segunda-feira, 31 de março de 2008
GO, RENATA, GO!
Do calor de Coelho Neto, bairro pobre na Zona Norte do Rio, à neve da cidade de Topeka, no Kansas, a pivô carioca Renata Germano precisou correr um bocado. Literalmente. Há três anos, quando desembarcou nos Estados Unidos sem falar nada de inglês, ela aprendeu, logo no primeiro treino físico,
o significado da palavra "Go". Era o que gritava, alucinado,
o treinador do junior college, fazendo a brasileira correr feito uma louca durante duas horas.
"Eu já estava chorando", conta ao Rebote a atleta, hoje com 21 anos. "Não entendia nada, só Go! Go! Go!. Quando acabou o treino, fiquei um tempão deitada no vestiário, não conseguia
me mexer. Liguei para o meu pai e disse que queria voltar".
Renata não voltou. Mas, farta daquela correria, mudou-se no ano seguinte para Washburn, no Kansas, onde hoje defende as Lady Blues na Divisão II da NCAA. Na semana passada, a equipe acabou eliminada nas quartas-de-final, após forçar duas prorrogações contra a forte South Dakota – no curto período em que esteve em quadra, a brasileira produziu bem e converteu duas cestas seguidas, uma delas com falta.
>>> "Aqui você vê o que é racismo. Comigo nunca aconteceu nada, mas você percebe a divisão entre white
e black. E eles realmente acreditam que precisam dominar o mundo"
Para entender a trajetória da pivô, é preciso voltar uma década no tempo, quando seu Rinaldo Germano, que trabalhava como gari, aceitou a sugestão de um amigo e levou a filha para jogar basquete no Flamengo. Dali, Renata foi para o Grajaú, com Guilherme Vos, hoje técnico da Mangueira - tratado por ela como se fosse um pai. Chamou a atenção de Americana, no interior de São Paulo, mas só se transferiu na segunda tentativa, porque
na primeira o time queria que ela pagasse os livros da escola.
"A situação sempre foi difícil. Nossa, quantas vezes eu já tive que dormir na casa dos meus técnicos porque não tinha dinheiro para a passagem...", lembra a jogadora, que saiu do interior paulista em julho de 2005, descoberta por um olheiro americano que a levou para Southern Illinois - do tal técnico que berrava "Go".
A experiência nos EUA rendeu muitos frutos a Renata, a começar pelo namorado jamaicano com quem ela pensa em se casar e morar no Canadá, "que tem muitas opções de emprego".
Quando ela fala em emprego, não se refere ao basquete, mas sim à Enfermagem – ou Nursing, como prefere falar, toda chique. "Jogar era minha primeira opção, mas agora penso nos meus estudos e pretendo começar a trabalhar", revela a pivô, que deve ter o diploma na mão daqui a dois anos.
Continuar ou não no esporte profissional soa como uma questão menor. O que importa é que, através do basquete, Renata cresceu como pessoa. A ponto de falar com desenvoltura sobre questões sociais e até políticas nos Estados Unidos.
"Não é qualquer pessoa que pode se educar fora do Brasil. Eu tive essa oportunidade
e estou aproveitando ao máximo", conta, sem ignorar as mazelas americanas. "Aqui você vê o que é o racismo. Comigo nunca aconteceu nada, mas você percebe uma divisão entre white e black. E eles realmente acreditam que são os melhores e precisam dominar o mundo.
É por isso que acontece tanta coisa ruim aqui. Se tivéssemos um governo melhor no Brasil, ganharíamos de qualquer um. Mas os próprios brasileiros roubam do povo. Assim nunca vamos para frente", ensina.
Por essas e outras, ela não sabe quando volta, mas sabe bem que, à distância, conta com o apoio e o orgulho dos pais. "Eles ficam felizes porque sabem que eu continuo lutando. Sei de onde vim e não me esqueço de ninguém. Sem eles, não estaria onde estou hoje. Às vezes, dá uma saudade... mas ainda não está
na hora de voltar para casa". Sem problemas, Renata. Go!
sábado, 29 de março de 2008
DANÇA DOS NÚMEROS
35
É a seqüência de jogos com mais de 100 pontos do Golden State, o ataque mais positivo da NBA, que hoje enfrenta o terceiro, o do Denver. O recorde é do Phoenix de 1992-93, com 43 seguidos.
31
É o número de vitórias (incluindo a dos últimos playoffs) consecutivas do mesmo Golden State quando impede que
seu adversário faça 100 pontos - a maior marca da liga.
O CÍRCULO ESTÁ FECHADO
Com a vitória por 112-92 sobre o New Orleans, na sexta-feira, o Boston Celtics atingiu mais um feito: derrotou todos os seus 29 adversários nesta temporada, o que não acontecia desde 1991.
A SÉRIE INVICTA CAI. A CASA, NÃO
Após 15 rodadas no Nacional, o Flamengo viu sua série invicta cair por terra nesta sexta-feira, em casa, diante do Joinville. Eu e Balassiano estivemos na Gávea e vimos um time que sentiu - e muito - a falta dos lesionados Marcelinho e Fred. Com um ataque completamente desordenado, em noite atípica de Hélio, que errou tudo, a equipe carioca foi dominada pelos visitantes nos quatro períodos e, ao fim, perdeu por 81-64 diante de sua torcida.
Ainda não tinha visto Joinville jogar, mas dava para perceber pelas estatísticas o bom funcionamento da defesa. Ontem, a marcação se comportou de forma eficiente e o ataque, melhor ainda, especialmente o americano Williams, cestinha com 28 pontos. Sem entrar na correria do Flamengo, o time do técnico Alberto Bial deu uma aula de como se comportar ofensivamente: sem pressa, valorizando a posse de bola, chutando com calma.
O jogo é importante para dar ainda mais moral à boa equipe catarinense, mas o tropeço não deve ser levado tão a sério pelos cariocas. Pode ser que Marcelinho volte no domingo, contra Lajeado. Só espero que o retorno não seja apressado pela derrota. Não há motivo para achar que, por causa de um resultado, a casa pode cair. O Flamengo ainda sobra na turma.
sexta-feira, 28 de março de 2008
PLAY!
Talvez o pivô Andrew Bogut esteja meio carente em Milwaukee.
E se ninguém vai cumprimentá-lo após o lance livre, tudo bem.
E se ninguém vai cumprimentá-lo após o lance livre, tudo bem.
FALA QUE EU TE ESCUTO:
>>> "Eu adoro trabalhar com este técnico (D`Antoni) e estes jogadores. Aqui temos profissionais que sabem o que fazer. Aqui ninguém me pede para jogar com Chris Quinn ou Ricky Davis"
SHAQUILLE O`NEAL, em declaração ao Boston Globe no início da semana. Além de Quinn e Davis, o quinteto do Miami na derrota para o Detroit teve Earl Barron, Mark Blount e Kasib Powell. Os reservas foram Blake Ahearn, Stephane Lasme, Joel Anthony e Alexander Johnson.
O CARÁTER DE CALDERÓN
Vindo de 11 derrotas em 14 jogos, o Toronto precisava se mexer, e José Calderón foi convocado pelo técnico Sam Mitchell e pelo diretor Bryan Colangelo para uma reunião antes da partida contra o Detroit. Queriam que o atleta renunciasse à posição de titular da equipe em favor de TJ Ford, que, justiça seja feita, vive melhor fase.
Em ano final de contrato
e em busca de valorização profissional (leia-se grana e acordo de longa duração), seria uma decisão difícil e conflitante para a maioria dos atletas. Por isso, Chris Bosh e Anthony Parker, capitães do time, ficaram de prontidão na porta da sala para contornar a crise iminente. Mas não teve crise. Calderón disse que não vinha bem, elogiou as atuações de Ford e concordou com o banco. Após a vitória contra o forte Detroit por 89-82, no vestiário, todo o elenco aplaudiu o espanhol, que anotou 13 pontos (o mesmo do novo titular Ford).
quinta-feira, 27 de março de 2008
DANÇA DOS NÚMEROS
11-2
Esta é a campanha do Philadelphia 76ers em março, a melhor
da NBA. O time, que ainda enfrenta Phoenix Suns em casa e Cleveland Cavaliers fora, já derrotou Boston, San Antonio, Denver e o próprio Phoenix no terceiro mês do ano.
DIGA AÍ: DE QUE TIME É ESTE LOGO?
Aí está o logo desta semana! O primeiro leitor que mandar a resposta correta para o e-mail logo@rebote.org ganha cinco pontos. O segundo vai ganhar quatro pontos; o terceiro, três; o quarto, dois; e o quinto, um ponto. Até o fim da fase regular da NBA, teremos um logo novo a cada semana. Quem fizer mais pontos no geral leva um prêmio relacionado ao basquete. Os quatro seguintes no ranking também vão receber prêmios.
Dê uma olhada no ranking, leia o regulamento, e boa sorte!
LOGO - RESULTADO E RANKING
O logo da última semana era do Granada, time
da Espanha. Os primeiros do ranking pontuaram
e a disputa continua acirrada. Marcelo Carvalho
deu um salto. Será que ele consegue entrar no
top-5? Vale lembrar que o jogo só vai até o fim
da fase regular da NBA, ou seja, tá acabando!
1. Gustavo Sousa - 5 pontos
2. Marcelo Carvalho - 4 pontos
3. Walter Bartels - 3 pontos
4. Suzana Gutierrez - 2 pontos
5. Tiago Jokura - 1 ponto
Após 15 rodadas, o ranking fica assim:
1. Walter Bartels - 38
2. Gustavo Sousa - 34
3. Suzana Gutierrez - 25
4. Tiago Jokura - 21
5. Andrey Pereira - 18
6. Claudio Mikio - 11
7. Ben Hur Lopes - 11
8. Marcelo Carvalho - 10
9. Cibele Ferreira - 8
10. Renato Arêas - 7
11. Adrien Venancio - 7
12. Alexandre Estefan - 6
13. Luciano Córdova - 4
14. Marcel Ferreira - 3
15. Michael Swiklo - 2
16. Renzo Castello-Miguel - 2
17. Fernando Pereira - 1
Em instantes, o próximo logo. Fiquem ligados.
MICHELLE VOLTA A TER LEUCEMIA
Justamente no dia em que Nenê volta às quadras, recebemos uma péssima notícia. A pivô Michelle Splitter, que estreou na seleção adulta após superar uma leucemia, volta a sofrer com a doença. A jogadora de 18 anos passou mal na segunda-feira e foi levada para fazer exames, que confirmaram a recorrência do problema. Ela está internada no Centro Boldrini, em Campinas, onde se tratou na primeira vez, durante três anos.
Conversei de manhã com Mila Rondon, técnica da Michelle em Americana e esposa de Paulo Bassul. Obviamente, estão todos arrasados. A notícia é de cortar o coração, mas a pivô já venceu
a batalha uma vez e vai vencer de novo. Torcemos por ela.
__________________________________________________
Os problemas de saúde não escolhem suas "vítimas" por merecimento ou justiça. Mas a notícia da volta da leucemia com Michelle Splitter é daquelas que a gente duvida se existe justiça na vida. O que é fato, para mim, é que Michelle Splitter, doce e dona de uma educação ímpar, vencerá mais esta batalha e desfilará toda a sua alegria entre seus amigos e familiares. O basquete, de verdade, é o que menos importa no momento.
quarta-feira, 26 de março de 2008
NENÊ PODE VOLTAR HOJE
Quando a gente menos espera, a situação do pivô Nenê dá mais uma reviravolta. Dois dias após dizer que seu corpo treme em situações de esforço físico, fruto da quimiterapia que fez, o brasileiro nos surpreende com uma ótima notícia: o jogo desta noite, contra o Dallas, pode marcar seu retorno às quadras. Nenê deve jogar cerca de cinco minutos, mas o tempo não importa. Celebra-se uma vitória pessoal, pouco mais de dois meses após a cirurgia para retirar um tumor maligno do testículo.
"Será um dia especial na minha vida. Só cinco minutinhos, mas vão parecer 50. Espero que consiga me conter emocionalmente. Estou nervoso", disse o pivô ao jornal Rocky Mountain News. Antes de tomar a decisão do retorno, ele não consultou apenas o técnico e os preparadores físicos do Denver Nuggets. Ouviu a família, a noiva, o empresário e até o pastor da igreja.
O treino de Nenê na quarta-feira foi seu primeiro sem limitações de movimentos - rolou até um punhado de enterradas. Será que ele vai jogar bem hoje? Será que vai ajudar o Denver nos playoffs? Aliás, será que o Denver vai aos playoffs? Será que teremos reforço no Pré-Olímpico? Cá entre nós, é o que menos importa. A recuperação de Nenê já pode ser considerada uma das mais fantásticas do basquete nos últimos tempos.
O FIM DE CHRIS WEBBER
Chris Webber tentou. O ala buscou uma retomada (ou último ato) de sua carreira no mesmo Golden State onde, há 15 anos, sua estrada na NBA começara. Mas não deu. Nove jogos, 126 minutos e 35 pontos depois, os joelhos do atleta de 35 anos pediram arrego. Na tarde de ontem, a franquia fez uma coletiva para anunciar a despedida do ídolo local.
Sem querer ser chato, mas já sendo, faço a pergunta que fiz a mim mesmo: será que ele, Webber, precisava passar por esta situação? Sua volta a Oakland não muda em nada a sua história na liga (sem títulos, mas que o coloca ao lado de outros cinco craques como um dos únicos a terminar a carreira com média de 20 pontos, nove rebotes e quatro assistências), mas evidencia o óbvio: em sua maioria, os grandes jogadores quase sempre acham que podem dar "um pouco mais" do que seus corpos realmente permitem.
terça-feira, 25 de março de 2008
AH, O NOSSO GARRAFÃO...
O pivô Baby, que vinha jogando pelo Spartak, da Rússia, foi submetido a uma artroscopia no joelho direito em São Paulo, nesta segunda-feira. Com sua recuperação prevista para até seis semanas, o jogador pode estar disponível para Moncho Monsalve, mas sabe-se lá em que condições físicas. É apenas mais um dado preocupante para um garrafão que, pelo visto, pode ter em Tiago Splitter a única peça 100% confiável. Aliás, tem sido assim nos últimos tempos, não é mesmo?
Moncho já avisou que só vai contar com os jogadores que se apresentarem até o dia 12 de junho. Ou seja, se o Cleveland Cavaliers for à final de NBA de novo, Anderson Varejão estará fora do grupo. Ainda que não vá à final, terá de correr para se apresentar a tempo. Somam-se a isso três incógnitas: Nenê, pelo grave problema de saúde, e uma dupla que ficou meio escondida em países mais distantes: JP Batista, hoje na Letônia, e Murilo, que passou os últimos meses na Bulgária. Paulão é uma bela promessa, mas ainda não tem bagagem para alçar vôos tão altos.
É este o difícil cenário do nosso garrafão. Tudo bem que o da Alemanha também acaba de ganhar uma pulga atrás da orelha, mas convém colocar as barbas de molho. E torcer. Bastante.
DATA-REBOTE: LANCE INESQUECÍVEL
Salve, amigos, o Data-Rebote está de volta e quer saber: qual foi o lance mais incrível que você já viu no basquete? Qual é aquela jogada inesquecível, que você vai guardar sempre na memória? Vale tudo: uma enterrada, uma cesta do título, um passe preciso, um toco desmoralizante, a imagem que mais te impressionou até hoje. Mas vamos combinar uma coisa: só vale votar em UMA jogada, um lance isolado, e não uma atuação ou uma seqüência de jogadas, ok? Fique à vontade na caixinha!
DANÇA DOS NÚMEROS
12.107
É esta a média de público do Indiana Pacers, a pior da NBA.
Se isso não bastasse, o time não conseguiu vender todos os ingressos do Conseco Fieldhouse uma vez sequer na temporada. Após 24 anos, o cartola-mor Donnie Walsh vai deixar a franquia.
segunda-feira, 24 de março de 2008
FALA QUE EU TE ESCUTO:
>>> "Eles parecem o antigo Phoenix,
só que com anabolizantes"
KOBE BRYANT, sobre o estilo do Golden State Warriors,
que bateu o Los Angeles Lakers no domingo.
UMA BRASILEIRA EM OKLAHOMA
Filha do técnico João Camargo, Mariana Camargo teve sua carreira desenhada desde o berço. Nascida em Blumenau há 22 anos e com 1,80m, começou aos 10 no Colégio Sagrada Família (SC) e hoje é estudante de Negociação Internacional
e armadora da Oral Roberts University (ORU), de Oklahoma, que conta com outras duas brasileiras - Carol Volpato e Monah Pegorari. A estréia no March Madness foi na noite deste domingo, contra a fortíssima Tennessee, de Candace Parker. A derrota por 94-55 não chegou a ser surpresa, mas foi especialmente dolorosa para Mariana. Maior cestinha da equipe no ano, ela se machucou ao escorregar na quadra logo no primeiro minuto. Poucas horas antes da partida, ainda no hotel em West Lafayette ("não é ruim, mas duvido que elas ficassem aqui"), a jogadora brasileira conversou com o Rebote.
Pat Summitt, treinadora de Tennessee, consola a lesionada Mariana
REBOTE - Em seu terceiro ano nos EUA, você obteve as melhores médias de sua carreira em pontos (13.3 por partida, a líder do time), rebotes (5.1) e assistências (cinco). Como
foi o começo e como está sendo seu desenvolvimento aí?
MARIANA CAMARGO - Estou jogando nas posições 1 e 2, e consigo sentir a mudança no meu jogo em relação ao primeiro ano. O jogo é mais disciplinado, todas têm bons fundamentos, e o trabalho de base também é muito bom, pois a mentalidade em relação a treino forte vem desde a escola. Tive muita dificuldade no princípio, porque todos assistem a fitas antes do jogos, e isso faz com que você trabalhe muito mais nas suas dificuldades. Melhorei muito por causa do treinamento pesado de todos os dias. Aqui não existe o famoso migué. Ou você dá o seu máximo, ou será cobrada o treino inteiro pelos técnicos.
- Existe alguma obrigação
de notas aí na faculdade?
- Se a atleta não tiver notas boas, não entra em quadra.
- Talvez com exceção de Tatiana Conceição, nenhuma brasileira da NCAA seguiu na modalidade. Você consegue explicar os motivos? E que caminhos pretende seguir?
- Depois da faculdade, pretendo jogar por um tempo na Europa ou quem sabe até no Brasil, se a situação mudar. As atletas param de jogar principalmente pela falta de apoio. Todas querem voltar para casa, mas ao mesmo tempo vêem a situação no Brasil e resolvem parar, pois acham que
vale mais a pena ter uma vida estável do que jogar basquete.
>>> "O que falta no Brasil é apoio do governo, o que aumentaria o número de atletas e o nível desses atletas" - Mariana Camargo
- Você foi a única universitária do exterior convocada para
a Universíade, na Tailândia. Quais foram suas impressões sobre o torneio e quais as diferenças entre você e as outras meninas?
- Gostei muito do torneio, é diferente do que eu pensava. A Universíade reúne os melhores atletas universitários do mundo. E agora vejo melhor a diferença entre o basquete dos EUA e do Brasil. Uma das distinções é o jogo físico (sem faltas) das americanas e a importância dada à defesa. Por outro lado, a criatividade no ataque permanece muito boa, e é isso que os técnicos daqui buscam nas brasileiras.
- Você sonha com seleção brasileira, ou é algo prematuro?
- Não acho que seja prematuro pensar, mas ao mesmo tempo sei que quase ninguém no Brasil acompanha muito as jogadoras que estão nos EUA. Então, para ser sincera, me preocupo mais em melhorar a cada dia pensando que seleção será conseqüência.
- O que você acha que falta para o Brasil se tornar uma potência na modalidade? Ainda estamos muito longe, em termos de estrutura e capacidade técnica?
- Essa diferença toda entre EUA e Brasil é muito relacionada à cultura. O interesse pelo esporte vem desde a escola, e continua na universidade, até chegar à NBA ou WNBA. Há muitos jogos com público de mais de 10 mil pessoas. O que falta no Brasil é principalmente apoio por parte do governo, o que aumentaria o número de atletas e o nível desses atletas.
- Se o basquete brasileiro fosse organizado, você acha que sairia do seu país para jogar nos EUA? Já pensou em desistir?
- Se no Brasil fosse como na Europa, seria muito difícil sair para os EUA, porque haveria a possibilidade de um futuro muito bom com o basquete no meu país. Mas com essa incerteza, por exemplo, sobre a continuidade do time no próximo ano fica muito difícil construir um futuro. Esse foi um dos principais motivos da minha decisão de ter essa experiência aqui nos EUA. Pensei em desistir, mas posso dizer que, mesmo passando por fases muito difíceis devido à saudade e às dificuldades em relação à língua e a cultura, estar jogando aqui é uma experiência incrível que só vai acrescentar na minha vida acadêmica e esportiva.
JOGO RÁPIDO
- Ídolo: Michael Jordan.
- Sonho: Ver, algum dia, o basquete ser tão importante para os brasileiros como o futebol.
- Futuro: Imprevisível.
- Seleção: Já foi uma prioridade.
- Lance inesquecível: Última cesta
na final do Sul-americano sub-16,
em 2001, contra a Argentina.
sábado, 22 de março de 2008
A JUSTA ELIMINAÇÃO DE DUKE
Na quinta-feira, Duke sofreu para ganhar da inexpressiva Belmont por 71-70. Respirou, mas não por muito tempo. Neste sábado, o time de Mike Krzyzewski até que dominou o primeiro tempo (34-29), mas ruiu no segundo (33-44), perdeu para West Virginia por 73-67 e o March Madness viu a primeira das grandes favoritas ao título se despedir.
Pior que o pífio desempenho
de DeMarcus Nelson nestes
dois jogos (o líder em pontos da equipe, com 14.4 na fase de classificação, fez um total de oito no mata-mata, com apenas três arremessos convertidos em 17 tentados), foram os 16 erros consecutivos nos arremessos de três pontos do time durante
a segunda etapa no sábado. Por West Virginia, destaque para
o ala Joe Alexander, com 20 pontos e 11 rebotes.
MAIS UM FEITO DO REI LEBRON
Nem era preciso mostrar a foto, num jogo contra o San Antonio, para provar que LeBron James se sente muito à vontade numa quadra de basquete. Ontem, ele deu mais uma prova disso: tornou-se o maior cestinha da história do Cleveland Cavaliers, deixando Brad Daugherty para trás. A franquia existe desde 1970, mas o rei só precisou de cinco anos para tomar posse.
NCAA AO ALCANCE DO MOUSE
O March Madness, fase de mata-mata da NCAA, começou com jogos de tirar o fôlego. Inclusive com a vitória heróica de San Diego, do assistente brasileiro Walter Roese, sobre Connecticut, mesmo encarando inúmeras dificuldades durante
a partida. De`Jon Jackson se encarregou da cesta decisiva nos segundos derradeiros da prorrogação. O próximo rival dos Toreros se San Diego será Western Kentucky, responsável pela vitória mais espetacular de sexta-feira. A equipe bateu a favorita Drake com uma cesta de três de Ty Rogers no último segundo da prorrogação. "Acabamos de ver o maior espetáculo da Terra", exagerou o técnico Darrin Horn, em êxtase após a partida. Clique aí no vídeo abaixo e confira você mesmo.
O mais legal da história, no entanto, é saber que tudo isso está disponível para a gente ver. Na televisão, a Bandsports transmite jogos, e a ESPN Internacional passou um punhado de VTs na noite desta sexta-feira. O www.channelsurfing.net espalha links para diversas transmissões. E para quem quiser uma solução ainda mais fácil na internet, o próprio site da ESPN aponta para os links da CBS, que mostra todos os jogos ao vivo, de graça, com imagem perfeita. A democracia, definitivamente, chegou ao basquete - ok, desde que você tenha uma conexão razoável...
sexta-feira, 21 de março de 2008
DANÇA DOS NÚMEROS
0-7
É este o retrospecto do Dallas Mavericks contra times com campanha positiva desde que Jason Kidd chegou à equipe.
BOB KNIGHT? NÃO, É KEVIN BORSETH
Depois de ver uma vantagem de 18 pontos contra o time de Wisconsin cair pelo ralo, o treinador Kevin Borseth, do time feminino de Michigan, que perdeu por 69-67, não escondeu sua fúria na entrevista coletiva. Não é preciso entender muito de inglês para sentir a frustração. Divirtam-se, é engraçadíssimo.
VERDES E CADA VEZ MAIS MADUROS
A cada dia que passa, eu me convenço mais de que não foi o Boston Celtics que levou Kevin Garnett para o Leste. Cá entre nós, foi Garnett que levou o Boston para o Oeste. O time verde de Massachusetts poderia tranqüilamente estar na conferência oposta. Tanto é que continua passando o rodo quando enfrenta rivais de lá. Após a vitória sobre o Dallas Mavericks, na quinta-feira, os Celtics acumulam uma incrível campanha de 6-0 contra os times do Texas. Difícil achar uma credencial melhor que essa.
Quando cito Garnett logo no início do texto, é preciso dizer que o time vai muito além dele. Ray Allen foi o herói desta quinta, Paul Pierce jogou muito bem, mas não é só o trio que faz a equipe funcionar, e todo mundo já sabe disso. Com bons coadjuvantes e uma defesa forte, o Boston deve muito ao outrora massacrado Doc Rivers. A cada partida, o time prova que é sério candidato ao título. E Rivers pode disputar a tapa o troféu de técnico do ano com os rivais do Oeste Rick Adelman, Phil Jackson e Byron Scott.
quinta-feira, 20 de março de 2008
MVP DO NACIONAL VAI À UCRÂNIA
Quase ninguém percebeu, mas a falta será sentida em quadra. Melhor jogadora dos últimos dois Campeonatos Nacionais,
a pivô cubana Lisdeivi será o maior desfalque da equipe de Ourinhos na primeira fase do próximo Campeonato Paulista. A pivô, que deixou acertada a sua volta para o atual tetra brasileiro, fechou contrato com o clube Dnipro, da Ucrânia. O empresário da atleta, Fábio Jardine, informou que, em seu primeiro jogo na liga local, a pivô obteve 19 pontos e 18 rebotes.
TEM ALGO ERRADO COM ESSA FOTO?
E olha que eu comentei o jogo na Globo.com... obviamente nem reparei. Rip Hamilton jogou parte da confronto com o Denver Nuggets, na terça-feira, com uma letra "i" sobrando na camisa.
O erro foi percebido durante o jogo, e o ala-armador trocou de uniforme durante um pedido de tempo. Pior que isso, só mesmo
o nosso amigo Donyell Marshall, que simplesmente ia entrando em quadra sem a camisa! Perdeu essa? Clique aí abaixo e veja.
DATA-REBOTE: OS NÃO-AMERICANOS
Aqui está o resultado da seleção de não-americanos. Mais uma vez, adotei o critério de considerar todos os votos da eleição, mas separar os jogadores pelas posições nas quais eles ficaram mais conhecidos. No fim das contas, o quinteto titular é:
- Steve Nash
- Manu Ginóbili
- Oscar Schmidt
- Dirk Nowitzki
- Arvydas Sabonis
O detalhamento por posições:
1 - Steve Nash foi o mais votado no geral, com 33. A escolha
na posição 1, aliás, foi praticamente unânime. À exceção do canadense, nenhum outro jogador recebeu mais de um voto.
2 - Com 23 votos, o argentino Manu Ginóbili venceu a batalha
ao superar o croata Drazen Petrovic, que recebeu 16.
3 - O brasileiro Oscar Schmidt ganhou fácil, com 25 votos. Em segundo lugar, veio o sérvio Peja Stojakovic, com cinco.
4 - Vitória tranqüila do alemão Dirk Nowitzki (28 votos), seguido pelo espanhol Pau Gasol (10) e o croata Toni Kukoc (nove).
5 - O lituano Arvydas Sabonis foi votado 21 vezes e superou o sérvio Vlade Divac (10) e Dikembe Mutombo, do Congo (nove).
quarta-feira, 19 de março de 2008
OSCAR COM MONCHO E GREGO
O ex-jogador Oscar Schmidt, o treinador Moncho Monsalve (que dirigiu o brasileiro na Espanha) e o presidente da CBB, Grego, estiveram reunidos na noite de segunda-feira, no Rio. Conversaram sobre um possível aproveitamento do Mão Santa durante o Pré-Olímpico e a atual situação do basquete nacional. Todos saíram felizes com o encontro.
Crítico da gestão de Grego, Oscar foi um dos que se pronunciaram a favor da contratação de Moncho, que, por sua vez, disse que gostaria de conversar com o ex-jogador a respeito da seleção. Que Oscar seja aproveitado da melhor maneira pela CBB, pois marginalizar um dos maiores ídolos do esporte não é das decisões mais sensatas.
DIGA AÍ: DE QUE TIME É ESTE LOGO?
Aí está o logo desta semana! O primeiro leitor que mandar a resposta correta para o e-mail logo@rebote.org ganha cinco pontos. O segundo vai ganhar quatro pontos; o terceiro, três; o quarto, dois; e o quinto, um ponto. Até o fim da fase regular da NBA, teremos um logo novo a cada semana. Quem fizer mais pontos no geral leva um prêmio relacionado ao basquete. Os quatro seguintes no ranking também vão receber prêmios.
Dê uma olhada no ranking, leia o regulamento, e boa sorte!
LOGO - RESULTADO E RANKING
Na primeira vez em que o logo era de um time
feminino, nada mais apropriado que uma mulher
acertando. Suzana Gutierrez foi a mais rápida a
cravar Los Angeles Sparks, da WNBA, e pulou
para o pódio do ranking. Walter e Gustavo, que
ocupam o topo da lista, também pontuaram.
1. Suzana Gutierrez - 5 pontos
2. Gustavo Sousa - 4 pontos
3. Marcelo Carvalho - 3 pontos
4. Tiago Jokura - 2 pontos
5. Walter Bartels - 1 ponto
LEMBRANDO - Para deixar a disputa mais acirrada, decidimos que o primeiro do ranking não será o único premiado ao fim da promoção. Vamos dar prêmios até o QUINTO lugar.
Após 14 rodadas, o ranking fica assim:
1. Walter Bartels - 35
2. Gustavo Sousa - 29
3. Suzana Gutierrez - 23
4. Tiago Jokura - 20
5. Andrey Pereira - 18
6. Claudio Mikio - 11
7. Ben Hur Lopes - 11
8. Cibele Ferreira - 8
9. Renato Arêas - 7
10. Adrien Venancio - 7
11. Alexandre Estefan - 6
12. Marcelo Carvalho - 6
13. Luciano Córdova - 4
14. Marcel Ferreira - 3
15. Michael Swiklo - 2
16. Renzo Castello-Miguel - 2
17. Fernando Pereira - 1
Em instantes, o próximo logo. Fiquem ligados.
MARQUINHOS VOLTA AO BRASIL
Dispensado pelo Memphis Grizzlies e sem nenhum clube interessado na NBA, o ala Marquinhos assinou com o Pinheiros, de São Paulo, e pode estrear nesta quinta-feira, contra Assis, pela Supercopa da Associação de Clubes. Nova fase para uma carreira que, desde o Pré-Olímpico, passou a ser muito mais marcada pelas confusões extra-quadra.
Marquinhos cometeu erros em Las Vegas? Sim, cometeu. Primeiro, ao abandonar a seleção e escolher a pior hora para jogar tudo no ventilador, antes da semifinal. Segundo, por ter feito isso, declaradamente, porque era "jogador de NBA e merecia mais minutos no time".
Mas não acho que o ala deve ser sepultado na seleção. Alguns problemas de relacionamento que ele denunciou estavam tão evidentes naquele grupo que a negação de alguns chega a ser constrangedora. Cabe a Moncho Monsalve avaliar se o garoto terá cabeça para voltar às convocações. Talento, ele tem, e numa posição carente na equipe verde-amarela. Vamos aguardar.
RECORDE? FICA PRA PRÓXIMA...
Quem diria que uma viagem ao Texas poderia ser tão agradável? Para o Boston Celtics, tem sido uma festa. Um dia após bater o campeão San Antonio Spurs, o time de Kevin Garnett sapecou um sonoro 94-74 no Houston Rockets, um carimbo inapelável na histórica seqüência de 22 triunfos. E vê se te cuida, Dallas Mavs, porque a turnê texana ainda não acabou. Quinta tem mais...
terça-feira, 18 de março de 2008
É POSSÍVEL ENCURTAR O ABISMO?
Matematicamente, temos três classificados para os playoffs: Boston, Detroit e Orlando são justamente as campanhas que destoam da mediocridade no Leste. Na outra conferência, não estamos nem perto de definir os classificados, e isso só deve acontecer em cima da hora. Não duvido que os líderes do Oeste cheguem às últimas semanas da fase regular com risco de ficar fora do mata-mata.
Para se ter uma idéia, o Houston, primeiro colocado, acordou na terça-feira com apenas duas vitórias a mais que o Dallas, sétimo da tabela (sim, sétimo!). No feio e encardido Leste, a diferença de vitórias do primeiro para o sétimo é de abismais 20!
É inacreditável que a NBA não coloque em pauta uma discussão urgente para encurtar o abismo entre as conferências. Eu tenho minha proposta, e já até falei sobre ela aqui, mas antes quero saber a sua. Então dê uma de David Stern e opine na caixinha.
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