quarta-feira, 11 de novembro de 2009

VIAGEM INESQUECÍVEL AO PASSADO




De Springfield

Durante quatro horas, foi como passear numa espécie de paraíso histórico do basquete. Com uma inacreditável quantidade de informações, documentos e relíquias, o Hall da Fama organiza tudo isso de uma forma tão agradável que a visita não é apenas um tributo à memória do esporte. É também uma bela diversão. Como o uso de câmera é liberado e o prédio estava praticamente vazio, deu para gravar várias imagens, que depois eu editei no vídeo abaixo. Acho que dá para ter uma boa ideia do Hall. Veja:



Resumindo, é um edifício circular de três andares: no primeiro, a loja do museu e uma quadra em tamanho real com tabelas que foram usadas ao longo da história, desde a cesta de frutas de James Naismith até as modernas de hoje em dia. Ah, e você pode ficar arremessando em todas elas durante quanto tempo quiser.

O segundo andar tem três salas principais: The Game, com as origens e toda a evolução do basquete (tem uniforme até do século 19); The Coaches, que simula o ambiente de um vestiário para falar sobre os treinadores; e The Players, com relíquias e informações de grandes jogadores, divididos por posições. Esta última sala tem uma camisa do Oscar (que também conta com melhores momentos em vídeo) e uma da Hortência, ambas da seleção. Como a da Rainha tinha o número 8, achei estranho e resolvi ligar para ela, lá de dentro do Hall. Surpresa: ela disse que nunca jogou com a 8 e, então, a peça era de outra jogadora.

Falei com um dos simpáticos velhinhos orientadores, que logo foi chamar o supervisor do Hall. Ele veio conversar comigo, pediu desculpas e se mostrou (pelo menos aparentemente) muito preocupado com a falha. Explicou que o material foi cedido pelo acervo da USA Basketball e prometeu entrar em contato com Hortência para corrigir a situação o mais rápido possível. Tomara.



Ainda no segundo andar, está a nova exposição sobre Michael Jordan. É um tanto decepcionante, admito. Trata-se de uma pequena sala oval com um telão de vídeo dentro e cercada pelo lado de fora com uniformes, tênis, réplicas dos anéis de campeão e um painel com informações sobre a carreira. Podia ser melhor.

O terceiro andar é a galeria propriamente dita, com os retratos e as informações de todos os integrantes do Hall. Lá está Hortência de novo, agora com tudo certinho e o short usado por ela na final olímpica de 1996 - prata para o Brasil.

Além dos registros históricos, você ainda pode embarcar nas papagaiadas: tem máquina de pegar rebote (você fica pulando para pega a bola em alturas diferentes), joguinho virtual um-contra-um (uma câmera captura seus movimentos e joga na tela, onde você passa a "enfrentar" um adversário – eu escolhi Tamika Catchings e, claro, ganhei dela); tabela para medir altura e se comparar com Manute Bol e Muggsy Bogues, e por aí vai.

O duro é quando dá 16h e o Hall se fecha. É bem possível que eu jamais retorne a este lugar fantástico. Mais triste ainda, no entanto, é saber que não temos nada nem parecido com isso no Brasil – pelo menos o futebol já tem seu museu em São Paulo. É claro que o peso histórico do nosso basquete não se compara ao dos americanos e tampouco ao do futebol, mas a memória da nossa bola laranja merecia um tratamento melhor do que troféus espalhados nas prateleiras e no chão da sede da CBB. Quem sabe um dia...

Hã? Promoção? Calma, não esqueci não. Fique de olho no blog hoje à tarde. Enquanto isso, estou a caminho de Boston. Logo mais tem Celtics x Jazz no TD Banknorth Garden. Até logo, abraço a todos!

14 comentários:

Luiz Fernando Paes disse...

classe A

queria ter visto a réplica da cesta de frutas que o Naismith usava ...

Anônimo disse...

A preservação da memória - seja ela esportiva ou não -, é um pequeno retrato de um país sério.

Nessas horas é que dá uma tristeza enorme de viver aqui.

Anônimo disse...

Digo,
Me lembro que a própria Hortência - quando foi homenageada em Springfield durante a cerimônia de apresentação de sua camisa - ficou estarrecida quando viu o número errado.
Será que nada foi feito desde então?
abs
Roby

Marival Junior disse...

Rodrigo
que inveja que estou(estamos) tendo de você! Pelo menos os que ainda não conhecem pessoalmente(como eu) e já estou pensando de que maneira que poderia ir viajr desta maneira ou pelo menos em alguns destes lugares. É um sonho que gostaria de concretizar. Abraços
Marival Junior

Anônimo disse...

parabens pela materia
, ficou bem legal!!!

PauloRJ disse...

Rodrigo, você vai assistir a Utah at Boston e eu estarei indo, 30 minutos mais tarde, assistir a Cleveland at Orlando.

Achei muito interessante essa sua turnê...que tal uma idéia de programar um grupo para o ano que vem? Eu iria junto e acho que seria muito legal, um grupo de brasileiros que gostam de basquete fazendo uma turnê dessas...

rao* disse...

Nossa Rodrigo, que inveja de vc haha, me diz uma coisa, quanto tem que pagar para visita o hall da fama? ver as suas noticias só aumenta ainda mais a minha vontade de fazer algo parecido nos EUA...

João Pedro TONHÃO #23 disse...

Q espetáculo esse Hall da Fama.. Imagino como deve ser grandioso e organizado lah..!
Uma pena q apenas 2 basileiros estejem lah.. Talvez daq uns 80 anos outros brasileiros possam estarem representados lah.. =/
Abraço..!'

Bruno S disse...

Quem jogava com a camisa 8 qna seleção não era a Paula?

Anônimo disse...

Sorteia uma camisa do Boston Celtics!

Duda 11 disse...

Rodrigo, muito legal esse momento cara!!! Apesar de vc ter ficado um pouco decepcionado, imagino o quanto deve ter sido especial essa visita! Parabéns! Inveja boa de vc! Abs e siga em frente aí!

Glauco Nascimento disse...

Rodrigo, não sei se tem como mas será q vc conseguiria tirar uma foto das tabelas q tem no museu?! Vi no vídeo e achei super maneiro a evolução das tabelas. Grande abraço!

Rodrigo Alves disse...

Roby,

O supervisor me disse que não sabia que a camisa estava errada. Ele alegou que o material foi cedido pela USA Basketball, mas informou que iria verificar no material que a própria Hortência doou para o Hall. Agora, se tem doação da própria Hortência guardado no armário, por que usar uma camisa doada pela USA Basketball?

Paulo,
Esse Cleveland x Orlado vai ser muito bacana. A ideia do grupo é ótima, mas sei lá quando vou ter dinheiro de novo para gastar com uma viagem dessas. Acho que vou ficar uns bons anos vendo NBA só pela TV rs.

Rao,
O ingreso custa 13 dólares (na verdade 17, mas o hotel em frente, onde eu estava hospedado, vende o ingresso com desconto.

Abraços a todos!

PauloRJ disse...

Rodrigo, como você iria como Guia e organizador da viagem, levaria um percentual de cada um, e, dependendo de quantas pessoas tivessem interessadas, a sua viagem estaria paga....como você já vai ter uma idéia dos custos de uma viagem dessas, acho que dá para lançar uma enquete e ver quantas pessoas estariam dispostas e teriam condições de bancar a viagem....