Eu tinha me programado para só voltar no ano que vem, mas eis que acontece algo incrivelmente bizarro na NBA. Na vitória de ontem sobre o Boston Celtics (o que não é pouca coisa), o Portland Trail Blazers fez uma cesta com SEIS jogadores em quadra! E os juízes só perceberam quando foram alertados por Garnett & Cia. O pior: deram uma falta técnica, mas mantiveram os pontos! Não acredita? Então aperte play aí embaixo, veja com os seus próprios olhos e, agora sim, tenha um feliz ano novo!
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
POR UM 2009 MELHOR
Com dores nas costas, Steve Nash não jogou nesta terça contra o Memphis. Leandrinho entrou em seu lugar e, é bem verdade, deu apenas uma assistência e cometeu três desperdícios. Em compensação, arrebentou no ataque com 28 pontos, sua melhor marca na temporada até agora. Legal saber que o brasileiro fecha bem um ano cheio de percalços.
Após um campeonato razoável em 2007-08, o ala-armador do Phoenix Suns tomou decisões atrapalhadas relativas à seleção. Conduziu mal as conversas (?) com a CBB. Para não disputar o Pré-Olímpico mundial, apresentou um laudo que recomendava repouso absoluto e, uma semana depois, jogou uma pelada de futebol em Nova York. Ficou mal com a torcida brasileira. No mês passado, veio o pior momento, quando perdeu a mãe - fato mais triste, obviamente, que qualquer deslize com a bola na mão.
Mas o garoto fechou bem 2008, fora da quadra - com a notícia
de que vai ser papai - e dentro dela, com esta bela atuação na última partida. Tomara que 2009 seja espetacular não só para Leandrinho, mas para Nenê, para Varejão, para todo o basquete brasileiro e para cada um de nós. Um Feliz Ano Novo a todos!
DANÇA DOS NÚMEROS
zero
É o número de vitórias de LeBron James nas três vezes em que jogou no dia do seu aniversário. A derrota de ontem foi para o Miami Heat, por 104-95. Em todo caso, parabéns pelos 24 anos.
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
DERRUBADO PELO PESCOÇO
"Depois do câncer, sei lá. Era difícil eu ficar doente, mas agora fico doente toda hora".
A frase é de Nenê, logo depois do Natal, reclamando de um simples resfriado. Dentro da quadra, o torcedor do Denver Nuggets não vinha percebendo as tais "doenças", mas este domingo, enfim, derrubou o pivô brasileiro. Não pela gripe, e sim por uma queda no jogo contra o New York (na foto, marcando David Lee), que lhe rendeu uma lesão no pescoço.
Por isso Nenê não enfrentou o Atlanta Hwaks na segunda-feira,
sua primeira ausência na temporada - o time acabou perdendo. Para esta quarta, diante do Toronto Raptors, ele é dúvida.
Apesar da preocupação, o técnico George Karl afirmou que a lesão não é grave, e isso nos dá um certo alívio. O engraçado
é que o treinador, em vez de incentivar sua classe a votar no brasileiro para o All-Star Game, foi pessimista (ou realista?) e disse que ele dificilmente estará entre os reservas do Oeste. Com ou sem All-Star, tomara que Nenê se recupere logo e
possa voltar ao bom trabalho que vem fazendo nas quadras.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
CLARISSA EM PORTUGAL
No mês passado, escrevi aqui
que Clarissa dos Santos, a maior revelação do basquete carioca nos últimos anos, precisava deixar o Rio de Janeiro para continuar evoluindo. Dito e feito. A pivô embarca nesta noite para Portugal, onde vai jogar ao lado da ala Fernanda Beling no Vagos. Fica lá até abril ou, se o time for à final da Liga, maio. Depois, estará livre para decidir os próximos passos. O basquete feminino português está longe da elite européia, mas além da experiência em outro país, Clarissa vai jogar um torneio minimamente competitivo, o que não aconteceria se ficasse no Rio neste início de ano. Tomara que tudo dê certo, porque poucas pessoas no basquete merecem tanto. Boa viagem, e boa sorte.
MÁQUINA DE CHUTAR
Com seis chutes certeiros de longa distância na derrota para o Atlanta Hawks, Ben Gordon ultrapassou Scottie Pippen e
se tornou o jogador com mais cestas de três na história do Chicago Bulls. Confira aí os números dele em suas quatro temporadas na NBA (só na fase regular. E como a 2008-09 nem chegou à metade, não conta):
1ª temporada - 134/331 (acertos/total, 40.5%)
2ª temporada - 166/382 (43.5%)
3ª temporada - 155/375 (41.3%)
4ª temporada - 142/346 (41%)
Agora vamos fazer o mesmíssimo levantamento de quatro anos com um tal de Michael Jordan (ah, a segunda temporada dele também não conta, porque foram disputados apenas 18 jogos):
1ª temporada - 9/52 (17.3%)
3ª temporada - 12/66 (18.2%)
4ª temporada - 7/53 (13.2%)
5ª temporada - 27/98 (27.6%)
A comparação serve para nos mostrar como Michael Jordan praticamente ignorava os tiros de três no ínício da carreira. Com explosão suficiente para enfileirar defensores, ele preferia deixar a bola dentro da cesta. Ao longo dos anos, foi adaptando seu jogo, ampliou o repertório, afastou-se do aro e chegou a chutar 111/260 em 1995-96 e 111/297 em 1996-97.
Quer algo mais impressionante que isso? Pois saiba que John Paxson, famoso pelos tiros mortais, arremessou uma média de 60 vezes por temporada regular no primeiro tricampeonato dos Bulls. Ou seja, Gordon, com média de 358 chutes por ano, só pode ser um maníaco.
Ah, falando em Chicago, quer saber qual foi o único jogo da NBA que me fez pular do sofá? Então dê uma olhada na entrevista publicada no ótimo blog American Way Of Life, sobre esportes americanos.
HORA DOS REFORÇOS
Americana e Catanduva não conseguiram superar Ourinhos no Nacional deste ano, mas já estão se movimentando para a próxima temporada. As notícias que eu li nos últimos dias no Painel do Basquete Feminino são animadoras. A armadora Natália, que estava na Letônia, revelou que vai jogar o Paulista por Americana antes de voltar
à Europa. Catanduva, que já tinha acertado com Vanessa Gattei, foi buscar mais um bom reforço no rival pentacampeão: a ala-armadora Karen (na foto).
De contrato assinado, Karen ainda tem questões a resolver com Ourinhos antes de arrumar as malas. Ainda assim, é elogiável o esforço da equipe do técnico Edson Ferreto para montar times competitivos ano após ano, mesmo sem tanto poder econômico. É óbvio que Karen pode ser muito mais aproveitada do que vinha sendo nos últimos campeonatos, quando ficava (muitas vezes injustamente) ofuscada pelas estrelas do elenco. Se tudo der certo, a base com Karen, Gattei, Fabão, Palmira, Iza e Silvinha
é pra lá de respeitável. Ourinhos que vá abrindo o olho.
sábado, 27 de dezembro de 2008
UM JOVEM BRASILEIRO NA ITÁLIA
Nas conversas rápidas pela internet, Dimitri Sousa nem parece um garoto de 14 anos, de tão articulado e maduro para a idade que tem. Dentro da quadra, os números também impressionam. Nas categorias de base em São Paulo, pelo Círculo Militar, ele fez miséria nas últimas temporadas - foi cestinha em inúmeros torneios e chegou a meter 61 pontos num jogo em 2007. Filho de Marcelo Pará (ex-Corinthians e Monte Líbano nos bons tempos)
e irmão de Adonis Sousa (que passou pela Grécia e hoje está no Paysandu-PA), aprendeu logo uma lição: os melhores caminhos do basquete hoje podem estar bem longe do Brasil. Por isso ele cruzou o Atlântico há duas semanas e se mandou para a Itália, onde agora treina com o sub-15 e o sub-17 do Teramo. Logo de cara, a expectativa se confirmou. Mas é melhor deixar o próprio Dimi contar a impressões sobre os primeiros dias na Europa.
- REBOTE - Como foi a chegada à Itália?
- DIMITRI SOUSA - Logo de cara, fui muito bem recepcionado. Quando cheguei, lá estavam dois técnicos me esperando, com
a van do time, e fomos para Teramo, que fica a duas horas de Roma. A cidade é maravilhosa, tem 60 mil habitantes, e tudo gira em torno do basquete. Aonde você vai, o assunto é basquete.
As pessoas são muito receptivas e eu estou sendo muito bem tratado. Tudo que eu preciso eles resolvem na hora. A estrutura da equipe é fantástica. São três técnicos na quadra durante o treinamento, dois ginásios, um sistema muito profissional.
- E como está a sua rotina neste início de trabalho?
- Eu estou morando em um apartamento com um técnico e mais três garotos. Tudo aqui é muito disciplinado, tem hora para tudo. A rotina é muito puxada. Vou para a escola, volto para almoçar em casa, e lá pelas 15h vou para o ginásio. Faço treinamento individual durante uma hora e meia. Depois disso, treino com o time sub-17 ou com o sub-15.
- Seu irmão também já esteve na Europa. Agora que chegou a sua vez, ele tem conversado contigo sobre a experiência?
- Sim, os papos têm sido muito bons. Meu irmão já passou por tudo que eu estou passando agora, então ele tem muito o que me ajudar. Preciso me dedicar, porque essa é uma oportunidade para poucos. Quero me preparar para o futuro aqui.
- O Adonis, aliás, já cogitou defender a seleção da Grécia. E você, pensa em vestir a camisa de outro país?
- Eu já tenho passaporte grego e, após quatro anos jogando aqui, terei também o italiano. Mas meu foco agora é a equipe de Teramo. Quero treinar e aproveitar o máximo do basquete italiano. Sobre a seleção, eu e minha família temos muita paciência. Isso
vai acontecer com o meu desenvolvimento futuro. Meu sonho é chegar à NBA e jogar uma Olimpíada, mas tenho consciência de que terei que treinar muito para vencer todas as barreiras do basquete europeu.
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
TRÊS PONTOS
1) De olho no famoso verão
de 2010, Dirk Nowitzki cogita
até uma redução salarial para
o Dallas Mavericks investir em mais um craque. Estima-se que, para uma aquisição realmente relevante, o alemão teria que abrir mão de quase metade dos seus gordos US$ 21 milhões.
2) O Phoenix contratou Dee Brown (este Dee Brown, não confundir com este) para ser
o reserva de Steve Nash. O curioso foi o processo de seleção.
A equipe botou Brown, Walker Russell e os veteranos Damon Stoudemire, Darrell Armstrong, Eddie Gil e Troy Hudson para fazer testes uns contra os outros, como acontece na época do draft.
3) Steve Francis foi para o Memphis Grizzlies. É o incrível encontro do jogador que não serve para nada com o time que não serve para nada. Que sejam felizes para sempre.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
FELIZ NATAL
O Rebote deseja a todos vocês uma ótima noite de Natal. E aproveitando o espírito de fim de ano, vale a pena curtir a história da garotada de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, perto da fronteira com o Paraguai. Eles jogavam numa quadra
de terra, graças ao trabalho incansável de um professor. Após uma visita de Oscar Schmidt, as coisas mudaram muito por lá.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Do técnico estrangeiro à ausência olímpica, dos atletas brilhando lá fora às pancadarias na quadra aqui dentro, da Supercopa à Liga Nacional, da perseverança de Nenê à rebeldia de Iziane, dos 50 anos de Oscar à morte de Rosa Branca, muita água correu por debaixo da ponte no basquete brasileiro ao longo dos últimos 12 meses. Com o fim do ano chegando, é hora de saber quais foram os personagens e os fatos que mais nos marcaram. Para abrir o Prêmio Rebote, nada melhor do que anunciar o grande destaque de 2008 na opinião dos leitores. Acreditem, tivemos um... empate:
No universo de 53 votos válidos na caixinha - os duplos e os múltiplos foram anulados - Nenê e Tiago Splitter terminaram rigorosamente empatados, com 21 cada. A disputa cabeça a cabeça mostra que, de garrafão, estamos bem. Tomara que os dois possam jogar juntos daqui em diante. Parabéns à dupla.
Agora, vamos aos vencedores em cada uma das seis categorias analisadas por um conselho de sete pessoas: Rodrigo Alves (Rebote), Fábio Balassiano (Bala na Cesta), Bertrand (PBF),
Roby Porto (SporTV), Giancarlo Giampietro (Abril.com), Tiago Campante (Extra) e Alfredo Lauria (Draft Brasil). Aí estão:
Para a brasiliense de 30 anos, foi um 2008 cheio, que começou e terminou com vices nacionais (primeiro por Catanduva, agora por Americana). No meio do caminho, Karla foi campeã paulista em cima de Ourinhos, ganhou o Sul-Americano com a seleção, ajudou a classificar o Brasil para as Olimpíadas e participou da campanha em Pequim. É, para muitos, a melhor jogadora do país hoje.
- Em meio a tudo isso que rolou, qual foi a parte mais legal do ano para você?
- O mais legal foi disputar as Olimpíadas. Mesmo não tendo sido a campanha que a gente esperava, qualquer atleta sonha em estar lá. Não sei explicar onde a gente errou. O grupo era praticamente o mesmo do Pré-Olímpico, ainda não entendi em que ponto a gente se perdeu. Para o futuro, não fico sonhando com a seleção porque já tive várias decepções. Vejo a seleção como um mérito. Tenho o pé no chão e trabalho no dia-a-dia para o clube, a seleção é a conseqüência.
- Falando em clube, como foi a mudança para Americana?
- Estou super feliz, Americana é a minha nova casa, me recebeu de braços abertos. Cheguei machucada e eles apostaram em mim. Fiquei vários dias sem treinar, alguns jogos sem atuar, e nunca sofri nenhuma pressão. Eu e a [técnica] Branca nos damos super bem. Às vezes discordamos em algumas coisas, mas isso acontece com todo mundo. É o que torna o trabalho mais forte.
- Os clubes brasileiros acabam de criar uma liga, lançada com pompa, e o basquete feminino ainda não faz parte dela. Para você que está na estrada há tanto tempo, bate uma frustração?
- O basquete feminino sempre esteve em segundo plano, não
há como esconder isso. Agora, alguma coisa tinha que começar.
E se o masculino tem que ser o carro-chefe para algo começar, a gente precisa ter paciência. Vamos esperar mais um pouco para disputar a liga daqui a algum tempo. Acho que pode dar certo.
Se nós, atletas, não tivermos esperança, não adianta nada.
É claro que 2008 foi mais um ano decepcionante para a seleção, mas Tiago Splitter continua cheio de crédito com os torcedores. Além das boas atuações vestindo a camisa amarela, o pivô de 23 anos foi campeão espanhol e se deu ao luxo de dar um até logo ao San Antonio Spurs para continuar defendendo o Tau Cerámica.
- Qual foi o ponto alto do seu 2008?
- O ano foi muito especial para mim. Tive uma evolução legal no meu jogo, ganhei mais minutos em quadra e respeito dos meus companheiros. Eu fui escolhido
como o melhor pivô da Euroliga e fomos campeões da liga espanhola (ACB). Com certeza foi o meu melhor ano na Espanha.
- Mesmo sem ir a Pequim, você manteve boas atuações pela seleção. Qual a expectativa para 2009?
- A expectativa é começar bem esse novo ciclo olímpico, começar do zero, fazer um time jovem e competitivo. É a única maneira de a seleção brasileira crescer. A permanência do Moncho é ótima para o Brasil, ele é um técnico muito respeitado.
- A CBB terá eleições em maio. O que você espera da disputa?
- Sobre as eleições, eu não quero me meter. Essa decisão é dos representantes das federações, eles devem escolher o melhor para o Brasil. Uma sugestão? Que os técnicos se comuniquem mais, para que todos os jovens tenham bons maestros.
Com apenas 21 anos, a paranaense Franciele vive sua segunda temporada na Europa, desta vez com o uniforme do Rivas, na Espanha. Pela seleção brasileira, a pivô já tinha aparecido em 2007, mas foi em 2008 que ela ganhou destaque. Ajudou a levar o Brasil às Olimpíadas e saiu de uma campanha decepcionante em Pequim com a moral intacta - muita gente acha que, se fosse mais utilizada por Paulo Bassul, o resultado poderia ser outro.
- O Pré-Olímpico foi o seu melhor momento? E você acha que poderia
ter sido mais utilizada em Pequim?
- Começamos com adversárias frágeis no Pré, e isso me ajudou a ganhar confiança.
Sou muito observadora e dedicada. Eu esperava, nervosa, um momento em que
o Bassul precisasse do meu trabalho.
Foi uma emoção que não consigo explicar quando acabou o jogo contra Cuba e nós começamos a gritar "im, im, im, nós vamos pra Pequim" (risos). Nas Olimpíadas, nós caímos numa chave difícil, e muitos jogos exigiam experiência. Eu queria e podia, sim, ter ido melhor e ter jogado mais tempo. Mas ainda não era o meu momento. Hoje já me sinto mais preparada para uma próxima.
- Como foi a sua segunda temporada no basquete espanhol?
- Nos primeiros jogos eu não sabia para onde correr (risos). Nosso técnico [Javier Fort] é muito inteligente e adora sistemas,
o que me dificultava ainda mais. Já levei altas broncas por não ler
o jogo como ele pede. Mas ele é dedicado, muitas vezes em dia
de folga foi comigo ao ginásio para fazer treinos específicos.
A palavra que ele mais usa comigo é paciência.
- Paulo Bassul sempre falou que o ideal seria você passar
para a lateral. Em que posição você está jogando na Europa?
- Estou jogando de pivô. Acho que o Bassul vai ter muito mais trabalho (risos). Uma vez ele falou comigo e pediu que eu fizesse, sempre que possível, trabalhos de drible e chute dos três. Eu sempre faço. Sei que o ideal seria eu aprender jogando, mas estou disposta a encarar esse novo desafio.
Logo no início do ano, o basquete brasileiro levou um choque ao
saber que Nenê tinha um câncer no testículo. O pivô parou de
jogar no meio da temporada, submeteu-se a uma cirurgia e fez o
tratamento. Com isso, não pôde defender a seleção brasileira no
Pré-Olímpico, mas logo depois voltou às quadras. E para espanto
de muitos, voltou melhor que nunca. Tem sido um dos destaques
do Denver, e já se fala até em All-Star Game. Bela história, Nenê.
Longe das Olimpíadas desde Atlanta-1996, a seleção masculina
do Brasil foi atrás de um técnico estrangeiro. Moncho Monsalve
chegou, mas foi obrigado a carregar para o Pré-Olímpico um time
com seis desfalques, incluindo todos os brasileiros da NBA. No
fim das contas, o esforço foi em vão. Após uma derrota para a
Alemanha de Dirk Nowitzki, o sonho acabou adiado novamente.
Agora já são três Olimpíadas seguidas de ausência. Até quando?
O Prêmio Rebote está de olho nos brasileiros, mas não custa
nada prestar atenção nos gringos. E nenhum estrangeiro brilhou
mais em 2008 do que Kobe Bryant. Primeiro, ele embolsou o tão
sonhado troféu de MVP da NBA e levou os Lakers à final da liga.
O título ficou com o Boston, mas a redenção veio logo depois,
com a espetacular campanha em Pequim vestindo a camisa da
seleção americana. O ouro olímpico era a glória que faltava.
É isso, amigos, o Prêmio Rebote volta em 2009. E você, concordou com todas as categorias? Diga aí na caixinha!
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
PARA DEIXAR SAUDADES
Em setembro de 2006, eu estava no Ibirapuera, cobrindo o Mundial feminino, quando vi Rosa Branca subindo pelas arquibancadas. Meio tímido,
fui até ele e me apresentei.
Em troca, ganhei um abraço entusiasmado e um largo sorriso, como se a gente se conhecesse há séculos. Rosa Branca era assim, e é assim que será lembrado por quem o admirava. Sua morte, aos 68 anos, nesta segunda-feira, é um golpe que o basquete brasileiro, definitivamente, não merecia.
Um dos cinco jogadores que estavam nos dois títulos mundiais
do país, em 1959 e 1963, ele ganhou também dois bronzes olímpicos (1960 a 1964). Como diretor da Federação Paulista, mantinha uma visão crítica sobre o atual panorama e adorava conversar - por messenger! - sobre qualquer assunto relacionado à bola laranja. Desde já, esta grande figura vai fazer muita falta.
AS IDÉIAS DE MARQUINHOS
Com três Olimpíadas pela seleção, um título mundial de clubes pelo Sírio em 1979 e
um punhado de outros feitos,
o pivô Marquinhos colocou seu nome na história do basquete brasileiro. Agora, aos 56 anos
e cheio de planos, o carioca Marcos Antônio Abdalla Leite quer encarar o desafio de ser presidente da CBB. Mas para concorrer com Grego, Chakmati e Carlos Nunes nas eleições de maio, ele precisa conseguir, até janeiro, o apoio formal de
duas federações estaduais. Enquanto o lançamento oficial da candidatura não sai, Marquinhos conta ao Rebote algumas
de suas idéias para mudar o cenário da bola laranja no Brasil.
- REBOTE - Para se lançar oficialmente como candidato à CBB, você precisa ter o apoio de duas federações. Já conseguiu?
- MARQUINHOS - Olha, nós temos conversado bastante, mas ninguém bateu o martelo comigo até agora. Os outros três candidatos começaram muito cedo, e eu só pude fazer contatos agora. As conversas estão progredindo, estou esperançoso.
- Sua candidatura é vista como uma alternativa. Na prática, o que ela teria de diferente de Grego, Chakmati e Carlos Nunes?
- Eu respeito os outros três candidatos, mas eles estão há tanto tempo no comando de federações, de confederações, e até hoje não surtiu efeito. Nenhum dos três conseguiu fazer um trabalho que chamasse a atenção de atletas, mídia, patrocinadores. Estamos perdendo espaço há muito tempo. Por exemplo, se
o doutor Kouros [Monadjemi, presidente da nova Liga Nacional] entrasse na disputa, eu retiraria minha candidatura na hora.
Sei que ele é muito capaz. Mas os outros três candidatos estão
aí há um tempão e não fazem absolutamente nada.
- Com os presidentes de federações que nós temos hoje, é possível ganhar a eleição na CBB apenas com idéias e propostas? Ou é preciso passar pela política, pelas trocas, pela barganha?
- Os presidentes de federações nunca receberam uma proposta concreta para o basquete. A acomodação é natural. Tenho certeza de que, com as minhas propostas, o nível vai aumentar. Até porque esses presidentes vão ter mais ganho político, mais projetos nas suas cidades. Se você colocar isso no papel, não precisa negociar politicamente.
- Agora, com a Liga, a CBB não vai ter mais que se preocupar tanto com o Nacional masculino. Quais devem ser então as prioridades do presidente?
- Primeiro, os fundamentos. Eu só joguei basquete (foto) porque tinha fundamentos. Precisamos envolver
as escolas públicas, o Ministério da Educação. Isso tem um ganho concreto na saúde, no bem-estar. A ONG Maritaca [coordenada por Marquinhos
em São Paulo] fez uma parceria com a fundação do Nate Archibald, que saiu do gueto para ser um dos 50 maiores jogadores da história
da NBA. Nós discutimos muito o que precisa mudar por aqui.
- E em relação aos nossos técnicos?
- Nós temos vários técnicos de potencial incrível, mas estamos defasados em relação ao mundo. E não adianta pensar que é
um trabalho para dar resultado daqui a um ano. É longo prazo.
O que pode acontecer a curto prazo é a gente conseguir que
os grandes jogadores se motivem novamente para jogar pela seleção, sabendo que existe um trabalho sério por trás.
- O que você acha do Moncho?
- O Moncho chegou aqui e entrou numa fria tremenda. Aparentemente é uma pessoa muito capaz. Agora, eu, como ex-jogador, penso assim: se é para contratar um técnico de fora para a seleção, esse cara tem que ser top de linha.
- Mas financeiramente é possível contratar um top de linha?
- A questão financeira você vai conseguir quando tiver mais credibilidade para buscar recursos. Aí as portas vão se abrir.
- A Liga Nacional acaba de ser criada e tem o seu apoio, mas por enquanto só contempla o torneio masculino. As meninas continuam com a CBB. Quais são os seus planos para o basquete feminino no Brasil?
- As pessoas que montaram a Liga são espetaculares, mas a verdade é que quem trouxe as glórias para o Brasil nos últimos anos foi o basquete feminino. Cabe então à CBB montar a mesma coisa que está sendo montada no masculino: uma liga nos mesmos moldes da LNB, com os clubes coordenando.
- Já que o assunto é gestão, queria que você comentasse um ponto. No blog Bala na Cesta, do Fábio Balassiano, um leitor afirmou que, sob o seu comando, a Federação Brasileira de Basquetebol Master falhou na prestação de contas, o que poderia tirar o Brasil do Mundial de 2009. O que houve?
- Isso já está tudo explicado. Houve uma denúncia de que a Federação não pagou o transporte para uma equipe. Toda a documentação foi enviada para o Ministério Público Federal, para o Ministério do Esporte e para a Eletrobrás. Está tudo explicado. Aliás, é o contrário, eu é que coloquei dinheiro na Federação.
- Falando em dinheiro, isso pode ser um problema para a CBB a partir de 2009? Houve um corte nas verbas do COB, e já se comenta até que a Eletrobrás pode retirar o patrocínio.
- Vai haver um corte muito grande. Eu já ouvi que, agora em janeiro, a Eletrobrás abandona a confederação. É uma situação crítica na parte financeira. Agora eu faço uma pergunta: você acha que hoje a CBB tem condição de chegar a qualquer local e pedir patrocínio? Não tem, porque ninguém acredita em nada.
domingo, 21 de dezembro de 2008
PÕE NA CONTA DO MO WILLIAMS
Lá no início da temporada, eu escrevi aqui que Mo Williams seria o grande nome deste ano na NBA. Agora vejo que não é bem assim. Na verdade, ele é
o grande nome deste e dos próximos anos. O armador do Cleveland não é nenhum rei da cocada preta, mas mostrou ser a peça que faltava no quebra-cabeças para o time subir de nível. Resultado: LeBron James, satisfeito com o novo status da equipe, admitiu no sábado, pela primeira vez, que deve estender seu gordo contrato em 2009.
Ou seja, a chegada de Williams não só fez o Cleveland crescer e criou um novo candidato ao título da liga como, por tabela, pode derrubar aquele que seria o grande acontecimento da década no basquete americano: LeBron James mudando de uniforme.
Alguns times já sonhavam com o astro em suas fileiras. O New York chegou a fazer uma faxina na folha salarial. Faltou combinar com o baixinho da camisa 2, uma espécie de mascote deste blog.
TRÊS PONTOS
1) Melhor jogador brasileiro nesta temporada da NBA, Nenê sofreu derrotas em duas noites seguidas nos jogos contra os colegas Anderson Varejão e Leandrinho. Mas a atuação do pivô na noite de sábado, contra o Phoenix, é digna de nota: 20 pontos e 15 rebotes (sendo 6 ofensivos), além de dois tocos.
2) O craque Chris Paul, vocês sabem, bateu o recorde de jogos consecutivos com pelo menos uma roubada. Foi na quarta-feira. No sábado, ele voltou para a quadra e resolveu humilhar de vez. Roubou oito bolas na vitória do New Orleans Hornets sobre os Kings. Ah, ele também anotou 34 pontos e nove assistências.
3) Jamal Crawford meteu 50 pontos contra o Charlotte. Sendo assim, ele já atingiu esta marca vestindo três camisas diferentes (Bulls, Knicks e agora Warriors). Só outros três jogadores da NBA fizeram isso: Wilt Chamberlain, Bernard King e Moses Malone.
sábado, 20 de dezembro de 2008
O RESULTADO DA PROMOÇÃO
Após o desfecho do Nacional feminino, com o título de Ourinhos, é hora de divulgar o resultado da promoção. Cerca de 40 leitores mandaram seus e-mails. Sem mais delongas, os sorteados são:
1) Martina Laplam Fares, do Rio de Janeiro.
2) José Herlanildo Campelo, de Tabuleiro do Norte (Ceará).
Como primeira sorteada, a Martina tem o direito de escolher se vai querer a camisa de Ourinhos ou a de Americana. Obrigado a todos que participaram e aos clubes, que cederam os prêmios. Fiquem ligados, hein, no ano que vem tem mais promoção.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
A DINASTIA DE OURINHOS
A torcida de Americana fez sua festa de novo, mas desta vez não adiantou. Ourinhos, para variar, abriu vantagem várias vezes e a deixou evaporar outras tantas, mas deu um jeito de garantir a vitória por 71-66 na noite de sexta-feira. Com 3-1 na série decisiva, a equipe levanta o quinto título nacional seguido e consolida
a sua dinastia no basquete feminino brasileiro. Na jornada do penta, foram três técnicos (Urubatan herdou o cargo que já foi de Bassul e Vendramini), mas a formação do elenco mantém a mesmíssima fórmula dos últimos anos: reunir o máximo possível de talento, ainda que isso signifique gastar uma boa grana.
São cinco jogadoras da seleção (Micaela, Êga, Mamá, Karen e Chuca), uma que já passou por lá (Tati), pelo menos duas com
o direito de sonhar (Gattei e Bethânia) e, de quebra, um par de cubanas de alta qualidade (Lisdeivi, que se lesionou e não pôde disputar o Nacional, e Ariadna, que poderia ter rendido mais).
É claro que, desta forma, o campeonato fica desequilibrado. É claro que, para o basquete feminino brasileiro, seria melhor se tivéssemos mais equipes competitivas. É claro que, se a CBB bancasse os salários das selecionáveis e as espalhasse por outros clubes, o cenário seria bem mais agradável de se ver.
Mas Ourinhos não tem nada com isso. Com seus erros e acertos, seja pelos recursos do clube ou pelo mecenas da cidade, o investimento por lá não é só moda. São cinco anos no topo.
Depois que a guerreira Laís Elena (foto), de Santo André, criticou a concentração de talentos em uma só equipe, vi muita gente tratando Ourinhos como se fosse o vilão da bola laranja, o time que rouba todos os talentos, que só pensa no umbigo, o campeão egoísta.
Não é nada disso.
Vilão é o estado em que a modalidade se encontra hoje, com estrutura longe do ideal, viagens intermináveis de ônibus, elencos sucateados. Tudo isso ainda expulsa muitas jogadoras - imaginem como o nível da competição subiria se contássemos com Franciele, Natália, Adrianinha, Claudinha, Iziane, Fernanda Beling, Érika, Alessandra, Grazi, Kelly, Helen.
Enquanto não tivermos um cenário forte e atraente, vamos continuar dependendo de investimentos isolados. E ainda bem que, mesmo diante de tantos problemas, nossos times não desistem. Está aí a turma de Americana, que montou um elenco competitivo - Karla está muito acima da média, Karina e Carina são ótimas jogadoras. E está aí Ourinhos, que embolsou mais um troféu. Parabéns para as meninas pentacampeãs.
O REI DAS TIJOLADAS
Outro dia, o Fábio Balassiano escreveu um texto sobre o impressionante feito de José Calderón, que até agora não errou nenhum lance livre na temporada, em 59 tentativas - bem, algo me diz que ele vai desperdiçar o primeiro hoje, contra os mulambentos do Oklahoma City, mas tudo bem. O fato é que o site da ESPN foi para a outra ponta da história e revelou que Shaquille O`Neal está prestes a conseguir uma marca de respeito: tornar-se o segundo jogador da história a errar 5 mil lances livres na carreira. É ou não é fantástico?
Faltam apenas oito erros, amigos. E pela média de 2.7 tijolos por partida, o feito pode até acontecer no duelo de Natal, justamente contra o San Antonio Spurs do técnico Gregg Popovich, que adora um hack-a-Shaq. Detalhe: a estatística leva em conta apenas jogos da temporada regular, e não os erros em playoffs.
O único outro atleta da história a quebrar a barreira dos 5 mil foi Wilt Chamberlain (5.805), que no entanto tinha média de 45.8 minutos por noite, contra 36 de O`Neal. Wilt jogou cerca de 10 mil minutos a mais que o pivô do Phoenix Suns.
É claro que tudo isso entra no folclore, mas a velha questão se impõe: se Shaq já pode ser considerado um dos homens de garrafão mais dominantes de todos os tempos, imaginem se o aproveitamento dele na linha de lances livres, em vez de 52.5%, fosse, digamos, de 70%. Difícil entender como ele não conseguiu até hoje endireitar aquela mão grande e torta...
A ELEIÇÃO E A PROMOÇÃO
Atenção, amigos:
1) Hoje é o último dia para votar no Prêmio Rebote 2008!
Se você ainda não votou, entre aí na caixinha e escolha o
grande nome brasileiro do basquete no ano. Os resultados da eleição dos leitores e as escolhas do conselho do blog em seis categorias saem no início da próxima semana. Aguardem.
2) A promoção do Nacional Feminino se encerra ao fim da série decisiva entre Ourinhos e Americana, o que pode acontecer logo mais. Às 20h, as equipes disputam o jogo 4 (Ourinhos lidera por 2-1 e pode ser campeão com uma vitória fora de casa). Se quiser concorrer às camisas, uma de cada time, é só mandar e-mail para reboteblog@hotmail.com ou para rodrigoalves@rebote.org.
ALGUÉM AINDA SE SURPREENDE?
No momento em que os clubes se propõem a dar um gás no basquete brasileiro com uma nova liga e a promessa de idéias arejadas, a noite de quinta-feira nos brindou com mais um triste exemplo de amadorismo. O estadual do Espírito Santo terminou de forma melancólica, com o Saldanha da Gama, do técnico Ênio Vecchi (na foto), sendo declarado campeão porque o Cetaf simplesmente não compareceu para disputar a primeira partida da série final em melhor-de-três, no seu próprio ginásio.
O Saldanha conquistou a vantagem do mando de quadra ao bater o rival direto na última rodada do quadrangular semifinal, na terça-feira. O Cetaf reclamou da escalação de três reforços contratados pelo adversário (William, Roberto e Felipe), mas a Federação afirmou que os atletas foram inscritos legalmente.
Após a derrota, o Cetaf perdeu a vantagem do mando de quadra na final e, com isso, jogaria em casa apenas a primeira partida
da série, nesta quinta. O ginásio do Colégio Marista, contudo,
não foi sequer reservado pela equipe. Quando o Saldanha e os árbitros chegaram, a quadra estava às escuras. A responsável pelos eventos do colégio informou que o ginásio estava marcado apenas para os jogos número 2 e 3, o que dá a entender que
a diretoria do Cetaf contava com a vitória no quadrangular.
"Eles terão que responder pelo erro gravíssimo que cometeram. Gostaria de ver essa final decidida na qualidade tática e técnica", afirmou o técnico Ênio Vecchi ao site da Federação Capixaba.
Desfecho triste, né. Está aí o primeiro desafio pontual para a direção da nova liga: cobrar satisfações do Cetaf, um dos 15 clubes inscritos no campeonato que começa no dia 23 de janeiro.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
REVEZAMENTO DE ÓDIO
O blog Epic Carnival fez uma lista - meio mambembe, é verdade - das 12 franquias esportivas mais odiadas nos Estados Unidos. Apenas duas da NBA entram no ranking: Boston Celtics, em terceiro, e Los Angeles Lakers, em quinto. O resultado, de certa forma, engrossa aquela tese de que o povo odeia quem ganha - são os dois últimos finalistas da liga. Há algum tempo a gente fez uma eleição semelhante aqui no Rebote, e deu San Antonio na cabeça. Será que, depois do título verde, o resultado vai se manter? Está na hora de renovar - ou confirmar - a estatística: que time da NBA você mais detesta? Despeje seu ódio na caixa.
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