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As Olimpíadas terminaram e, até segunda ordem, eu continuo vivo. Não foi fácil virar madrugadas na redação ao longo das últimas duas semanas. Ficam os agradecimentos ao Rodrigo Chia, que mandou ótimos textos direto de Pequim, e a vocês, leitores, que mantiveram o debate em alto nível aqui nas caixinhas.
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Para voltar aos trabalhos, queria dar um pitaco na discussão sobre a hegemonia da seleção americana. Primeiro, como alguém já disse na caixa, não acho que a palavra hegemonia seja a mais adequada para o momento. Até lá, os americanos ainda precisam voltar a ser dominantes no cenário internacional, com títulos em seqüência. O próximo desafio é o Mundial-2010, na Turquia.
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A histórica decisão em Pequim comprova que os EUA têm adversários de verdade e podem, sim, tombar diante de rivais quase tão fortes quanto eles. A diferença, na minha opinião, é que, para isso acontecer, os outros precisam esticar o esforço ao máximo.
Como vocês já lembraram, um time A com todos os craques da NBA seria ainda mais forte do que este de Pequim - ao menos no plano individual - incluindo figuras como Duncan, Iverson, Garnett, T-Mac, Allen e Pierce. Espanha e Argentina, por outro lado, estavam muito mais próximas de seus elencos ideais.
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Há um fator que deixa os americanos otimistas para o futuro: por mais que os adversários cresçam, a NBA sempre vai criar gerações fantásticas, com jogadores bem formados, excelentes na parte física e nos fundamentos, pontuados por candidatos a fenômenos - casos de jovens como LeBron, Wade e Paul no time atual. Isso está na cultura do país e vai permanecer assim durante muito tempo.
Nações fortes como Espanha, Argentina, Rússia e Grécia não têm craques em tamanha abundância. Precisarão manter o ótimo trabalho de base, o investimento pesado, e ainda contar com a sorte de juntar gerações fortíssimas - como esta dos espanhóis.
Por isso acho que os Estados Unidos continuarão brigando no topo do mundo. Mas podem, sim, ser batidos uma vez ou outra.