A ARMAÇÃO E A PROGRAMAÇÃO

Como não conversei com Moncho Monsalve, e a CBB tampouco deixou isso claro até agora, seguimos especulando sobre a seleção masculina. O técnico disse que deve levar pelo menos três jogadores da seleção B para a principal (um armador, um ala e um pivô). Pelos nomes que devem ir à Copa América, creio que apenas um deles vai ficar no último grupo de 12. Os outros completariam
a equipe apenas para os treinamentos. O que parece provável:

- Armadores: Huertas e Manteiguinha
- Alas: Leandrinho, Alex, Marcelinho e Guilherme
- Pivôs: Splitter, Varejão, Murilo, Baby e JP Batista

Se o grupo for este mesmo, o 12º jogador deve ser um armador ou um ala, concordam? Depois de um bom NBB, Valtinho seria o meu reserva ideal para Huertas, mas sua história na seleção é sempre complicada, e Moncho parece já ter mesmo desistido dele (chegou a deixar isso claro com todas as letras no ano passado).

Diante disso, o que temos é uma crise na armação. Cada um com os seus motivos distintos, Manteiguinha, Duda, Fúlvio e Benite não me parecem nomes ideais para compor a posição 1 no banco da seleção principal.
A verdade é que só temos um grande armador e, a exemplo do que aconteceu no torneio Pré-Olímpico de Atenas, dependeremos muito dele. Se Huertas for bem, ótimo. Se estiver mal, será um deus-nos-acuda.

Além disso, uma outra questão se impõe, para mim ainda mais importante: por que não começamos a moldar, desde já, o grupo da Copa América? Sei que nem todos poderiam se apresentar agora, mas a maioria, sim. Duas semanas após o NBB, Alex, Marcelinho, Manteiguinha, Murilo e Baby, por exemplo, poderiam muito bem ir à Europa. Assim como Varejão, que já acertou com os Cavs (US$ 50 milhões por seis anos), Leandrinho, que está no Brasil há um tempão, e Huertas, que chegou a treinar em SP.

Juntar esse povo apenas no fim do mês me parece um incrível desperdício de tempo. Todos poderiam estar no grupo desde já, mesmo que fossem poupados de alguns jogos neste início.

A República Dominicana, por exemplo, anunciou a sua convocação com quatro da NBA: Trevor Ariza (foto), Al Horford, Charlie Villanueva e Francisco Garcia. Liderada pelo porto-riquenho Julio Toro, a equipe começa a treinar na segunda-feira e já tem vários amistosos agendados. O Brasil poderia seguir caminho semelhante, levando um grupo maior para a Europa, com todos os disponíveis, e aproveitando para treinar, entrosar, testar, enfim, desenhar seu time desde agora. Depois, ok, entrariam os nomes restantes.

Do jeito que está programada, a turnê europeia é quase inútil. Provavelmente, apenas um daqueles 12 jogadores vai ser aproveitado na hora da verdade. Muito esforço por quase nada.