segunda-feira, 30 de junho de 2008

RIVAIS DO PRÉ: ALEMANHA


Johannes Herber / Foto: Reprodução

Johannes Herber (foto) é um dos maiores desfalques da equipe

A primeira partida de vida ou morte do Brasil no Pré-Olímpico será a das quartas-de-final, provavelmente diante da Alemanha. Por isso, é a turma de Nowitzki que abre a série Rivais do Pré, sugestão dada pelo leitor Daniel Cavalcante
há duas semanas na caixinha.

Nesta sexta-feira, os alemães encerraram seus sete dias de treinos em Mallorca, na Espanha. O técnico Dirk Bauermann tem pelo menos três desfalques. O armador Johannes Herber, que ainda se recupera de uma cirurgia no joelho feita em outubro, está fora. Mithat Demirel, da mesma posição, sofreu uma lesão no olho. E Yassin Idbihi deixou o time após machucar o pé. Para completar, Ademola Okulaja vem sofrendo com dores nas costas. Ele e Patrick Femerling estão no elenco, mas desfalcaram a equipe no amistoso contra a seleção da Polônia, no sábado.

Dirk Nowitzki / Foto: ReproduçãoDiante de 9 mil torcedores na cidade de Halle, o time da casa venceu por 76-62, liderado por Nowitzki, que anotou 18 pontos e nove rebotes em 27 minutos. O treinador aproveitou para promover a estréia de cinco novatos, entre eles o armador Dominik Bahiense de Mello, cujo pai é brasileiro. Ele fez cinco pontos, e o melhor estreante foi Konrad Wysocki, com 12. As equipes voltam a se enfrentar na tarde desta segunda-feira.

Com ausências importantes e jogadores baleados, a Alemanha não me parece tão favorita para um confronto com o Brasil. O problema é encontrar, com os desfalques no nosso garrafão, uma fórmula para frear Nowitzki. E você, o que acha? Dá pra ganhar?

sábado, 28 de junho de 2008

LEANDRINHO: OS VÍDEOS DA PELADA




Na marca de 1:57, Leandrinho aparece fazendo uma jogada na linha
de fundo. Ele dribla o zagueiro duas vezes e chuta forte em cima do goleiro. Na seqüência, salta sobre o adversário e cai se apoiando na perna direita. Ao fundo, a voz de Claudio Reyna analisa o brasileiro: Leandro Barbosa é super rápido, é um atleta espetacular. Ele e o Raja Bell se saíram muito melhor do que eu esperava. São grandes atletas.




Na marca de 1:25, rola aquela cena da foto, que vocês já devem ter visto, com Baron Davis brincando e segurando o brasileiro por trás.

Há alguns outros vídeos da pelada no YouTube, mas não é fácil identificar Leandrinho - até porque ele se parece, de longe, com Raja Bell e Thierry Henry, que estavam atuando no mesmo time.

O ala-armador se defendeu na sexta-feira, em entrevista ao SporTV, alegando que só jogou cinco minutos. No mesmo dia, a revista Slam publicou em seu site um extenso relato da partida, com o seguinte trecho sobre o que aconteceu no campo:

"Nash ganha toda a fama de ser o jogador da NBA que mais tem a ver com o futebol, mas Barbosa chega a ser ridículo. Ele estava jogando a toda velocidade, fazendo truques com dribles e caindo muito pelas pontas. Se o Phoenix Suns não o mandar para o Portland, deveria ao menos dar uma ligada para o São Paulo."

UM PASSO PARA TRÁS




O segundo amistoso da seleção masculina contra a Venezuela começou de forma muito preocupante. O primeiro tempo, mesmo diante de um adversário limitadíssimo, foi um festival de erros no ataque e na defesa. O Brasil só conseguiu ir para o vestiário em vantagem (magra, por 43-41) devido a bons momentos dos dois Marcelinhos. Ajudou também o excesso de faltas da Venezuela, que mandou os brasileiros 22 vezes à linha de lances livres.

Brasil / Foto: CBB

No segundo tempo, a equipe finalmente deslanchou. Ao contrário de Duda, que continuou errando demais e saiu zerado, Jonathan Tavernari desencantou. Em apenas 10 minutos, ele meteu quatro bolas de três em cinco tentativas e terminou com 12 pontos - além de ter defendido muito bem. No fim das contas, o placar final de 84-61 é meio enganoso e só reflete metade da partida.

Marcelinho Huertas / Foto: CBBDo primeiro amistoso para o segundo, o Brasil andou para trás. Tem gente que sai com saldo positivo: Huertas (foto), Machado, Splitter, Tavernari e até Baby. Outros ainda estão devendo (principalmente Duda e JP Batista). Tomara que o espanhol Moncho Monsalve consiga corrigir os erros na semana restante de treinos e nos amistosos do torneio de Acrópoles, às vésperas do Pré-Olímpico. O trabalho não é fácil.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

O PRIMEIRO PASSO DE MONCHO


Moncho Monsalve / Foto: CBB

Antes de falar do jogo em si, talvez o ponto mais lamentável tenha sido o Maracanãzinho praticamente vazio. Mancada feia (mais uma) da CBB, que teve um mês para estabelecer parcerias com alguns colégios, universidades, escolinhas de basquete e afins. No mínimo, uma receita simples: combinar com os clubes do Rio que têm basquete na categoria de base e alugar ônibus para levar a garotada. Mas absolutamente nada foi feito, e o resultado foi
o que vimos: Moncho Monsalve estreou na seleção diante de arquibancadas quase vazias. Um cenário meio constrangedor.

Se a estrutura fora da quadra continua capenga, pelo menos dentro dela houve motivo para um pouco de otimismo. É claro que a Venezuela é fraca e não tem garrafão, mas o Brasil já mostra sinais de evolução sob o comando do espanhol. Às vezes, o instinto fala mais alto e a correria irresponsável aparece, mas no geral há um esforço para jogar de forma coletiva e equilibrada.

Tiago Splitter / Foto: CBBMesmo com uma fascite plantar no pé e uma lesão no joelho, Tiago Splitter (20 pontos e 10 rebotes) foi de longe o melhor. Ele vai ter mais dificuldades quando enfrentar pivôs de verdade, mas sem dúvida sobra na turma. O problema está nos outros jogadores de garrafão. Baby foi bem nos rebotes, Batista e Ricardo fizeram um bom feijão-com-arroz. Não dá para esperar muito mais do
que isso. Embaixo da cesta, os desfalques vão pesar quando
a competição for de alto nível.

Marcelinho Machado jogou muito bem, e não estou falando dos 17 pontos. Refiro-me ao equilíbrio em quadra. Ele conseguiu ser uma ótima arma ofensiva sem precipitar seus arremessos. Que continue assim. Os outros dois chutadores da seleção, Duda e Tavernari, estrearam mal, provavelmente nervosos. Precisam esfriar a cabeça e calibrar a pontaria a partir de agora.

Marcelinho Huertas / Foto: CBBDos reservas, ontem, gostei do Fúlvio (apesar de alguns erros) e do Baby. Mas fica claro que o Brasil vai sofrer na hora das rotações, o nível do jogo não é o mesmo. Mesmo com a filosofia coletiva que Moncho pretende implantar - e parece estar no caminho certo para conseguir - a equipe ainda vai depender muito de boas performances de Huertas, Machado e Splitter. Ontem, os três atuaram bem. Vamos ver o que rola na sexta.

O AMISTOSO, O DRAFT, AS TROCAS

E aí, viu o amistoso do Brasil contra a Venezuela? O que achou?
E o draft, hein, que tal? Gostou da ida do Richard Jefferson para o Milwaukee? Dizem que LeBron vem aí... a gente conversa sobre esses assuntos ainda na sexta-feira, ok? Abraços a todos!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

UM BATE-PAPO COM CARL HERRERA


Carl Herrera / Foto: Rodrigo Alves

Colocar uma equipe jovem e desacreditada nas Olimpíadas após um longo jejum é o sonho dos 12 jogadores da seleção brasileira. Pois na manhã de quinta-feira, ao fim do treino no Maracanãzinho, os atletas nem notaram que um exemplo vivo observava tudo ali à beira da quadra. Com um boné branco e um pesado casaco de couro da NBA, Carl Herrera chegou sem alarde ao ginásio. O homem que levou a Venezuela aos Jogos de Barcelona em 1992 também brilhou na liga americana, com dois títulos pelo Houston Rockets. Hoje, aos 41 anos, ele é o assistente técnico da seleção que enfrenta o Brasil nos amistosos de quinta e sexta-feira. Após o treino, o ex-jogador boa-praça bateu um papo com o Rebote.

- REBOTE - Em 1992, você foi o destaque da Venezuela no
Pré-Olímpico e levou a equipe aos Jogos de Barcelona. O
que foi mais importante para conseguir aquela vaga?

- CARL HERRERA - Nós éramos um time faminto, que nunca tinha estado em lugar nenhum. Toda vez que a gente entrava em quadra, diziam: "O Brasil vai bater neles, a Argentina vai bater neles". Mas algo aconteceu logo após a partida contra Porto Rico: tivemos uma grande briga no vestiário. Muitos caras queriam fazer pontos, mas depois daquilo, todo mundo percebeu que precisávamos ser solidários. Passamos a jogar coletivamente,
um ajudando o outro em quadra. É assim que se ganha.

>>> "De certa forma, os times
da NBA se protegem. Eles fazem grandes investimentos nesses jogadores, gastam muito dinheiro,
é natural que não queiram cedê-los"


- Você jogou até o início deste ano e, agora, é assistente do técnico Nélson Solórzano. Sentiu muito a mudança?
- Durante os 20 anos em que fui atleta, eu já costumava analisar muito o jogo. Sempre ajudei os caras dentro da quadra. Então tem sido fácil. Há muito respeito dos jogadores por mim, e meu por eles. Essas partidas contra o Brasil vão ajudá-los muito na preparação do Sul-Americano. Queremos nos classificar para a Copa América, mas precisamos ser realistas. Brasil, Argentina e Uruguai são concorrentes muito difíceis. O único jeito de vencer
é defender, pegar rebotes e atuar de forma inteligente.

Treino da Venezuela / Foto: Rodrigo Alves- O grande destaque do time venezuelano no Pré-Olímpico de Las Vegas foi Hector Romero, que não está com a equipe agora. O que houve?
- Ele vinha jogando direto nos últimos 10 meses. Primeiro na Itália, e agora voltando para a Venezuela. Hector ficou muito tempo longe da família, então precisamos entender seu caso.

- O Brasil também apresenta ausências relevantes. Você, que já atuou na NBA, acha que vai ser sempre difícil contar com Leandrinho, Varejão e Nenê?
- Na Venezuela, também já tivemos este problema. De certa forma, os times da NBA se protegem. Eles fazem grandes investimentos nesses jogadores, gastam muito dinheiro com
eles, então é natural que não queiram cedê-los.

- Falando em NBA, como foi sua trajetória até conquistar
o bicampeonato com a equipe do Houston Rockets?

- É algo que você não imagina que vá acontecer. É muito difícil para nós, latinos, conseguirmos espaço. Quando cheguei à NBA, levei quase um ano para digerir o que significava jogar contra aqueles caras que eu só via na TV. Alguns companheiros meus naquele time ainda estão por aí. Sam Cassell, por exemplo, acaba de ser campeão com o Boston Celtics. Ele provou que, se você tomar cuidado com seu corpo, coisas boas acontecem.

LEANDRINHO NO FUTEBOL. HÃ???




Quando o Balassiano me ligou ontem à noite, eu estava no treino da seleção e custei a acreditar no que ouvia. Ele tinha visto no site da ESPN e colocado no Da Linha dos 3 uma notícia que, no início da madrugada, lamentavelmente se confirmou:

Leandrinho jogou uma pelada de futebol na quarta-feira.

O jogo beneficente, em Nova York, foi promovido por Steve Nash e Claudio Reyna, com convidados do gramado (Thierry Henry) e das quadras (Baron Davis, Jason Kidd etc). O nome do brasileiro estava na escalação, mas, sei lá, podia ser apenas uma presença para dar autógrafos, né. Eis que, na madrugada, quando eu já ia dormir, veio a matéria do NY Times: "Barbosa, um brasileiro com futebol no DNA, mostrou instintos afiados e toques de classe".

Tudo isso oito dias após pedir dispensa da seleção alegando
uma tendinite no joelho que o impede de jogar basquete.

É simplesmente inacreditável. Não tenho mais palavras.

TROPA DE CHOQUE À ESPERA


Manteiguinha / Foto: CBB

Com 23 pontos do armador Manteiguinha (foto), o Brasil derrotou o Uruguai por 78-65 na abertura do Super 4, que antecede o Sul-Americano. É um resultado importante para dar moral à equipe de Paulo Chupeta, que havia tropeçado no Chile e na Argentina. Antes do jogo, passei quase toda a tarde desta quarta-feira com Wlamir Marques, que veio ao Rio e gravou para a ESPN uma ótima entrevista com Moncho Monsalve. No papo, o mestre levantou um ponto que vinha passando despercebido: se o Brasil não ficar entre os quatro melhores do Sul-Americano, não se classifica para a Copa América e, conseqüentemente, fica fora do Campeonato Mundial de 2010.

Melhor nem pensar em tal tragédia, né? Bem, é melhor pensar, sim. Tanto que a CBB guarda na manga um plano de emergência: caso os amistosos indiquem que o time vai correr riscos no Sul-Americano, alguns jogadores do grupo do Pré-Olímpico podem formar uma tropa de choque para ir ao Chile salvar a pátria. Quase todos estão inscritos na competição continental, e os possíveis escalados jogariam também o Pré. Cá entre nós, para
o bem dos dois torneios, tomara que a gente não precise disso...

quarta-feira, 25 de junho de 2008

TRÊS PONTOS + FALTA


1) Micaela esteve hoje no treino da seleção masculina, no Maracanãzinho, e foi saudada por Moncho Monsalve com um sonoro "Senhores! Aqui está uma senhorita que já tem a vaga!"

2) Sobre o feminino, vale dar uma olhada na análise do Bert, do PBF, sobre a convocação do Paulo Bassul, posição por posição.

3) Enquanto isso, nos Estados Unidos, Shaquille O`Neal deve perder sua insígnia de delegado no Arizona por causa do rap em que tira uma onda com Kobe Bryant. Soa como um exagero, não?

FALTA - E o draft, hein? Confesso que ainda não consegui parar e olhar esse assunto com calma. E pelo visto nem vou acompanhar a noite de quinta-feira - estarei com a seleção. Mas a gente conversa sobre isso em algum momento, eu prometo.

terça-feira, 24 de junho de 2008

FALA QUE EU TE ESCUTO:


>>> "Kobe, você não consegue sem mim. Diga qual o gosto da minha bunda"

SHAQUILLE O'NEAL, cantando rap freestyle num clube de Nova York neste domingo. Pelo jeito, a rivalidade entre os dois craques está longe de acabar. Quer ver as imagens? Então aperte o play aí embaixo:

TRÊS PONTOS DA SELEÇÃO


Adrianinha / Foto: CBB1) Na noite de segunda-feira, Paulo Bassul foi ao programa Bem, Amigos, falou de Iziane e anunciou as 16 jogadoras que vão treinar para ir a Pequim. Além das 11 do Pré, estão na lista Adrianinha (foto), Érika, Karen, Karina e Fernanda Beling. Elas se apresentam no dia 30, no Rio, e treinam na Marina, na Barra da Tijuca. Érika (lesionada) e Kelly (na WNBA) não estarão com o grupo no início dos trabalhos.

2) Enquanto Bassul soltava a lista em São Paulo, a equipe do Sul-Americano perdia para a Argentina no Chile. A derrota por
85-70 para o time de González, Quinteros, Gutiérrez e Mainoldi deixou o Brasil em último lugar na Copa Carranza. A novidade
foi entrada de Hélio na vaga de Manteiguinha como titular. Na quarta, começa o Super Four, com os mesmos rivais da Carranza.

Moncho Monsalve / Foto: CBB3) A boa notícia no masculino saiu no Maracanãzinho, onde
a seleção pré-olímpica fez seu melhor treino até agora. Ao contrário da atividade de sexta, recheada de erros e broncas, os jogadores renderam muito bem na segunda. Os bloqueios funcionaram, o posicionamento foi correto, a defesa encaixou, e Moncho Monsalve deixou a quadra muitíssimo satisfeito.

EUA: PRINCE BARRA CHANDLER


Tayshaun Prince / Foto: NBA

No fim das contas, a seleção americana preferiu reforçar a defesa de perímetro em vez de reforçar o garrafão. Tayshaun Prince roubou do pivô Tyson Chandler a 12ª vaga no grupo que os Estados Unidos vão levar a Pequim. A imprensa americana, de cara, discordou. Eu, neste canto, não acho a escolha ruim. Chandler, claro, seria útil para ajudar D-12, Boozer e Bosh. Mas Prince é um defensor versátil e, se estiver inspirado, pode anular armas ofensivas dos adversários. A lista final tem Kobe, LeBron, Carmelo, Wade, Kidd, Howard, Bosh, Boozer, Redd, Paul, Williams e Prince. Sei que os tempos são outros, mas ainda acho que eles serão campeões olímpicos.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

A LIÇÃO DOS GLOBETROTTERS


Globetrotters / Foto: Rodrigo Alves

No fim de semana, vi os dois jogos do Harlem Globetrotters no Maracanãzinho. Programa legal para a família: crianças por todos os lados, inúmeras camisetas da NBA na torcida
e boas doses de comédia e habilidade na quadra. A maior lição que podemos tirar, no entanto, é a capacidade de fazer espetáculo sem a bola.

Só a apresentação dos jogadores no domingo, com uma música bacana e as luzes do ginásio apagadas, já desperta a pergunta óbvia: por que isso não foi feito, por exemplo, nos jogos da final do Nacional, entre Flamengo e Brasília? O ginásio é exatamente
o mesmo, e a reação dos torcedores é extremamente positiva.

Globetrotters / Foto: Rodrigo Alves

Nos intervalos, os mascotes dos Globetrotters, aparentemente toscos, renderam bons momentos de diversão graças a uma boa trilha sonora e à interação com crianças da platéia. A receita é simples e de alto valor para um esporte que precisa de público.

Globetrotters / Foto: Rodrigo AlvesNão faltam chances para iniciar a mudança. Estão aí, quinta e sexta, os amistosos da seleção pré-olímpica. As duas partidas terão entrada franca e, já que ninguém vai pagar mesmo, a CBB deveria procurar escolas, faculdades e outras instituições ligadas ao esporte para encher as arquibancadas. É uma bela oportunidade para apresentar os jogadores ao público. Não
é possível que seja tão difícil.

PAPO COM O LÍDER DOS TROTTERS


Foto: Rodrigo Castro / Globo.com
Special K no Maracanãzinho (Imagem: Rodrigo Castro / Globo.com)



Com um microfone preso ao uniforme durante os jogos do Harlem Globetrotters no Brasil, Special K capricha no português: "Você não é a Ivete Sangalo", diz para um companheiro que dançava sem parar. O líder do time americano, que abusa da comédia ao longo da apresentação, jogava sério até pouco tempo: no último Mundial de basquete, em 2006, defendeu a seleção do Panamá, seu país natal. Quatro anos antes, chegou a gravar um comercial com o ídolo Michael Jordan. Ao fim do segundo jogo dos Trotters no Rio, neste domingo, Special K bateu um papo com o Rebote enquanto distribuía autógrafos e tirava fotos à beira da quadra.

Reprodução- REBOTE - Em 2002, você gravou um famoso comercial do Gatorade com Michael Jordan, representando o próprio Jordan quando era mais novo e o enfrentando no um-contra-um. O corpo que aparece é o seu, mas o rosto foi substituído pelo dele no computador (veja aqui). Como foi viver essa experiência?
- SPECIAL K - Foi fantástico. Naquela gravação, trabalhei com Jordan durante três dias, sem parar. Jogar com ele no
um-contra-um, vestindo uma camisa do Chicago Bulls, foi uma experiência incrível, da qual eu jamais vou me esquecer.

- Como foi defender a seleção do Panamá no Mundial de 2006? [Como Kevin Daley, ele teve média de 6.2 pontos no torneio]
- É sempre ótimo representar meu país. Todo mundo deve ter orgulho do lugar onde nasceu. Se eu tivesse nascido no Brasil, adoraria jogar pela seleção brasileira. Mas sou panamenho e fico muito feliz por ter tido a oportunidade de vestir aquela camisa.

Special K com Scooter no colo / Foto: Reprodução- Você deixou de ser apenas um jogador de basquete para virar um animador. No Brasil, chegou a aprender frases em português com referências a Ivete Sangalo e times de futebol. Como foi a transição?
- Foi natural. Eu sempre fui um animador dentro da quadra. Não neste nível, claro, mas sempre joguei para os fãs. Tenho que saber a hora de jogar e a hora de divertir o público. Sempre que chegamos a um país, tentamos incorporar alguma coisa local. A primeira coisa que eu faço é perguntar às pessoas quem são as figuras mais populares. Fico feliz ao ver que as frases em português dão certo e que o público dá risada.

Ficou com saudade do velho desenho animado? Então clique e veja:

domingo, 22 de junho de 2008

TROPEÇO NO PRIMEIRO PASSO


Drudi / Foto: CBB

A seleção do Sul-Americano, treinada por Paulo Chupeta, estreou com derrota para o Chile, por 69-67, na Copa Carranza - o cestinha foi Drudi (foto), com 15 pontos. Agora, vai decidir o terceiro lugar na segunda-feira contra a equipe da Argentina, que caiu diante dos uruguaios (91-86). É difícil avaliar de longe, e é natural que o time não tenha ido bem, já que os atletas atuaram juntos pela primeira vez. Fazer apenas 67 pontos, definitivamente, não é bom. Assim como não é bom ver alguns atletas que se destacaram nos treinos (Teichmann, Hatila, Cipolini e Arthur) saindo de quadra zerados em pontos. Todos têm de render mais se o Brasil quiser o título continental.

OS AMISTOSOS DA SELEÇÃO




Aos amigos que perguntaram na caixinha: a Copa Carranza,
com a seleção B que vai jogar o torneio Sul-Americano, não será televisionada. O Brasil estréia em Valparaíso, contra o Chile, dono da casa, às 19h deste domingo. Se ganhar, disputa o título na segunda-feira contra
o vencedor da partida entre Argentina e Uruguai. Se perder, disputa a terceira colocação.

Os amistosos da equipe do Pré-Olímpico contra a Venezuela, estes sim, serão transmitidos pelo SporTV. Os jogos estão marcados para quinta (21h) e sexta (18h30), no ginásio do Maracanãzinho, com entrada franca para os torcedores. Apesar do adversário frágil, serão os primeiros testes para os comandados do espanhol Moncho Monsalve.

sábado, 21 de junho de 2008

PAULINHO CHEIDDE




Como se o basquete brasileiro precisasse de notícias ruins, o ex-jogador Paulinho Cheidde morreu na quinta-feira, baleado na porta de sua casa, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Ele estava com a namorada e foi atingido no peito por um assaltante. Chegou
a ser levado para um hospital, mas não resistiu. Os bandidos
que fizeram o assalto continuam foragidos. Cheidde jogou por Corinthians, Grêmio Barueri, Ribeirão Preto e Campos, entre outros, e chegou a vestir a camisa da seleção nos anos 90. De positivo, o fato de vários leitores terem lembrado do ala nas caixinhas ou por e-mail. Fica, então, o registro e a homenagem.

IMPRESSÕES SOBRE OS TREINOS


Treino da seleção / Foto: CBB

Treino da seleção / Foto: CBB

O pessoal tem me perguntado como são os treinamentos da seleção. É claro que, sem ter formação de técnico, não vou analisar, elogiar ou cornetar este ou aquele exercício. Mas
já é possível ter uma idéia de como andam as coisas e saber o que está dando certo e errado. Vamos a alguns pontos.

Para começar, a vontade e o foco dos jogadores são nítidos. Tenho conversado com todos eles e percebo, na quadra, que o discurso não é só da boca para fora. Afinal, o grupo sabe que,
se conseguir a vaga, a consagração de todos será automática.

Treino da seleção / Foto: CBBA seriedade tem muito a ver com o temperamento forte do Moncho, que cobra perfeição em cada movimento e não hesita em dar bronca quando as coisas saem erradas. Mesmo sem ter no currículo grandes conquistas como treinador, dá para notar que o espanhol conhece o jeito certo de se jogar basquete. Dia após dia, ele martela questões como posicionamento na quadra, ataque equilibrado e paciência na hora de trocar os passes.

Colocar estes conceitos na cabeça dos jogadores não é tarefa das mais simples. Tanto que o maior problema do grupo ainda é a precipitação no ataque. Nem tanto nos arremessos, que estão até conscientes, mas com uma enxurrada de passes errados.

Treino da seleção / Foto: CBBO treino de sexta-feira à noite foi o mais tenso até agora. Os jogadores erraram tanto que Moncho ameaçou interromper as atividades e mandar todo mundo de volta para o hotel. Reuniu o elenco no meio da quadra (como faz várias vezes por dia) e, de maneira firme, cobrou equilíbrio ofensivo e cuidado na hora dos passes.

Os erros começaram a aparecer mais nos últimos dias, quando o técnico passou a fazer atividades de 4x4 e 5x5. A irritação dele é visível, e esse rigor serve para acentuar aquele que, na minha opinião, é o ponto mais positivo: todos os jogadores o respeitam.

Se a semana restante vai ser suficiente para corrigir as falhas, eu não sei. Mas o treinador parece saber exatamente o que quer e os atletas parecem dispostos a cumprir o que ele pede. Diante que nos acostumamos a ver na seleção, já é bastante coisa.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

CONVOCADOS - ALEX


Alex / Foto: CBB

Na noite de quinta-feira, logo depois de Moncho Monsalve recuar no caso Leandrinho, bati um papo com Alex, capitão da equipe ao lado de Marcelinho Machado. O ala do Maccabi apóia a decisão do técnico de fechar o grupo caso conquiste
a vaga nos Jogos de Pequim:
"Se ele trocasse alguém para a Olimpíada, eu seria o primeiro
a pedir dispensa". A conversa nos ajuda a entender um pouco melhor, na prática, o que muda na rotina de treinamentos com a chegada do espanhol.

- REBOTE - Na quinta-feira, o Moncho reabriu as portas para
o Leandrinho na seleção, mas reafirmou a decisão de manter este grupo em Pequim caso consiga a vaga. O que achou?

- ALEX GARCIA - Foi importante. Os que estão fora são todos meus amigos, mas, se ele trocasse algum jogador para a Olimpíada, eu seria o primeiro a pedir dispensa. Agora, todo mundo está na pressão. Se classificar, tem que ser este time mesmo. Mas se o Moncho continuar como técnico no futuro,
não tem problema nenhum o pessoal voltar a ser convocado.

Alex / Foto: CBB- Os treinos do Moncho são muito diferentes do que acontecia antes na seleção?
- É diferente. Se eu falar que não é, estarei mentindo. Alguns exercícios são bem diferentes do que a gente conhece no Brasil, são interessantes. É uma coisa nova para a gente. Até o início do Pré, estaremos adaptados ao estilo dele.

- O que é esse estilo? O que ele cobra mais?
- Ele cobra muito posicionamento e os espaços entre um jogador e outro. Está certo. Se você souber dividir os espaços na quadra, fica mais difícil para a defesa rival. Também cobra a execução dos bloqueios e pede que a gente sempre dê aquele passe a mais.

- E fora da quadra, como é o Moncho?
- É liberal, dá liberdade para a gente fazer o que quiser. Não tem criança aqui, todo mundo sabe da importância da seleção. Ele dá responsabilidade e liberdade. A maioria dos jogadores está com a família aqui no Rio, e isso foi ele que liberou. Minha esposa e minha filha estão aqui. Dá um conforto maior para o jogador.

SERÁ QUE AGORA VAI?




Primeiro foi a Nossa Liga. Depois, a Supercopa. Agora, o basquete brasileiro tenta dar o terceiro passo na intenção de criar uma liga nacional gerenciada pelos clubes. Pode até ser que dê errado, mas desta vez há um ponto fundamental: a iniciativa conta com todos os grandes times - os oito paulistas e 11 dos 12 da CBB (só a equipe de Salvador ficou fora). Eles se reuniram na quinta-feira, e agora a Confederação aguarda um comunicado oficial. A tendência é que Grego, enfim, não se oponha à idéia.

Se der certo, teremos o modelo que vínhamos cobrando há tempos: um campeonato gerenciado pelos clubes, com a chancela da CBB. Cabe agora aos dirigentes aproveitar a oportunidade e não perder mais uma chance. Vamos torcer.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

MONCHO RECUA E LEANDRINHO NÃO ESTÁ MAIS BANIDO DA SELEÇÃO


Leandrinho / Foto: CBB

O médico do Phoenix Suns, Thomas Carter, mandou hoje um ofício à CBB confirmando
a lesão no joelho direito de Leandrinho. No treino da noite, o técnico Moncho Monsalve me disse que o jogador não está mais banido da seleção. Para as Olimpíadas, caso o Brasil se classifique e o espanhol ainda seja o treinador, o ala-armador continua fora dos planos, mas, depois, volta a ter os mesmos direitos de Nenê e Anderson Varejão, que tinham enviado laudos assinados por médicos do Denver e do Cleveland. Moncho tinha dito na terça que o atleta só voltaria a vestir a camisa amarela sob seu comando se o time enviasse à confederação um comunicado oficial sobre a lesão.

"Recebi a carta do Phoenix e agora Leandrinho está na mesma situação de Nenê e Anderson. Tenho enorme respeito por ele. Nas Olimpíadas, se eu for o técnico, os três continuarão fora. Porém, após os Jogos, se Leandro quiser, sempre estará comigo", disse Moncho, antes de deixar o Maracanãzinho.

No treino de quinta à noite, Marcus ficou fora, com um incômodo no joelho. A lesão, contudo, não chega a preocupar, assim como a de Tiago Splitter, que vem treinando com uma fascite plantar no pé. Na sexta, será feita a primeira atividade específica de defesa.

TRÊS PONTOS NO FEMININO




1) Militante da bola laranja, Thiago Ramos acaba de colocar
no ar o Diário do Basquetebol Feminino, com tudo que rola
na modalidade no Rio. Muito legal. Vale guardar nos favoritos.

2) Vejo no PBF, do Bert, um vídeo da Fiba com os últimos momentos de Brasil x Cuba e a festa das meninas na quadra. Imagens imperdívels com os bastidores da festa verde-amarela.

3) Imperdível também é o longo papo do Fábio Balassiano com
o técnico da seleção feminina, Paulo Bassul, no Da Linha dos 3.

OS 12 AMERICANOS


EUA / Foto: USA Basketball

Desta vez, a seleção masculina dos EUA resolveu não fazer aquela tradicional peneira com um monte de jogadores. A convocação para as Olimpíadas terá apenas os 12 inscritos. Chris Sheridan, da ESPN.com, conversou com o povo da USA Basketball e com várias fontes ligadas aos atletas. O resultado é um palpitão bem coerente:


Dwight Howard
Carmelo Anthony
LeBron James
Kobe Bryant
Jason Kidd

Chris Bosh
Carlos Boozer
Michael Redd
Dwyane Wade
Chris Paul

Deron Williams
Tyson Chandler


É oficial que os EUA vão levar três armadores para Pequim (Kidd, Paul e Deron são os favoritos, Billups sobra). A dúvida fica nessa última vaga. Se quiser adicionar mais um nome de garrafão, Mike Krzyzewski leva Chandler (Amare na cola). Se preferir acrescentar um defensor de perímetro, vai com Tayshaun Prince. Os outros jogadores inscritos no programa são: Battier (que só não vai por causa da cirurgia no tornozelo), Arenas, Bowen, Brand, Collison, Durant, Hinrich, Jamison, Joe Johnson, Marion, Brad e Mike Miller, Morrison, Odom, Oden, Redick, Ridnour e o campeão Pierce.

E você? Concorda com a lista-palpite? Levaria quais 12?

quarta-feira, 18 de junho de 2008

GLÓRIA VERDE: BOSTON CAMPEÃO!


Ginásio do Boston Celtics / Foto: NBA

Kevin Garnett / Foto: NBA

O Los Angeles Lakers foi um primor de consistência ao longo da temporada regular e nos playoffs. Na final, sofreu um colapso. Alguém arrisca explicar por quê? A equipe da Califórnia jogou mal por vários motivos, incluindo falhas individuais e coletivas dignas de juvenis. Mas a melhor explicação ainda está no outro lado da quadra, onde reinou um grande time. Um time campeão. Dezessete vezes campeão. Após 22 anos de hiato, a NBA é verde de novo.

Dizem que entrosamento é fundamental nos playoffs. Talvez por isso o Boston Celtics tenha penado nas duas primeiras séries. Contra os Pistons, o time evoluiu. Contra os Lakers, deu show e fechou a tampa de um ano glorioso. A surra por 131-92 nesta terça sela os 4-2 no confronto e coroa uma jornada fabulosa.
Da pior campanha do Leste em 2007 ao título em 2008, vimos uma das maiores reviravoltas da história do basquete mundial.

Doc Rivers / Foto: NBAAs contratações de Kevin Garnett e Ray Allen foram fundamentais, mas é preciso ressaltar o trabalho do cartola Danny Ainge, que, em vez de apenas jogar para a galera com os craques, montou um elenco sólido, incluindo veteranos como Sam Cassell e PJ Brown. Prancheta na mão, Doc Rivers desenvolveu um sistema defensivo invejável - sobre isso, basta dizer que Kobe Bryant passou vergonha na decisão, a exemplo de LeBron James no ano passado. A marcação do Boston no jogo 6, durante os quatro períodos, foi algo de assustador. A diferença de 39 pontos no placar é surreal!

Paul Pierce / Foto: NBAE o que dizer de Paul Pierce? Após comer o pão que o diabo amassou nos tempos das vacas magras, o ala ri por último como MVP das finais. Merecidíssimo.

Os Lakers ainda podem sorrir olhando para o futuro, com a volta de Andrew Bynum a um elenco jovem e talentoso. Mas a festa é dos Celtics, legítimos campeões da NBA em 2007-08.



Ainge, Doc, Pierce, Garnett, Allen, Rondo, Perkins, Cassell, Brown, Posey, Tony, House, Powe, Davis e os torcedores apaixonados. Cada um responde por um pedaço do troféu conquistado.



Kobe Bryant tinha tudo para encerrar a temporada de forma apoteótica. Termina o ano com o título de MVP e o gosto amargo de ter fracassado diante da muralha verde. A derrota vai doer.



As imagens de Garnett após o jogo dizem tudo - beijando o símbolo dos Celtics no chão, em transe eufórica na entrevista, e finalmente dando um abraço emocionado no ídolo Bill Russell.