terça-feira, 30 de junho de 2009
VAREJÃO, CAVS E COPA AMÉRICA
Na terça-feira, Anderson Varejão foi ao Tá na Área, do SporTV. Admitiu que, em vez de renovar automaticamente com os Cavs, deve optar pelo mercado de passes livres na NBA - o que a imprensa americana, aliás, já dá como certo. Mas afirmou que isso não vai atrapalhar seus planos de jogar a Copa América:
OURINHOS CÁ, IZIANE LÁ
Ourinhos manteve a hegemonia no basquete feminino brasileiro e faturou o Paulista nesta terça-feira, batendo Americana por 55-52 e fechando a série final. Não consegui ver o jogo, então indico a análise do Balassiano, que viu e não gostou. Também, pudera. Os aproveitamentos continuaram muito ruins, com 38.5% nos tiros de dois, 17.5% nos de três e 62% nos lances livres, além dos 31 desperdícios.
Em todo caso, apesar do nível baixo, ganhar um título não é fácil em nenhum cenário. É preciso ralar um bocado para chegar ao topo, seja qual for o topo, e Ourinhos fez isso repetidamente nos últimos anos. Tirando a derrota no Paulista de 2008, elas só ganham, ganham e ganham, ano após ano. Estão de parabéns.
Quando cheguei em casa, já estava rolando na ESPN o jogo da WNBA entre Atlanta Dream e Minnesota Linx. É lógico que o basquete é outro comparado ao Paulista. Nada brilhante, mas as atletas se esforçam em quadra para jogar dentro de um esquema tático. Mesmo sem a ótima Seimone Augustus, que se machucou e está fora da temporada toda, o Minnesota ganhou porque fez a bola rodar o tempo todo. Curiosamente, quem ignorava qualquer esquema era Iziane (foto), do Atlanta, que, quase sempre, partia imediatamente para a definição assim que recebia a bola.
A questão é que, nesta terça, a mira de Iziane estava calibrada. Com 13/19 nos arremessos (2/3 de longa distância), a brasileira anotou 31 pontos, melhor marca de sua carreira na WNBA. Érika também foi bem, com nove pontos e nove rebotes, mas não foi suficiente para evitar a vitória tranquila do Lynx, sob o comando de Candice Wiggins, Nicky Anosike e Charde Houston, o ótimo trio que a gente teve o prazer de ver ao vivo no Pan de 2007.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
A CRISE CRÔNICA
Um dia. O Flamengo só precisou de um dia após o título do NBB para mergulhar novamente numa crise política. No clube dos mil dirigentes, cada um fala uma coisa e todos mudam de ideia com impressionante rapidez. A primeira notícia da segunda-feira foi a saída de João Henrique Areias, o vice de Esportes Olímpicos que tirou a equipe do buraco em cinco meses. Ele mesmo já tinha programado a saída, mas duas gotas d`água transformaram o assunto em tempestade e deram tons de conflito para o caso.
A primeira foi o projeto do Instituto Fla Olímpico, que Areias entregou ao presidente Márcio Braga. O manda-chuva do Rubro-Negro, no entanto, teria comunicado ao dirigente a intenção de chamar Patrícia Amorim para tocar o barco. Patrícia, sim, é a ex-ocupante do cargo de Areias, dispensada quando ele chegou ao clube. O mais curioso? Ela anunciou recentemente que disputaria a presidência do Fla, concorrendo com a chapa da situação.
Eis que, na hora de entregar
o troféu aos campeões (foto acima), quem Márcio Braga chama para a honraria? A ex-dirigente, atual "concorrente". Sim, Patrícia. "Não sei o que ele pensou quando a chamou para entregar o troféu e passou por mim sem falar nada. Foi um ato falho de amadorismo. A gota d’água. Não volto mais ao Flamengo enquanto ele estiver na presidência", disse Areias (foto ao lado), em entrevista ao Globoesporte.com.
Poucas horas depois, Márcio tentou botar panos quentes, disse que quer Patrícia como consultora e Areias como diretor do Fla Olímpico, e aí tudo começou a mudar. Areias já admite voltar, Patrícia diz não saber de nada, e assim caminha o Flamengo, amigo inseparável, incansável e incorrigível da tal da crise.
))) No Twitter do Rebote: Ary Vidal também deixa o Fla; Yao Ming pode encerrar a carreira; e hoje é dia de Varejão na TV.
domingo, 28 de junho de 2009
O TÍTULO DO FLA E OS DOIS NBBs
A festa na HSBC Arena foi realmente incrível no domingo. Quase 16 mil pessoas lotando o ginásio, organização melhor que a dos jogos 2 e 3. Era um jogo de basquete, e era um programão, uma experiência bacana, um entretenimento de bom nível, com bom público, como a gente sempre cobra. Deu gosto vivenciar tudo o que aconteceu ao redor da quadra, um mérito inegável do NBB.
Dentro da quadra... aí surge o outro NBB, o da bola quicando.
Em primeiro lugar, a bola quicou com dois times de uniformes escuros, medida incompreensível que prejudica o aspecto visual. Tecnicamente, o jogo 5 entre Fla e Brasília foi ruim de doer, assim como o 4, e assim como grande parte do torneio. E se o torneio foi assim, não dava mesmo para esperar algo divino na final, quando a tensão faz aumentar ainda mais o número de erros.
Este problema não vai se resolver agora ou no próximo NBB, e sim daqui a vários anos, desde que se faça um trabalho sério de base desde já. Para que tenhamos um torneio de bom nível técnico, só batendo nas teclas dos fundamentos e da disciplina tática. Assim como falei sobre o feminino, não tiro a culpa de quem está lá dentro hoje, já que a maioria não faz muita questão de jogar um basquete de primeira linha e ignora conceitos táticos.
À beira da quadra, Moncho Monsalve finalmente apareceu e se disse assustado com a quantidade de arremessos de três pontos na série - não sou só eu, viram? Mas também não é só o chute de três que empurra o nível do basquete brasileiro para baixo. São muitos fatores. Como a falta de cuidado com a bola e a truculência sem ela. Foi por muito pouco que o campeonato não acabou em pancadaria - e nem a tensão de uma final justifica tamanho destempero.
Outra draga é a administração da maioria dos clubes, incluindo
o Flamengo, o que só valoriza mais a conquista dos atletas. Esses caras chegaram a jogar com quatro meses de atraso nos salários. Jamais viram a cor dos prêmios prometidos em troféus anteriores. Penaram para arrumar um teto e, até o meio da semifinal, não sabiam em que ginásio disputariam a decisão.
Por essas e outras, o título
é justo, justíssimo. De João Henrique Areias, que arrumou
a casa em cinco meses, a cada integrante da delegação, todos merecem esta conquista.
Assim como nós merecemos
um basquete melhor. Mesmo sabendo que não estamos no primeiro escalão, o público consumidor é exigente e não vai se contentar com pouco. Parabéns ao brio do Flamengo, à luta do Brasília. E mãos à obra, pois a estrada é longa.
Não faltaram sacrifícios ao longo da temporada, mas ela termina
de forma gloriosa. Com a vitória sobre o Brasília neste domingo,
o Flamengo, que já era campeão sul-americano, conquista o
título do NBB diante da sua torcida. Parabéns aos rubro-negros!
sábado, 27 de junho de 2009
AGORA A BOLA ESTÁ COM ELES
Com os 15.430 ingressos esgotados no sábado, o NBB chega à sua última partida, neste domingo, prometendo mais um belo espetáculo da torcida na HSBC Arena. Em um cenário que parecia improvável há um ano, o público mais uma vez cumpre seu papel. Que seja bem tratado nas arquibancadas e brindado com um bom jogo entre Flamengo e Brasília. A bola está com jogadores, técnicos e árbitros. Seja qual for o dono do título, espero que todos se esforcem dentro da quadra para fechar bem o torneio.
O grande desafio da equipe brasiliense, além de enfrentar as 15.430 vozes, é impor ao Rubro-Negro uma segunda derrota consecutiva. É um tabu. O Flamengo nunca perdeu duas vezes seguidas com Marcelinho em quadra. Mas apontar algum favoritismo a esta altura é temerário. A série já mostrou que tudo pode acontecer, e qualquer resultado na quinta partida é plenamente possível.
Estarei na Arena desde cedo e vou participar da mesa-redonda do SporTV, que começa às 9h, uma hora antes do tapinha inicial. Sabe quem também vai estar lá? Moncho Monsalve, saindo da toca aos 45m do segundo tempo. Do Rio, ele voa para SP, onde a seleção se apresenta no início da noite. Assim que der, passo aqui para falar sobre o jogo.
MAIS UM CAPÍTULO
Eu sei que o povo fica bravo quando aparecem críticas ao basquete feminino, mas não há como evitar. O que aconteceu no jogo 1 da final do Paulista, com os dois melhores times do país em quadra, simplesmente não pode passar em branco. Para começo de conversa, o duelo, mesmo na prorrogação, terminou em 51-50. Na vitória de Ourinhos sobre Americana, os aproveitamentos somados foram de 33,5% nos chutes de dois, 16% nos de três e 46% nos lances livres, sem contar os 45 desperdícios de bola e um incrível segundo quarto com o placar de 9-3 para Americana - sim, Ourinhos, o pentacampeão nacional, conseguiu a proeza de fazer três pontos em um quarto.
É claro que a solução do problema passa por um trabalho de longo prazo nas categorias de base, na capacitação de técnicos, no intercâmbio, no fortalecimento da modalidade fora de São Paulo, nas clínicas de fundamentos, e por aí vai. Já conversamos sobre isso milhões de vezes. Mas não dá para ignorar a parcela de culpa das jogadoras que estão em quadra agora. Na maior parte do tempo, elas atuam sem um pingo de responsabilidade, chutando, passando e driblando de qualquer jeito, quando dá na telha, sem o menor compromisso com o jogo coletivo.
A lucidez é um artigo tão raro que a foto de Carina chega a ser uma homenagem. A ala de Americana foi um dos poucos pontos positivos, com 17 pontos e 13 rebotes. Do outro lado, Mamá anotou 13 e 14. Em terra de cego, foram mais do que rainhas.
OS NÚMEROS NA DECISÃO DO NBB
Antes da final do NBB, minha aposta era de que o confronto seria desenhado pelas atuações individuais. Na véspera do jogo 5, portanto, vale dar uma olhada com mais calma nos números de cada jogador. Fiz o levantamento estatístico das quatro primeiras partidas, posição por posição, e o resultado é o gráfico abaixo, feito pela equipe de infografia do Globoesporte.com. Confira:
Entre os titulares, o Flamengo leva vantagem, mas Brasília responde com o banco - não só Diego, mas jogadores como Mineiro, que teve papel importante no jogo 4. E amanhã, às
10h, quem será que vai se destacar na HSBC Arena? Diga aí.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
ELAS VOLTARAM. IZIANE, AINDA NÃO
Não chega a ser uma surpresa, porque era mais ou menos o que se desenhava, mas a lista de Paulo Bassul para a Copa América 2009 está repleta de novidades. Entre retornos que a gente já não esperava e jovens que nunca defenderam a seleção adulta, tem de tudo na convocação. O nome mais comentado, claro, será o de Iziane, que voltaria ao grupo - com o dedo de Hortência - após ter sido banida pelo técnico no Pré-Olímpico do ano passado.
Eu continuo achando que Iziane ainda não mostrou que está disposta a mudar. Sendo assim, eu não a convocaria. Agora, se ela vai mostrar uma mudança na prática, dentro da quadra, aí só os treinos e a Copa América podem dizer. O problema é que, logo apóa a convocação, Hortência disse ao Globoesporte.com que Iziane ainda não deu resposta se vai jogar pela seleção ou não. A Rainha tem conversado com ela por e-mail e telefone, mas admite até viajar aos Estados Unidos para tentar convencê-la.
Isso é inacreditável. Primeiro, a jogadora tem um ataque egocêntrico e pisa na seleção em pleno Pré-Olímpico. Depois, dá inúmeras entrevistas confirmando sua condição de "estrela". Agora, a CBB enfia a atleta goela abaixo do treinador e, não satisfeita, ainda implora para que ela aceite voltar. Vai entender!
O fato é que a lista tem outros pontos relevantes, a começar pela volta das veteranas Helen e Alessandra, que vestiram a camisa amarela pela última vez no Mundial de 2006 - a mudança de comando na CBB certamente tem a ver com esses retornos. Se estiverem saudáveis, Alessandra e Érika vão formar um garrafão anos-luz à frente do que tivemos nos últimos dois anos - sem contar Franciele, Kelly e outras opções saindo do banco.
Helen é outra que, ao meu ver, pode ter um papel fundamental não só jogando, mas ajudando, ao lado de Adrianinha, neste momento de transição das armadoras. Aliás, falando em transição, é um bom momento para testar novos nomes como Mariana Camargo, que jogava no universitário americano, e a pivô Clarissa, maior reboteira dos últimos três Nacionais.
O elenco se apresenta no dia 5 e treina em Barueri por quase três meses até a Copa América, de 23 a 27 de setembro. A lista:
- Armadoras: Helen, Adrianinha e Natália.
- Alas-armadoras e alas: Iziane, Karla, Karen, Chuca, Palmira, Micaela, Mariana Camargo, Jaqueline, Tayara, Fernanda e Izabela.
- Pivôs e alas-pivôs: Alessandra, Érika, Kelly, Karina, Franciele, Silvia Gustavo, Mamá, Flávia Luiza, Clarissa e Nádia Colhado.
Se todas realmente jogarem, e com um bom período de treinos, me parece uma seleção bem melhor que as últimas. Concorda?
AND THE WINNER IS...
... Orlando Magic. Para mim, é este o grande vencedor da noite do Draft, pegando Vince Carter e Ryan Anderson, do New Jersey Nets, em troca de Courtney Lee, Rafer Alston e Tony Battie.
Mas antes de entrar nesse mérito, vamos falar da notícia mais bombástica, a ida de Shaquille O`Neal para Cleveland, por Ben Wallace e Sasha Pavlovic. Explosão grande, movida a Diesel.
Campeão com Kobe e Wade, Shaq tenta agora fechar a atual santíssima trindade da NBA com LeBron James. É claro que os Cavs precisavam de uma resposta após a eliminação na final do Leste. Mas me incomoda um pouco essa história de construir seu elenco pensando em um adversário específico. Está na cara que o Cleveland pegou O`Neal pensando no Magic de D-12, assim como o Phoenix também o fez pensando nos Spurs de Duncan.
O projeto dos Suns naufragou e, agora, o saldo de Steve Kerr é Shawn Marion por Wallace e Pavlovic, dois jogadores que hoje são praticamente inúteis. Se vai dar certo com o Cleveland, vamos aguardar para ver. Mas vai que o Orlando fica pelo caminho e Howard não cruza a estrada de Shaq no playoff. Não seria melhor investir num jogador mais atlético, capaz de dividir mais as tarefas com LeBron e colaborar bem no ataque?
Bom, voltando ao Magic, acho que o time não está disposto a ficar pelo caminho. A chegada de Vince Carter é bem animadora. O veterano tem tudo para se motivar, jogando em casa por um time que acaba de ir à final da NBA. Carter entra direto na vaga de Courtney Lee e melhora o elenco - mesmo que Hedo Turkoglu não renove seu contrato e vá embora para outra equipe.
Mickael Pietrus, então, entraria na posição 3 e seria o único dos titulares sem o carimbo de All-Star. Nelson, Carter, Lewis e Howard formam um quarteto de respeito. Agora imaginem se a decisão do Leste se repetir, com esse povo de um lado e a dupla Shaq-LeBron do outro. Em todo caso, é melhor sair da frente.
))) No Twitter do Rebote: Ricky Rubio não parece muito animado com o Minnesota; Leandrinho e Valtinho, papais no mesmo dia.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
O APITO ARROGANTE
Vejo na página da CBB que o coordenador de arbitragem, Geraldo Fontana, acaba de retornar de uma viagem à Letônia, onde acompanhou o Eurobasket feminino. Ele conta que, nos últimos quatro anos, a Europa conseguiu padronizar os critérios do apito entre as diversas confederações e, de quebra, deu aos juízes uma sólida preparação física e psicológica. "Foi muito proveitoso. [...] Estamos desenvolvendo os mesmos processos nos estados brasileiros", diz Fontana.
Bem, tomara que consigam, porque, por enquanto, a situação continua caótica, como se pode ver pelo NBB. Eu defendo uma tese sobre arbitragem: humanamente, é quase impossível ser um bom árbitro. E isso vale para o basquete brasileiro, para a NBA, para o futebol, ou seja, para qualquer esporte de contato em velocidade, no qual o olho humano não consege reinar naquela fração de segundo. Desde sempre, a gente critica os erros em todas as modalidades e, conforme as câmeras se multiplicam,
a incapacidade de acertar se torna cada vez mais evidente.
O que fazer, então? Primeiro, caprichar na preparação e atenuar esses erros na medida do possível. Segundo, atacar a área que pode ser atacada: a arrogância. Para mim, esse é o grande problema da arbitragem brasileira hoje: juízes que abusam do autoritarismo, distribuem milhões de faltas técnicas, apontam na cara dos jogadores e fazem mil caras e bocas durante os jogos, apenas para mostrar quem manda ali dentro das quatro linhas.
Isso, sim, é humamente possível corrigir. Mas não é fácil. Quem sabe Fontana se inspira no que viu na Europa e começa a enquadrar seus colegas brasileiros. É preciso saber que o ator do espetáculo é quem tem a bola na mão, e não o apito na boca.
FALA QUE EU TE ESCUTO:
>>> "Vou me apresentar ao Moncho. Chego ao Brasil e, na data marcada,
me integro à seleção brasileira e
começo a treinar com o grupo"
ANDERSON VAREJÃO, em entrevista ao repórter Flávio Dias, neste domingo, no jornal A Tribuna, de Vitória (ES). Se quiser ler o texto completo, clique aqui e acesse dia 21, caderno noticiário, página 56.
LÁ VEM O SAN ANTONIO DE NOVO...
Quando menos se espera, aquele povo do Texas ressurge das cinzas. Em clara e grave decadência física, com um elenco que envelheceu e ficou pouco competitivo no Oeste,
o San Antonio Spurs abriu os trabalhos da pré-temporada com uma troca que pode lhe devolver à elite da conferência: Richard Jefferson, do Milwaukee Bucks, por Bruce Bowen, Kurt Thomas e Fabricio Oberto. Olha, pode até ser que dê errado, mas me parece um golpe certeiro da diretoria para voltar a vencer.
Afinal de contas, o que se perde? Três jogadores veteranos, sendo que o último tem problemas cardíacos e o primeiro, crucial nos títulos recentes, já não é mais o mesmo. Bowen não defende tanto como antes e continua muito limitado ofensivamente.
O que se ganha é um novo titular para a posição 3, um pouco abaixo do atual Bowen na defesa e bem acima dele no ataque. Jefferson não é nenhum craque, mas pode ser a ajuda que faltava para Duncan, Ginóbili e Parker. Os Spurs dificilmente têm jogado com os três - um deles está sempre na enfermaria - e esta temporada provou que eles precisam de alguém para preencher a lacuna quando isso acontece. Está aí a resposta.
))) No Twitter do Rebote: Foye e Miller perto dos Wizards; Phil Jackson, o técnico caseiro; e o novo-antigo logotipo dos 76ers.
TÁTICA-ZERO, FUNDAMENTO-ZERO
Meia década atrás, Ourinhos e Americana estavam no topo do basquete feminino brasileiro, decidindo os Nacionais de 2003 e 2004. Bem, dali em diante, o primeiro se manteve no topo, e o segundo saiu de cena por um tempo, mas está de volta. A partir deste sábado, as duas equipes vão disputar a final do Paulista, que hoje em dia, na prática, pode ser considerado o próprio Campeonato Nacional sem aqueles agregados à margem. Até aí, tudo bem. O duro é ver os jogos e constatar a quantas a anda a nossa elite da bola laranja entre as moças.
A quinta partida entre Americana e Santo André, na noite desta terça-feira, foi de uma incrível (na verdade, crível) pobreza técnica e tática. Em determinado momento, fiquei constrangido por Wlamir Marques, que já não encontrava palavras para descrever o que via e se limitava a dizer que "não se pode mais jogar basquete desta maneira". Pois ainda se joga, infelizmente.
Sob os olhares de Paulo Bassul e Janeth, que estavam na arquibancada, o que se viu na quadra foi a ausência quase total de tática, com Karla vencendo o jogo na base do "dá-aqui-que-eu-chuto" e Natália (foto) colaborando na filosofia do "dá-aqui-que-eu-corro". Como as duas têm talento, Americana se impôs
no segundo tempo e foi à final. Mas é surreal notar como faltam fundamentos básicos a quase todas as atletas. Que momento...
segunda-feira, 22 de junho de 2009
JOGO 5 NO DOMINGO, ÀS 10H
Agora, sim, foi anunciado. Fla x Brasília terá transmissão ao vivo do SporTV e flashes na TV Globo, durante o Esporte Espetacular.
A VOZ DE CIPRIANO
No longo papo que tive com Márcio Cipriano, em Brasília, nem tudo coube na reportagem do Globoesporte.com. Então resolvi colocar aqui algumas coisas bacanas que ele falou sobre a infância em São Paulo, as paixões pela música e pelos livros, a avaliação do NBB e, principalmente, boas opiniões sobre categorias de base.
- Infância pobre, mas feliz
- Passei a infância no Grajaú e a adolescência no Capão Redondo [áreas pobres de São Paulo]. Eu lembro de muita brincadeira de rua, jogava muito futebol. Naquela época não tinha computador, videogame. Tinha o Atari, mas eu não tinha grana para comprar. Minha infância foi muito feliz. Passamos fome, mas felizes, sabe como é? O basquete apareceu quando eu tinha 13 anos, nas aulas de Educação Física. Quem participava era liberado de certas aulas. Então eu ia, né, até queimado eu jogava (risos).
>>> "O técnico que forma atletas tem que ser mais valorizado que o da seleção brasileira. Se aquele cara da base for bom, fica muito mais fácil para os outros trabalharem"
- A música e a literatura
- Eu saio na noite desde os 8 anos. Meu avô tocava jazz em casas noturnas de São Paulo, meu tio era sambista. O rap eu sempre escutei, a gente brincava de fazer freestyle no buzão, mas nunca tinha me arriscado. Em Ribeirão fiz um rap, ficou bacana, comecei a tomar gosto. E quando comecei a escrever letras, tive necessidade de leitura. O rap abriu minha cabeça para leitura, pesquisas, internet, é outro mundo. Gosto muito de ler biografias, prefiro histórias verídicas. E adoro poemas. O rap é
o poema musicado, as pessoas às vezes se esquecem disso.
- Novo Basquete Brasil
- O NBB é como se fosse a saída do coma. É claro que o campeonato não foi perfeito, sempre tem o que melhorar, mas do jeito que as coisas estavam acontecendo... teve um que não acabou, o outro teve racha, no outro a gente tinha que viajar de ônibus. Agora foi o primeiro passo, e agora não pode regredir mais.
- Categorias de base
- O técnico que forma jogadores tem que ser mais valorizado que o da seleção brasileira. Se aquele cara da base for bom, fica muito mais fácil para os outros treinadores trabalharem. Hoje os moleques do juvenil entram no jogo com o olho arregalado, com medo. Não é culpa deles, mas de quem forma. Um cara de 17 anos hoje tem que ser um adulto, você vê o Ricky Rubio, que foi às Olimpíadas. Apanhou, caiu e levantou.
- Treinamento para pivôs
- Os caras não têm paciência para treinar pivô no Brasil. A posição de pivô ficou até pejorativa. Você vai jogar, e os caras dizem: "Ah, o pivô do meu time não pensa". É uma brincadeira, mas está incutida no subconsciente das pessoas. Então o cara que é grande na base não quer ser pivô, quer jogar aberto porque sabe que
é isso que dá ibope. Pivô é difícil para caramba, são poucos
atletas aqui no Brasil que jogam de costas para a cesta.
NBB: LANCES DO JOGO 4
E uma entrevista com Alex logo após a partida em Brasília.
domingo, 21 de junho de 2009
TEREMOS JOGO 5. MAS QUANDO?
Para começo de conversa, um alento para o basquete: o jogo 4 entre Brasília e Flamengo levou 16 mil pessoas ao Nilson Nelson neste domingo, público de NBA, bem mais que os 8 mil e 11 mil que foram ver a seleção masculina de vôlei, no mesmo ginásio, sexta e sábado. Serve como alerta para mostrar que, se for bem tratada, a bola laranja ainda é capaz de despertar interesse.
Festa da torcida à parte, o jogo não foi tão belo assim. Foi tenso, repleto de erros e – como quase sempre – muito exagerado nos arremessos de três. Impossível não voltar ao assunto quando as equipes, no desespero, chutaram incríveis 3/25 (Brasília) e 7/36 (Flamengo). São 61 pombos sem asa (ok, 10 deles com asa). Seria justificável se o aproveitamento fosse de 70%, né. Mas foi de deploráveis 15%. Sinceramente, eu não consigo entender.
Pelo menos não faltou equilíbrio, e a torcida deu um show durante todo o tempo. O bom primeiro quarto terminou empatado em 22-22, mas no segundo as duas equipes se enfiaram no buraco negro dos erros (daí o placar baixo na parcial, 12-11 Fla). No terceiro período, a partida voltou a ficar boa, e o pivô reserva Mineiro foi fundamental para não deixar o Rubro-Negro abrir vantagem.
O quarto final do tempo regulamentar foi de tensão do início ao fim. Nos momentos cruciais, o que decidiu a parada não foi o número de acertos, mas o de falhas. Fred desperdiçou uma bandeja (não consegui ver se foi falta), Alex caminhou com a bola, e Jefferson desperdiçou um chute de três no estouro. Na prorrogação, o controle mental do Brasília prevaleceu e, com menos erros, o time da casa venceu para se manter vivo na final.
Para o campeonato, no campo esportivo, é louvável que a decisão vá para o jogo 5, até com possibilidade de transmissão ou ao menos flashes na TV aberta. O problema é que (por conta disso, creio eu) a partida ainda não tem data marcada – vai ser sábado, às 14h, ou domingo, às 11h. É falha grave terminar um jogo 4 sem saber quando vai ser o próximo, o último, o decisivo. O público, autor do grande espetáculo no Nilson Nelson, que se vire correndo atrás do noticiário ao longo da semana. Então ficamos combinados assim: nos vemos na Arena. Quando? Sei lá.
CIPRIANO, TREINOS, JOGO 4
Nos moldes da reportagem que fiz no Rio com Fred, do Flamengo, repeti a dose no sábado com Márcio Cipriano, do Brasília. O papo durante a tarde no apartamento do pivô de 30 anos revelou um sujeito culto, interessado em música e literatura, cheio de boas ideias para o basquete. O texto do Globoesporte.com está aqui. Na segunda-feira, eu coloco mais algumas coisas que ele falou sobre a modalidade.
No domingo, estarei no Nilson Nelson para o jogo 4 da final. Os treinos no sábado, no ginásio da Asceb, foram bem diferentes. Pela manhã, o Brasília fez uma atividade intensa, com broncas
de Lula Ferreira e até bate-boca entre Ratto e Diego. À noite, o Flamengo promoveu um treinamento mais leve, com direito a ovos e farinha no supervisor André Guimarães, que fazia 38 anos.
Será que o Fla repete a festa de 2008 e comemora o título em Brasília? Ou o time da casa consegue forçar o jogo 5 no Rio?
sexta-feira, 19 de junho de 2009
FRED EM FAMÍLIA
Para tentar fugir um pouco de quadra, quadra e quadra, fiz esta semana uma reportagem um pouco diferente com o Fred, herói do Flamengo no jogo 3 da final do NBB. Eu e a videorrepórter Clícia Oliveira fomos até a casa dele e batemos um papo sobre basquete, família e outros assuntos. O texto está neste link, para quem quiser conferir. Abaixo, o vídeo produzido pela Clícia.
No sábado de manhã viajo para Brasília, que recebe o jogo 4 da final no domingo. Vou ao treino do time da capital e tentarei fazer uma reportagem semelhante com o Cipriano. Não sei como vai ser a atualização do blog no fim de semana, mas vou tentar ao menos dar um alô de lá. E você, acha que a série volta pro Rio?
MAIS LEANDRINHO E ZEQUINHA
Na quarta-feira não deu tempo, mas hoje eu e o Alfredo, do Draft Brasil, batemos um papo com Leandrinho e Zequinha Barbosa na HSBC Arena. O ala do Phoenix Suns se exercitou ao longo da semana com o ex-corredor, sempre antes dos treinos do Flamengo. O que
eu não sabia é que a dupla trabalha junta há um ano. Zequinha desenvolveu um programa de condicionamento físico com duração de quatro anos e hoje
até mora em Phoenix. Aos 48 anos e com fôlego de garoto, ele garante que Leandrinho vai estar na Copa América e, por incrível que pareça, isso faz parte do projeto para voltar bem à NBA.
"Para ele, vai ser bom disputar o torneio, porque ele está sem jogar desde abril, sem ritmo. Até o dia 28 (quando se apresenta à seleção), ele vai estar bem", afirma Zequinha Barbosa - o sobrenome é apenas uma coindidência, eles não são parentes.
O mais animador, no entanto, é que o programa também inclui um trabalho mental. Simpático e falador, Zequinha abriu uma pasta de documentos e apontou logo para um dos maiores objetivos do projeto, que ele chama de "imortalização" como atleta. O treinador quer convencer Leandrinho de que ele só vai ser lembrado como ídolo se abraçar a causa da seleção. Para isso, traçou metas como levar o Brasil de volta às Olimpíadas e está martelando esse pensamento na cabeça do atleta.
Sei que o público tem uma desconfiança natural com Leandrinho após o que aconteceu no ano passado. Mas, sinceramente, gostei do que vi. Será que vai funcionar? Diz aí na caixinha.
PROMOÇÃO DO NBB - O RESULTADO
A terceira camisa da série
Fla-Basquete vai para:
Thiago Dias Delfino Cabral
morador do Rio de Janeiro (RJ)
E a camisa de jogo oficial
do Brasília vai ficar com:
Eduardo Reis
morador de Porto Alegre (RS)
Os dois vão receber os prêmios pelo correio. Parabéns aos sortudos!
A exemplo do que aconteceu na NBA, o placar do sorteio foi o inverso do que vai se desenhando dentro da quadra na final do NBB. Foram
66 mensagens pedindo a camisa do Brasília, contra 46 do Flamengo. Queria agradecer a todo mundo que participou das duas promoções,
foi mais uma experiência bem legal. Aguardem as próximas. Abraço!
quinta-feira, 18 de junho de 2009
UMA PENA
Na terça, liguei a TV na redação para ver Americana x Santo André, pelas semifinais do Paulista feminino. Em menos de dois minutos, umas quatro pessoas ao meu lado gargalhavam (isso não é exagero) com o festival de erros. Deboche à parte, o jogo foi tecnicamente sofrível, mesmo tendo jogadoras de seleção brasileira como Karla, Micaela e Natália. Vejo no Bala na Cesta que a partida de terça não é exceção. É regra. A análise que o Balassiano faz das semis é assustadora. Clique aqui e leia, já que fechar os olhos é o pior remédio diante dessa realidade.
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