DE CARONA COM OURINHOS

Carina, Lisdeivi, Iza e Karen na van do atual campeão brasileiro



Marcelo, ex-jogador na década de 80, limpa a van que levará as oito meninas de Ourinhos à última partida no Rio de Janeiro. Depois de vencer Botafogo e Fluminense, as atuais campeãs brasileiras vão a São Gonçalo enfrentar o Teresópolis, no terceiro confronto em três dias. Na ida, ao lado do técnico Paulo Bassul, quase não falamos de basquete. Para minha surpresa, ele é um aficionado por cinema e espetáculos musicais.

O começo da viagem não é diferente das dos times de futebol. Um filme (Uma noite no museu), que logo é trocado por um CD de hip-hop, a pedido do agitado fisioterapeuta Rodrigo. Tati canta fazendo dancinhas com as mãos. O pedido para botar um samba, da pivô cubana Lisdeivi, é rechaçado pelo grupo, que teme pelos ouvidos antes da partida. Quase não há conversa na van.

Antes do jogo, Lis sente uma indisposição, vai ao vestiário e volta com a partida já iniciada. O jogo é mera formalidade.
No primeiro tempo, Ourinhos atropela. Depois, sente o ritmo, faz a alegria dos cerca de 30 torcedores mandantes e desespera Bassul. O resultado final, 89-63, é o de menos.

A volta ao Rio é mais animada. Ao lado de Lisdeivi, falamos sobre a situação do país e um pouco sobre o Nacional - ela afirma que faltam pivôs por aqui. Carina, Gattei e Karen lêem. Iza, a mais tímida e a caçula da viagem, observa e ri do sotaque da cubana. Bethania e Tati ensaiam uma conversa e se animam a cantar. Mas ninguém habla mais que a simpática pivô - ela chega até a cantar.

Com apenas sete atletas (Iziane partiu antes, separada do grupo), Ourinhos se despediu do Rio de Janeiro como chegou: as meninas quase não foram reconhecidas, prova de que nem o melhor time do país tem o valor que merece. Mas, calma, ainda havia tempo para mais algumas palavras de Lisdeivi...