sábado, 25 de setembro de 2010

O HOMEM DAS BOAS COMPANHIAS


Aos 46 anos, Ron Harper já não sua a camisa. Com a blusa polo branca para fora do bermudão preto e a mesma careca dos tempos de jogador, ele anda lentamente pela quadra do Marina Barra Clube no America’s Team Camp, a clínica promovida pela NBA no Rio. A gagueira que fez dele um adolescente tímido (“na escola, eu só falava oi e tchau”) continua lá, mas agora tem a companhia de um sorriso meio bonachão, típico de quem venceu na vida. Harper venceu com sobras. Carrega cinco títulos da liga americana conquistados em ótima companhia – os três primeiros com os Bulls de Michael Jordan e os outros dois com os Lakers de Kobe Bryant. Enquanto passava um pouco dessa experiência para os 40 jovens da clínica, o ex-jogador bateu um papo com o Rebote e não ficou em cima do muro na hora de dizer quem é melhor: Jordan ou Kobe?

- REBOTE - Você e Bruce Bowen estão juntos aqui no Rio e têm trajetórias um pouco parecidas: os dois se reinventaram na NBA através da defesa e conquistaram vários títulos. Que lição defensiva pode passar para os garotos aqui?
- RON HARPER - Como um jogador de defesa, você tem que pensar sempre: “Vou anular aquele cara”. Comigo era assim. Queria pegar sempre o cara que pontuava. Porque se ele pontuar em cima de mim, vai pontuar em cima de qualquer jogador da liga. Bruce também era assim, sempre colocou muito orgulho no que fazia dentro da quadra. Aqui os garotos estão tentando evoluir e trabalhar duro. Se eles conseguirem trabalhar duro, no futuro vão jogar duro também. Isso aqui é para mostrar as suas habilidades e desenvolver as habilidades que vão te ensinar. Tem sido bom ver que a garotada está se dedicando.

>>> "O Chicago Bulls é o meu time preferido. Tínhamos um grupo de atletas que amava jogar basquete. Eles não jogavam porque tinham que jogar, mas porque amavam jogar uns com os outros de forma coletiva"

- Entre 2005 e 2007, você teve uma experiência como assistente técnico do Detroit Pistons. Pensa em voltar a trabalhar como treinador?
- Não sei, eu tento viver um dia de cada vez. De verdade, não tenho planos. O que tiver que acontecer vai acontecer. É claro que fico muito feliz de poder voltar a um ginásio, como estou fazendo agora, para ensinar aos garotos como se joga este esporte.

- A clínica aqui no Rio reúne jovens latino-americanos, e muitos deles sonham ir para a NBA. Na sua época a liga não era tão aberta aos jogadores estrangeiros como é hoje, mas você jogou com Toni Kukoc, que foi muito importante para ajudar a abrir essa porta. Como foi a convivência com ele?
- Toni Kukoc! Era um baita jogador. Foi ótimo. Toni talvez tenha sido o melhor jogador europeu de todos os tempos. Ele chegou à NBA com muito talento, e isso facilitou as coisas. Tinha muita habilidade, muitos fundamentos, e cumpriu muito bem esse papel.

- Lembrando daquela época, sente falta dos tempos de jogador? Ainda joga suas peladas?
- [Risos] Não jogo mais, nem com os amigos, nem com meus filhos. Foi uma grande experiência na minha vida. É o que eu digo: se você tem um sonho, sonhe grande, e acontece.

- Você ganhou três títulos em Chicago e dois em Los Angeles. Por qual deles gostou mais de jogar?
- O Chicago Bulls é o meu time preferido. Tínhamos um grupo de atletas que amava jogar basquete. Eles não jogavam porque tinham que jogar, mas porque amavam jogar uns com os outros de forma coletiva. Los Angeles também foi uma ótima experiência, claro, porque os jogadores tinham muito talento, mas ainda não tinham o know-how. Estavam famintos para ganhar.

>>> "Kobe é o melhor jogador do mundo hoje. E MJ é o melhor de todos os tempos"

- Você jogou com Michael Jordan e com Kobe Bryant. Qual dos dois é o melhor?
- Kobe é o melhor jogador de basquete do mundo hoje. E MJ é o melhor de todos os tempos. Ele tinha que enfrentar grandes adversários e grandes times todas as noites. E naquela época havia todo o contato físico, as brigas. Agora você imagina, com todas essas mudanças de regras, se Jordan jogasse nos dias de hoje, quantos pontos ele faria por jogo? É assustador pensar nisso!

- Já conseguiu conhecer o Rio? Você parece estar se divertindo aqui...
- Estou na cidade há pouco tempo, mas quero conhecê-la. Quero muito aproveitar o que a cidade tem de bom. [Aponta para a relações públicas da NBA] Mas ela não pode contar para ninguém, ok, ninguém precisa saber disso [risos].

5 comentários:

Gabriel disse...

O mais correto seria dizer "...e os outros dois com os Lakers de Shaquille O´Neal."

Anônimo disse...

Não me interessa se Kobe e melhor ou não, nem nada do que estes caras falam, quero saber qual a finalidade deste cup, pois pra mim ja escrevi:
Pessoal, este cup e so farinha pra pizza, e pra acender holofotes, conheço os garotos que foram pelo Brasil, brincadeira de mau gosto, escolha sem criterio, apenas tres garotos se destacam em seus clubes e campeonatos, tem ate menino que e reserva de garoto um ano mais novo, tem garoto que joga em equipe sem competitividade, tem garoto que não consegue entender o que lhe e falado, garoto com problema de disciplina, quem assistir vai entender o que estou escrevendo, duresa pro nosso basquete.

João Marcos disse...

Anônimo, não é cup, é camp, analfabeto! 'Duresa' é aturar essa sua fuga do mobral!

marcelo marques disse...

posso falar dos mlk q jogam o campeonato paulista

o wesley andrade com certeza vai ser um grande jogador e defendo sua convocação para sel. de base do brasil

gustavo scalia e arthur pecos do palmeiras
os 2 do paulistano

todos são bons jogadores

Anônimo disse...

Marcelo Marques tem razão, tambem conheço os garotos do camp. paulista, e principalmente Wesley e muito bom, Gustavo e Arthur do palmeiras goagam bem, e o Igor do Paulistano tambem, fora eles fica dificil,