terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Do técnico estrangeiro à ausência olímpica, dos atletas brilhando lá fora às pancadarias na quadra aqui dentro, da Supercopa à Liga Nacional, da perseverança de Nenê à rebeldia de Iziane, dos 50 anos de Oscar à morte de Rosa Branca, muita água correu por debaixo da ponte no basquete brasileiro ao longo dos últimos 12 meses. Com o fim do ano chegando, é hora de saber quais foram os personagens e os fatos que mais nos marcaram. Para abrir o Prêmio Rebote, nada melhor do que anunciar o grande destaque de 2008 na opinião dos leitores. Acreditem, tivemos um... empate:
No universo de 53 votos válidos na caixinha - os duplos e os múltiplos foram anulados - Nenê e Tiago Splitter terminaram rigorosamente empatados, com 21 cada. A disputa cabeça a cabeça mostra que, de garrafão, estamos bem. Tomara que os dois possam jogar juntos daqui em diante. Parabéns à dupla.
Agora, vamos aos vencedores em cada uma das seis categorias analisadas por um conselho de sete pessoas: Rodrigo Alves (Rebote), Fábio Balassiano (Bala na Cesta), Bertrand (PBF),
Roby Porto (SporTV), Giancarlo Giampietro (Abril.com), Tiago Campante (Extra) e Alfredo Lauria (Draft Brasil). Aí estão:
Para a brasiliense de 30 anos, foi um 2008 cheio, que começou e terminou com vices nacionais (primeiro por Catanduva, agora por Americana). No meio do caminho, Karla foi campeã paulista em cima de Ourinhos, ganhou o Sul-Americano com a seleção, ajudou a classificar o Brasil para as Olimpíadas e participou da campanha em Pequim. É, para muitos, a melhor jogadora do país hoje.
- Em meio a tudo isso que rolou, qual foi a parte mais legal do ano para você?
- O mais legal foi disputar as Olimpíadas. Mesmo não tendo sido a campanha que a gente esperava, qualquer atleta sonha em estar lá. Não sei explicar onde a gente errou. O grupo era praticamente o mesmo do Pré-Olímpico, ainda não entendi em que ponto a gente se perdeu. Para o futuro, não fico sonhando com a seleção porque já tive várias decepções. Vejo a seleção como um mérito. Tenho o pé no chão e trabalho no dia-a-dia para o clube, a seleção é a conseqüência.
- Falando em clube, como foi a mudança para Americana?
- Estou super feliz, Americana é a minha nova casa, me recebeu de braços abertos. Cheguei machucada e eles apostaram em mim. Fiquei vários dias sem treinar, alguns jogos sem atuar, e nunca sofri nenhuma pressão. Eu e a [técnica] Branca nos damos super bem. Às vezes discordamos em algumas coisas, mas isso acontece com todo mundo. É o que torna o trabalho mais forte.
- Os clubes brasileiros acabam de criar uma liga, lançada com pompa, e o basquete feminino ainda não faz parte dela. Para você que está na estrada há tanto tempo, bate uma frustração?
- O basquete feminino sempre esteve em segundo plano, não
há como esconder isso. Agora, alguma coisa tinha que começar.
E se o masculino tem que ser o carro-chefe para algo começar, a gente precisa ter paciência. Vamos esperar mais um pouco para disputar a liga daqui a algum tempo. Acho que pode dar certo.
Se nós, atletas, não tivermos esperança, não adianta nada.
É claro que 2008 foi mais um ano decepcionante para a seleção, mas Tiago Splitter continua cheio de crédito com os torcedores. Além das boas atuações vestindo a camisa amarela, o pivô de 23 anos foi campeão espanhol e se deu ao luxo de dar um até logo ao San Antonio Spurs para continuar defendendo o Tau Cerámica.
- Qual foi o ponto alto do seu 2008?
- O ano foi muito especial para mim. Tive uma evolução legal no meu jogo, ganhei mais minutos em quadra e respeito dos meus companheiros. Eu fui escolhido
como o melhor pivô da Euroliga e fomos campeões da liga espanhola (ACB). Com certeza foi o meu melhor ano na Espanha.
- Mesmo sem ir a Pequim, você manteve boas atuações pela seleção. Qual a expectativa para 2009?
- A expectativa é começar bem esse novo ciclo olímpico, começar do zero, fazer um time jovem e competitivo. É a única maneira de a seleção brasileira crescer. A permanência do Moncho é ótima para o Brasil, ele é um técnico muito respeitado.
- A CBB terá eleições em maio. O que você espera da disputa?
- Sobre as eleições, eu não quero me meter. Essa decisão é dos representantes das federações, eles devem escolher o melhor para o Brasil. Uma sugestão? Que os técnicos se comuniquem mais, para que todos os jovens tenham bons maestros.
Com apenas 21 anos, a paranaense Franciele vive sua segunda temporada na Europa, desta vez com o uniforme do Rivas, na Espanha. Pela seleção brasileira, a pivô já tinha aparecido em 2007, mas foi em 2008 que ela ganhou destaque. Ajudou a levar o Brasil às Olimpíadas e saiu de uma campanha decepcionante em Pequim com a moral intacta - muita gente acha que, se fosse mais utilizada por Paulo Bassul, o resultado poderia ser outro.
- O Pré-Olímpico foi o seu melhor momento? E você acha que poderia
ter sido mais utilizada em Pequim?
- Começamos com adversárias frágeis no Pré, e isso me ajudou a ganhar confiança.
Sou muito observadora e dedicada. Eu esperava, nervosa, um momento em que
o Bassul precisasse do meu trabalho.
Foi uma emoção que não consigo explicar quando acabou o jogo contra Cuba e nós começamos a gritar "im, im, im, nós vamos pra Pequim" (risos). Nas Olimpíadas, nós caímos numa chave difícil, e muitos jogos exigiam experiência. Eu queria e podia, sim, ter ido melhor e ter jogado mais tempo. Mas ainda não era o meu momento. Hoje já me sinto mais preparada para uma próxima.
- Como foi a sua segunda temporada no basquete espanhol?
- Nos primeiros jogos eu não sabia para onde correr (risos). Nosso técnico [Javier Fort] é muito inteligente e adora sistemas,
o que me dificultava ainda mais. Já levei altas broncas por não ler
o jogo como ele pede. Mas ele é dedicado, muitas vezes em dia
de folga foi comigo ao ginásio para fazer treinos específicos.
A palavra que ele mais usa comigo é paciência.
- Paulo Bassul sempre falou que o ideal seria você passar
para a lateral. Em que posição você está jogando na Europa?
- Estou jogando de pivô. Acho que o Bassul vai ter muito mais trabalho (risos). Uma vez ele falou comigo e pediu que eu fizesse, sempre que possível, trabalhos de drible e chute dos três. Eu sempre faço. Sei que o ideal seria eu aprender jogando, mas estou disposta a encarar esse novo desafio.
Logo no início do ano, o basquete brasileiro levou um choque ao
saber que Nenê tinha um câncer no testículo. O pivô parou de
jogar no meio da temporada, submeteu-se a uma cirurgia e fez o
tratamento. Com isso, não pôde defender a seleção brasileira no
Pré-Olímpico, mas logo depois voltou às quadras. E para espanto
de muitos, voltou melhor que nunca. Tem sido um dos destaques
do Denver, e já se fala até em All-Star Game. Bela história, Nenê.
Longe das Olimpíadas desde Atlanta-1996, a seleção masculina
do Brasil foi atrás de um técnico estrangeiro. Moncho Monsalve
chegou, mas foi obrigado a carregar para o Pré-Olímpico um time
com seis desfalques, incluindo todos os brasileiros da NBA. No
fim das contas, o esforço foi em vão. Após uma derrota para a
Alemanha de Dirk Nowitzki, o sonho acabou adiado novamente.
Agora já são três Olimpíadas seguidas de ausência. Até quando?
O Prêmio Rebote está de olho nos brasileiros, mas não custa
nada prestar atenção nos gringos. E nenhum estrangeiro brilhou
mais em 2008 do que Kobe Bryant. Primeiro, ele embolsou o tão
sonhado troféu de MVP da NBA e levou os Lakers à final da liga.
O título ficou com o Boston, mas a redenção veio logo depois,
com a espetacular campanha em Pequim vestindo a camisa da
seleção americana. O ouro olímpico era a glória que faltava.
É isso, amigos, o Prêmio Rebote volta em 2009. E você, concordou com todas as categorias? Diga aí na caixinha!
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7 comentários:
De cima a baixo!!!!
De cima a baixo!!!!
De cima a baixo!!!!
De cima a baixo!!!!
COncoro plenamente!!!
E Leandrinho vai ser pai! filho com Samara Felipo
Estou de acordo tb
concordo com tudo, Karla sempre foi uma boa jogadora, mas esse ano ela mando mto bem e teve o reconhecimento pela seleção finalmente, parabens a ela, ao Splitter pelo grande ano, ao Nene pela força e recuperação, e que todos eles possam fazer grandes feitos pelo Brasil em 2009!
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