sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O CÍRCULO VICIOSO DAS VERBAS




Em novíssimo capítulo da série Os cartolas esportivos que se eternizam nos cargos, Carlos Arthur Nuzman foi reeleito na noite desta quinta-feira, sem alarde, para mais quatro anos à frente do Comitê Olímpico Brasileiro. E confirmou, aí sim com pompa, uma mudança que a gente já tinha discutido aqui no Rebote. A partir de 2009, os repasses da Lei Agnelo/Piva para as confederações vão obedecer ao critério da meritocracia.

O que faltou foi explicar direito o termo. Com a tal meritocracia, quem consegue resultados ganha mais dinheiro - o que não deixa de ser um prêmio justo ao investimento correto e ao talento dos nossos melhores atletas. Por outro lado, quem não tem o hábito de pendurar medalhas no peito se dá mal. No que depender do dinheiro do COB, os primos pobres tendem a mergulhar num círculo vicioso de fracasso. É basicamente isso.



Abre parêntese. Para quem não sabe o que é a Lei Agnelo/Piva, ela prevê que 2% dos prêmios pagos a apostadores de loterias federais em todo o país sejam repassados ao COB e ao Comitê Paraolímpico Brasileiro – o primeiro recebe 85% e o segundo, 15%. Desde 2002, as confederações ganhavam percentuais fixos desse valor, e muitas delas, é verdade, usam muito mal a grana - por acaso eu preciso citar algum exemplo? Ok, fecha parêntese.

A partir de agora, a coisa muda. Um país que está longe de ser potência olímpica passa a viver assim: os poucos que ganham vão ganhar mais; os muitos que perdem vão continuar perdendo.

9 comentários:

Anônimo disse...

Fala Rodrigo,
a midia meteu a boca na eleicao do Nuzman, nao foi? Eu daqui de longe so consigo acompanhar pelo que sai na internet (o globo e uol).

Me diz uma coisa, qual seria o ideal pra voce sobre essa grana das lei Agnelo/Piva?
Se nos dermos a grana pela meritocracia como voce disse, seria injusto com quem esta por baixo, concordo com voce, mas fiquei pensando e achei que tambem seria injusto uma federacao investir alto nos seu esporte, conquistar titulos mundiais e olipicos e ficar a ver navios vendo o dinheiro ser entegue a outras federacoes que nao fazem nada pra melhorar o seu esporte.
Pareca que nao temos saida, ou nao?
me diz ai, voce como presidente do COB, qual seria a solucao?

De novidade por aqui, acabamos o ano com a melhor marca na estoria do colegio, 25 vitorias e 2 derrotas, 4 dos meus 5 jogadores no ultimo ano receberam bolsa de estudos pra universidades.
Estou de mudanca pros EUA, fico ate so ate abril do ano que vem.
Estou indo agora no fim do ano pra Michigan, fico por la 45 dias.
Ja entrei em contato com o Tom Izzo da Michigan State e vou poder assitir aos treinos e jogos este ano tambem.
Depois eu escrevo mais.
Abracos de Nagasaki

Anônimo disse...

fico aqui no japao so ate abril do ano que vem.

Anônimo disse...

85% para o COB, que trouxe 15 medalhas e 15% para o Comitê paraolímpico, que trouxe 47 medalhas? Será que isso não está mal dividido não? Ou a meritocracia não vale nesse caso? Hmmmm...

Anônimo disse...

Um off-topic :)

Para aqueles 'entendidos' que deram piti quando eu e alguns outros amigos aqui disseram da versatilidade de Odom e do fato de ele poder jogar em qq posição, dadas limitações de matchups:

After all, Jackson abruptly changed tactics. Now, it seems, the Lakers are ready to try Odom handling the ball and playing some point guard, or point forward, with veteran Derek Fisher moving to off guard and Kobe Bryant moving to small forward.

Fonte: http://blogs.hoopshype.com/blogs/lazenby/2008/10/03/the-lakers-and-lamar-a-basketball-lament/

Anônimo disse...

A eternização no poder é péssima, seja quem for no cargo, mas depois de anos de péssimos resultados no basquete não tem pq o investimento se manter no mesmo patamar, apesar de ser um investimento de "novo", sabemos que o problema não foi a falta de dinheiro, e sim o planejamento.
E a CBB já perdeu o patrocinio da estatal.

Anônimo disse...

O ideal seria q o nuzman,lulla,sergio cabral...........e todos os politicos do brasil morressem

só assim o brasil seria um bom pais

Anônimo disse...

Fala rodrigo, eu de novo, to na espera da tua respota, amigo.

Diz ai qual seria a tua solucao.

Tenho varias ideias, mas todas elas tem um ponto negativo tambem...

Abracos de Nagasaki

Anônimo disse...

Sinceramente, numa discussão sobre a forma de repasse de verbas para esportes olímpicos, o que menos importa é se preocupar em como o basquete, especificamente, será afetado.

Nem de longe o objetivo principal dessa lei é ajudar a esportes como basquete ou volei, que podem muito bem exibir bons resultados sem esse tipo de ajuda.

Exigir bons resultados para um maior repasse de verbas é justo, entretanto, não acho que um espaço de tempo de 7 anos seja suficiente para tirar esse tipo de conclusão.

Ou será que desde 2001 deveríamos ter virado potências olímpicas no softbol, esqui aquático ou no pentlato moderno? Quantas pessoas que praticam beisebol, badminton ou esgrima você conhece?

O caminho desses dos praticantes desses esportes é muito grande, e o basquete, a menor das preocupações.

@osama_lakers: O percentual de 85% e 15% é definido por lei, logo, não pode ser alterado pelo COB, até porque ele não tem poderes para isso.

Anônimo disse...

Madeiras, eu não questiono o fato da lei existir e ser cumprida - o questionável é o percentual destinado a cada comitê olímpico.