Teresa Gabriele para passear à vontade pela quadra. No intervalo, perdíamos de forma vergonhosa por 36-26. Dez de vantagem... pro Canadá!

No segundo tempo, bastou defender um pouco, nada extraordinário, para reagir e equilibrar as ações na partida - com Alessandra e Micaela segurando a onda no ataque. Ainda assim, a virada só veio no finzinho, com uma cesta de Franciele (sim, ela começou no banco de novo e só atuou por 15m08s, mas ainda assim anotou sete pontos e quatro rebotes) e duas bandejas salvadoras de Adrianinha. A última, com um segundo no relógio, selou o placar de 69-68.

Do jeito que a coisa vai, teremos uma Copa América com drama de sobra, a não ser que aconteça um milagre nos próximos dias. Mas a esta altura, será que alguém ainda acredita em milagres?

FÚRIA COM MOTIVOS PARA SORRIR






Agora, sim, a Espanha tem ótimos motivos para soltar as risadas. Com uma estupenda atuação defensiva diante da até então invicta França, a Fúria venceu por 86-66, avançou às semifinais do Eurobasket e, o mais importante, carimbou o passaporte para defender seu título no Mundial da Turquia. Na hora da verdade, Pau Gasol foi um leão, com 28 pontos e nove rebotes. Do outro lado, Tony Parker, coitado, mal viu a cor da bola (1/6, 6 pontos).

Na outra partida de quinta-feira, a Sérvia bateu a Rússia (olha aí meu primeiro palpitão errado) por 79-68, também com uma defesa impressionante. Afinal de contas, é assim que se ganha no basquete, certo? A disputa continua na sexta-feira. Fique de olho nos jogos, valem mais duas vagas no Mundial: Turquia x Grécia (13h15) e Eslovênia x Croácia (16h).

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

GERSON, 50 ANOS




A geração de Oscar e Marcel ficou conhecida pelo poder dos arremessos, mas não dá para esquecer que também havia gente embaixo da cesta. Um dos nomes mais importantes daquele garrafão era Gerson Victalino, ou só Gerson, se você preferir. O pivô completa hoje 50 anos de idade e ganha uma homenagem aqui no Rebote. O mineiro de 2,05m mora em São Paulo, onde mantém um salão de beleza com a sua mulher, Jandira. Mas ainda está nas quadras, atuando pelo time de veteranos do Pinheiros e pela seleção brasileira de masters. Um dos heróis do Pan-Americano de Indianápolis em 1987, Gerson fala sobre aquela geração, mostra otimismo com a equipe atual e diz enxergar traços de seu estilo de jogo no catarinense Tiago Splitter. Parabéns ao campeão, e vamos logo para o papo.

- REBOTE - Depois da sua geração, o Brasil passou por maus bocados, com a ausência nas Olimpíadas, e agora volta a viver alguns momentos de otimismo. Como você vê o estágio atual da seleção?
- GERSON - Nossa seleção está em um estágio muito propício, com ótimos atletas. Este é o momento para o nosso basquete voltar para o lugar de onde nunca deveria ter saído. Estou muito otimista com a produção desta equipe. Pelo que pude notar na Copa América, podemos esperar
uma equipe bastante competitiva para o próximo Mundial.

- E na sua posição, como estamos? Que tal os pivôs da seleção?
- Temos grandes pivôs hoje, estamos muito bem representados no garrafão. Gosto muito do Tiago Splitter. Acho que o estilo de jogo dele se parece muito com o meu. Vendo o Tiago jogar, lembro que eu tinha essas mesmas características. Gosto também do Anderson Varejão, é um jogador muito versátil.

- Na sua época, a seleção jogava muito em função de grandes arremessadores como Oscar e Marcel. Como era o tratamento para os pivôs naquela equipe?
- Nossa equipe era bem definida. Nós, pivôs, tínhamos uma função muito importante, pegando todos os rebotes, fazendo a marcação com muita agressividade e dando sustento para as jogadas ofensivas do Oscar e do Marcel.

- Olhando para trás, qual o sentimento em relação àquela época? E a melhor lembrança?
- Minha maior lembrança não poderia ser outra senão a conquista do Pan de Indianápolis em 1987. Hoje olho para o passado e me alegro de ter contribuído com a história do nosso basquete.