quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

O "QUASE" DO BOTA


Karina e Alana / Foto: CBB

Foram implacáveis 14-2 para Catanduva nos primeiros cinco minutos das quartas-de-final do Nacional. Prenúncio de uma lavada em três atos. Mas não foi isso o que aconteceu. O Botafogo reagiu (9-1 para finalizar o quarto e ainda com três bandejas fáceis erradas) e escreveu o "quase" mais bonito do campeonato. O placar final, 78-57, é enganoso.

A tática do treinador alvinegro, Orlando Assunção, foi perfeita: para evitar a marcação por pressão do adversário, trocou uma pivô por mais uma armadora (Helena) no quinteto titular para ajudar na condução de bola. Deu certo, apesar dos 25 erros. Nos arremessos, porém, o time pecou, com 21% nos de três e 36% nos de dois.

Camila / Foto: CBBO único equívoco do técnico foi o excessivo tempo de quadra das titulares. Tata jogou os 40 minutos (10 desperdícios), e outras três atletas atuaram por mais de 30 - Josi ainda teve 27. O resultado foi claro. No intervalo, a boa armadora Camila (na foto - só dois equívocos contra toda a pressão das adversárias) já estava exausta, e Catanduva aproveitou. Foram 30 pontos (cinco bolas de três), mais do que haviam conseguido nos 20 anteriores, minando o ponto forte do time carioca (a defesa).

Edson Ferreto, técnico vencedor, disse que seu time, cujo destaque foi a cubana Ariadna, relaxou, e que isso não acontecerá de novo. O gostinho do "quase", no entanto, ninguém tira das alvinegras, que não escondiam o orgulho,
mais do que justo, ao fim da partida.

3 comentários:

Anônimo disse...

É meu caro Fábio, minha avó já dizia que"a teoria na prática é outra",o Botafogo conseguiu equilibrar o jogo(dentro das limitações)com a Renata jogando 40 minutos, e se ele tira para o revezamento tão exigido por aqueles que nunca sentaram em um banco para dirigir uma equipe e administrar suas limitações,quando retornasse como estaria o placar?
O catanduva mesmo nos jogos equlibrados joga com seis ou sete no máximo,claro que é um problema veja o jogo contra Ourinhos,(o tempo de jogo das 5 titulares de Catanduva)e acabou perdendo no fim,são riscos que o técnico tem de correr.

Anônimo disse...

Anônimo, este é um ponto chave. Ficar escravo do revezamento de jogadoras nao faz sentido. Colocar, por colocar, 8 ou 9 em quadra não existe. Porém, há de se pensar no seguinte: com uma equipe ainda em formação, física, técnica, tática e psicologicamente falando, e basicamente com jogadoras do mesmo nível técnico (tirando a Renata, Tata mesmo), colocar uma menina por 30 minutos no calor monumental do ginásio do Bota não é uma decisão que eu, pessoalmente, adotaria. O resultado é simples: de acordo com estudos da própria comissão técnica do alvinegro, os terceiros quartos são sempre os piores, onde a diferença aumenta. A explicação é uma só: se no primeiro quarto os adversários jogam com as titulares, no segundo poupam as mesmas, fazendo-as voltar no começo do terceiro, enfrentando, assim, as botafoguenses cansadíssimas. Mas pode ser, também, que você esteja certo e a diferença aumentasse. É só um teste, que não foi feito e poderia dar resultado ao meu ver. Colocar uma armadora pra revezar com Camila/Helena, fazendo com que seus minutos caiam de 30, para 25 por exemplo já seria um bom começo - uma outra ala, idem. E, aliás, foi no terceiro quarto que Catanduva tomou uma sova de Ourinhos, não? Neste jogo, o time do Bassul usou 7 atletas por mais de 17 minutos, contra 5 das adversárias. não dá pra cobrar a mesma bagagem física das meninas que dos marmanjos, acho eu. grande abraço e parabéns pelo comentário inteligente. fábio.

Anônimo disse...

Só pra acrescentar aqui. Neste terceiro quarto, foi 38 a 19 pra Ourinhos, que havia feito 41 pontos no primeiro tempo inteiro. O time abriu o segundo tempo com uma "corrida" de 19 a 2, só com marcação por pressão e velocidade no contra-ataque. acho válida a discussão, sinceramente! abs novamente, fábio.