XÔ, SÍNDROME DA ESTRÉIA!

Dizem que estréia é sempre tensa. Para o Brasil, nem se fala. Contra o Líbano, nesta terça-feira, a seleção tenta quebrar um tabu: nos últimos campeonatos, o primeiro passo tem sido torto, mesmo contra adversários mais fracos. Dá só uma olhadinha:

))) Pré-Olímpico de Las Vegas - 22 de agosto de 2007

Brasil 75 x 67 Canadá

A seleção de Lula Ferreira fez 17 pontos seguidos no primeiro quarto e deu a entender que atropelaria os canadenses. Pura ilusão. O jogo de meia quadra falhou, o adversário equilibrou as ações e chegou a nos impor uma seqüência de 12-2 para empatar o placar no último período. Só conseguimos fechar a tampa no fim da partida, graças aos 30 pontos, cinco assistências e quatro rebotes de Leandrinho.

))) Jogos Pan-Americanos do Rio - 25 de julho de 2007

Brasil 86 x 81 Ilhas Virgens

Com um adversário limitado pela frente, a seleção abriu o Pan com um jogo sofrido. Murilo e JP Batista formaram uma boa dupla de pivôs, Valtinho deu conta do recado na armação, mas, de resto, pouca coisa funcionou. A reação das Ilhas Virgens na parte final quase cria uma zebraça. No fim das contas, a equipe se salvou e saiu vitoriosa por magros cinco pontos.

))) Campeonato Mundial do Japão - 19 de agosto de 2006

Austrália 83 x 77 Brasil

Sem Chris Anstey, os australianos não pareciam muito ameaçadores. Era, portanto, o jogo para o Brasil ganhar, já que o grupo ainda tinha Grécia, Turquia e Lituânia. Foi uma tremenda decepção. Chegamos a abrir oito pontos, mas deixamos o baixinho CJ Bruton jogar. Andrew Bogut foi apenas razoável, e mesmo assim os cangurus nos derrotaram, no jogo que abriu caminho para uma de nossas campanhas mais vergonhosas.

O duelo de hoje, às 16h, é ainda mais importante que esses três aí acima. Mais importante até que o de amanhã, contra a Grécia. Se ganharmos hoje e perdermos amanhã, estamos classificados. Se perdermos hoje e ganharmos amanhã, sabe-se lá - os três ficariam empatados e provavelmente entraríamos pelo saldo.

Cair diante do Líbano, claro, não passa pela cabeça de ninguém. O time é fraco e, ainda por cima, perdeu seu principal nome, o pivô Joseph Vogel, com uma lesão nas costas. Cabe hoje à turma de Moncho Monsalve se impor, jogar com calma e construir uma vitória sem sustos. Basta apertar um pouquinho a marcação e não facilitar os arremessos - para se ter uma idéia, El Khatib (foto), cestinha libanês nesta segunda, chutou 2-8 e cometeu quatro desperdícios de bola.

Boa sorte ao novo Brasil. Que os jogadores, enfim, entrem com
o pé direito e chutem para escanteio a tal síndrome da estréia.