UM CARIOCA NA ESPANHA

Às vezes não é preciso muito para saber se um jogador está feliz com a fase que atravessa. O armador carioca George Chaia, mais conhecido como Gege, ainda nem completou 18 anos, mas parece realizado na Espanha. No rápido bate-papo pelo messenger, ele começa quase todas as respostas com a expressão "sim, sim, sim". Mais positivo, impossível, né.

Após sete anos defendendo o Tijuca Tênis Clube como um dos grandes destaques do basquete de base do Rio de Janeiro, Gege embarcou para a Europa em outubro do ano passado. Hoje ele atua pelo Torrejon de Ardoz, tem contrato de três anos e bate ponto do infanto ao adulto. Fã de Steve Nash e Dwyane Wade, o garoto não esconde a saudade da família e da namorada, que ficaram no Rio, mas está curtindo a boa fase neste início de carreira. Dá para perceber pelo papo abaixo - e o bom humor é tão claro que a gente nem precisa repetir os "sim, sim, sim".

- REBOTE - Quais foram as suas primeiras impressões quando chegou à Espanha?
E como é a sua rotina hoje?
- GEGE - Na chegada, tudo foi muito rápido. Deixei as malas
em casa e fui direto fazer o primeiro treino. Eu moro num apartamento do clube, em Torrejon de Ardoz, com mais dois brasileiros (Fred, também do Rio, e Ronald, de Brasília, ambos na foto ao lado), um do Senegal e a moça que trabalha aqui. é perto de onde a gente treina, em torrejon de ardoz. O apartamento é ótimo, com quatro quartos, sala grande. E a estrutura do clube é muito boa, com muitas quadras, todas sendo ocupadas por equipes de 8 anos até o adulto. Acho que essa estrutura é o que falta no Brasil.

- Aqui no Rio, você estava entre os principais nomes da base,
e sempre jogava durante muito tempo. Como está sendo aí?
- Achei que no começo seria diferente, mas eu tenho jogado um tempo bom. No Rio eu jogava muito mais, claro, e achei que ia precisar de mais tempo aqui, por ser novo, até me adaptar e adquirir a confiança deles. Mas até que tenho atuado bastante aqui, a adaptação foi mais rápida do que eu pensava.

>>> "Sonhar com a NBA, eu até sonho, como todo mundo, mas pretendo ficar na Europa. Adoro a Euroliga e a Liga ACB, da Espanha"

- Como você foi recebido pelo técnico e pelos jogadores?
- Pelo técnico, muito bem. É um cara muito gente boa, nos trata muito bem e não deixa faltar nada. Quanto aos jogadores, as pessoas quando chegam são olhadas com um modo diferente, isso acontece em todos os lugares. Sempre comentavam entre eles, não sei se bem ou mal (risos). Mas agora me tratam bem.

- Você foi para a Espanha a partir de um DVD feito pelos seus empresários, da Ability. Como é ter que lidar com esse lado empresarial sendo ainda tão novo? Como é a relação?
- É muito boa, são pessoas do bem. Eles olham por mim, falam tudo comigo e com a minha família, já que conhecem os meus pais também. Então é uma relação superaberta. Eles sempre ligam para saber como estão as coisas, se estou precisando de algo aqui.

- E agora que você está na Europa, o que pensa para o futuro?
- Quero continuar aqui. Adoro a Euroliga e a primeira divisão da Espanha (ACB). Espero conseguir um clube para jogar esses torneios. Sonhar com a NBA, eu até sonho, como todo mundo, mas pretendo ficar na Europa. Terminei o segundo grau no Brasil e agora vou fazer aqui a faculdade de Educação Física. Farei um curso de adaptação e, no próximo semestre, começo a estudar.