Em dois anos, a seleção feminina viveu uma novela chata, com atores ruins e um roteiro mal amarrado, cheio de buracos. Resumindo ao máximo a linha do tempo, foi assim:
13 de junho de 2008 – Iziane se recusa a entrar em quadra e é cortada por Bassul.
4 de maio de 2009 – Carlos Nunes é eleito novo presidente da CBB.
5 de maio de 2009 – Hortência assume o basquete feminino com carta branca.
3 de março de 2010 – CBB abre mão de Bassul e contrata Carlos Colinas.
8 de junho de 2010 – Colinas convoca Iziane para jogar o Campeonato Mundial.

Nunes e Hortência, claro, garantiram na época que a volta da jogadora não tinha nada a ver com a saída do técnico-desafeto. Com desfecho que aconteceu, no entanto, nem preciso dizer quem teve o final feliz e o final triste na novela, né. Pois agora que Iziane disputou sua primeira competição sob o comando do novo treinador, cabe a pergunta inevitável: valeu a pena? E a resposta está na ponta da língua: não.Em uma das maiores pedras cantadas da história recente do nosso basquete, Iziane atrapalhou mais do que ajudou no Mundial da República Tcheca, e Colinas fez o nível tático cair em relação ao antecessor. Com um agravante: o espanhol teve à sua disposição a pivô Érika, melhor jogadora do país, que não vestia a camisa do país desde 2006.
Não vou ficar aqui defendendo Bassul, até porque ele de fato não atravessava uma fase boa no comando da seleção – cometeu erros e foi criticado nas Olimpíadas. Mas o resultado da queda de braço entre o técnico e a estrela foi nocivo para o Brasil. Colinas não conseguiu sequer desenhar jogadas para Érika, que só recebia lançamentos em balão e tinha que se virar para pontuar – e ela dava um jeito, grandíssima jogadora que é, o que evitou um vexame ainda maior.
Se ao menos Iziane tivesse resolvido a parada, beleza. Mas ela só jogou alguma coisa nas duas últimas partidas, quando uma possível classificação às quartas já era vista como milagre. E mesmo após essas boas atuações, fechou o torneio com aproveitamento abaixo da crítica nos arremessos: 38% nos tiros de dois, 32,4% nos de três, 65% nos lances livres. Imagine então como eram esses números antes das duas rodadas finais.
Dito isso, volto a perguntar: valeu a pena?















































