quarta-feira, 10 de setembro de 2008
A GRANDE DISTÂNCIA
Ary Graça, o presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, tem seus defeitos. Está no poder há 11 anos, não consegue fomentar os campeonatos internos, já sofreu acusações graves e exagera no marketing pessoal. Nesta terça-feira, ele participou do Arena SporTV, que cometeu o erro de não colocar na mesa um dos comentaristas de vôlei da casa - Marco Freitas, Sandra Pires, Tande, Alexandre Oliveira - para levantar algumas questões mais específicas. Feitas as ressalvas e descontado o oba-oba, a inevitável comparação com Grego chega a ser uma covardia.
 
Em duas horas de programa, ficou claro que Ary não apenas é um gestor infinitamente melhor e mais preparado, como tem uma visão muito mais ampla nas questões administrativas, políticas e até culturais. A diferença entre as duas modalidades não poderia ser mais gritante nos resultados. Com uma estrutura muito mais sólida, as seleções de vôlei se entopem de medalhas em todas as categorias, enquanto as do basquete vão definhando.
 
A disparidade é tão grande que o momento mais constrangedor do programa foi quando Ary, questionado sobre o basquete, tentou defender a gestão do amigo Grego. Sem argumentos, acabou se embananando todo e foi obrigado a mudar de assunto.
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6 comentários:
Em primeiro lugar, adoro tanto o volei como o basquete brasileiro.
Mas comparar os dois esportes no pais, infelizmente, hoje em dia nao eh possivel. A comecar pelo basico: eh soh comparar os sites das 2 confederacoes. A site da CBV tem informacoes sobre os atletas das selecoes infanto, juvenil, de novos e adulto. A cada campeonato o site da Superliga traz informacoes sobre cada time, com fotos de cada atleta, idade, altura, etc. O site da CBB eh totalmente amador, eu que nao entendo nada de computador posso fazer aquela pagina em casa usando o FrontPage.
Nao conseguir fomentar o campeonato interno? A Superliga do Brasil tem muito mais atrativos que a liga nacional de basquete. Lembro que alguns anos atras com o Real forte, a Superliga do Brasil tinha atletas de ponta do mundo todo. Soh para lembrar as finais olimpicas deste ano: no masculino, o Miller dos EUA jogou no Brasil e a americana Scott jogou ate o ano passado em Osasco. Quem da final olimpica do basquete jogou no nacional de basquete? Como moro fora do Brasil ha alguns anos, nao sei ao certo o numero total de medalhas que o volei brasileiro jah conseguiu em olimpiadas, mas acredito que deve ser um dos esportes mais vitoriosos do pais. Masculino: prata em 84, ouro em 92, ouro em 2004, prata em 2008. Feminino: bronze em 96 e 2000, ouro em 2008. Fora as medalhas no volei de praia. Consigo lembrar pelo menos uma medalha de ouro no masculino e outra no feminino. Qual esporte brasileiro jah trouxe pelo menos 5 medalhas de ouro em olimpiadas? O volei trouxe. Comparar a estrutura (nunca vi, mas o volei tem um centro de treinamento para todas as categorias nao tem?) e resultados gerais entre os 2 esportes eh covardia. A diferenca esta onde? Dinheiro, investimento, organizacao, material humano?
Adoro o basquete! E acho uma pena que a gente nao consiga ir a uma olimpiada a tantos anos.
Assisti a entrevista e notei alguns detalhes:
- O Ary foi diversas vezes questionado sobre uma comparação com o basquete e buscou sempre fugir do assunto. Não achei que por algum tipo de amizade ao Grego mas por rivalidade com o esporte;
- Quando falava sobre apoio das Universidades não citou o nome da Universo e disse, em tom de brincadeira, que não o fazia pois ela apoiava o basquete e não o vôlei;
- Citou planos de investir no vôlei no interior de São Paulo e um dos integrantes da programa (não me lembro quem) disse, também em tom de brincadeira que ele estava querendo tomar o último reduto do basquete.
Não acho que deve haver rivalidade entre os dois esportes, mas o Presidente da CBV parece estar "escondendo o jogo" em relação a alguma ajuda ao basquete. Isso é, se existe algum interesse dda cúpula do basquete em seguir um caminho mais profissional e moderno.
De qualquer forma a entrevista foi muito boa (não sei se está disponível na sua totalidade), exceto pelo fato de, conforme bem observado pelo Rodrigo, os entrevistadores (com exceção do Cléber Machado) mais ouviram do que questionaram pois não "eram do ramo".
Abços.
Lamentamos o fato do basquetebol não ter entrado para o novo milênio preparado para o que iria enfrentar.
Não fizemos nada nos ultimos anos.
Muitos anos.
Não massificamos o esporte.
Não criamos técnicos ( estou até hoje a procura de um curso de técnico nível I, II ou qualquer outro nome que se dê)
Não temos especialização nas faculdades em basquetebol ( em futebol minha universidade tem, porém quero especializar em basquetebol, mas é impossivel no Brasil isso. Quem como eu, é louco de querer trabalhar com algo que está acabando ?!?!?!)
Não formamos atletas completos.
Não formamos se quer ateltas incompletos.
Não somos competentes.
Infelizmente, esta é a realidade.
E o volei, ao nosso lado, assim como o basquetebol argentino dando aulas de como ser competentes.
É não querer enxergar a realidade, estes senhores cbbianos, ao estarem nos seus pedestais e não se mexerem ...
Enfim ... o basquetebol vai acabando a cada 4 anos de forma mais visivel para todos.
Abraços
volei massacra o basquete...parebens pra CBV!
É bom ressaltar que o vôlei não faz nada além de sua obrigação: com uma verba enorme do Banco do Brasil, a estrutura e os resultados só poderiam ser esses mesmo.
Posto isso, vemos que o basquete não faz nada de sua lição de casa, uma vez que também conta com o apoio financeiro de uma grande estatal. A diferença está exatamente na gestão dos recursos e na visão administrativa.
Por último, acho que o basquete deve aprender com o vôlei sim, mas deve ir além. Precisa buscar um patamar no qual consiga sobreviver sem verbas vultosas que vêm do governo. Mais do que na CBV, a CBB deveria se espelhar mais em um modelo como a da USA basketball. ]
Ah, minha assinatura pode dar a entender que a mensagem acima foi escrita pelo meu xará Rodrigo Alves. Na verdade foi escrita por Rodrigo A. Garcia. Só para esclarecer.
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