sexta-feira, 3 de julho de 2009

RAIO-X DO NOVO BASQUETE BRASIL






Com o desfecho do primeiro Novo Basquete Brasil e o segundo já pintando no horizonte, é hora de avaliar o que deu certo e o que deu errado na edição de estreia. Segue abaixo a minha análise.


PONTOS POSITIVOS

Exposição do basquete
Hoje, fala-se muito mais de basquete do que no ano passado, e este é o grande mérito do NBB. A parceria com
a Globo cobra seu preço (que está ali nos pontos negativos), mas é inegável que, em apenas uma temporada, a modalidade já ganhou outro status, com matérias constantes na TV aberta, mais de 50 partidas transmitidas pela TV a cabo
e, consequentemente, boas médias de público nos ginásios (2 mil na primeira fase, 3 mil nas quartas de final, 3.500 nas semis e quase 13 mil nas finais).

Clubes com poder e, o mais importante, sem racha
Ficou provada eficácia do modelo que todo mundo cobrava há séculos, com o campeonato na mão dos clubes. Eles finalmente se uniram, não houve cisão em nenhum momento, e os 15 times deram conta do recado neste primeiro ano. É claro que ainda têm o que aprender (veja ali abaixo), mas o passo inicial foi dado.

Cinco meses sem a costumeira selvageria
Em 237 jogos, não houve nenhuma pancadaria generalizada na quadra. Pode parecer algo sem importância, mas é quase um milagre em se tratando de basquete brasileiro. É verdade que passamos raspando em alguns momentos - o caso Espiga vs Mortari, o papelão do Mineiro no jogo entre Brasília e São José e os atritos constantes na final, culminando com Cipriano x Baby - mas não chegamos àquelas tradicionais cenas de selvageria.

Episódios festivos
O Jogo das Estrelas e a cerimônia de premiação dos melhores do campeonato são dois exemplos de coisas bem simples que melhoram a imagem da modalidade. Isso funciona até mais na aparência do que no conteúdo, mas foi legal ver a festa no ginásio do Maracanãzinho no meio do torneio, assim como é legal também ver os jogadores de terno recebendo prêmios numa cerimônia bem organizada. Valoriza.

Esforço de divulgação
Para que haja exposição, é preciso que haja uma boa divulgação. Foi um ponto que começou devagar - o que era natural para um produto novo - e melhorou muito ao longo da temporada. O NBB teve um site ainda longe da perfeição, mas bem informativo, um bom trabalho de assessoria de imprensa e, principalmente, fotos em todas as rodadas - na época da CBB, só tinha foto quando o jogo era no Rio, e olhe lá. Tudo isso influencia no produto final.


PONTOS NEGATIVOS

Baixo nível técnico
Na média geral, vimos jogos ruins de doer, e a festa terminou com uma final cheia de emoção e ótimo público, mas tecnicamente muito fraca. Volto a dizer que não tenho muitas esperanças de melhora a curto prazo. Isso só mudará quando subir o nível dos jogadores (a maioria não tem fundamentos básicos) e técnicos (a tática que impera por aqui não tem nada a ver como que se joga na elite).

O preço da exposição
Colocar o basquete no Globo Esporte e no Jornal Nacional, lógico, é positivo. Mas o NBB ficou muito refém da televisão. Até entendo que era necessário se submeter a esse tipo de coisa no primeiro ano, mas a partir do segundo a Liga precisa reduzir o prejuízo técnico. Partidas mudaram de data e hora a todo momento, sem falar nos terríveis intervalos de uma semana entre os jogos 3, 4 e 5 da final. Ficou provado que o produto pode dar certo, então dá para falar um pouco mais alto na mesa de negociação.

A farra dos ginásios
Tirando a volta da HSBC Arena e raras instalações de ponta, como a do Minas, o que se viu foi uma farra dos ginásios. O aro quase caindo no Tijuca em plena semifinal (foto), o piso inaceitável do Nilson Nelson, goteiras, times trocando de casa várias vezes. Ou seja,
o regulamento foi rasgado.

Amadorismo dos clubes
É inegável que os times tiveram sucesso e tiraram do papel a primeira edição, mas muitos deles ainda precisam se organizar melhor. O que aconteceu com o campeão Flamengo nem precisa ser comentado, foi uma vergonha (do atraso de salários à falta de teto na reta final). Poucos clubes entenderam a importância de um bom departamento de divulgação, por exemplo. Seria ótimo que todos tivessem sites de qualidade, fotos, relatos e estatísticas de seus jogos. Mas isso parece um sonho distante.

Estatísticas
O site da LNB tem muitos pontos positivos, mas a estatística não é um deles. Os dados são confusos, mal organizados e de difícil acesso. É um parto achar números específicos de um jogador ou de um time. Quem curte basquete costuma gostar de estatística, o que torna este ponto crucial para aumentar o interesse.

Certamente outros pontos positivos e negativos ficaram fora da lista. É aí que você entra. Diga na caixinha de comentários: o que aprovou e reprovou na primeira edição do NBB? A discussão está aberta.

14 comentários:

Anônimo disse...

O baixo nível das arbitragens certamente foi um ponto negativo. Isso é um problema crônico e precisa ser pensado para o próximo ano.

Anônimo disse...

Que Baixo nível de arbitragem ? Então o mundo inteiro está lascado !! A arbitragem brasileira é a melhor do mundo!!!! Fale da briga entre jogadores, das cestas erradas , dos passes , das substituições erradas... , vamos parar de jogar a culpa só na arbitragem !!!!

Anônimo disse...

RODRIGO,

Vc tem alguma informação de como vão os treinos da Seleção em SP.

Já foram feitos cortes?
Qual o time base da seleção B?

Renzo disse...

Acompanhei pouquíssimos jogos, quase sempre in locu, em Vitória e Vila Velha, com os trepidantes Saldanha e Cetaf se alternando nos vexames. Foi o pior ano dos times capixabas. Quem sabe no próximo ano uma dessas equipes resolve repatriar o Rodrigo Alves para decidir os jogos com seu "sangue frio" nos lances livres?

Apesar de que as básicas melhorias lsitadas no post mereçam, de fato, ser celebradas, o nível técnico do NBB foi sofrível.

Em algumas transmissões da TV, os jogos assumiam um certo ar de "comédia pastelão", com chutes descalibrados de 3 a todo momento, sem qualquer critério. Os narradores/comentaristas ficavam quase que "envergonhados" de ter de analisar autênticas "peladas".

Por mais incrível e bizarro que pareça, como já virou praxe nos últimos anos, os jogos entre Cetaf e Saldanha (novo clássico capixaba) são os que mais me chamam a atenção. Os times são bem fracos, mas se equivalem muito, o que ao menos confere aos duelos bastante rivalidade e competição.

Ainda há muuuuito o que ser percorrido e é sempre bom ter um espaço jornalístico independente como o REBOTE de olho, enumerando acertos e erros, tudo em prol do desenvolvimento de nosso combalido basquete nacional.

Parabéns, Rodrigo, pela ótima cobertura do NBB.

rao* disse...

Eh.... apesar de não termos jogos na tv aberta, muito se ouviu falar do NBB, vamos torcer para que o basquete volte a TV aberta um dia ainda, ai sim, o esporte será massificado, mto bom ter falado sobre as estatisticas do site, uma vez eu mexi mexi e achei o que queria, na outra eu mexi mexi, fiquei de saco cheio e sai, precisa de uma reformulação aquilo pro outro ano, ta mto confuso, e nem eh preciso ir mto longe, pega o site da nba de base e faz um mais simples, facil facil, mto boa nalise rodrigo.....

Victor Dames disse...

Boa análise. Alguns pontos:

- A questão da arbitragem também deve ser analisada. Não acho que foi tão terrível assim, mas certamente houve um certo excesso de autoritarismo dos juízes...

- Acho um tanto utópico desvencilhar-se da influência da TV. Concordo que é preciso saber o que falar na mesa de negociações, para reduzi-la, mas é impossível ter total independência. Talvez nessa hora conte uma consultoria especializada, pra saber onde ceder e onde bater o pé...

- Só não concordo com essa das estatísticas. No segundo turno, na fase de classificação, já dava pra acessar os números individuais de cada jogador...

No mais, que comece o debate sobre mais erros e acertos...

Abraços!

Henrique Lima disse...

Parabens pelo post, muito interessante.


Sobre as estatísticas:

.Box score "sujs" demais.

Cheio de informação que não precisaria estar ali. Enfim, poderia ser mais limpo ao estilo nba.com ou qualquer outro site que cobre NBA.

Temos que aprender com os melhores sobre isso.


. Na página da NBB, a base de estatística é de lascar.
É tanto numero na tela, com fonte ruim, que fica dificil demais de visualizar o que é de interesse.


.De positivo, vem com os pontos do banco de reservas e a porcentagem em relação aos pontos totais dos times.


Poderia se estender em estatísticas mais aprofundadas e avançadas. Porém temque corrigir o básico ainda.

Unknown disse...

Já que transmissão em TV aberta é uma utopia, ao menos a Globo/Sportv, em prol da modalidade, deveria permitir a NBB a negociar com a ESPN Brasil, por exemplo. Seria legal ver o mesmo campeonato com outra visão. Mas, como já comentado, a situação do esporte deu uma melhorada. Acho que pelo primeiro ano, o saldo é positivo.

Victor Dames disse...

Quanto ao aspecto da vizualização das estatísticas, realmente ficou um pouco poluído. Mas quanto ao conteúdo, eu não reclamaria tanto.

E quanto a TV, esse ponto da exclusividade é interessante. Parece que o contrato atual com a Globo é de 10 anos, mas nada impede que ele possa ser renegociado. Se a Globo ganhar com isso, revendendo direitos para outras emissoras, como faz com o futebol, duvido que ela não se interesse por uma renegociação.

Abraços!

Anônimo disse...

Acho que ao invéz de se ter o jogo das estrelas, poderia-se disputar a "Copa do Brasil", a qual participariam os oito primeiros colocados do primeiro turno, com jogos eliminatórios, em uma sede durante um fim de semana. Como é feito nas ligas europeias.

Unknown disse...

Acho que o nível técnico só vai aumentar quanto tivermos mais times com reais condições de investir, brigando efetivamente pelo título. Pode ser uma viagem minha, mas quanto mais parecidos forem os níveis dos times, mais eles irão procurar se aprimorar na parte técnica e tática, pois esses serão os diferenciais para ganhar o campeonato.

O nível é fraco, mas acho q ainda rola uma grande acomodação por parte de treinadores e jogadores.

Anônimo disse...

Bruno

Sabe,o que eu acho,à única mudança em relação aos campeonatos da CBB,foi a entrada da Globo que com isso gerou mais espaço em sua programação.Porque de resto,tudo exatamente igual,os problemas listados pelo Rodrigo,foram os mesmos que ocorriam,portanto,nada mudou,só a nossa maneira de analisar.

Gabriel disse...

As estatísticas são ruins, não por serem mal expostas no site, mas porque não são anotadas direito. Em que pese que é difícil coletar as estatísticas em tempo real, é impossível para uma pessoa só.
Quanto à arbitragem, ela é, sim, ruim no mundo todo(NBA inclusive). O que melhoraria muito seria limitar a prepotência dos árbitros entrosando-os, fazendo com que somente o melhor colocado marcasse(ou não) uma falta ou violação. Vemos o tempo todo um árbitro encoberto marcar absurdos que o árbitro melhor colocado não tem coragem de corrigir.

Anônimo disse...

Eu acho q a arbitragem tem que melhorar sim.
Nós vimos em mtos jogos como o de joinville e flamengo q no final foi desicisivo por eles.
Tavez ñ tenha acontecido a falta mas tbm digo q assisti praticamente tdos os jogos de tv e vi q favorecem algumas vezes algumas equipes.
Ñ sei se por medo como em bauru a torcida chiga e falta com respeito aos jogadores adversários e aos arbitros...
Tem mta coisa a ser mudade sim e uma principal é a arbitragem sim...
Jogo basquete e sei q alúns querem aparecer mais q o jogador. O renatinho por exemplo: Respeito o curriculo dele mas alquel tem que lembrar ele q ali quem faz o show acontecer sao os jogadores ele ñ permite o dialogo com ele algumas vezes...Senao vou te dar tecnica... Para com isso temos q unir tdo e fazer isso melhorar e melhorar em tdos os aspectos...
E mais uma vez lembrando a ARBITRAGEM é a principal ferramenta pra melhora do nivel dos jogadores e da liga...
Falei mto mas é o q penso.