CADEIRA AO CHÃO

O contra-ataque fluía bem quando Guilherme Teichmann soltou um passe displicente, interceptado por Huertas, e Moncho Monsalve interrompeu o treino com um grito. Durante alguns segundos, em silêncio, o espanhol balançou os braços no ar e bateu contra as próprias pernas. Virou-se para trás e, sem pensar duas vezes, deu um senhor tapa na cadeira de plástico, que se estatelou no chão do ginásio. "Por Deus! Merda! Depois de 12 dias, somos incapazes!".

E assim continuou o treinamento da seleção na noite de quinta, no Maracanãzinho. Moncho está cada vez mais irritado com os erros, que ainda são muitos. É o que acontece quando se junta um grupo inevitavelmente heterogêneo, com formações muito diferentes, a maioria com deficiências nos fundamentos. Não é culpa do atleta, e sim do sistema que o formou. E a única maneira de atenuar o problema é treinando, treinando, treinando. Mas se eu disser aqui de novo que o Brasil abriu mão de um mês inteiro de treinamento, vão dizer que o discurso é chato, repetitivo etc.

Então que Moncho continue derrubando cadeiras até a Copa América, e a gente torce para que os resultados apareçam.

))) No Draft Brasil: mais análise sobre os treinos de quinta-feira e entrevistas com o pivô uruguaio Esteban Batista e os técnicos Gerardo Jauri (Uruguai) e Sérgio Hernandez (Argentina).