segunda-feira, 12 de novembro de 2007
BENDITOS NÚMEROS - PARTE 1 DE 3
"Há três tipos de mentiras:
as mentiras, as mentiras deslavadas... e as estatísticas". A cada dia que passa, a frase famosa de Benjamin Disraeli, político britânico do século 19, vai ficando mais mentirosa. No que diz respeito ao basquete,
é bem verdade, a numeralha continua traiçoeira e, sozinha, não serve para nos contar com exatidão o que se passa dentro da quadra. Um fato, contudo, é inegável: ao longos dos últimos anos, os dados frios têm ficado cada vez mais quentes. Sendo assim, convido os amigos para uma conversa, de hoje até quarta-feira, sobre a delicada relação da estatística com a bola laranja.
Optei por dividir o texto em três partes, afinal, dados recentes mostram que, diante de artigos muito longos sobre este assunto, 11% dos leitores ficam extremamente irritados, 17% perdem o controle mental e 72% querem enforcar o colunista.
Nesta primeira parte, vamos ficar apenas com as estatísticas absolutas, aquilo que acontece dentro da quadra e vira número imediatamente. É esse tipo de dado que costuma nos enganar, mas até nesse aspecto houve evolução. O pilar da performance de um jogador (pontos, rebotes e assistências) está por aí
há muito tempo, mas você sabia, por exemplo, que a NBA só começou a registrar tocos e roubadas na temporada 1973-74?
Àquela altura, Wilt Chamberlain e Bill Russell (foto) já estavam aposentados. Agora imagine quantos quádruplos-duplos esses sujeitos não fizeram na carreira. A história diz que eles não fizeram nenhum. E quantas bolas Oscar Robertson roubava por partida? Ninguém sabe. De lá para cá, a estatística não parou de evoluir. Apareceram até os dados negativos, como os desperdícios e, agora, os tocos recebidos - o BA (blocked attempts) que o NBA.com já incluiu em seus formulários.
Surgiram também as informações combinadas, como o assist to turnover ratio (que compara passes e erros), as medições por 48 minutos e os quocientes ofensivo e defensivo (que levam em conta a quantidade de posses de bola). Sem falar no já famoso PER (índice de eficiência do jogador), uma equação bastante complexa que reúne vários dados e resume a atuação do atleta.
Tudo isso é evolução. No próximo artigo, a revolução. Sabe aqueles sinais de +/- que você passou a ver nos boxscores?
É por ali que começa a nova era das estatísticas. Até amanhã.
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13 comentários:
Obrigado pelos esclarecimentos.
Abraços,
Vale aquela velha máxima: A estatística é a arte de torturar os números até eles dizerem a verdade.
se eu não me engano BA significa Blocks Against...
Obrigado, Rodrigo. Matou metade da minha curiosidade... a propósito... o que é +/- mesmo????????
bem legal as stats
esse +/- ouvi dizer o que é, mas vou esperar o Rodrigão contar .. promete ser interessante se for o que estou pensando ..
Showwww...
Eu vi no Bola Presa o que é esse +/- e também li no site da NBA... algo muitoooooo interessante... e incrível ver o quanto o Zack Randolph eh uma farsa ahsdashdushduas... rsrsrs... marbury... aliás Knicks está se dando mal com isso rsrs... só o Lee se salva ! rs
Abraço!
Sobre o BA, nos sites confiáveis eu encontrei mais referências como "Blocked Attempts" do que como "Blocks Against". Mas o significado é o mesmo, tocos recebidos. Abraços!
Ótimo saber o que é o BA.
A estatística +/- é chamada de Lenovo(+/-)stats.
Se não me engano é diferença de pontos entre os times enquanto o jogador esteve em quadra.
Daí surgem também as Top combinations; entretanto como dito por rodrigo c tem de torturar um pouco pra virar verdade...
Vejamos o exemplo Manu Ginobili é quem tem o maior valor acumulado do Spurs. Como ele é reserva, ele geralmente pega o time adversário na rotação, daí é mais fácil abrir vantagem.
Pra mim depois do jogo em si a grande beleza da NBA é a análise das estatísticas.
A estatistica +/- ja era usada na Itália e nao lembro se em outro país europeu. Nessa os americanos nao foram os pioneiros.
Mas os americanos também já usam a estatística "+/-" há certo tempo, ela podia ser encontrada no site da NBA mas é que só agora foi acoplada ao boxscore.
Extraordinária a colocação do 2º parágrafo, excelência em texto.
Valeu, Carlinha, bom saber que você gostou.
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