quarta-feira, 13 de outubro de 2010


Agora o Rebote se muda de vez para a casa nova. A partir de hoje, os posts não vão mais entrar nesta versão do blog, que será mantida no ar apenas como arquivo. Todos estão convidados para continuar o debate no www.globoesporte.com/rebote, com o mesmo espírito de sempre: a discussão livre sobre o basquete. Conto com vocês lá!



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PACIÊNCIA NADA CHINESA


O triste episódio da pancadaria no amistoso entre Brasil e China, engrossa uma lista recente de lambanças do técnico Bob Donewald Jr. O americano que comanda a seleção chinesa foi apontado como responsável pela confusão – "totalmente destemperado", disse Alberto Bial. As imagens do vídeo abaixo, de fato, mostram Dunewald muito perto de acertar um soco no rosto do juiz, após a não marcação de uma falta.



O destempero não chega a ser novidade. No Campeonato Mundial, mês passado, ele quase causou um grave incidente após a derrota da China para a Lituânia. A caminho do vestiário, partiu para cima de um segurança que tentava barrar um dos assistentes da seleção por problemas na credencial. Por sorte o guarda decidiu não reagir. Minutos depois, na entrevista coletiva, gritou para um jornalista chinês: “Get off my ass” – algo como “não me enche o saco”, para traduzir de uma forma polida e educada.

Um mês antes, em Nova York, foi Donewald que criou um conflito desnecessário no amistoso contra o Brasil. Em cima da hora, decidiu barrar a entrada da imprensa no ginásio da Universidade de Columbia. Só liberou após o intervalo, e o público brasileiro ficou sem as informações do primeiro tempo.

Ex-assistente dos Hornets e dos Cavs, Donewald chegou a ser treinador pessoal de LeBron James antes das Olimpíadas de 2004. E passou até pelo Brasil – entre 2005 e 2007, trabalhou em São Carlos e no Guarujá. Tão rodado, a esta altura já devia ter aprendido a controlar o temperamento…

DANÇA DOS NÚMEROS

20

Foram os pontos marcados por Leandrinho como titular do Toronto Raptors na derrota para o Chicago Bulls por 109 a 90, na terça-feira. No domingo, contra o Boston Celtics, ele já tinha feito 16 saindo do banco de reservas. Tomara que seja um indício de que o brasileiro está se adaptando bem à nova casa canadense.


21

Foram os pontos de DeJuan Blair (além de 6 rebotes, 2 roubos e 2 assistências) na vitória apertada do San Antonio Spurs sobre o Los Angeles Clippers, também na terça. E o que nós temos com isso? Blair é basicamente o cara que vai disputar minutos com Tiago Splitter no garrafão do time texano. O brasileiro continua se recuperando da lesão no pé, e o ala-pivô aproveitou a chance que teve ontem. Ok, é só pré-temporada, mas ele liderou o time no ataque, mesmo com Duncan, Ginóbili e Parker em quadra.

O HOMEM CERTO NO LUGAR CERTO


Lakers e Kings estão em Las Vegas para o jogo desta quarta-feira, pela pré-temporada da NBA. E veja qual foi o assunto mais comentado da viagem: Ron Artest será homenageado pela Câmara Municipal e vai receber simbolicamente a chave da cidade. Peraí, Artest com a chave de Las Vegas? Sei lá, algo me diz que Phil Jackson não deve ter gostado muito dessa ideia…

Brincadeira à parte, o ala encrenqueiro está apenas recebendo uma recompensa pelo trabalho social que faz na região, levantando fundos para instituições relacionadas à saúde mental. E a homenagem vai além da chave: a partir de agora, 12 de outubro passa a ser oficialmente o "Dia Ron Artest" na cidade do pecado. Tá com moral ou não tá a criança?

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O QUE É QUE A GENTE FOI FAZER LÁ?


Começou mal, terminou pior ainda. A viagem da seleção masculina à China para fazer amistosos contra a equipe  local rendeu nesta terça-feira uma pancadaria generalizada dentro da quadra. Pelas fotos e pelo vídeo, não dá para saber direito quem deu início à brigalhada constrangedora, mas é obviamente triste ver jogadores com o uniforme oficial do Brasil envolvidos em  imagens como estas:



Na prática, não era a seleção, e sim o time de Joinville, que representou o país na viagem. Para o clube, era uma ótima ideia às vésperas do NBB-3. Para o Brasil, nem tanto. Seria melhor mandar um selecionado de jovens, ainda que muitos deles já estejam treinando com suas equipes. Que fosse um elenco desfalcado, mas de jovens atletas que, no futuro, quem sabe, pudessem ser aproveitados. Mandar Joinville não acrescenta nada, só é bom para o clube. Na verdade, o torneio em si é totalmente fora de hora, logo depois do Mundial. Não sei qual foi o motivo, mas como são duas seleções da Nike, imagino que seja algo organizado pelo patrocinador para reforçar a imagem dos dois países no basquete. Se foi, o tiro saiu pela culatra, né.

Enfim, já que fomos, e já que deu confusão, tomara que agora a CBB dê as caras e ao menos cuide do retorno tranquilo dos jogadores. As informações que vêm da China dizem que os atletas do Joinville estão no hotel, meio acuados, com medo de ataques dos torcedores. Uma pena.

domingo, 10 de outubro de 2010

ALEGRIA DE POBRE


O torcedor do New Jersey Nets é aquele que geralmente só tem alegria quando não vale nada. Ontem foi assim. Pela pré-temporada da NBA, com as arquibancadas praticamente vazias no Izod Center, a equipe perdia por sete pontos para o Philadelphia 76ers a 15 segundos do fim. Jogo definido, né. Que nada. Com cestas de três de Anthony Morrow e Jordan Farmar, além de alguns lances livres desperdiçados pelo rival, pintou a chance da virada. Ela caiu nas mãos improváveis de Stephen Graham, e o ala meteu de três no estouro do cronômetro. Veja aí no vídeo gravado por um dos heróis que foram ao ginásio.



sexta-feira, 8 de outubro de 2010

MUITO ALÉM DO EMOCIONAL


Após o frustrante nono lugar no Mundial, muitas questões têm sido levantadas sobre o basquete feminino – o que é ótimo, já que a modalidade geralmente fica à margem do debate. As declarações atrapalhadas de Hortência sobre não levar um psicólogo na delegação acabaram migrando o debate para este campo nos últimos dias. Sou um defensor ferrenho da psicologia do esporte e não tenho dúvidas de que a seleção feminina deveria ter um profissional da área na comissão técnica – ainda mais depois de a própria Hortência admitir que ligou “várias vezes” para a psicóloga que ficou no Brasil. Só acho que, enquanto este – importante – debate se desenrola, a gente não pode perder de vista a questão-chave.

O maior problema do basquete feminino no Brasil não é psicológico. É técnico.

Nós simplesmente não temos jogadoras em quantidade e qualidade suficiente para manter o país entre os quatro melhores do mundo. E não temos porque, durante décadas, a confederação sucateou as categorias de base e o Campeonato Nacional.

Meu receio de deixarmos essa questão em segundo plano agora é que estamos na bica de uma “nova” liga nacional, que era para começar neste mês, mas já não se sabe. Ninguém fala nada, ninguém anuncia nada, e nossa maior competição interna continua à margem. É essa a resposta que a gente precisa cobrar agora.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

NBA NO BRASIL? OK, TÔ ESPERANDO


David Stern, o manda-chuva da NBA, disse ontem que pretende fazer jogos de pré-temporada no Brasil. “Provavelmente antes da Copa de 2014″, disse o cartola. “Estamos cientes das expectativas pela Copa e pelas Olimpíadas de 2016. Esperamos aproveitar essa oportunidade num prazo relativamente curto”. Já vi gente perguntando “onde é que eu compro meu ingresso?”. Pois eu, cá entre nós, prefiro adotar a filosofia-silvio-santos do “só acredito vendo”.

Durante o Pan de 2007, um executivo da NBA esteve na Arena Olímpica e me disse que eram enormes as chances de um jogo exibição já em 2008. O próprio Stern já falou isso outras vezes, e até agora, nada. O evento promovido pelo Varejão no Maracanãzinho em 2009 já mostrou como a liga é chata, exigente e disposta a controlar tudo (com boa dose de razão). Sediar um jogo da pré-temporada seria ótimo para reforçar a relação do nosso torcedor com o basquete. Mas isso só vai rolar quando eles acharem a quadra e as condições ideais. Até lá, a gente precisa cuidar dos nossos ginásios – não só para americano ver, mas para brasileiro crescer.

DANÇA DOS NÚMEROS

6

Foram os pontos de Leandrinho na estreia com a camisa do Toronto Raptors. Jogando em Vancouver, o time canadense venceu o Phoenix Suns por sonoros 129-78 (sim, 51 pontos de diferença!), mas nem assim o brasileiro conseguiu deslanchar contra o ex-time. Saiu do banco, atuou por 17 minutos e, além da meia dúzia de pontos (2/4 nos arremessos), roubou uma bola, cometeu dois desperdícios e fez três faltas.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

FALA QUE EU TE ESCUTO:


>>> "Várias vezes ligamos para a psicóloga no Brasil para ver o que poderíamos fazer. Elas lidaram muito mal com a derrota, o técnico se perdeu. Quando começaram a engrenar, já era tarde. Um dia, eu fiquei às 3h da manhã procurando música para um vídeo motivacional que ia passar para as meninas. Não acho que tem necessidade de levar um profissional de psicologia e vou continuar não levando"

HORTÊNCIA, no programa Arena SporTV. Ela admite que ligou para a psicóloga várias vezes, admite que ninguém soube lidar com a derrota, e mesmo assim continua achando que não há necessidade de levar um psicólogo na delegação? Aí Então tá. Isso diz muito sobre a atual administração do basquete feminino brasileiro.

AS ESTREIAS DOS BRASILEIROS


Wade, LeBron e Bosh já foram. Os Lakers já jogaram em Londres. Mas ainda tem muita coisa boa vindo por aí na pré-temporada da NBA. Quarta, quinta e sexta, por sinal, serão dias importantes para os brasileiros, alguns com direito a adversários especialíssimos. Às vezes a tabela reserva umas surpresas engraçadas, dá só uma olhada.

Hoje é dia de Leandrinho estrear com a camisa do Toronto Raptors. O jogo está marcado para as 23h (de Brasília), e adivinhe onde será: em Phoenix! Pois é, logo a primeira partida do brasileiro pelo time canadense vai ser contra sua ex-equipe. Do outro lado da quadra estarão Nash, Hill, Dudley e um punhado de outros jogadores que ajudaram o camisa 10 (agora 20) quando ele estava na casa antiga.

Na quinta-feira, às 21h30m, seria a vez de Tiago Splitter abrir a nova fase da carreira vestindo o uniforme do San Antonio Spurs. Mas o pivô não deve jogar, ainda se recuperando de uma lesão no pé. Se viajar, deve ficar sentado no banco, vendo seus novos companheiros enfrentarem… Luis Scola e o Houston Rockets. Parece perseguição, né. O argentino não sai do caminho, não tem jeito. O Cleveland de Anderson Varejão também joga na quinta, às 20h, contra o Washington. O Denver de Nenê, que também se recupera de problemas físicos, só joga na sexta, às 22h, diante do Portland. É cedo, mas você já tem seu palpite sobre qual será o melhor brasileiro da NBA neste ano? Diga aí.

O TIME DO LEBRON E DO BOSH




A aguardada reunião dos três craques durou apenas três minutos. Foi o tempo em que Dwyane Wade, LeBron James e Chris Bosh ficaram juntos na partida da pré-temporada contra o Detroit Pistons, nesta terça-feira, sob todos os holofotes na Flórida. Ao perseguir Rip Hamilton num dos seus tradicionais pêndulos cruzando o garrafão, Wade sentiu uma lesão na coxa direita, deixou a quadra e frustrou a torcida.

Dali em diante, o Miami Heat virou time o time do LeBron e do Bosh. O primeiro fez 12 pontos nos primeiros 12 minutos, deitou e rolou com belas infiltrações e terminou com 18; o segundo foi o cestinha com 20. Tudo isso diante de um incrível público de 19.600 pessoas na American Airlines Arena.

Curioso é notar dois outros personagens quase anônimos do jogo, mas interessantes por motivos distintos. O melhor jogador do Miami em quadra não foi nenhum dos astros, mas o reserva Udonis Haslem, com 14 pontos e 13 rebotes. Pelo Detroit, Tracy McGrady atuou por oito minutos, saiu zerado em pontos e só foi notado nas duas ou três vezes em que foi ultrapassado por LeBron como se fosse um colegial – ou um veterano em fim de carreira, como você preferir.

É claro que ainda é muito cedo para dizer se o Miami vai ser o time a ser batido na temporada. Até que prove o contrário, continua atrás, pelo menos, dos Lakers. Wade disse, com razão, depois do jogo: "Se é para ter uma lesão, que seja agora". Verdade. Mas é bom tratar logo, porque se tem uma coisa que esse time busca é entrosamento.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

BAIXAR O ARO É BOM - PROS OUTROS


Ao fim do Mundial, a Fiba anunciou que vai "estudar seriamente" a possibilidade de reduzir a altura do aro no basquete feminino. A questão já abriu polêmica por aí, então aqui vai minha opinião: para o basquete feminino em geral, seria ótimo. E para o nosso basquete feminino, poderia ser trágico. Explico.

De fato, uma chacoalhada para tornar a modalidade mais atrativa não seria nada ruim. Tem muita gente que é apaixonada por basquete e simplesmente detesta o feminino – nem vou citar aqui o nome de um grande amigo, mas se ele ler estas linhas, certamente vai se identificar. Abaixar o aro, permitir mais cestas e, de quebra, uma ou outra enterrada, contribuiria para elevar o nível do esporte para as meninas, que obviamente têm uma desvantagem física para os homens.

Mas por que seria péssimo para o Brasil? Porque a padronização das tabelas só aconteceria na elite, nos bons ginásios, nos times adultos. Boa parte das categorias de base, em quadras com menos condições, continuaria jogando no modelo masculino – ou seja, jogando errado, aprendendo errado. Isso sem falar nas quadras de rua e de escolas, que já praticamente não existem, imagina então ter tabelas específicas.

Para um país que já forma muito mal suas basqueteiras, formá-las com o aro em uma altura diferente da que elas vão encontrar no adulto só contribuiria ainda mais para manter nosso basquete em nível baixo. No mundo maravilhoso e perfeito das tabelas móveis, seria uma beleza. No nosso mundo real, só atrapalharia.

O SUPERTRIO, ENFIM, NA QUADRA


Povo, chegou o dia. É hoje que Dwyane Wade, LeBron James e Chris Bosh entrarão em quadra juntos pela primeira vez com seus uniformes do Miami Heat. O jogo contra o Detroit Pistons, marcado para as 20h30, abre a pré-temporada para o time da Flórida. São oito partidas nesta terça, mas é claro que todos os olhos estarão voltados para a Flórida. Será que o trio vai funcionar? Será que os egos vão permitir? Será que o técnico Spoelstra vai armar um esquema competente? As respostas começam a ser dadas hoje.

É claro que, na pré-temporada, não dá para tirar conclusões. Mas já dá para soltar uns palpites. Então diga aí: você acha que vai dar liga esse time?

DANÇA DOS NÚMEROS

0/3

Foram os arremessos de Kobe Bryant no primeiro jogo da pré-temporada da NBA, entre Lakers e Timberwolves. A partida foi disputada em Londres, e a torcida, claro, estava doida para ver o craque em quadra. Mas como ele ainda se recupera de uma cirurgia no joelho, jogou apenas seis minutos. Errou seus três chutes, deu duas assistências, roubou uma bola e pegou um rebote. Com 21 pontos de Michael Beasley e 24 de Martell Webster, o Minnesota venceu a partida por 111-92.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O NOVO BASQUETE FEMININO


Rankings esportivos geralmente são meio bizarros, né. No basquete masculino, por exemplo, a sétima melhor seleção do mundo é a Itália, que sequer foi ao Mundial e não assusta ninguém, bem à frente de Sérvia, Rússia, Alemanha e Eslovênia (que por sinal é a 17ª). Pois bem. No feminino, pelo menos, alguma justiça foi feita na lista da Fiba.

O Brasil perdeu seu quarto lugar – a massa levanta os cartazes de “eu já sabia” – e caiu para sexto, posição que ainda é generosa para a gente no cenário mundial. Fato é que, com as subidas de Espanha e República Tcheca, as cinco primeiras seleções do mundo são aquelas mesmo. A França (7ª), a Bielorrússia (11º) e a Argentina (13º) ainda devem subir degraus nos próximos anos, mas esta é a nova configuração do basquete feminino mundial. E o Brasil, obviamente, está sendo barrado nessa festa.

Para voltar, é aquela velha receita; cuidar da base, melhorar a estrutura, fortalecer o Nacional. Falando nele, leio no Bala na Cesta que já teve seu início adiado para o fim de outubro. Ninguém sabe como vai ser o campeonato. Enquanto ficarmos nesse estágio, não temos que entrar na festa mesmo.

AFINAL, QUEM SÃO AS CAMPEÃS?




Quando tocou a última sirene na decisão de ontem, as americanas, que venceram por 20 pontos e voltaram ao topo, comemoraram de forma blasé, com cumprimentos protocolares e sorrisos tímidos – para algumas jogadoras, nem isso. Talvez tenham encarado o título como mera obrigação após o bronze de 2006, mas, sinceramente, fiquei meio decepcionado. Ao lado de toda essa frieza, as jogadoras da República Tcheca iniciaram ali mesmo, ainda na quadra, uma linda festa em comunhão com a torcida.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

DIRETO DA CAIXINHA


A respeito do momento delicado do basquete feminino, vale fazer uma viagem à caixinha de comentários e pescar o que escreveu o Sandro, sempre cirúrgico nas análises.




Não adianta discutir os frutos sem discutir as sementes e as árvores. Por que existem os Bassuls? Por que existem as izianes? Por que precisamos de técnicos estrangeiros hoje? Por que não produzimos mais Paulas, Hortências e Janeths?

O buraco é mais embaixo, mas as pessoas insistem em esperar que a solução venha em trabalhos miraculosos de dois ou três meses, corrigindo desmandos, falta de projetos que já vem há muito tempo.

Pergunto qual foram as grandes revelações das LNBs? Quem pode enumerar um técnico revolucionário ou promissor? E a LNB feminina? Existe? Estou falando de dois anos, e não produzimos nada disso, mas pior seria se pensássemos as quase últimas duas décadas desde o Mundial de 94, no caso feminino. E no masculino, onde ainda vemos alguns destaques, vale lembrar que quase todos esses jogadores com nome hoje o fizeram no exterior, aprendendo lá fundamentos do jogo que - todos nós sabemos - outros países ensinam nas escolas.

Hoje nossas escolas nem quadras têm. Quando têm, a primeira coisa que quebram são os aros e tabelas. As universidades públicas não investem em esportes, e as particulares só constroem prédios, fora algumas exceções. Não há projeto de esporte que obrigue esse tipo de investimento aliado à educação, então querem educar e ensinar o jogo com atletas quase adultos?

O basquete, com a arrogância de seus homens fortes, não consegue olhar para seu umbigo e aprender com lições do vôlei, que não começou sua estrutura ganhando. O feminino mal ganhava da Argentina ou do Peru, o masculino jamais ganhava de Cuba, ou algum título, mas manteve um planejamento, um incentivo à prática do esporte, massificando numa mídia, mesmo perdendo, aprendendo com outras nações fortes nesse esporte (União Sovietica, EUA, asiáticos etc).

O basquete quer vencer sem estrutura e depois se consolidar ou retornar ao topo. Ou seja, quer ter frutos sem plantar sementes e regá-las.

Considero o basquete um esporte sem dúvidas mais espetacular que o vôlei, mais atrativo, emocionante e imprevisível, mas as pessoas não conseguem torná-lo atrativo na mídia porque querem fazê-lo de cima para baixo, com vitórias imediatas. Por isso contratam técnicos de ocasião, sejam estrangeiros ou não. Eles não são milagreiros.

Em vez de discutir Izianes, por que não discutir amplamente um basquete, ou um (des)projeto esportivo que produz Izianes?

PRENDAM A BRUXA


A pré-temporada não começou muito bem para os brasileiros da NBA. Além de Nenê, que voltou para o Denver Nuggets machucado após a passagem pela seleção, e Leandrinho, que pelo visto não será mesmo titular no Toronto Raptors, os dois outros tiveram notícias ruins nesta semana.

Primeiro foi Anderson Varejão, liberado dos treinos dos Cavs por causa da morte de seu avô. E ontem foi Tiago Splitter, que sofreu uma lesão no pé direito e deve perder de uma semana a dez dias de treinamento com os Spurs. Que tudo fique bem logo com os dois.