terça-feira, 4 de março de 2008

O BASQUETE FEMININO AGRADECE...


Ourinhos, tetracampeão nacional / Foto: CBB

Lisdeivi, melhor jogadora do Nacional / Foto: CBB

Ainda há muito (aliás, muito mais do que muito) a melhorar no nosso basquete feminino. Estamos bem longe de ter um campeonato interno realmente competitivo, nossas melhores jogadoras continuam lá fora, e muitos times mergulham num triste amadorismo. Feito este preâmbulo ranzinza, cabe dizer que o desfecho do Nacional nos traz um sopro de esperança.

Os dois melhores times do país fizeram uma final absolutamente espetacular, com um jogo 5 de tirar o fôlego, culminando no justo título de Ourinhos - seria igualmente justo na mão de Catanduva.

Karla, de Catanduva / Foto: CBBAs meninas de Ferreto (e o próprio) estão de parabéns. A garra com que esticaram a série pode ser resumida na figura de Karla (foto), entrando em quadra com uma fissura na tíbia e marcando 12 pontos, incluindo todos os nove do time visitante na prorrogação.

Pelo lado de Ourinhos, Iziane sumiu na série, e a explicação, banhada em lágrimas, só veio ao fim da última partida, quando a ala revelou que vinha jogando graças a injeções para atenuar a dor causada por uma lesão na clavícula. De fato, uma pena.

Ariadna, de Catanduva / Foto: CBBSem Izi, ficou ainda mais claro o impacto das duas cubanas nas quadras brasileiras. E não há nada ruim nisso, ao contrário, a mistura só engrandece os dois lados. Lisdeivi, de Ourinhos, foi eleita outra vez a melhor do campeonato. Ariadna (foto), de Catanduva, tem um poder de fogo inacreditável. Os afoitos podem dizer: se os destaques são de Cuba, há algo errado com o nosso nível técnico, né?

De maneira geral, sim. Em relação a esses dois finalistas, não.

Quer ver um exemplo? Se a nossa seleção vinha procurando armadoras da posição 1 (foi ao Pré das Américas com apenas uma), a busca pode ter chegado ao fim. O Nacional nos deu logo duas de brinde: Gattei, que faz 28 anos depois de amanhã, e a incrível Natália, com apenas 23. O basquete feminino agradece...

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Chuca, de Ourinhos / Foto: CBB

Foi a primeira final do Nacional decidida com prorrogação no quinto jogo. E ainda bem, porque a série, a melhor que eu vi, não merecia terminar com os três erros do tempo normal. Venceu Ourinhos (mesmo com uma Iziane fora de seu normal), como poderia ter levado Catanduva (com Karla e Fabão contundidas e em quadra, dando uma aula de raça). Chuca (foto), fresca, decidiu (25 pontos, cinco rebotes, cinco assistências, duas recuperações e uma frieza que espanta). E, o melhor de tudo, com duas excepcionais armadoras: Natália, a melhor jogadora do campeonato para mim, e Gattei, que já merecia uma vaga na seleção faz tempo. Parabéns às equipes, que proporcionaram espetáculo de verdade. Basquete é isso!

3 comentários:

@lisangelo disse...

Só pra confirmar: "Basquete é isso!". Ponto.

Anônimo disse...

Cras, só quero deixar meu parecer sobre um fato que, a meu ver, é a figura do Esporte nacional há anos.
Iziane, mais uma vez, sumiu na decisão. EM TODOS OS JOGOS. Daí depois divulga a tal lesão e, pronto, está justificado. Ah, pára aí um pouquinho. É por isso que a coisa está do jeito que está. Pelo amadorismo. Atleta sem condições não deve jogar. Paciência. Ainda corre o risco de agravar a lesão. Para não ir muito longe, basta lembrar há alguns dias atrás, quando o Capitão Nalbert não jogou por sua Equipe, Minas se não me engano. Pode até ser um jogo normal, não uma decisão. Mas mostra como o vôlei leva as coisas mais à sério, não arrisca o atleta. Enfim, mostra organização e por isso duas ligas ricas como a que possuímos. POr favor, pessoal, mais seriedade com o Esporte, e mais profissionalismo. Urgente !!! A situação tá ficando muito feia. Deixar as Seleções ficarem de fora da Olimpíada prá ver como as coisas estão?! E, prá deixar a coisa melhor ainda, tenho que ler sobre essa notícia da Helen... É de gargalhar... Abraços. Silvio Dias Jr.

Anônimo disse...

Feminino não é o forte do site,mas vou só dar uma simples opinião,jogar campeonato nacional ou mesmo regional atualmente é uma situação, pré olimpico e outras do genero é outra,então não vamos tornar jogadoras medianas em craques, a não ser que tenham este desempenho em nível internacional.