segunda-feira, 31 de maio de 2010

NILSON NELSON INTERDITADO


O site Justiça Desportiva informa que o STJD interditou por tempo indeterminado o ginásio Nilson Nelson. Era o óbvio. Se houver jogo 5, o Universo terá de procurar outro palco para atuar. O ginásio da Asceb tem capacidade para apenas 3 mil pessoas, e pode ser uma temeridade disputar lá uma possível quinta partida. Vale lembrar que a decisão da LNB só sai amanhã, e o time de Brasília pode perder o mando de quadra. Vamos aguardar os próximos passos.

O PECADO FUNDAMENTAL




Bom, agora, com mais calma, depois de ver todos os vídeos e ler todas as declarações e comentários, volto ao jogo 3 da final do NBB, que reuniu o que o basquete brasileiro tem hoje de melhor e pior: uma disputa emocionante na bola, e um espetáculo vergonhoso após a sirene final. Todo mundo poderia estar falando agora sobre a parte boa, mas ela foi engolida pela parte ruim, e não há como escapar disso. Muita gente errou, é difícil achar santos na história, mas estou convencido de que todos os acontecimentos lamentáveis têm uma origem clara, um pecado fundamental: a falha (recorrente) de organização que permitiu a invasão da quadra.



Tudo o que veio depois é consequência direta deste erro. Um erro que se repete com frequência no Nilson Nelson e em vários outros ginásios – me arrisco a dizer que só não aconteceu na HSBC Arena porque a torcida ainda não quis. Se não há barreiras físicas para conter o público, é preciso montar um esquema seguro, especialmente numa final com 16 mil cabeças nas arquibancadas: cordão de isolamento ao fim do jogo, policiamento reforçado etc.

A partir deste pecado fundamental, veio a sequência de lambanças. Errou feio o diretor do Universo, Jorge Bastos, ao incitar a torcida (e não digo isso só pelos comentários da caixinha, mas por depoimentos que ouvi de pessoas que estavam lá); erraram feio torcedores que tentaram – e conseguiram – agredir atletas e jogaram objetos na quadra; erraram feio jogadores como Dedé, que pega uma estrutura metálica e ameaça jogar na torcida, com mulheres e crianças em pânico à sua frente (foto abaixo); errou a polícia, que saiu distribuindo spray de pimenta a torto e a direito.



As imagens estão aí para a LNB analisar. As punições devem ser divulgadas após uma reunião na tarde desta terça. A perda do mando de quadra do Universo me parece uma medida óbvia –se fosse no futebol, seria automático. Que o jogo 5 (se houver) seja disputado em terreno neutro. Isso sem falar em multas pesadas e possíveis suspensões de jogadores.

Além disso, claro, é preciso reforçar a segurança para o jogo de quinta, na Arena. E fica uma sugestão do Roby Porto, numa conversa que tivemos hoje mais cedo: que os jogadores dos dois times se juntem (antes da partida ou em depoimento na TV) para passar uma mensagem de tranquilidade à torcida. Seria pedir muito?

))) Abaixo, alguns links. Concordo com uns, discordo de outros, mas toda informação é importante para a gente formar opinião:

))) Draft Brasil: um jogo para não esquecer
))) Território LNB: todos fomos agredidos
))) Juca Kfouri: barbaridade em Brasília
))) Bala na Cesta: LNB precisa tomar medidas enérgicas
))) Lance: Confusão deixa feridos
))) Seu Mora: culpa dos jogadores do Flamengo
))) Globoesporte.com: jogadores do Fla não se conformam
))) Correio Braziliense: câmeras mostram violência
))) Databasket: e agora, LNB? Vai fazer vista grossa?

domingo, 30 de maio de 2010

VITÓRIA E TUMULTO




O Universo venceu o Flamengo na bola, em jogo bom e disputado até o fim, abrindo 2-1 na final do NBB e ficando a um passo do título. Assim que acabou a partida, repetiu-se a vergonha de sempre no Nilson Nelson, com dezenas de torcedores invadindo a quadra. No ano passado eu estive lá, e foi a mesma coisa, mal dava para entrevistar os jogadores. A diferença é que agora teve atleta agredido e tumulto generalizado. Triste. Mais tarde eu volto para comentar melhor o jogo e a confusão. Você viu? O que achou? Diga na caixinha.

sábado, 29 de maio de 2010

A PORÇÃO VERDE DA FINAL




Não foi desta vez que a história mudou. O Boston Celtics bateu o Orlando Magic por 96-84 na noite de sexta-feira e fechou a final do Leste em 4-2. Isso significa que os verdes estão de novo na grande decisão, aguardando pacientemente o vencedor do embate entre Lakers e Suns.

A vitória derradeira teve Paul Pierce como cestinha, autor de 31 pontos, mas pintou até um herói inesperado: o baixinho Nate Robinson, que substituiu Rajon Rondo e fez 13 pontos no segundo quarto. A partir dali, os Celtics desgarraram no placar e passaram a olhar o adversário apenas pela imagen no retrovisor.



Apesar da escorregada após abrir 3-0, o Boston chega à final com moral de sobra, após despachar os dois bichos papões de conferência. Dá para dizer que eles serão azarões no último round? Claro que não. Acho que dá para esperar uma série equilibrada contra Lakers ou Suns. E você, o que pensa?

TUDO IGUAL NA DECISÃO DO NBB






Dez mil pessoas nas arquibancadas, técnico da seleção brasileira na plateia, oito de seus convocados em quadra, placar equilibrado até a última bola. Foi assim, como deve ser, o jogo 2 da final do NBB na noite de sexta-feira. Não que tenha sido uma partida perfeita na parte técnica – as precipitações e os erros estavam lá, como quase sempre. Mas deu para compensar na emoção.

E quem saiu feliz foi o Universo, que venceu por 93-90 e igualou a série decisiva. Triunfo crucial dentro de casa. Uma derrota a esta altura daria o título para o Flamengo.

Alex ficou sumido no primeiro tempo, mas cresceu depois do intervalo e terminou com 17 pontos. Contou com boa ajuda de Estevam, com 17 pontos e 14 rebotes. Giovannoni fez 19 pontos e compensou a pontaria ruim com sete assistências. Do outro lado, o Flamengo teve praticamente dois jogadores em quadra: Marcelinho, muito bem com 41 pontos, e Teichmann, com 20 e 7 rebotes.

Como de hábito, Alex e Marcelinho se estranharam, com direito a dedo na cara e empurrão. Mas aí, cá entre nós, é até normal. São os dois líderes dos times, com uma rivalidade aflorada e tensão total durante a partida. Uma falta técnica para cada um ficou de bom tamanho. O que não pode é passar disso e chegar à agressão.

E você? Viu o jogo? O que achou? Qual a expectativa para a terceira partida neste domingo? Diga aí na caixinha.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

O REBELDE HEROICO




Àquela altura, Ron Artest acumulava míseros dois pontos. Tinha errado sete dos seus oito arremessos no jogo 5. Atuação pífia no ataque. Do outro lado, Jason Richardson tinha acabado de empatar o jogo para o Phoenix Suns, com um arremesso espírita da linha de três que botou um ponto de exclamação na reação fantástica do Phoenix Suns. Com três segundos no relógio, claro, a bola foi parar nas mãos de Kobe Bryant, mas aí o heroísmo tradicional deu uma cambalhota atrás da outra.

O arremesso de Kobe não deu nem aro. Richardson ficou moscando feito um pateta no garrafão. E Artest, o herói improvável, aproveitou para roubar o rebote e fazer a cesta da vitória no estouro do cronômetro. Lakers 103-101, vantagem de 3-2 na final do Oeste. Abaixo, os melhores momentos da partida, vale a pena conferir.



A sexta partida será no sábado, em Phoenix, e outra vitória põe os Lakers na decisão para tentar o bicampeonato. Mas a série continua aberta. Para um playoff estranho e meio sem sal, seria ótimo que tivéssemos um jogo 7. O duelo desta quinta já foi um grande alento para um mata-mata que teve raríssimos momentos de emoção como este protagonizado por Artest. Que venham outros.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

AS LISTAS DO MAGNANO




Saiu a primeira convocação do argentino Rubén Magnano à frente da seleção brasileira. São duas listas. Uma tem nove jogadores, que já pulam direto para o Mundial e se apresentam no dia 19 de julho. A novidade nela é o retorno de Valtinho. A outra lista tem 24 nomes e vale para o Sul-Americano, com apresentação no dia 24 de junho. Nesta, quem voltou foi a dupla que causou polêmica no Pré-Olímpico de 2007: Nezinho e Marquinhos. O grupo inclui ainda revelações internacionais como Fab de Melo, Augusto Lima e Carlos Cobos. Senti falta do Vitor Faverani e de uma dupla do Minas: Drudi e Luiz Felipe. Confira as listas.

Mundial:

Anderson Varejão – Pivô – Cleveland Cavaliers
Tiago Splitter – Pivô – Caja Laboral
Nenê – Pivô – Denver Nuggets (EUA)
Guilherme Giovannoni – Ala-pivô – Universo (DF)
Alex Garcia – Ala-armador – Universo
Leandrinho – Armador – Phoenix Suns
Marcelinho Huertas – Armador – Caja Laboral
Valtinho – Armador – Universo
Marcelinho Machado – Ala – Flamengo

Sul-Americano:

Fabrício de Melo – Pivô – Sagemont High School
Hátila Passos – Pivô – Marinos (VEN)
Murilo – Pivô – Minas
Rafael Mineiro – Pivô – São José
JP Batista – Pivô – Le Mans (FRA)
Paulão – Pivô – CB Murcia (ESP)
Rafael Hettsheimer – Pivô – Xacobeo Blu Sens (ESP)
Bruno Fiorotto – Pivô – Tenerife Rural (ESP)
Marquinhos – Ala – Sutor Basket Montegranaro (ITA)
Lucas Cipolini – Pivô – BYU Hawai (EUA)
Augusto Lima – Pivô – Unicaja (ESP)
Olivinha – Ala – Pinheiros
Dedé – Ala-armador – Paulistano
Jonathan Tavernari – Ala – BYU
André – Ala-armador – Joinville (indo p/ Pinheiros)
Arthur – Ala-armador – Universo
Audrei – Armador – Joinville
Manteguinha – Armador – Joinville
Carlos Cobos – Armador – Clinicas Rincon Axarquia (ESP)
Duda – Armador – Flamengo
Vitor Benite – Armador – Franca
Fúlvio – Armador - São José
Nezinho – Armador – Universo
Hélio – Armador – Flamengo

Convidados:
Raulzinho - Armador - Minas
Jordan Burger - Ala - Sevilha

Outra notícia é a inclusão de Ênio Vecchi e Regis Marrelli no grupo de assistentes. As programações das seleções são:

Grupo do Sul-Americano
Apresentação em São Paulo - 24 de junho
Amistosos contra o Uruguai – 9 e 10 de julho
Amistosos na Venezuela – 22 e 23 de julho
Sul-Americano – 26 a 31 de julho
Amistosos Argentina – 2 a 5 de agosto

Grupo do Mundial
Apresentação no Rio de Janeiro – 19 de julho
Super 4 , em Brasilia (DF) – 7 e 8 de agosto
Torneio Nike, em Nova York (EUA) – de 11 a 13 de agosto
Torneio da Espanha, em Logrono – de 15 a 17 de agosto
Torneio da França, em Lyon – de 22 a 24 de agosto
Mundial da Turquia – de 28 de agosto a 12 de setembro

E aí, o que achou dos nomes? Comente na caixinha.

DOIS PONTOS


))) O pivô Mineiro foi demitido do Universo após brigar com o técnico Lula Ferreira e o diretor Jorge Bastos. Ele não joga o restante da final do NBB contra o Flamengo. A informação é do ótimo blog Garrafão, do Correio Braziliense, escrito por Vagner Vargas, figura presente há muito tempo aqui nas caixinhas do Rebote. A pergunta é: será mesmo um desfalque? Mineiro é um pivô com certo valor, mas costuma perder a cabeça o tempo todo. São tantos os exemplos recentes que eu até acho que ele não perde a cabeça o tempo todo – na verdade ele acha a cabeça de vez em quando.

))) Sai às 11h de hoje a convocação do Rubén Magnano. Por enquanto, fico com o palpitão do Alfredo Lauria no Draft Brasil.

IH, TEMOS UMA SÉRIE?




Até outro dia era um 3-0 inapelável, com os Celtics voando e o Magic se arrastando em desânimo. A vitória do Orlando ontem, em casa, por 113-92, muda o cenário. Agora temos não só um 3-2, mas um Boston que pode perder um pacote de garrafão para o jogo 6. Kendrick Perkins acumulou sete faltas técnicas no playoff e, se a NBA não retirar uma delas, estará suspenso. Glen Davis levou uma trombada de Dwight Howard e foi diagnosticado com uma concussão na face. Rasheed Wallace deu um jeito nas costas. Imagine se nenhum deles puder jogar: quem vai cuidar de D-12 na sexta?



E imagine então o que vai acontecer se o Boston perder a sexta partida dentro de casa. Aí é pânico generalizado, com um jogo 7 em Orlando preparado para a história – seria primeira virada de 0-3 para 4-3 em todos os tempos. Após o terceiro duelo, escrevi que o Orlando estava liquidado. Agora não está mais, né. A situação só confirma o teor maluco deste mata-mata cheio de séries estranhas.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

BOLA DENTRO EM BRASÍLIA




Está aí a imagem dos trabalhadores aprontando o Nilson Nelson para os jogos 2 e 3 da final do NBB. Como eu disse aqui depois da primeira partida da decisão, o ginásio em Brasília vai receber o piso que foi usado no Ibirapuera no Mundial feminino de 2006, aprovado pela Fiba. Com isso, cumpre-se o regulamento da competição e eleva-se o nível do evento. Antes tarde do que nunca, bola dentro.

BANCO DE SANGUE






Leandrinho acertou seis dos seus oito arremessos. Só por aí já dá para ver que algo estava diferente na noite de terça-feira – felizmente para ele, para os fãs brasileiros que ficam torcendo daqui e, claro, para o Phoenix Suns. Leandrinho não foi peça isolada no banco da equipe do Arizona, que enfim se mostrou aguerrido na final do Oeste, bateu os Lakers por 115-106 e empatou a série em 2-2.

A peça mais importante na vitória foi Channing Frye (foto), que não vinha acertando nada no confronto, mas despejou quatro tiros certeiros de três e terminou com 14 pontos – assim como Leandrinho. Goran Dragic mostrou de novo o quanto pode ser útil, com oito pontos e oito assistências em 18 minutos. Os reservas que emplacaram uma sequência decisiva de 18-3 no início do quarto período.

Antes de começar a série, o banco do Phoenix foi apontado como uma vantagem em relação aos rivais de Los Angeles. Essa vantagem não tinha aparecido até agora. Apareceu. Resta saber se os comandados de Phil Jackson encontrarão uma resposta a partir de quinta-feira, quando o duelo retorna à Califórnia. Falando em Jackson, o técnico dos Lakers jamais perdeu uma série de playoffs nas 46 vezes em que abriu 2-0. Será que chegou a hora? Ou os atuais campeões ainda têm tudo sob controle? Diga aí.

terça-feira, 25 de maio de 2010

ORLANDO SE MANTÉM VIVO




Em partida dramática, decidida na prorrogação com grandes atuações de Dwight Howard e Jameer Nelson, o Orlando Magic bateu o Boston por 96-92 e esticou sua sobrevivência na final do Leste. Mesmo com performance pífia de Vince Carter, o time da Flórida conseguiu arrancar o triunfo fora de casa, justamente quando estava com a corda no pescoço. E aí, temos uma série? Ou foi só um último suspiro? Mais tarde eu volto para comentar melhor.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A RESPOSTA DE STOUDEMIRE






Para o bem dos playoffs, o Phoenix Suns bateu os Lakers em casa por 118-109 e cortou para 2-1 a vantagem do rival na decisão do Oeste. E olha que o time de Los Angeles conseguiu extrair boas atuações de seus principais jogadores: Kobe Bryant beirou um triplo-duplo com 36 pontos, 11 assistências e 9 rebotes, enquanto Pau Gasol contribuiu com 23 pontos e 9 rebotes. Mas não deu para competir com o combo Nash-Stoudemire. O armador canadense fez bonito com 17 pontos e 15 passes. O nome da noite, contudo, foi o pivô com 42 pontos (29 no segundo tempo) e 11 rebotes.

É uma bela resposta de Amare, que vinha sendo massacrado pelas críticas após os dois jogos na Califórnia – aliás, é sempre assim, basta o cara não jogar bem uma partida que aparece alguém para jogar sua carreira no lixo. Para quem dava o garrafão dos Suns como perdido, vale notar também a ótima performance de Robin Lopez 20 pontos e 8/10 nos arremessos. Se as boas atuações vão se repetir outras três vezes, não sei. Mas foi um alento para a torcida.

A nota triste do Phoenix (para nós, brasileiros) continua sendo Leandrinho. Em 12 minutos, o ala errou os quatro arremessos que tentou, numa atuação melancólica. Uma pena que tenha saído de melhor sexto homem da NBA para um reserva praticamente inútil. Uma troca de time cairia como uma luva para ele no ano que vem.

Mas voltando ao tema principal: acha que dá para o Phoenix virar? Ou os Lakers seguram a onda? Respostas na caixinha.

domingo, 23 de maio de 2010

É UM LONGO PROCESSO...




A derrota do Rio de Janeiro para Mar Del Plata na disputa pela sede do Pré-Olímpico de 2011 (na foto, a reunião de ontem) mostra bem mais do que um confronto entre cidades. Mostra que ainda estamos no início de um processo para recolocar o basquete brasileiro num lugar digno entre seus pares internacionais. A candidatura verde-amarela tinha na manga uma cidade-sede olímpica, com boa estrutura esportiva (a HSBC Arena e o Maracanãzinho são ginásios de altíssimo nível) e uma seleção masculina que aos poucos volta a trilhar um bom caminho.

Ainda assim, sequer houve disputa. Mar Del Plata venceu com uma lavada de 13 a 3. Ou seja, o Rio não teve chance em momento algum. Mesmo de longe, sem conhecer os bastidores da concorrência, dá pra imaginar o que faltou: peso político e peso esportivo. Na hora do voto, os caras devem ter visto que os dois países tinham condições de sediar o torneio. E aí, com esse equilíbrio, veio a pergunta: Argentina ou Brasil?

Essa resposta ainda é óbvia. Pode não ser daqui a alguns anos, mas hoje é. O basquete brasileiro entrou num processo de moralização, com um campeonato interno forte e uma mentalidade diferente na seleção nacional. Mas não é fácil apagar os anos e anos de descaso que nos jogaram no fundo do poço. A gente ainda paga esse preço. O processo de recuperação de imagem é longo e árduo. E no meio desse caminho, seremos obrigados a engolir fatos como este que aconteceu no sábado: a decisão é entre Argentina e Brasil? Ok, 13-3.

sábado, 22 de maio de 2010

O ORLANDO ESTÁ LIQUIDADO






Nem preciso esperar o fim do jogo para dizer isso. Não houve jogo na noite de sábado. Quando abriu 27-12 no primeiro quarto, o Boston Celtics não olhou mais para trás. A vitória (enquanto eu escrevo, a partida ainda rola, mas é uma vitória verde - atualizando: deu 94-71) confirma ao Boston a condição de melhor time dos playoffs neste momento. E isso acontece justamente ao abrir 3-0 sobre o até então melhor time dos playoffs. É uma passagem de bastão. Não quer dizer que os Celtics serão favoritos na decisão contra Lakers ou Suns – isso a gente vai ver quando as finais de conferência acabarem. Mas aqui está um fato: é impressionante o que Rondo, Pierce, Allen, Garnett & Cia fizeram neste mata-mata.

A equipe terminou a fase regular desacreditada, após perder o terceiro lugar para o Atlanta. Era tratada como um amontoado de velhos que não teria pernas para avançar nos playoffs, que tombaria diante do primeiro adversário de peso. Pois os velhinhos continuam atropelando. Os novinhos também, casos de Rondo (que playoff dessa criança!) e Glen Davis (destaque de sábado saindo do banco).

A grande estrela do Boston, no entanto, é a defesa. Foi ela que limitou Dwight Howard a mais uma atuação ridícula – deu pena ver o pivô tão perdido no ataque, sem saber o que fazer. Foi a defesa, por sinal, que guiou o Flamengo mais cedo contra o Universo. Foi um sábado para nos lembrar (caso alguém tenha esquecido) o quanto ela é importante. Mas enfim, como o mundo dá voltas, não custa perguntar: alguém aí ainda acredita na virada? Não a do Brasília, que é plenamente possível, mas a do Orlando. Arrisca?

PELAS MÃOS DE HÉLIO




O primeiro tempo nem parecia uma final de campeonato. Com uma defesa sufocante e um ataque eficiente, o Flamengo não tinha adversário na HSBC Arena. Chegou a abrir 20 pontos e foi para o intervalo com enorme conforto. Na volta do vestiário, enfim, começou a decisão do NBB. O time de Brasília se superou, encostou no placar e chegou a virar nos últimos minutos. Não adiantou. Com a cabeça no lugar, o Fla se impôs, garantiu a vitória por 88-84 e abriu 1-0 na série melhor de cinco.



O herói da tarde para o Fla não foi o habitual. Marcelinho fez 22 pontos, mas quem garantiu a vitória foi Hélio (na foto acima). O armador fez 27 – e esse nem foi seu maior mérito. Ele defendeu bem no primeiro tempo e fez um ótimo trabalho em cima de Valtinho. No segundo, criou para o time, assistiu os colegas, pontuou e apareceu em momentos cruciais da partida.

A pane no terceiro quarto serve de alerta para o Flamengo – e de alento para o Universo. Mas pensando bem, reviravoltas no retorno do intervalo são mais do que comuns nos confrontos entre esses dois times. A série continua totalmente aberta, com os jogos 2 e 3 marcados para sexta-feira e domingo da próxima semana, na capital federal.

O público na HSBC Arena foi decepcionante em número, com cerca de 6 mil pessoas (bem menos que a média da decisão do ano passado), mas fez barulho do início ao fim. Cabe ao Brasília agora encher o Nilson Nelson para perseguir a virada.

Falando em Nilson Nelson, aqui vai uma boa notícia: a liga decidiu agir, o Universo se mexeu, e o piso do ginásio para os jogos da final não vai ser aquela vergonha de borracha. Será usado o flutuante que esteve no Ibirapuera no Mundial feminino de 2006. Bola dentro, ótima iniciativa, a final merece.

Viu o jogo? O que achou? Deixe seu comentário na caixinha.

RIO PERDE PRÉ-OLÍMPICO 2011


Não deu para bater os hermanos. O Rio de Janeiro perdeu a disputa pelo Pré-Olímpico de 2011. A Fiba acaba de anunciar que a competição será disputada em Mar Del Plata, na Argentina. Nossos vizinhos vão jogar em casa na luta para ir aos Jogos de Londres. Mais do que nunca, vale torcer para os Estados Unidos ganharem o Mundial em setembro, o que abriria mais uma vaga para as Américas nas Olimpíadas.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

FINAL DO NBB - OS 10 FATORES




Amanhã, às 16h, começa a final do NBB, na HSBC Arena, entre o Universo e o Flamengo. Os dois times estão carecas de saber o que há do outro lado, mas sempre dá para colocar uma novidade aqui e outra ali. Na – árdua – tentativa de escapar das previsões chatas, optei por fatiar a decisão em dez categorias. Resta então saber como elas vão se comportar assim que forem jogadas dentro da quadra ao mesmo tempo. Tem tudo para ser uma grande série.



Cada time tem sua válvula de escape no ataque. Giovannoni de um lado, Marcelinho do outro. A diferença é que o ala do Universo joga mais perto do garrafão, e o do Fla sai mais para ajudar na armação. É claro que os dois precisam de ajuda ao longo do confronto, mas a missão ofensiva vai começar pelas mãos dessas duas figuras.

Alex é o melhor marcador de perímetro do Brasil e deve grudar em Marcelinho. Seu nível de sucesso na tarefa pode definir a série. Do outro lado, também há um carrapato: Fred, que sai do banco.

Dois gatilhos de três pontos costumam alterar o rumo das partidas quando estão com a mão quente: Jefferson e Arthur. A conferir.

Muito do sucesso do time brasiliense passa pelas mãos de Valtinho, especialmente no que diz respeito ao uso dos pivôs – os alas ainda conseguem se virar sozinhos, mas os pivôs precisam dele. No Fla, a armação muitas vezes sai de Marcelinho, mas o titular do posto é Hélio, que andou meio nervoso na série semifinal contra Franca.

O garrafão não é o ponto forte nem de um lado nem do outro, mas cada time tem uma arma útil embaixo da cesta: Estevam atravessa boa temporada, e Teichmann (que não chega a ser um trombador) é o tipo de atleta que pode incendiar um jogo. Os dois serão úteis.

Nezinho e Duda não são protagonistas, mas costumam chamar a torcida após suas cestas. Aqui, vantagem para o Brasília, já que Nezinho vem tendo um campeonato muito melhor que o de Duda.

Cipriano e – principalmente – Alírio não costumam aparecer muito, mas têm ali seus papéis, como o pivô do Flamengo teve no incrível bloqueio que deu a Marcelinho a chance de decidir contra Franca. Mineiro, do Brasília, e Wagner, do Fla, também se encaixam aqui.

No ataque, os dois finalistas dependem muito mais da qualidade individual (e ela sobra nos dois lados) do que da tática. O papel dos técnicos na série será muito mais arrumar as defesas, decidir quem vai marcar quem e evitar os colapsos psicológicos que já vimos.

A expectativa é de grandes públicos no Rio e em Brasília. O Fla leva a vantagem de ter torcida também na capital federal, mas, na boa, acho que a esta altura os jogadores dos dois lados já estão mais do que acostumados à pressão que vem das arquibancadas, né.

Diante de um confronto tenso por natureza, com rivalidade aflorada e jogadores estourados, a arbitragem precisa cumprir seu papel. Primeiro, reduzindo os erros e, por consequência, as reclamações. Segundo, punindo quem deve ser punido por indisciplina. Terceiro, evitando que essas punições sejam influenciadas pela arrogância. Quanto menos os juízes aparecerem, melhor para o espetáculo.

Tirando a categoria dos árbitros, vejo equilíbrio completo na divisão dos 10 fatores. O Universo tem vantagem em três (defensores, criadores e agitadores); o Fla comanda outros três (finalizadores, chutadores e torcedores); e há empate em outro trio (trombadores, colaboradores e treinadores). A tentação é ficar em cima do muro, mas para evitar essa vergonha, se eu tivesse que apostar, apostaria no Brasília, que me parece ter um elenco melhor. E você, o que acha? Já tem seu favorito? O debate está aberto.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

DEVER DE CASA EM LOS ANGELES




Seis jogadores pontuando em dígitos duplos, 56% nos chutes de três, defesa ligada o tempo todo, Pau Gasol dominante embaixo da cesta, Kobe Bryant garçom com 13 assistências... foi demais para o Phoenix Suns. Com uma boa atuação coletiva e outro show do pivô espanhol, o Los Angeles Lakers está a dois passos de mais uma final. A vitória por 124-112 só teve um momento de susto, quando os visitantes apertaram o jogo no terceiro quarto. Mas as coisas logo voltaram ao normal para o time da casa, que controlou até o fim.

Se continuar jogando desse jeito, o time de Los Angeles pode até varrer os Suns no caminho que leva a decisão. A torcida, pelo menos, já pensa assim. Tanto que, a certa altura da partida, as arquibancadas já ignoravam o adversário da noite e pensavam no próximo: "Queremos Boston! Queremos Boston!".



É claro que ainda é cedo para qualquer previsão, mas é fato que o Phoenix está numa enrascada. A pressão estará toda sobre Nash, Amare & Cia no jogo 3, marcado para domingo. Você acha que ainda dá para eles? Ou a turma da Califórnia já está com o passaporte encaminhado para a final da conferência?