quinta-feira, 15 de julho de 2010

A (NÃO TÃO) NOVA LIGA FEMININA




Como já sabemos, vem aí a nova Liga de Basquete Feminino. "Nova" talvez não seja a melhor palavra, já que o torneio ainda será vinculado à Confederação, em vez de buscar independência na mão dos clubes, como acontece no NBB. Para tirar algumas das várias dúvidas que cercam o projeto, o Rebote conversou com o presidente da LBF, Márcio Cattaruzzi. Ligado à empresa de José Carlos Brunoro, que hoje integra a cúpula da CBB, Márcio defende o "vínculo estreito" entre a liga e a entidade máxima do basquete no país. Na entrevista, ele adianta informações sobre o torneio (datas, clubes participantes, formato de disputa) e admite que um Nacional realmente forte só será possível daqui a cinco anos.

- REBOTE - Para começar, o que já pode ser adiantado sobre o primeiro Nacional organizado pela Liga? Número de clubes, data de início, duração do torneio, forma de disputa...
- MÁRCIO CATTARUZI - Teremos a participação de 10 clubes no mínimo, podendo chegar a 12. O início será na segunda quinzena de outubro deste ano, e o término na primeira quinzena de março de 2011. Será em turno e returno, todos jogando contra todos, e se classificam os oito primeiros para os playoffs.

- Já estão definidos quais vão ser estes 10 clubes?
- Serão sete que disputaram o ano passado: Catanduva, Ourinhos, Americana, Santo André, São Caetano, Blumenau e Botafogo (São Bernardo desfez a equipe). Mais Araçatuba, Mangueira e Sport.

>>> "De diferente, é a ligação estreita entre a Confederação e a LBF, pois acreditamos que apenas juntos nós poderemos progredir e
ajudar o basquete feminino"


- Há muito tempo o basquete feminino espera uma virada. O que a nova Liga terá de diferente dos Nacionais anteriores?
- De fato o basquete feminino brasileiro espera essa mudança e ela virá. O começo destas mudanças é a criação da LBF, que a princípio fará os clubes entenderem a necessidade de se organizarem como clubes de uma liga, para se situarem como integrantes dessa mesma liga. De diferente, é a ligação estreita entre a Confederação e a LBF, pois acreditamos que apenas juntos poderemos progredir e ajudar o basquete feminino.

- Mas um dos pontos mais elogiados do NBB é o fato de ser totalmente desvinculado da CBB, com autonomia total dos clubes. Qual será o papel da Confederação na liga feminina?
- A Liga deve ter um vínculo muito estreito com a Confederação, pois vários fatores dependem de oficialização, tais como: filiação dos atletas, dos clubes, arbitragem, regras do esporte etc. Por essas razões, os clubes passarão a ter autonomia para negociarem seus direitos como Liga, alicerçados na segurança do aspecto técnico.

- Se, ao contrário do NBB, a liga feminina terá este "vínculo muito estreito" com a CBB, na prática qual será a diferença do novo campeonato para o antigo? Não parece apenas uma mudança de nome, com um braço da CBB organizando o torneio?
- A diferença é o início de uma descentralização por parte da CBB, que vai repassando aos clubes as responsabilidades de manter um Campeonato Nacional, de conseguir os seus próprios recursos, de apresentar uma competição possível de ser comercializada, de melhores índices técnicos e de outros aspectos que são consequências naturais da necessidade de melhora do basquete feminino, que ainda tem um número reduzido de atletas, mas com um nível técnico internacional muito bom. O surgimento de novas jogadoras será um processo natural da organização da LBF: com um bom campeonato, maior divulgação; com maior divulgação, boa comercialização; com boa comercialização, maior interesse da mídia; com maior interesse da mídia, mais interesse de jogar basquete, e assim vamos – logicamente que não precisa ser na ordem colocada.

- O fato de você, como presidente, ser ligado à equipe do José Carlos Brunoro, que faz parte do comando da CBB, não cria um conflito?
- Pelo contrário, facilita o contato entre a Liga e a CBB.

- Já existe contato da Liga com novos patrocinadores?
- Estão bastante adiantados.

- Há expectativa de repatriar jogadoras? O novo modelo pode facilitar a volta de algumas?
- Inicialmente apenas para as equipes que tenham condições financeiras de fazê-lo, porém acreditamos que a Liga poderá contribuir nos anos seguintes. Ao melhorar o nosso campeonato, essas equipes conseguirão apoio financeiro melhor.

>>> "Inicialmente a Liga vai
custear transporte, hospedagem
e alimentação, além de parte
dos custos de arbitragem"


- Até que ponto a liga vai ajudar os clubes em termos de estrutura? Viagens, hospedagens e taxas de arbitragem, por exemplo, serão custeadas pelos clubes ou pela Liga?
- Inicialmente a Liga vai custear o transporte, a hospedagem e a alimentação, além de parte dos custos de arbitragem.

- As viagens mais longas, como as de Pernambuco e Santa Catarina, serão feitas de avião ou de ônibus?
- Esta questão ainda depende das negociações com os nossos patrocinadores, mas devemos melhorar as condições que foram oferecidas no ano passado.

- Um dos grandes problemas do basquete feminino continua sendo a base. A Liga terá alguma atuação neste sentido? Ou isso continua sendo um assunto exclusivo da CBB?
- A princípio, da CBB.

- Em quantos anos o Brasil pode ter um campeonato feminino realmente forte, com ginásios cheios e equipes competitivas?
- Acreditamos que em cinco anos.

11 comentários:

Paulinho disse...

Oi Rodrigo,


Parabéns pela entrevista, enfiou o "dedo na ferida" em todos os pontos nebulosos sobre essa "Nova" Liga.

Realmente não há nada de novo. Os 4clubes paulistas que tem alguma estrutura vão continuar anos luz à frente dos outros, nossas melhores atletas continuarão na Europa e nenhum patrocinador de peso deve ser anunciado.

Espero que, pelo menos, as atletas não sejam obrigadas a viajar de ônibus novamente. É o mínimo.

Uma dúvida: Quando o entrevistado diz que a Liga arcará com o transporte e não os clubes, ele quer dizer que a CBB pagará esses custos?

Anônimo disse...

Isso eh brincadeira. Estão querendo fazer quem gosta de basquete de otário. Não mudou nada, continua tudo como antes, e umas respostas bem sem vergonha.

Anônimo disse...

Na verdade não mudou nada, é só mais uma tentativa de enganação no feminino.Dessa forma até desmotiva nós torcedores de basquete, imaigina as jogadoras então.Uma pena.

Anônimo disse...

É uma pena , já começa tudo errado.O
Márcio trabalha com o Brunoro. Vinculo total com a CBB....rs.Espero que trabalhe mais que o Brunoro. ( O cara não aparece??? O que mudou com a sua vinda??? )
Tudo como antes, fizeram essa liga para inglês ver.Parece que estam fazendo somente para não ficar pra traz do masculino!
Clubes,dirigentes e atletas , por favor União. Nosso basquete necessita e clama por isso.

Anônimo disse...

Para fortalecer a Liga Nacional, alguns clubes precisam receber apoio para se estruturar, não adianta essa postura: "os clubes que se virem". Assim é muito fácil transfere-se toda a responsabilidade e todas as dificuldades para as equipes e digo que sou o organizador do campeonato.

Anônimo disse...

A "Brunoro Sports and Business" não é especialista em Marketing Esportivo? O Brunoro não é o bam-bam-bam para captar patrocínio?

Então cadê o Marketing dessa Liga?

Cadê os patrocinadores?

Brunoro e sua gangue estão mamando nas tetas da CBB e lançaram essa agora para fazer de conta que eles fazem alguma coisa por lá.

Vergonhosa essa gestão amadora da CBB.

Anônimo disse...

Americana repatriou Helen Luz. Catanduva repatriou Silvinha Luz, Geisa e Clarissa.

Com certeza Alessandra, Kelly, Claudinha, Adrianinha, Katião, Zaine e Izabela gostariam de ter a mesma oportunidade de voltar ao Brasil com um bom contrato.

Se os outros times conseguissem patrocínios para realizar essa repatriação, aí sim seria uma "Nova Liga".

Anônimo disse...

Será que o Divino Jundiaí não vai participar da Liga Nacional?


Seria uma pena pois é a única equipe onde as meninas que saem da base tem espaço para jogar.

Eles disputaram o Paulista e jogaram bem, com mais duas ou três atletas experientes reforçando o grupo, teríamos mais uam equipe competitiva para disputar a Liga Nacional.

Anônimo disse...

Pior é o Botafogo com um time de meninas ( em ralção a idade ) com um técnico fraquíssimo ainda investir nessa liga feminina, pra tomar porrada de todo mundo e jogar o nome da instiuição abaixo do nada...

Anônimo disse...

Nossa, que respostas ridiculas.

Este senhor deveria ter vergonha de responder isso aí.

Não se sabe se irão de AVIÃO ou não para Pernambuco ?

Porra, alguém mostra o google maps pro cara e informe a distância de SC para PE ou SP/PE.

Que varzea .. vai melhorar nada isso ..

Duda 11 disse...

Confesso que estou receoso, mas espero que a liga comece a recolocar o basquete feminino nos trilhos novamente! Vamos esperar para ver oq vai rolar...