sexta-feira, 8 de outubro de 2010

MUITO ALÉM DO EMOCIONAL


Após o frustrante nono lugar no Mundial, muitas questões têm sido levantadas sobre o basquete feminino – o que é ótimo, já que a modalidade geralmente fica à margem do debate. As declarações atrapalhadas de Hortência sobre não levar um psicólogo na delegação acabaram migrando o debate para este campo nos últimos dias. Sou um defensor ferrenho da psicologia do esporte e não tenho dúvidas de que a seleção feminina deveria ter um profissional da área na comissão técnica – ainda mais depois de a própria Hortência admitir que ligou “várias vezes” para a psicóloga que ficou no Brasil. Só acho que, enquanto este – importante – debate se desenrola, a gente não pode perder de vista a questão-chave.

O maior problema do basquete feminino no Brasil não é psicológico. É técnico.

Nós simplesmente não temos jogadoras em quantidade e qualidade suficiente para manter o país entre os quatro melhores do mundo. E não temos porque, durante décadas, a confederação sucateou as categorias de base e o Campeonato Nacional.

Meu receio de deixarmos essa questão em segundo plano agora é que estamos na bica de uma “nova” liga nacional, que era para começar neste mês, mas já não se sabe. Ninguém fala nada, ninguém anuncia nada, e nossa maior competição interna continua à margem. É essa a resposta que a gente precisa cobrar agora.

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