TEMPERO VERDE-AMARELO

Na noite de domingo, o Denver Nuggets não teve Carmelo Anthony nem Chauncey Billups. Perdeu em casa para o Philadelphia. E o que nós temos a ver com isso? Mesmo na derrota, Nenê deu mais uma demonstração de força, com 24 pontos, 15 rebotes e quatro assistências, seu oitavo duplo-duplo na temporada e 68º na carreira. Nos últimos três jogos, ele tem médias de 23.6 pontos, 9.3 rebotes, 3.3 passes e 3.3 tocos. A subida de produção vem na hora certa para, quem sabe, roubar a convocação de Andrew Bynum e virar o primeiro brasileiro num All-Star Game na NBA.

No mesmo domingo, Anderson Varejão teve atuação apagada, com dois pontos e 1/8 nos arremessos. O Cleveland perdeu em casa para o Charlotte. O fato só comprova a tese de que, quando o cabeludo está bem, o time cresce. E a tese não é minha, é do americano Chris Sheridan, que no sábado anunciou Varejão como novo líder do plus-minus em toda a NBA, ultrapassando Ron Artest (leia aqui). Não sou muito fã dessa estatística, mas em longos períodos ela pode, sim, dar uma boa ideia da contribuição do atleta. (Não sabe o que é plus-minus? Clique e saiba).

Se Varejão é o jogador que – na frieza dos números, claro – tem o maior impacto na pontuação dos times da NBA, por que Mike Brown o deixa no banco? É o próprio técnico que explica no artigo de Sheridan, sem medir palavras a respeito do titular JJ Hickson: "Decidi colocar JJ como titular porque, nos primeiros oito minutos, não vamos ganhar ou perder a partida. Se ele joga oito minutos no primeiro tempo e oito no segundo, são 16 que eu dou de descanso para Andy e que não vão afetar o nosso jogo. Na parte final, quando ele entra, não sai mais. Não estou nem aí se o Ilgauskas está em quadra ou se o Shaq vai voltar." A frase, de uma transparência impressionante, enche – e muito – a bola do brasileiro. Não será surpresa se ele entrar na briga para ser o melhor sexto homem ou para integrar a seleção defensiva da temporada.

O outro verde-amarelo da NBA, Leandrinho, talvez não esteja num momento tão bom quanto os compatriotas, mas também tem sido útil ao Phoenix Suns. Tanto que, com ele em quadra, o time ganhou 15 e perdeu apenas quatro vezes neste campeonato. Sem ele, são seis vitórias e oito derrotas.

O fato é que, desde a entrada de Nenê, há oito anos, o Brasil talvez viva agora seu melhor momento na NBA, com os três contribuindo bem ao mesmo tempo. Melhor até do que nos momentos de conquistas individuais, quando Leandrinho foi eleito o melhor reserva e Varejão avançou à final. Não acha?