quinta-feira, 4 de junho de 2009

A BOLA VAI SUBIR




Eis que o Orlando Magic chega à grande final da NBA. Com um pivô dominante de apenas 23 anos, bons chutadores de três pontos e um técnico que está longe de ser medalhão, o time da Flórida carrega o mérito de ter despachado nos playoffs o Boston Celtics e a equipe do homem considerado por muitos como o melhor jogador do planeta. Hã? LeBron James? Quando tudo isso aconteceu, LeBron James era apenas uma criança de 10 anos.



Estou falando de 1995, quando o Orlando foi à decisão liderado pelo jovem Shaquille O`Neal, com chutadores do naipe de Nick Anderson e Dennis Scott, treinado por Brian Hill, e eliminando os Bulls de Michael Jordan, que acabava de voltar da aposentadoria. O torcedor do Magic espera que as coincidências parem por aí, já que aquele time tomou um 4-0 implacável do Houston Rockets.

O adversário de 1995, assim como o de agora, tinha um técnico que já havia sido campeão (Rudy Tomjanovich) e um ala-armador de altíssimo nível (Clyde Drexler). Mas o grande diferencial daquela equipe estava embaixo da cesta: era Hakeem Olajuwon, algo que o Los Angeles Lakers de hoje nem sonha em ter.

O fato de não ter um pivô tão dominante como Hakeem não significa que o garrafão californiano é fraco. Ao contrário, o time tem o excelente Pau Gasol para ajudar o meio instável Bynum.



E por mais que a gente aponte personagens importantes para a série, como Ariza, Pietrus, Gasol, Lewis, Odom, Turkoglu, Fisher
e Alston, é impossível não manter os olhos nas duas estrelas maiores. De um lado, Dwight Howard. Do outro, Kobe Bryant.
É neles, principalmente, que depositamos a nossa esperança
de uma grande final a partir de hoje, às 22h, na tela da ESPN.

Depois dos intensos debates nos últimos dias, você já chegou à sua conclusão? Quem será o grande campeão da NBA em 2009?

13 comentários:

Renato disse...

Estas finais são o duelo de uma concepção moderna de basquete contra uma mais conservadora.

Do lado do Orlando você tem o modelo mais conservador do basquete americano, de um pivô dominante como Howard ou Gortat - alto, forte, mais lento - trabalhando de costas pra cesta, e a movimentação ofensiva se desdobrando a partir dos problemas criados por ele.

Do lado do Lakers, você tem o modelo mais moderno, com alas-pivôs magros e ágeis, tipo "Kevin Garnett", como Gasol, Lamar Odom, Trevor Ariza, se aproveitando da velocidade, vindo para o perímetro, e o time jogando por triângulos.

Considerando a tendência que a própria NBA vem seguindo, o modelo mais antigo vem aos poucos morrendo, e os times que têm tido mais sucesso são os times como o Boston e o Lakers, que seguem este modelo mais moderno.

Para ser justo com o Orlando, o que o técnico Van Gundy tem tentado *evitar* é transformar o time naquele esquema quadradão clássico do basquete americano, do pivô cercado de chutadores que executam jogadas orquestradinhas. As jogadas em que o Dwight Howard é mais efetivo são aquelas em que ele recebe a bola em movimento, após rolar para a cesta a partir de um corta-luz, ou aparecendo pra receber quando a defesa reage a uma penetração de outro jogador.

Ironicamente, quem rema contra a maré é o próprio Dwight Howard, reclamando pela imprensa que não recebia bolas suficientes pra jogar à moda antiga, de costas pra cesta, na trombada. E isto pode ser o que vai selar o destino do Orlando na série.

Lakers 4 x 2 é o meu palpite.

Renato disse...

Esqueci de mencionar uma coisa que eu ia escrever no post anterior.

A menção recente a um post do Balassiano com entrevista com a Paula, falando sobre o título mundial de 1994 trouxe um paralelo bacana com estas finais.

No mundial de 1994, a final contrapôs Brasil e China. O time da China tinha uma pivô enorme que ninguém conseguia marcar e fazia 20 pontos por jogo, e o resto do time jogando um basquetebol quadradinho.

No time do Brasil, jogadoras de perímetro de primeira, complementadas por pivôs magras e ágeis como Alessandra e Leila.

No fim a agilidade das brasileiras foi o que criou um problema enorme pra (enorme) chinesa, e não o contrário.

O professor Paulo Murilo é quem martela no seu blog - com muito mais propriedade que eu, é claro - as lições da concepção de jogo daquele time de 1994, quando critica a transformação de massa muscular de jogadores como Nenê, quando vão pra NBA, que acham que têm de ficar "fortes" e acabam ficando muito piores do que eram.

De certa maneira que o valor de Dwight Howard terá de ser medido pelo quanto ele aproveitar sua agilidade (e ele é) em combinação com sua força, e não pelo quanto ele conseguirá trombar no garrafão.

Anônimo disse...

Pô ai fica sinistro, o Renato não deixou quase nada pra falar. rsss

Eu acho mesmo que o Lakers leva uma vantagem sobre Cavs, o LA defende muito melhor o perimetro.

O jeito e o caminho seria isolar o Dwight deixando ele marcar os 30 pontos dele e parar o restante do time.

Abs

Alexandre Reis

JRamone disse...

É, Rodrigo, e foi aí que comecei a jogar basquete, após este time do Magic que tinha Shaq, Nick Anderson e Dennis Scott (como voce mencionou, mas principalmente por ter ainda PENNY HARDAWAY, que voce ESQUECEU de mencionar (!?)... Penny que, na aposentadoria do Jordan era o sucessor que a mídia queria, como quer hoje com Kobe, com Lebron, como quis com Grant Hill... é, saudosos tempos! Vamos de novo, GO MAGIC! É POSSÍVEL!!!

SUCESSO!!

JRamone disse...

É, Rodrigo, e foi aí que comecei a jogar basquete, após este time do Magic que tinha Shaq, Nick Anderson e Dennis Scott (como voce mencionou, mas principalmente por ter ainda PENNY HARDAWAY, que voce ESQUECEU de mencionar (!?)... Penny que, na aposentadoria do Jordan era o sucessor que a mídia queria, como quer hoje com Kobe, com Lebron, como quis com Grant Hill... é, saudosos tempos! Vamos de novo, GO MAGIC! É POSSÍVEL!!!

SUCESSO!!

Renzo disse...

Lembro-me bem dessa doída desclassificação do Bulls contra o Magic do garoto Shaq.

Jordan resolveu voltar na parte final da temporada regular de 94-95 (em março) e ainda oscilava um pouco, sem o ritmo de jogo ideal. O Bulls era um time bem mediano e carente de reforços, pois já tinha perdido a base do primeiro "three-peat".

Resolveu jogar com a camisa 45, pois a 23 seria aposentada.

O Orlando era o time-sensação, capitaneados pela dupla formada por Shaq e Anfernee "Penny" Hardaway.

Nick Anderson declarou, após uma das vitórias do Orlando, que "o Jordan da camisa 45 não era o mesmo da camisa 23", sinalizando que o tempo de MJ já havia passado.

Em resposta, Jordan surpreendeu a todos ao entrar em quadra novamente com a 23, jogando maravilhosamente bem e conquistando uma bela vitória.

Mas não foi suficiente...
O Orlando era realmente mais time e passou.
Depois do primeiro título do Bulls em 1990-91, esta foi a última derrota de Jordan numa série de playoffs. Venceu todas as séries seguintes em que esteve presente e foi campeão consecutivamente até 1998, quando se aposentou pela 2ª vez.

Depois, vieram as duas "temporadas-tributo" no Wizards, já nos "early 2000s".

Saudades de Jordan, inigualável.

Renzo disse...

Para me expressar melhor: foi a última ELIMINAÇÃO de Jordan numa série de playoffs.

Maickel disse...

lakers tem facilidade para interceptar passes para open shoots. (forte do orlando)

lakers 4-2

Fiel disse...

Porra, grandes posts do JRAmone e principalmente do Renzo ! Que saudades dessa epoca. acompanhei tudo, o mais de perto possivel, ja que tinhamos serias limitações para acopanhar a NBA !

E pra mim o Penny foi o jogador que mais gostei de assistir com a camisa do MAGIC, sensacional ! Uma pena sair de Orlando e a consequente contusao (praga, hahaha) !

E Nem me lembra da serie contra o Rockets, que metia muitas bolas de 3 e complementava com Drexler e The Dream !

Mas se o Nick Anderson nao erra aqueles 4 FTs no minuto final ...ha ... hj iriamos em busca do BI !

Magic underDog , mas vamos que vamos !!!

GOOO MAGIC !!!

Fiel disse...

JRamone, me adiciona no MSN ai para conversarmos sobre o MAGIC, afinal torcedore do Magic sao raros ...haha

ropreto@uol.com.br

Bruno disse...

Interessante é que o time de 95 do Magic era muito melhor do que o de hoje, com um garrafão fortíssimo com Shaq e Grant, além de Anderson,Scott,Penny,Shaw, etc.
Mas quanto a final de hoje, sinceramente acho o jogo 1 FUNDAMENTAL:Phil Jackson tem o razoável recorde 43-0 quando seu time ganha o jogo 1;O Magic é um time pouco experimentado, que depende muito de confiança, e uma derrota no jogo 1 pode abater;O Lakers joga muito melhor em casa do que fora, mesmo sendo o melhor time da NBA fora de casa.
Assim, vejo o jogo de hoje como mais decisivo do que um "simples" jogo 1. Além disso, vai dar uma boa noção de como os times vão encaixar um contra o outro.
Na imprensa americana se comentou recentemente que o Lakers de 2008 era bom o suficiente para ter sido campeão mas não estava preparado emocionalmente para tanto, e acho que esse ano tal condição vai ocorrer com o Magic, que de certa forma se aproveitou da fraqueza dos Celtics para chegar mais longe do que supostamente deveria.
Acho que dá Lakers, não vou nem chutar em quantos jogos e nem me importo, o negócio é ser campeão!

Vinicius disse...

Caramba... Não sou torcedor do Magic, mas fiquei arrepiado com as declarações acima.

Aquele time era realmente fantástico. Um grande pena mesmo não ter conquistado o Titulo aquele ano.

Um grande abraço.
JAZZ-ES

rubensborges disse...

Orlando ficou a um lance-livre de ser campeão em 95. Nick ANderson errou os quatro, Houston empatou, venceu na prorrogação e o jovem time do mgaic não segurou a decepção. AInda acho que se o Nick tivesse acertado um, ou o Shaq batido os quatro (estatuisticamente um entraria, hehehe) o Magic seria campeão