terça-feira, 27 de julho de 2010
COPA BRASIL: ALGUMAS QUESTÕES
A CBB anunciou ontem a volta da Copa Brasil, ótima iniciativa para tirar do limbo regiões do país que ainda não têm o basquete muito desenvolvido. Funciona assim: as federações organizam torneios regionais com suas equipes – qualquer equipe pode se inscrever, desde que não seja do NBB e tenha no máximo dois estrangeiros no elenco. Oito delas avançam para a Super Copa Brasil (três do Sudeste, duas do Sul, uma do Norte, uma do Nordeste e uma do Centro-Oeste). Tudo isso acontece entre outubro desde ano e abril de 2011. Agora, vamos a alguns pontos.
1) Não quero julgar os critérios, mas fico pensando se o Nordeste não merecia mais de uma vaga. A região já tem uma Supercopa organizada há alguns anos, talvez desse para classificar dois times, tirando um do Sudeste, que já está mais desenvolvido.
2) O campeão e o vice da Super Copa ganham o direito de entrar no NBB, "caso preencham os critérios da LNB". Se alguns times do próprio NBB já têm dificuldade de preencher esses critérios, acho que podemos criar aí uma saia justa. E se, por exemplo, os dois vencedores não tiverem um ginásio de bom nível? Simplesmente não entram? Abre vaga para o terceiro colocado? Isso tem que ser bem conversado. Em todo caso, o prêmio é válido e pode ser o primeiro passo da sonhada Segunda Divisão.
3) O campeão da Super Copa se classifica para uma competição continental – a CBB não deixa claro se será a Liga das Américas ou o Sul-Americano. Aí eu não concordo. É claro que seria um incentivo sensacional, mas nesses torneios o Brasil precisa estar representados pelos seus melhores times. Com a nossa elite, já passamos vergonha nas últimas edições. Não vejo sentido em colocar numa Liga das Américas, por exemplo, um time que sequer está no NBB. É como, no futebol, colocar na Libertadores o campeão da Série B.
É claro que ainda vamos precisar de ajustes, mas no geral a iniciativa é muito boa. O Brasil é grande demais e não pode mesmo se limitar a São Paulo e os agregados de sempre (Universo, Flamengo, Minas, Joinville...). Eles são ótimos, mas precisam de companhia. Tomara que seja o primeiro passo da integração. E você, o que achou?
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14 comentários:
De fato, é preciso aparar algumas arestas, mas a iniciativa é maravilhosa e reflete bem o purgatório que toda a classe de basquete passou com o antigo satanás na CBB, que nunca pensou em revitalizar a modalidade em todo o país. Certamente a médio/longo prazo o Brasil retomará a supremacia no continente sulamericano e não faremos mais os papéis esdrúxulus que outrora tivemos nos mundiais etc...
Algo tem que ser feito. E antes de mais nada, precisamos do resultado no Mundial para que tudo isso funcione. Se o povo não acreditar, comparecer aos ginásios, pedir que jogos sejam transmitidos, nada adianta. Tomara que tudo dê certo! Vamos torcendo!
O Splitter não tem tempo de se apresentar e treinar, mas gravar o "Bola da Vez" da ESPN dá. Não esperava dele isso tudo. Justo ele que sempre foi o exemplo de aplicação pela seleção. Tem crédito. Com certeza. Mas não pode prejudicar o conjunto.
Uma última coisa. Valtinho vai fazer falta.
Só não entendi o ponto 2. Você mesmo deu a resposta, abre-se vaga para o próximo. Simples assim. Se os times que já estão no NBB tem que cumprir, aos trancos e barrancos ou não, as exigências, por deveriam ser mais complacentes com novos filiados a Liga? Talvez já estejam ganhando o incentivo de não pagar pela franquia, o que não é pouco, especialmente para times com pequenos orçamentos.
Abraços!
Thompson, sem querer polemizar , só quero lembrar alguns fatos:
Spliter veio em todas as outras convocações, praticamente será o único que não terá férias, sem contar o fato de ter se casado e estar num momento crucial da sua vida profissional.
Fez esse acerto com os Spurs, sabendo que é um contrato pior financeiramente, ele não pode fracassar sob risco de pegar um banco na 1ª temporada e cair no ostracismo na NBA como tantos outros grandes nomes vindo da Europa.
Por fim não podemos esquecer que a família dele ainda está meio combalida com a morte da irmã.
Ou seja, sendo coerente com tudo que ocorreu nos últimos tempos, creio que seria até razoável no caso do Spliter se ele tivesse pedido dispensa, muitos outros pediriam.
Vale mas um parabens pelas atitudes do Tiago, creio que temos que saber valorizar condutas como a dele.
QuantO ao campeonAto da Copa Brasil é realmente uma idéia interessante , memso eu sendo de São Paulo, não acho que possamos desprezar a grandeza territorial do país e talentos que estejam perdios por aí.
É dá quantidade poderemos extrair uma qualidade, porque não é possével que num pais desse tamanhoo não consigamos formar um armador descente para um time B.
-Nezinho e Duda ARRGHHHHH
abraços
Sandro
Categorias de base:
Se as categorias de base continuarem a serem organizadas da maneira que são hoje, não importa o tamanho da integração nacional, não teremos a formação ideal dos jogadores.
As categorias devem ser organizadas de acordo com período escolar, como nos EUA. O que dá ao técnico tempo para conhecer melhor seus jogadores e ensiná-los os fundamentos próprios do basquete. Um exemplo de como estamos mal estruturados quanto é aquele time pré mini que não sabe marcar individual mas pressiona quadra toda o jogo inteiro e vence campeonatos dessa maneira, os jogadores não evoluem mas vencem, enquanto que aqueles que estão trilhando o caminho certo iluminados por raros técnicos que não pensam somente em "Vencer, vencer e vencer!" não tem o incentivo necessário e merecido para continuarem nesse caminho.
O ideal seria que o esporte fosse realmente trabalhado dentro de todas as escolas. De maneira a criar, além de um futuro melhor para o basquete, um futuro melhor para as crianças que praticam o esporte, que estariam vinculadas à escola de maneira mais forte e poderiam até ser cobradas um desempenho melhor por exemplo.
Com a integração do esporte dessa maneira, estamos tapando o sol com a peneira. É como o sistema de cotas nas universidades. Pode até funcionar, mas nós sabemos que além não ser a maneira mais justa, é a mais demorada...
Obrigado!
Victor Dames,
Você não entendeu. Eu não acho que a liga deve ser complacente com os novos filiados. A exigência tem que ser a mesma - inclusive no pagamento da franquia, porque entrar de graça seria um desrespeito com quem pagou. Só acho que algumas equipes podem não ter condição. E aí, azar o delas, infelizmente. E essa história de "abrir a vaga para o próximo" não está clara, não foi falado nada sobre o assunto. Abraços.
Eu sei, Rodrigo, mas é o que acontece normalmente nas confederações de outros esportes. Fazendo a mesma analogia que você fez com o futebol, é o que fazem as federações estaduais ao indicar times para as competições da CBF (Copa do Brasil e Série D) através de seus campeonatos regionais. O que antes era uma reiterada e costumeira prática, passou até a ser incorporado ao regulamento dessas competições. Também não foi falado nada sobre a franquia, se as equipes receberão o acesso como prêmio, cumprindo as exigências técnicas, ou terão além disso que pagar a franquia como os demais filiados. Falta ainda definir se elas ascenderão ao NBB em novas vagas, ou no lugar de equipes que "caírem" para a Super Copa. Não acho que faltem detalhes, é que eles só serão definidos com a formatação do regulamento da competição.
Depois que postei esse comentário, até enxerguei melhor o que quer a CBB, novamente em analogia a organização do futebol: algo como a Copa do Brasil, que dá vaga diretamente a Libertadores. Vale lembrar que é considerada uma competição extremamente democrática, e talvez seja essa a essência que a Super Copa deva ter.
Abraços!
P.S.: Só pra constar, gostei e concordei com suas opiniões sobre o anúncio da nova competição, só achei que na questão 2, você mesmo já deu a solução que provavelmente será adotada, quer concordemos ou não.
o splitter só merece elogios
por td
Copa Brasil???
Pegadinha para nbb.
Cuidado LNB!!!
Sou contra qualquer campeonato organizado pela cbb.
Pra mim essa copa brasil é a CBB colocando as manguinhas de fora.
Começa com uma vaga pra competição sulamericana depois duas e por fim corta as vagas dos times na LNB. Esse seria o primeiro passo pra falir com a LNB e voltar a mandar no campeonato nacional. voltando a mamar a grana da televisão e patrocínio.
A própria LNB deveria organizar uma segunda divisão mesmo q fosse com apenas 4 times.
Esses fariam uma liga rápida e os dois primeiros disputariam um quadrangular com os dois últimos do NBB.
Volto a afirmar, é perigosa qualquer ligação com a CBB!!
Grande Rodrigo,
Entendi seu ponto de vista sobre a não concordância da vaga para o sulamericano, mas na hora de vc dar o exemplo, acho que vc se equivocou. A copa brasil se parece mais com a copa do brasil(de futebol) do que com a série B. Uma competição com o intuito democrático para dar acesso e chances à equipes que não obtiveram o direito de participar do NBB deste ano, mesmo cumprindo os requisitos básicos orçamentários, ginásio e etc.
Aliás, vc sabe pq o NBB não abriu a competição para novas equipes? Eu gostaria de saber.
Portanto, acho mais que justo abrir uma vaga para a sulamericana sim, assim como é feito no futebol, para a CBB não ficar refém do NBB, já que estamos falando apenas de uma chancela.
Não encaro de forma alguma a copa Brasil como uma série B, até pq não existem critérios no NBB que caracterizem quem é série A e B.
Mas estou contigo na torcida para que esta competição possa democratizar ainda mais no nosso basquete. Pois ando temeroso com o processo que a NBB vem tomando de fechar a um grupo restrito a participação no campeonato nacional, coisas que eles criticavam demais na antiga administração do basquetebol brasileiro.
Grande abraço do xará..
Rodrigo Galego, vamos lá que o debate é sempre bom.
Não concordo com a sua comparação, por um motivo: a Copa do Brasil é disputada por times grandes do futebol brasileiro. É verdade que ela junta equipes de diferentes Séries e que o povo que está na Libertadores não joga, mas ainda assim sempre estão lá vários times grandes. Às vezes pinta zebra (como Paulista e Santo André), mas os últimos quatro campeões, por exemplo, são Corinthians, Sport, Fluminense e Flamengo. E agora está aí o Santos na final com o Vitória, que também é da primeira divisão.
Para ir à Libertadores, é preciso vencer este torneio que tem times grandes, ou ficar entre os primeiros da Série A.
Por isso concordo que a Copa Brasil de basquete renda vagas para o NBB (que é uma espécie de Primeira Divisão, já que reúne os melhores clubes), mas não para uma liga Sul-Americana. Na Sul-Americana, o Brasil precisa ser representado pelos melhores. E para um time de basquete estar entre os melhores, primeiro ele precisa conquistar o direito de ingressar no NBB, para aí sim disputar com os melhores o direito de ir a um torneio Sul-Americano.
É o que eu penso, apesar de respeitar sua opinião.
Grande abraço!
Rodrigo,
A Supercopa Nordeste é um torneio (mal) organizado por uma entidade que diz ser filantropica e na verdade está se aproveitando de patrocinadores e até de recursos publicos. Procure saber o que ocorreu na edição deste ano.
o torneio foi "suspenso" apos os clubes terem pagos as taxas de inscrições - sendo que supostamente nao teriam que pagar nada - e ate o momento nao foi divulgado nada no sentido de recomeçar o evento.
sem falar que apos a suspensão do torneio, surgiram diversas denuncias de arbitros e mesarios dizendo que nao recebiam da "organização" o dinheiro que os clubes pagaram a titulo de "taxa de arbitragem".
Baiano
Detesto a ideia de criar mais ligas e o argumento de que o suposto inchaço tornaria o campeonato pior é extremamente falacioso.
passamos por um momento, talvez um retrocesso, em que precisamos novamente expandir o basquete nos 4 cantos do país. a inclusao de times na liga principal, com o minimo de organização claro, é a melhor forma de desenvolver o basquete a curto prazo.
nao vamos curar o basquete com ligas de 8 times cada um em sua respectiva divisao, vamos cura-lo com o batido tema 'basquete de base'
a curto prazo, devemos ter uma liga organizada com o maior numero possivel de times alcançando cada regiao do país para que haja a identificação local com o esporte.
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