De Nova York
No Brasil a gente costuma dizer que, em eventos esportivos, o público é tratado como gado. E de fato é. Dizem também que, por causa disso, a resposta às vezes é dada com falta de educação, vandalismo e violência. O primeiro dia em Nova York me mostrou que aqui esta equação pode funcionar meio às avessas.
Dentro do Madison Square Garden, a impressão é de que todas as ações têm em mente o público. O torcedor é tratado com o máximo de respeito, desde a orientação dos funcionários (tirando um ou outro segurança mais bronco) até o espetáculo em si, todo voltado para quem está assistindo na arquibancada.
O telão é um espetáculo à parte. Sei que nós também já temos em algumas arenas, mas não há comparação. A cada pausa na partida, aprece na tela uma promoção, uma brincadeira, uma propaganda ou alguma forma de interação com os torcedores. Se tem celebridade à beira da quadra (foram umas 15 na sexta), ela não é apenas focalizada. Enquanto Jay Z aparece ao vivo, as telas laterais mostram o rapper num clipe vestindo a camisa dos Knicks. Anthony Mason e Charles Oakley também apareceram, com direito a imagens de arquivo na tela. A torcida delira.
Em outro momento, o italiano Danilo Gallinari aparece numa gravação dançando e cantando uma música à capela com fones de ouvido. Hilário. As pessoas se dobram de rir. O DJ convidado não é catado na esquina: é o Grandmaster Flash, ídolo nos EUA. O público está tão acostumado com o bom nível das atrações que vaiou sem piedade o garoto Kevin Rudolf, que fez o show do intervalo – realmente, era uma musiquinha pop da pior qualidade.
A crueldade com pobre rapaz até passa, mas o torcedor merece nota zero em outro aspecto: quando o jogo acaba e o pessoal vai embora, o que se vê nas cadeiras e embaixo delas é um mar de porcaria: copos, pratos, papéis, restos de comida, tudo jogado pelo chão sem a menor cerimônia, sendo que há lixeiras em todos os cantos. Quando a turma da limpeza entra em ação, é tanto lixo acumulado que o ginásio fica parecendo um aterro sanitário, sem exagero. Tão bem tratados por quem promove o espetáculo, os americanos podiam dar uma resposta melhor.
sábado, 7 de novembro de 2009
OS PORCALHÕES
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3 comentários:
Olá Rodrigo,
Tive a oportunidade de assistir Warriors x Suns na temporada passada em Oakland-CA e fiquei com a mesma impressão que você.
Tudo muito bem organizado e bem profissional. Eles realmente são bons nisso!!!
Até bate uma tristeza quando penso em ir aos jogos no Brasil e lembro dos jogos da NBA...
Mas ao mesmo tempo, eu nunca vi comerem tanta baboseira durante o jogo. Até achei que boa parte do público se preocupa mais com isso do que com o jogo em si!
Abraço e curta a viagem!
Ricardo
Lembrem-se que, a NBA e um enterterimento. As pessoas vao para se divertirem. Sao poucos os que vao para torcer. Se o Rebote estivesse em LA num jogo dos Lakers entao. Outra coisa, lembrem-se que cada um tem sua funcao. Os funcionarios que limpam o ginasio sao pagos para isso. E claro que temos que ter educacao e cada um e responsavel pelo seu lixo e etc, mas o show em si e demais!
"Outra coisa, lembrem-se que cada um tem sua funcao. Os funcionarios que limpam o ginasio sao pagos para isso"
tsc tsc tsc... Cara...pensar sob esta óptica é um absurdo! Mas um absurdo que é a cara do americano... Esse é o "american way of life"... Não pense que irás enaltecer a digna função desses funcionários escarrando no chão!
Esse teu comentário também deveria ir para o lixo, segundo a minha opinião...
Eduardo.
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