SERÁ QUE É TÃO DIFÍCIL?

Tive a oportunidade de comentar na quinta-feira, no SporTV, a abertura do Final Four da Liga das Américas, entre Quimsa (ARG) e Halcones Xalapa (MEX). Que jogo! A vitória dos argentinos por 101-99 só veio nos segundos finais, após quatro períodos de muito equilíbrio e basquete bem jogado. É claro que o jogo teve seus erros (alguns de defesa, outros de ataque), mas de maneira geral foi um belo exemplo para mostrar por que esses dois times estão no Final Four – e os brasileiros, não.

Com seu forte nos jogadores mais altos, especialmente Román
González e Albert White, o Quimsa procurou a dupla sempre.
Chutes de três? Foram 18, com 50% de aproveitamento, na
maioria em jogadas bem trabalhadas, sem precipitação. Bolas
de dois foram 44, com 66% de acerto. Resultado: González
meteu 37 pontos e foi até o fim mesmo pendurado em faltas,
contando com a inteligência do técnico Carlos Romano, que na
reta final tirava o pivô nos lances defensivos e o devolvia para a
quadra nos ofensivos. White também brilhou, com 20 pontos.
Mesmo perdendo o armador Treise no meio do caminho, com
uma lesão, o Quimsa foi até o fim e garantiu a vitória.

O Halcones também não fez feio. Precipitou-se um pouco mais nos tiros de três (8/24), mas defendeu muito bem e contou com grandes atuações de dois jogadores de perímetro: Orlando Mendez (29 pontos) e o uruguaio Leandro Garcia Morales (28, eliminado por faltas). Os dois, em vez de chutes sem sentido, buscavam o jogo inteligente o tempo todo, infiltrando, fazendo a bola rodar.

Foi um jogo eletrizante, agradável de ver, com poucos lances
tresloucados, muitos ataques conscientes, defesas fortes e raros
desperdícios (8 para o Halcones e 12 para o Quimsa). Será que
é tão difícil para alguns times brasileiros jogarem desse jeito?