quinta-feira, 29 de julho de 2010

PAPO DE MUNDIAL – PAULINHO


Pouco depois de Valtinho pedir dispensa da seleção brasileira, tocou um telefone em Joinville. Era o de Paulo Heitor Boracini, o Paulinho, que corria de um lado para o outro à procura de uma casa na cidade catarinense, onde vai jogar a próxima temporada. Chamado por Rubén Magnano para completar o grupo, o armador paulista empacotou as malas e largou até a esposa no Sul para sair correndo – ou voando – rumo ao Rio de Janeiro. Aos 25 anos, ele sabe que estender a jornada até a Turquia é uma missão difícil, mas não custa nada manter a esperança. Enquanto o grupo não se fecha, vai aproveitando a chance de treinar sob o comando do campeão olímpico. Após o treino de quarta à noite, Paulinho conversou com o Rebote sobre a experiência na seleção, a polêmica transferência para Joinville e o NBB.

REBOTE - Os treinos do Magnano são fechados, então muita gente está curiosa para saber mais sobre o estilo dele. O que está achando?
- PAULINHO BORACINI - O que ele mais cobra é estar concentrado o tempo todo. A gente brinca fora da quadra, mas quando entra aqui é todo mundo sério. Ele quer 100% todo dia. Para mim tem sido maravilhoso trabalhar nesse grupo, adquirir experiência.

- Como foi o momento em que você recebeu a notícia da convocação?
- Eu fui para Joinville, estava lá há dois dias procurando casa, e me ligaram às seis da tarde. Ligaram para o Luizão, o diretor de lá, e ele me ligou, pedindo para eu entrar em contato com o Vanderlei [diretor da CBB]. Ele perguntou: "Posso marcar a passagem para amanhã?" Eu falei: "Só me avisa". Já fiz as malas e vim. Correria do caramba, mas isso é o de menos. Até larguei minha mulher lá, ela teve que se virar para ir embora [risos].

>>> "Vou dar meu máximo para continuar
no grupo, mas só de fazer parte já está bom.
Ele me disse que existe uma possibilidade"


- Você já esteve na seleção adulta, jogou o Campeonato Sul-Americano de 2004, ficou um tempo fora e agora voltou. É uma chance para agarrar?
- Assim que eu cheguei, o Magnano veio falar comigo e disse: "Você não foi convocado antes, quero saber o que você acha". Eu disse que, se eu não fui convocado na primeira, tanto faz. Vou dar meu máximo para continuar no grupo, mas só de fazer parte já está bom. Ele me disse que tem uma possibilidade de eu ir, mas existem alguns problemas burocráticos, só esperando para ver.

- Que tipo de problema?
- É alguma coisa em relação a uma lista de nomes que já foi mandada para a Fiba, e meu nome não estava nessa lista. Mas estão vendo o que se pode fazer, e eu procuro fazer aqui o meu melhor. Se ele gostar e achar que eu tenho condições...

>>> "Fui cara a cara na mesa do Paulistano, e eles me liberaram numa boa. Não fiz nada de errado. Esclareci tudo com todo mundo"

- Além de você e do Raulzinho, o Magnano tem os armadores do Sul-Americano. Você ainda mantém uma esperança de ir à Turquia?
- Mantenho sim. Converso bastante com ele sobre isso, e ele diz que não tem nada certo ainda. Ele falou que, claro, os meninos do Sul-Americano estão na minha frente, porque já vêm trabalhando há um mês. Mas deixou claro que, como estou aqui com o grupo, depende do meu entrosamento. É a melhor equipe com que eu já trabalhei.

- Além da seleção, como está a expectativa da troca de time para Joinville?
- É das melhores. Vamos ter um time competitivo. Mas estamos montando agora, e todo time tem que dar liga. Espero que dê liga. Vamos ver o trabalho com o Bial, a gente vai poder se preparar bem. A meta lá é passar da semifinal e depois tentar alguma coisa ainda melhor.

- E a história da sua transferência? O pessoal do Paulistano ficou bravo, falou em falta de ética [a alegação era de que Paulinho seria apenas emprestado ao Joinville para disputar um torneio, mas teria descumprido o acordo para ficar de vez]. O que aconteceu?
- Isso aí ficou mal falado, mas eu estou com a consciência limpíssima. Antes de mais nada, eu já estava conversando com as duas equipes. O Bial me chamou para jogar o torneio do México, e eu aceitei. De graça, mas eu queria jogar. O Paulistano disse que não tinha o recurso que eu tinha pedido para o novo contrato, mas que me daria quando eu voltasse de viagem. Disseram: "Vamos atrás desse recurso, e se eu te der você assina?". Eu disse que sim. Quando chegou no México, eu joguei bem, e o Bial se sentiu no direito de ir ofertando, ofertando... chegou a um ponto em que eu falei: "Bial, não posso acertar porque tem uma oferta para mim". Fui cara a cara na mesa do Paulistano, e eles me liberaram numa boa. Não fiz nada de errado. Esclareci tudo com todo mundo. O diretor até me falou: "Se eu estivesse no seu lugar como jogador, eu iria, mas como diretor tenho que brigar pelo meu".

- No último NBB, você foi o segundo maior pontuador. Acha que vai manter esse estilo em Joinville ou vai ser mais um distribuidor de jogo?
- Voltei da Europa para o Paulistano com essa função de pontuar, a pedido do João Marcelo. Quando acertei em Joinville, falei que não quero ter a responsabilidade de puxar ponto. Se acontecer, vai ser natural. Mas quero tentar ser um armador mesmo. O combinado é eles trazerem caras para pontuar, e eu botar mais o time para jogar.

4 comentários:

Harlindo Moraes disse...

Alguém sabe onde conseguir ingressos/programação para o Super Four em Brasília? Não tem nada na mídia, no site da CBB ou qualquer lugar. Será que vai ser um evento fechado só para os funcionários da patrocinadora (Eletrobrás)?

Beto Jannarelli disse...

O Manteguinha continua em Joinville? Ele faria uma boa dupla de armadores com o Paulinho.

Anônimo disse...

o Paulinho joga muito é um ótimo jogador e pessoa alem do mais.

Anônimo disse...

rodrigo a nba vai abrir um escritotio aqui no brasil e fazer uma parceria com nbb e que botar a nba na tv aberta,para a nba brasil é prioridade