sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

UM PEDAÇO DA ILHA NO BRASIL


Lisdeivi e Ariadna / Montagem de Rodrigo Alves sobre fotos: CBB



Ourinhos e Catanduva disputam a partir deste sábado a final
do Nacional Feminino. Foram os que mais investiram, os que
têm mais jogadoras de seleção (Karen, Tati, Chuca e Iziane, de Ourinhos, e Karla, de Catanduva, já são; Iza, do primeiro, e Natália, do segundo, merecem uma chance) e trabalhos de base de respeito. Outro atrativo é o duelo entre duas ótimas cubanas que, mesmo adversárias em quadra, são amigas fora dela.

Lisdveivi, 33 anos, já é figurinha fácil por aqui - no ano passado, a pivô foi eleita a melhor do Nacional. Tem médias de 9.2 pontos, 8.7 rebotes e 1.4 toco por Ourinhos. Do outro lado, a excepcional ala Ariadna (15.6 pontos, 52% nos arremessos, 5.6 rebotes e 2.2 roubadas), que já jogou em Marília sob a batuta de Vendramini
e agora, aos 24 anos, brilha com o seu potencial físico e senso defensivo em Catanduva - a atleta já teve propostas de Portugal e Espanha, mas preferiu não sair, ao menos por enquanto.

O Rebote conversou separadamente com as duas e captou as impressões sobre o Nacional, o Brasil e o que uma sabe da outra. Sobre a situação de Cuba e a recente saída de Fidel Castro do poder, as duas cravaram: não agüentam mais responder.

Lisdeivi / Foto: CBBREBOTE - O que achou do Campeonato Nacional?
LISDEIVI - Tem meninas boas surgindo, mas faltam pivôs por aqui. Também não entendo por que os ginásios ficam quase sempre vazios.
ARIADNA - O Brasil tem boas jovens, mas a maioria das atletas chega à categoria adulta sem os fundamentos formados, e isso é ruim.

- E sobre sua compatriota,
o que tem a dizer?

LISDEIVI - Ela fala pior o português que eu, e eu sambo melhor (risos). Brincadeiras à parte, ela joga demais e temos que ter cuidado com ela nas finais.
ARIADNA - Conheço a Lis desde os 14 anos, quando comecei a treinar com a seleção, e ela já era a estrela do time. Somos muito próximas, sou fã dela, e ela está muito bem aqui.

Ariadna / Foto: CBB- Qual é a melhor parte de viver no Brasil? E como é viver longe de casa?
LISDEIVI - A comida e a música daqui são fantásticas. Quanto a viver longe de Cuba, não dá pra reclamar. Escolhi viver aqui e pronto. Lembro muito do filme O Terminal, que fala sobre o país que se escolhe para chamar de seu.
ARIADNA - A comida daqui é sensacional, sou apaixonada. Falta da família, claro que sinto. Até as meninas de outras cidades sentem. Mas é vida que segue.

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