terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A DONA DO GARRAFÃO




Em um basquete que parece cada vez mais inclinado à precipitação e à falta de tática, Gilmara anda na contramão. A pivô de Catanduva, eleita a melhor jogadora do Nacional feminino, brilhou dentro do garrafão, bem longe dos chutes descontrolados de três pontos que caracterizam muitas das nossas equipes. Quase duas semanas após a conquista em cima de Ourinhos, Gilmara ainda curte a boa fase e não nega a expectativa por uma convocação para a seleção. Em conversa por telefone com o Rebote, ela fala sobre o título, o técnico Ferreto, o nível do basquete feminino brasileiro.

>>> "O trabalho de base hoje não é como antes. A gente tinha uma base muito melhor, hoje faltam atletas no juvenil se destacando como antes"

- REBOTE - O que você fez nestas duas últimas semanas para festejar o título nacional?
- GILMARA - Tivemos uma comemoração logo depois do título, em Catanduva. Fizemos uma carreata com trio elétrico e tudo, o pessoal acompanhou, foi bem legal. Nosso time teve um casamento muito legal com a torcida. Depois vim para a minha cidade, Piracicaba.

- Para você, especificamente, foi um campeonato especial?
- Eu até comentei com as minhas amigas que finalmente voltei ao normal. Fiz uma cirurgia no joelho, voltei em fevereiro passado, no Paulista, então ainda estava um pouco insegura, não estava no meu melhor, tive muitos altos e baixos. O Nacional foi o resultado de um trabalho muito intenso, consegui ter uma regularidade muito boa.

>>> "O [técnico Edson] Ferreto é tão chato que a gente se diverte com a chatice dele (risos)"

- E agora você pensa na seleção?
- Ah, a gente sempre pensa em seleção, é o sonho de toda atleta ter o trabalho reconhecido. Sempre fui para as seleções de base, mas, no adulto, sabia que ia ser mais difícil. Como sou uma pivô mais baixa que as outras, tenho que trabalhar dobrado. Com o título e o bom campeonato que eu fiz, tenho a expectativa. É claro que, se eu não for chamada, vou ficar triste, mas também não vou deixar de ser eu mesma, continuarei trabalhando.

- Como é trabalhar com o Ferreto no dia a dia?
- Ele é um técnico que não tem meias palavras. Tem jogadora que não gosta, e tem jogadora que gosta. Eu não tenho problema nenhum com isso, funciono de qualquer jeito. Ele fala o que tiver que falar, xinga, briga, mas é sempre para o nosso bem. E o trabalho dele é sempre muito intenso. No nosso grupo, a diferença é que a gente consegue se divertir com isso. Ele é tão chato que a gente se diverte com a chatice dele (risos).

- Muito se falou sobre o nível técnico do Nacional, com ataques muito precipitados e chutes de três a todo momento. O seu jogo é o contrário disso, mais centrado no garrafão. O que achou do nível do campeonato?
- Acho que as principais equipes estão muito niveladas. Entre as jogadoras do adulto, não há muita diferença de nível, mas cada uma tem uma qualidade diferente. Eu sempre gostei de jogar ali embaixo da cesta, sempre tive bom aproveitamento, treinei bastante para isso. O problema é que o trabalho de base hoje não é como antes. A gente tinha uma base muito melhor, hoje faltam jogadoras no juvenil se destacando como antigamente. Espero que melhore agora, com o trabalho da Hortência.

3 comentários:

DDefilippo disse...

Boa tarde.
O problema da base é que nossos alunos precisam pagar mensalidade para treinar. Hoje, esse método é ultrapasso. Nosso basquete esta em baixa. É preciso inverter o processo. Conseguir recurso para o investir no Prof. e vagas gratuitas para os alunos.
Enquanto inisistirmos no mensalidade para a prática, continuaremos na mesma.
Att

Ramona disse...

Esta entrevista é muito boa. Ela falou certo em relação a base. Quanto ao Ferreto, não comento. Mas a Gilmara arraaasa.

Anônimo disse...

ANONIMO

TRABALHO DA HORTENCIA?ESTA BRINCANDO GILMARA,ATÉ VIMOS,MUITA ENTREVISTA,ATITUDES QUE DEMONSTRAM INCOMPETENCIA,E TURISMO,ENTÃO,NEM SE FALA.PORTANTO NÃO ACREDITO,NO TRABALHO DELA,OS ANTECEDENTES DELA COMO GESTORA,SÃO OS PIORES POSSIVEIS.AGORA VOCE ESTA DE PARABÉNS PELO CAMPEONATO.